- Hazel, meu amor não solte a minha mão. Você quer chegar atrasada no primeiro dia de aula? – As duas andavam pelas agitadas ruas de Manhattan. A garotinha de cabelos escuros e olhos mais ainda, corria de agitação.

  - Mais rápido, mamãe. Mais rápido. – disse Hazel quase gritando e de repente soltou a mãe e saiu correndo entre as pessoas apressadas.

  - Hazel pare agora e volte aqui. Você pode se machucar – Rachel disse preocupada enquanto corria atrás da menina. Quando ela a alcançou, Hazel havia batido nas pernas de um homem alto que na pressa, ajudou a garotinha a se levantar e entregou de volta a mãe sem dar uma palavra.

  Rachel agradeceu, mas quando se deu conta o homem não estava mais lá. Ela percebeu um celular no chão e deduziu que devia pertencer ao homem e decidiu guardá-lo para poder devolver.

  - Hazel Weston-Berry nunca mais faça isso, está me ouvindo? – A garotinha nem deu moral para a mãe e continuou cantarolando uma música sobre escola o que fez a Rachel rir.

.

.

.

  - Finn Hudson onde está o seu celular? Te liguei milhares de vezes, até a Quinn ligou aqui preocupada com você. – disse Puck.

  - Não cara, meu celular não tocou uma única vez. Peraí, vou pegar ele aqui e ver isso. - Ele começa a procurar o celular na pasta e nos bolsos – Cara, não tá aqui. Tenho certeza que peguei ele antes de vim. Merda, tem tanta coisa lá.

  - Relaxa cara, talvez devolvam – disse Puck, rodando na cadeira – ou talvez não.

  Puck era melhor amigo do Finn desde que começou na empresa e era um cara muito mulherengo e engraçado, mas era uma das únicas amizades verdadeiras que Finn tinha, as outras “amizades” eram apenas por interesse.

  - Ah cala a boca. Me dá seu celular, que eu vou ligar no meu. Ah e o que a Quinn queria? Ela passou mal de novo? – ele disse enquanto discava o número e esperava alguém atender.

  - Ela não disse, só disse que tinha alguma coisa de surpresa ou sei lá. Não sou sua secretária, Hudson. – Finn revirou os olhos e fez sinal pro Puck ficar quieto.

  - Alô? – atendeu uma voz de mulher.

  - Alô. Esse celular é meu. Perdi ele em algum lugar hoje.

  - Ah sim, já ia entrar em contato com algum número da agenda. Você perdeu quando a minha filha esbarrou em você.

  -Ãnh, a garotinha de boina rosa? Bom, eu preciso muito dele. Tem como a gente se encontrar por agora?

  - É essa mesmo. Sinto muito, daqui a pouco tem uma reunião importante e só vou ter tempo à noite. Pode ser?

  - Merda. Quero dizer, pode ser. No bar em frente ao Central Park, conhece?

  - Sim, estarei lá as 7 não se preocupe. Vestido vermelho e cabelo castanho.

  - Obrigado.

  Finn desligou o telefone nervoso e chutou a cadeira. Ele tinha tantos compromissos e telefonemas importantes e ia perder tudo por causa de uma maldita garotinha.

  - E aí cara, vão devolver? Parecia voz de mulher era?

  - Só à noite. Merda, não vou poder fazer nada hoje. É Puck, seu tarado, era mulher.

  - Qualquer coisa, você pode falar que tem um amigo lindo e gostoso.

  - Ah, vai se ferrar. Se alguém perguntar, explica tudo aí. Vou pra casa ficar com a Quinn.

  - Ok, mas sério se for gostosa fala de mim.

  - Vou pensar no seu caso.

  Saiu e bateu a porta do escritório e dirigiu de volta pra casa, ainda muito nervoso com aquela situação. Pensando que teria que ficar o dia inteiro aturando a Quinn e os hormônios dela.

.

.

.

   Rachel era uma mulher muito ocupada por causa do trabalho e, além disso, tinha que cuidar de outros problemas já que o marido dela só fingia que trabalhava, dormia e comia.

  - Alô Brody? Vou chegar depois das 7 hoje porque eu tive um imprevisto, ok? Por favor, não esquece de pegar a Hazel na escola.

  - Calma amor, falando assim até parece que eu sou um péssimo pai. E para de me dar ordens.

  - Você é quase um péssimo pai, Brody. E eu não estou te dando ordens, estou pedindo. Mas é sério, não esquece.

  E ele desligou. Assim do nada, sem nem se despedir. Às vezes a Rachel tentava lembrar por que motivos ela e o Brody tinham se casado, já que ela não aturava aquele homem mais. Ele sempre foi um ótimo namorado, mas como marido era uma negação. Deixava tudo pra ela e não pensava em mais ninguém a não ser ele mesmo.

  Mas Rachel ainda tinha esperanças de que ele acordasse e voltassem a ter aquele ótimo relacionamento, afinal ele é o pai da filha dela. Ela só precisa ser paciente. Uma coisa que Rachel quase não tinha mais.

.

.

.

  As 7 em ponto Finn chegou ao restaurante. Não aguentava mais ficar sem o celular, parecia que tinha se acostumado com aquela vida controlada e regrada. Tudo com o horário certo, sem se atrasar e sem desafios. Agora que parava pra pensar era até meio chato, mas era o que sustentava ele, a Quinn e agora o bebê.

  Olhava fixamente pra porta do restaurante esperando uma mulher de vestido vermelho entrar pela porta. Pediu uma bebida e ouviu o sino da porta olhou rapidamente.

  Era uma mulher baixa, mesmo com o salto e com curvas bem definidas em um vestido vermelho justo. Tinha cabelos castanhos até um pouco abaixo dos ombros e Finn tinha que admitir que era muito bonita. E ele simplesmente não conseguia tirar os olhos dela.

  Finn ergueu a mão para ela pudesse o encontra e a mulher se aproximou e Finn disse:

  - Oi, é, eu sou o dono do celular.

  - Ah sim, meu nome é Rachel Berry e o seu é? – e estendeu a mão para cumprimentar o homem que estava sentado a sua frente.

  Finn não podia acreditar no que ouvia. Aquela mulher tinha mesmo dito que era a Rachel Berry?