Todos ficaram encantados com a pequena Bracho. Paulina decidiu que se chamaria Guadalupe em homenagem a santa por ter concebido o milagre. Carlos Daniel, porém, era indiferente a criança. Não se importava, nem tão pouco queria saber se estava bem ou mal. Forçosamente fora ao batizado e regristrar a menina. Rodrigo, seu irmão, padrinho dela, a tratava melhor que o próprio pai. Patricia, sua esposa, também estava para ser mãe. E ele vibrou de alegria quando soube que seria uma menina.

3 meses após o nascimento de Guadalupe, numa bela manhã de Sexta na fábrica Bracho...

– CARLOS DANIEL! – chegou Rodrigo, quase pulando.

– Oque foi? Que cara é essa, mano? Acertou os números da loteria? – perguntou Carlos Daniel, acertando contas com Verônica.

– Está radiante, Sr. Rodrigo! – observou ela

– Descobri o sexo do bebê! – afirmou ele, sorrindo.

– É um menino, certamente! – afirmou Carlos Daniel, com uma pontada de inveja.

– Não – negou – é uma menininha! Bem saúdavel! – afirmou ele, sorrindo – vou ter uma filha, uma filha! – disse, alegre.

– Você tá assim porque vai ter uma filha? Não acredito! – afirmou Carlos Daniel, negando com a cabeça.

– É, porque? Algum problema? Diferente de você, vou ama-lá! Ela é um presente pra mim e pra Patrícia. Está previsto pra que nasça no próximo mês! Patrícia já está comprando o enxoval, quero que você e Paulina sejam os padrinhos, assim como fomos da Lupita(apelido da Guadalupe)! – afirmou ele

– Está tudo bem – deu de ombros – se é isso que você quer... vamos batiza-lá! – afirmou, continuando a olhar sua papelada.

– Meus parabéns! – disse Verônica – como irá se chamar? – perguntou

– Roberta! Patricia quis que se parecesse com o meu nome, então, escolhemos esse! – disse, entusiasmado.

– Jante lá em casa hoje! – convidou Carlos Daniel, que teve seu convite aceito logo em seguida.

A noite...

– Ela é tão linda, não é mesmo, Adelina? – disse Paulina, arrumando a filha.

– Sim, dona Paulina. É um milagre que tenha sobrevivido. Ela ainda vai trazer muito orgulho e alegria a essa casa! – afirmou ela, cuidado de Paulinha.

– É uma pena que Carlos Daniel não veja as coisas assim! Ele a despreza! – disse Paulina, triste.

– É coisa do momento. Tenho certeza que seu Carlos irá aceitá-lá e amá-lá assim como amou Lizete e Paulinha! – disse Adelina

– Eu espero, Adelina! Eu espero!

Na mesa...

Todos já estavam sentados, e aguardavam apenas Paulina descer com Lupita consigo. Paulinha estava no colo do pai, que a mimava.

– Olha ela ai! – afirmou Piedade

– Já estamos prontas! – disse, se sentando.

– Pois bem... Patricia e eu temos algo a dizer: Uma nova Bracho irá virar, se chamará Roberta Bracho! Patricia está esperando uma menina! – afirmou ele, acompanhado do sorriso de todos em seguida.

– Uma nova donzela a caminho! – disse Piedade, alegre.

– Do jeito que vai, essa família vai virar um convento! – afirmou Carlos Daniel

– CARLOS DANIEL! NÃO DIGA BESTEIRAS! – afirmou Paulina

– Não sei o que anda se passando na cabeça desse ai! – afirmou Estefhanie, irritada.

– Falo a verdade! – disse, nervoso.

Nesse instante, Guadalupe começa a chorar.

– Dá pra calar a boca dessa pirralha? – disse ele, ainda nervoso. Todos se espantaram.

– Não fale assim da sua filha! – repreendeu Paulina – não chora, minha linda! – disse, balançando a filha.

– Filha? Eu já estou cansado de dizer que ela só é minha filha no cartório! Ela e nada é a mesma coisa pra mim! Aliás, o nada ainda é melhor porque não me tira do sério com choros, e não me custou 150 mil dólares com tratamentos pra nada! – disse ele, soltando tudo.

Paulina esticou o braço e deu um tapa no marido.

– Nunca mais fale assim dela, ouviu bem? Pode não considerar sua filha, mas é minha filha. MINHA FILHA, ouviu bem? E tem um valor enorme pra mim! E sempre virá antes de qualquer coisa na minha vida, qualquer coisa, entendeu bem? – gritou – com licença, vou me retirar. Perdi o apetite! Parabéns Patricia e Rodrigo. Depois nos falamos melhor, porque como diria minha falecida irmã, o ar dessa casa está irrespirável! – disse, e subiu com a filha.