Segredo escrita por thana


Capítulo 45
Capitulo 45




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Fomos para os treinos seguintes, os professores me lembraram que eu tinha que passar tudo para o Filipe quando ele acordasse, ou seja, eu ia ter que dar aula de reforço para o chato.

Na hora do almoço eu passei no meu armário e destranquei ele pela primeira vez, parecia ser maior do que era, coube tudo que eu tinha colocado no armário do Filipe e sobrou muito espaço.

Eu cheguei no refeitório com o pessoal, eu já me aventurava a conversar com eles sobre os treinos / aulas. Me lembrei mais uma vez do skate no arbusto, eu tinha que dar um jeito de voltar lá, mas sozinha.

— Nossa como eu sou retardada _ eu comecei a dizer quando saímos do refeitório _ esqueci meu trabalho de... _ eu tentei me lembrar qual era a próxima aula _ direção? _ falei insegura.

— Que trabalho? _ o Jonas perguntou com uma expressão de desespero olhando para o Derek.

— Calma _ disse o Derek colocando uma mão no ombro do parceiro _ não passaram trabalho nenhum. _ disse ele olhando para mim.

O Jonas respirou aliviado.

— Que papo é esse Suzan _ ele se virou para mim meio aborrecido _ quer me matar de susto.

— Desculpa _ eu falei _ é que foi um trabalho extra _ eu comecei a dizer _ porque eu to atrasada nas aulas e tudo mais.

Eles concordaram comigo.

— Deixa eu ir logo _ e comecei a me adiantar _ me encontro com vocês lá.

Sai na frente deles, peguei o primeiro elevador que chegou e fui apertar o botão da metrópole, mas aquela hora ele sempre tava apertado.

Desembarquei e saiu andando o mais rápido possível pelas ruas, não queria encontrar nenhum parente meu pelo meio do caminho, cheguei aonde eu achava que tinha colocado o skate, mas minha memória para essas coisas sempre foi péssima, teve até uma vez que eu escondi um presente de dia dos pais, para fazer surpresa, mas quando chegou o dia de entregar o presente, cadê que eu não lembrava de onde eu tinha colocado. E foi exatamente o que aconteceu, eu tive que ficar fuçando pelos arbustos até encontrar, quando finalmente eu encontrei, me pegaram no pulo:

— O que você ta fazendo aqui? _ era o João _ Não era para você ta na aula _ disse ele olhando o relógio.

— Nada _ eu logo respondi, a essa altura eu já tinha tentado esconder o skate atrás de mim, ele me olhou desconfiado _ Só vim aqui tomar um pouco de ar, tio— eu enfatizei bem o ‘tio’ sabia que ele gostava quando eu o chamava assim, ficava mais maleável.

O pior é que deu certo (eu ainda consigo as coisas dele dessa mesma forma).

— E o que é isso ai? _ ele apontou para o que eu tava escondendo.

— Isso o que? _ eu perguntei sonsamente.

— Isso aqui _ e ele puxou o skate da minha mão _ um skate? _ ele estranhou _ e ainda por cima quebrado...

— Esse é o skate do Filipe _ eu disse sem importância _ achei ele jogado ali hoje cedo, achei que podia jogar isso lá no quarto dele.

O João já não prestava mais atenção em mim, ele observava o objeto pensativo.

— Tem conserto? _ perguntei.

— Não sei _ ele respondeu ainda olhando para o skate _ eu vou levar para dá uma olhada, e a senhorita já para a aula, que já está atrasada.

E ele me dispensou simples assim, porém, ele tava certo, sai desgovernada até os elevadores e rezei que não tivesse tanta gente nele. Eu ainda não dava a real importância para aquilo, só não gostava de me atrasar mesmo.

O atraso me rendeu um trabalho de verdade, eu teria que pesquisar sobre códigos na estrada, que era o assunto do dia.

No fim do dia eu tava exausta, por menos esforço que eu fizesse, os estudo ali eram mais puxados que nas escolas normais.

— Suzan _ o Derek me chamou quando saiamos da aula de profissões, eu tinha acabado de aprender a historia da profissão do carteiro, você sabia que ele surgiu a mais de 2000 anos A.C. no antigo Egito? Vivendo e aprendendo... _ Você vai visitar o Filipe?

— Não _ eu disse com obviedade na voz _ por quê?

— Porque ele é seu parceiro, _ o Jonas começou sarcasticamente _ está no hospital e desacordado?

— Então quer dizer que a minha resposta deveria ter sido ‘sim’? _ devolvi para ele com o mesmo sarcasmo.

— É serio Suzan _ a Brenda riu, não levando muito a serio o que eu falei _ se você quiser a gente vai com você.

Eu balancei a cabeça positivamente, não queria mesmo voltar para o quarto nem tão cedo e sabia que a minha mãe não ia se opor se eu saísse um pouco do meu castigo para ir visitar o Filipe.

— Então _ a Brenda tomou a diretriz _ acho que a hora de visita é lá para as cinco da tarde _ ela falou apertando o olhos, um sinal que ela estava se concentrando (isso eu só descobri um tempo depois) _ vai dar tempo de a gente tomar um banho, fazer a lição de quarto _ é assim que se chama ‘lição de casa’ aqui embaixo _ ai a gente se encontra lá na porta da Suzan _ ela finalizou.

Eu fiquei olhando abobada para ela, os outros só balançaram a cabeça em concordância.

— A Brenda é sempre que organiza tudo _ o Hugo respondeu.

— Eu acho que não vai dar _ eu falei me lembrando que eu tinha um trabalho extra e um castigo para cumprir.

Os meninos prenderam a respiração por um segundo, como se o que eu tivesse falado fosse uma coisa inadequada.

— Claro que vai dar _ a Brenda falou com uma expressão de incrédula.

O Hugo balançava a cabeça negativamente como se tivesse sido derrotado.

— Eu to de castigo, lembra? E tenho um trabalho extra para fazer _ eu expliquei enquanto olhava estranho para o Hugo.

— Quanto a isso não se preocupe _ ela assumiu a diretriz novamente _ vamos fazer o seguinte: vamos todos para os quartos, tomamos um banho e nos reunimos no seu quarto para fazer as tarefas, assim podemos te ajudar Suzan _ ela concluiu. _ acho que sua mãe não vai se importar se fizermos um grupo de estudos.

Os meninos me olharam com uma expressão preocupada, na época eu não sabia, mas ir contra os planos da Brenda não era nada bom, você querendo ou não ela sempre arrumava uma solução. O pior é que eu sabia que minha mãe ia adorar essa historia de grupo de estudos.

Bem, foi o que fizemos, era mais ou menos umas quatro horas da tarde quando eles apareceram na porta do deu quarto.

Meu quarto nunca foi muito grande, nem ai encima então o Derick, o Hugo e o Jonas se espalharam no chão a Brenda na minha escrivaninha e eu fique na cama.

 Eles me ajudaram a concluir o trabalho de direção, e as outras tarefas, eu não tinha muita motivação naquela época, então o que eu tinha feito tava muito bom.

Quando estávamos finalizando os deveres ouvimos uma batida na porta.

Olhamos uns para os outros. Mesmo sabendo que minha mãe não iria se importar com o grupo de estudos, ninguém queria encontrar com ela. Houve outra batida.

A Brenda pigarreou, se levantou de queixo erguido e caminhou até a porta, ela hesitou por um segundo, mas respirou fundo e abriu.

Não era a minha mãe (nenhuma delas), ela o  João:

— Esse não era o quarto da Suzan? _ ele perguntou com as sobrancelhas unidas.

— É sim _ a Brenda respondeu _ a gente só ta ajudando ela a estudar _ e ela escancarou a porta.

O João ficou um pouco surpreso por ver tanta gente no meu quarto.

— Suzan eu preciso falar com você _ ele me disse, eu comecei a me levantar.

— Tudo bem _ falou a Brenda _ já terminamos mesmo _ ela voltou a escrivaninha, pegou suas coisas e se virou para os meninos _ vamos pessoas, vamos guardar nossas coisas _ e ela se virou para mim _ daqui a pouco a gente volta para ir visitar o Filipe.

Todos saíram e o João entrou e fechou a porta.

— Suzan me responde uma coisa _ ele começou _ quando você achou aquele skate, ele já estava daquele jeito?

Eu comecei a me levantar novamente para arrumar as coisas antes de sair.

— Sim _ eu respondi _ por quê?


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