Depois disso, a Paola continua se fazendo de madalena arrependida, e o Willy volta atrás do reconhecimento paterno do filho, porém Estefhanie o enxuta de lá, mas Raimundo acaba descobrindo a verdade. Nesse meio termo de discussão pelo reconhecimento do Willy, a fábrica Bracho recebe um grande representante dos EUA. Como homenagem, eles decidem contratar uma cantora liríca pra cantar o hino pra ele e os que vierem junto com ele.

Porém, no dia combinado...

– Cade ela? Já tem quase uma hora de atraso! – bufou Carlos Daniel, olhando no relógio.

– Se acalma, meu amor. Olha, vai lá e tenta distrair eles, ela não deve demorar! – disse Paulina, vendo o marido se afastar.

Nesse instante, o celular de Rodrigo toca, e ele atende.

– OQUE? – diz, quase num grito – está bem, daremos um jeito. Melhoras! – desligou, com uma cara de poucos amigos.

– O que foi, Rodrigo? Qual o problema? – perguntou Paulina, olhando a expressão do cunhado.

– A cantora que contratamos disse que não pode vir pois pegou um resfriado forte e está rouca. E agora? O que faremos? – perguntou, preocupado.

Lupita, ouvindo a conversa, se aproximou e disse:

– Olha, eu já viajei pros EUA em turnês, e no curso que fiz de inglês, aprendi o hino nacional de lá. Se quiserem, posso quebrar um galho e cantar no lugar dela! – se ofereceu, seguida de um sorriso dos dois.

– A idéia é ótima. Você canta bem, e sei que não vai fazer feio! – afirmou Rodrigo, contente.

– Eu concordo. Vou avisar o pessoal do som, e você já pode ir! – disse Paulina

E assim foi feito, não demorou muito e Rodrigo e Paulina se jutaram a Carlos Daniel e os representantes para vê-lá cantar, porém Carlos Daniel ficou surpreso e furioso ao ver quem havia subido no palco. Porém, sem notar nada, Lupita cantou:

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– It's amazing!(É incrível) – afirmou um dos gringos, com a aprovação dos demais. Lupita fora aplaudida por todos os presentes, e elogiada pelos representantes. Porém, seu pai não havia gostado nada nada daquilo. 

Mais tarde, na casa dos Bracho...

– O que pensava que estava fazendo? – perguntou ele, olhando sério a filha.

– A cantora que vocês contrataram não pode vir e eu a subistituí! – Lupita deu de ombros

– E acabou fazendo melhor que ela! Estou orgulhosa de você, minha filha! – afirmou Paulina, abraçando a filha.

– Quem te deu permissão pra subir naquele palco? – perguntou Carlos Daniel, ainda frio.

– Eu e o Rodrigo! Algum problema? – falou Paulina

– Só podia ser coisa sua mesmo. Eu disse e repito: Eu não quero essa pirralha metida nos meus assuntos. Será que só me fazem passar raiva e vergonha? 

– Vergonha? Todos gostaram! – argumentou Lupita

– Gostar? Você foi péssima. Subtonou todas as notas e ainda cantou errado. Você não é cantora liríca, e muito menos cantora. Se faz sucesso é porque uma placa de auto-tune dá um jeito na sua voz e um bando de adolescente sem cérebro te ouve! Nunca mais coloque sua carreira estúpida no meio dos assuntos da fábrica. Já é um sacrifício te aturar em casa, e ainda sou obrigado a te ver na fábrica? Pela última vez: Fique longe da fábrica. Aliás, longe de mim! Se pudesse, faria você desaparecer como vapor! Não te suporto! – esbravejou Carlos Daniel

Com uma lágrima nos olhos, ela respondeu:

– Só pro seu conhecimento: Subtonar é desafinar. E isso é uma coisa que eu te garanto que nunca fiz. Se não gosta da minha voz, eu não tenho culpa. Mas, talento é algo que tenho de sobra e eu não admito que digam o contrário. Quanto a cantar errado, garanto que o seu inglês é pior que o meu, pois dizer que "Thousand" é cem é coisa que só uma pessoa que estudou no máximo uma semana diz. Se eu estivesse errado a letra, pode ter certeza que os gringos teriam sido os primeiros a dizerem isso. Não tenho a voz liríca, porém meu soprano é bem mais alto que o de muitas cantoras de ópera por ai. Auto-tune? Não diga besteiras! Não precisa estudar música pra ver que você está falando o que não sabe, não arranje defeito onde não tem. Seu problema é comigo, então deixe meus fãs e minha música em paz. E se me meti é porque precisavam de ajuda. Seria muito feio pra vocês prometerem um hino e ele não acontecer. E não precisa lembrar, eu sei que não gosta de mim desde o minuto em que nasci. Porque gastou dinheiro comigo e esperava que viesse um menino pra se tornar um executivo, já que Carlinhos vai ser diretor de cinema. Queria o filho perfeito, sangue seu e da mamãe. Que pudesse guiar a empresa e quem sabe se tornar o maior empresário do país. Eu sei que você queria ter um filho que fosse o que você nunca foi. Pois sempre se deixou levar pelas pessoas e botou a fábrica pra falir. Se não fosse a mamãe, talvez hoje você estivesse vendendo frutas na estrada e nem essa casa teríamos. Pois nem a capacidade de conseguir dialogar com o Douglas você teve. Então, não me venha colocar defeitos. Não pedi pra nascer. Posso não ser o suficiente pra você, posso ser até demais pra mamãe e pros outros, mas pode ter certeza que sou o suficiente pra mim mesma. E te garanto de uma coisa: Se eu pudesse, a última coisa que faria seria forçar você a olhar pra mim. Espero que um dia não se arrependa tarde do que está fazendo agora. Passar bem! – disse, e subiu, chorando.