Eles ficaram um bom tempo passando de um lado para o outro com uma musica tocando alto ao fundo. Eu não reconhecia qual banda tocava.

_ Vamos começar a competição _ disse uma voz no auto falante.

No inicio eu não tinha reparado, mas a voz me parecia conhecida.

_ Quem ta narrando? _ eu berrei para a Brenda.

_ É o Paulo _ ela respondeu _ dizem que ele já ganhou esse torneio varias vezes _ ela apontou para o seu parceiro, dizendo quem tinha lhe dado a informa.

Não vou dizer que isso não tenha me surpreendido, ele bem tem cara de quem gosta dessas coisas.

Assistimos os competidores abandonarem a pista.

_ Por favor entrem na pista os competidores da equipe verde _ o Paulo falou _ e só lembrando que o campeão do ano passado está nessa equipe, o Marcos.

Assistimos novamente os skatistas entrarem na pista, um volume manor e verde.

_ Nessa primeira parte do torneio os competidores seram observados em grupos _ explicava o Paulo _ ou seja, além dos obstáculos da própria pista eles tem que desviar dos colegas.

Os meninos pareciam ter muita agilidade, eles deslizavam entre um e outro sem se esbarrarem, desciam pelo corrimão, faziam varias manobras com giros e tudo mais.

Alguns caiam, mas logo se levantavam, o Marcos não era um deles.

Eu não entendia muito sobre skates na epoca, não que eu seja uma expert hoje, mas ele parecia perfeito encima daquela tábua com rodas. Era como se o skate fosse a continuação do seu corpo.

Depois de cerca de quinze minutos o Paulo falou novamente:

_ Parabéns competidores foi uma boa rodada. Agora todos para fora da pista para receberem o resulrado.

Todos sairam de lá, uns rodando outros com o skate na mão. Uns com expressão satisfeita, outros nem tanto assim.

A música continuava a tocar alto.

_ Como eles vão saber quem passou? _ eu perguntei para a Brenda que olhava para os meninos que saiam da pista com um sorriso bobo no rosto.

_ Ele é tão gato _ ela soltou o comentário com um suspiro.

_ Quem? _ eu quis saber.

_ Aquele garoto que acabou de tirar o capacete _ ela apontou e apontou direto para o Marcos que era o unico sem capacete naquele momento _ Você sabia que foi ele que me tirou daquele quarto? _ ela não parou de olhar na direção dele até ele sumir para dentro do barracão _ aquele que a gente fica antes de vim para cá? _ ela perguntou olhando finalmente para mim.

_ Sei _ eu respondi vagamente me lembrando daquele lugar _ foi ele também que aparece para me tirar de lá, mas aí eu mordi a mão dele.

A Brenda olhou para mim e riu.

_ O que foi que você tinha me perguntado? _ ela parecia ter dispertado.

_ Como eles vão saber quem tá na próxima fase ou não?

_ Ah _ ela fez _ o resultado sai ali.

A Brenda apontou para um telão que foi posto do lado oposto a do barracão. Era enorme, não sei como eu não tinha visto antes. Naquele instante ele mostrava um replay da apresentação que acabara de ocorrer. Logo abaixo tinha uma mesa longa onde se encontravam umas quatro pessoas, o tio Paulo tava entre eles e a sua frente tinha um microfone, que parecia bem antigo.

Se passou um bom tempo, a musica tocando, o pessoal ao meu lado conversando, quando o narrador falou de novo:

_ E aí vai o resultado.

Na tela apareceu um ranking com varios nomes em verde. Derrepente alguns nomes ficaram cinza e com uma lista no meio. Não precisava ser muito inteligente para saber que aqueles eram os que tinham sido desclassificados. O nome do Marcos continuou verde.

Os nomes dos desclassificados sumiu deixando apenas os que passaram, mais ou menos ums cinco.

Logo em seguida o narrador chamou outra equipe, a equipe vermelha, depois a equipe azul, a equipe laranja, todos copetiram da mesma forma que a primeira equipe.

E por fim entrou a equipe que o Filipe estava.

_ O Filipe vai entrar agora pessoal _ o Hugo gritou para o grupo.

Todos começaram a aplaudir mais forte do que o resto da platéia, a Brenda gritava muito. Eu acho que perdi alguma porcentagem da minha audição aquele dia por causa dela.

Os amarelo entraram e basicamente fizeram o mesmo que a outra equipe, andaram para lá e para cá, fizeram manobras e essas coisas.

O Filipe tava indo bem, ele parecia bem familiarizado, mas quando parecia que ele ia tentar fazer uma manobra o skate deu uma emperrada. Ele não caiu no chão, mas saiu de cima do skate. Quando isso aconteceu todos prendemos a respiração, isso mesmo, até eu fiquei nervosa. Mas ele se recuperou rápido.

_ O que foi aquilo? _ a Brenda perguntou preocupada para os meninos.

_ Foi a roda _ o Derik falou batendo com a palma da mão na testa _ ela ficou frouxa. Suzan você tem que ir lá dizer para ele trocar aquela roda.

_ Eu? _ fiquei surpresa.

_ Você é a única pessoa de nós que pode entrar lá _ o Hugo informou.

Eu cocei a cabeça.

_ Mas eu tenho que dizer o que? _ eu perguntei _ eu não entendo nada dessas coisas.

_ Só diz para ele trocar a roda _ falou o Jonas.

_ Vai Suzan _ pediu a Brenda com nevorsismo.

Sai em direção ao barracão dei uma olhada por cima do ombro para ver se já tinha saido o resultado, mas eles ainda monstravam a apresentação.

Entrei no barracão e fui logo para as cortinas amarelas, ele deveria estar ali, e estava sentado com o skate na mão com uma cara desolada.

_ Tem que trocar a roda _ eu fui logo dizendo apontando para o skate.

_ Para que? _ ele me perguntou com um olhar assustado.

_ Não sei _ eu encolhi os ombros _ só me pediram para dizer isso.

_ Eu tenho certeza que não passei _ respondeu ele ainda com mais tristeza.

Eu não sabia o que dizer, então me sentei ao lado dele.

_ Pelo que eu vi _ eu comecei a falar _ só não passou nessa fase quem realmente caiu no chão.

Ele olhou para mim. Era óbvio que eu não sabia do que tava falando. Eu não conhecia ninguém, então não podia ligar o nome dos perdedores as pessoas. Eu fiz mais por dedução.

Derrepente começou uma movimentação, do pessoal da equipe amarela.

_ Vai sair o resultado _ alguém gritou.

Todos correram para a entrada do barracão, até o pessoal das outras equipes.

Ficamos todos quietos quando os nomes apareceram em amarelo na tela. Prendemos a respiração quando os primeiros nomes começaram a ficar cinza.