MELANIE: ON

Não sabia que ia ser tão difícil deixar todas as minhas amigas. Quando pensava em como seria quando eu me mudasse para os Estados Unidos, eu conseguia me ver com novos amigos, saindo para ir ao cinema ou passeando pelo parque. Mas a realidade é totalmente diferente. Chegamos a Mystic Falls há quase um mês e a única pessoa que eu realmente tive uma conversa no mínimo empolgante foi com a moça da livraria. Discutimos sobre Crepúsculo, a nova série de vampiros mais importante do momento. Eu dizia para ela que a escritora, quando criou eles, não pensou neles como vampiros, na verdade eu realmente não sabia o que se passava na cabeça dela, mas depois ela só fez eles se alimentarem de sangue, e magicamente eles foram considerados vampiros. Vampiros não eram daquele jeito, eles eram seres cruéis e temíveis e não deviam ser como a família Cullen era. Ela dizia que eles eram perfeitos e não importa como eram os vampiros antigamente, agora eles eram assim. O que houve com o bom e velho Drácula?

Enfim, amanhã iria começar as aulas e eu não sei se estava preparada emocionalmente para isso. Eu sei que era uma sortuda por ter me mudado para os Estados Unidos, mas no momento eu só queria a minha casa, os meus cachorros, a minha velha escola e os meus amigos. Resolvi ir ao Mystic Grill, o ponto de encontro mais famoso da cidade, talvez eu conseguisse encontrar alguém da mesma escola, só para não lanchar sozinha no dia seguinte.

Atravessei a praça da cidade e entrei. O garçom eu já conhecia. Só de nome, quer dizer. Matt Donovan. Loiro, olhos azuis, bonitinho e simpático. Sentei-me no bar ao lado de uma cara muito gato. Ele virou para mim e disse:

–Não é muito nova para beber? – ele não estava realmente interessado, achei estranho ele querer puxar assunto logo comigo.

–Na verdade eu só ia pedir uma água. – falei e ele remexeu os ombros e voltou a se concentrar na sua bebida.

– Você é nova aqui? Tenho certeza que nunca te vi antes.

– Eu me mudei a um mês. Mas parece que não tem muitas pessoas dispostas a fazer amizade com uma estranha. – Não sabia porque estava falando da minha vida para esse homem. Mas fazia um tempo que eu não me abria para ninguém.

–Devia tentar. – ele disse e se virou para mim – Damon. – Ele estendeu a mão

– Melanie. – Apertei e depois peguei a minha água.

– Viu? Não é assim tão difícil!

–Vou tentar me lembrar. - Eu falei enquanto me virava para sair – Tchau Damon.

–Tchau Melanie.

Meu objetivo não foi cumprido. Mas talvez eu estivesse errada, talvez não fosse assim tão difícil se encaixar. Ri de mim mesma e segui para a minha casa, amanhã seria um longo dia.