Canon Malfoy escrita por Bella P


Capítulo 2
Sra. Malfoy




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SRA. MALFOY

A primeira vez que Astoria Greengrass colocou os olhos em Draco Malfoy foi no segundo que ela pisou no Grande Salão de Hogwarts durante a sua cerimônia de seleção. Naquela época ela era uma caloura na escola e o rapaz já estava em seu terceiro ano. Astoria, tímida e retraída, não deu muita atenção ao garoto loiro e de feições pontiagudas que conversava com a sua irmã mais velha, apenas colocou o chapéu na cabeça e torceu para não ser posta na Sonserina. Com certeza com o seu jeito recluso de ser não sobreviveria uma noite naquela casa.

A segunda vez que Astoria reconheceu a presença do jovem herdeiro dos Malfoy ela estava em seu quarto ano e ele no sexto. Estava fora da cama depois do toque de recolher, havia perdido o horário estudando para uma prova de feitiços na biblioteca e por isso ofegou e segurou a respiração quando cruzou com o rapaz no corredor.

Aflita, esperou a raeção que viria dele, já contando em receber tiradas sarcásticas e ameaças de detenção do garoto mais velho. Se bem lembrava das histórias que sua irmã contava, Draco sempre gostava de prejudicar os outros. Tinha como filosofia ferrar a terceiros primeiro antes que esses o ferrassem. No entanto, se surpreendeu quando tudo o que o garoto fez foi mirá-la longamente com os olhos cinzentos e passar por ela sem dizer palavra.

Chocada, os orbes verde oliva da jovem observaram o sonserino sumir em uma esquina e somente mais tarde, quando estava na segurança de seu dormitório na Lufa-Lufa que ela percebeu em como Malfoy parecia abatido e preocupado.

A terceira vez que a jovem Greengrass encontrou com Draco Malfoy foi minutos depois do fim da Batalha de Hogwarts. A escola estava um caos, aurores e funcionários do Ministério apreendiam os Comensais restantes, curandeiros e legistas miravam impressionados o corpo caído de Voldemort no meio do salão, com alguns até o cutucando com a ponta da varinha como se para se certificar de que aquilo era verdade, de que o pesadelo tinha realmente acabado.

Potter e seus dois fiéis escudeiros tinham sumido castelo adentro e os Malfoys se encolhiam a um canto da sala procurando proteção um no outro e com Lucius usando o seu corpo como uma muralha para esconder a sua família dos olhares curiosos. Astoria rodou seus olhos claros pelo salão a procura da irmã e surpreendeu-se ao ver seu olhar cruzar com o de Draco. Ambos ficaram se encarando por vários segundos até que um grupo de aurores aproximou-se dos Malfoys, bloqueando a sua visão e depois de uma conversa breve com Lucius, levou a família embora do castelo sob nenhum protesto.

Depois deste dia, Astoria esqueceu-se de Draco e seguiu a sua vida empenhada em completar seus estudos mesmo depois da quase destruição de Hogwarts.

No entanto, a quarta vez que Greengrass cruzou com Malfoy foi dias depois de completar dezessete anos, de chegar a maioridade. Sua mãe tinha praticamente invadido o seu quarto, saltitante e com um sorriso de orelha a orelha, o que amedrontou a adolescente. A sra. Greengrass não sorria desde que descobrira que seu marido tinha afundado a família em dívidas de jogo, gastado toda a fortuna deles e ainda tivera a audácia de morrer do coração e deixar essa complicação toda nas costas da esposa e das filhas.

Entretanto, a sra. Greengrass tinha encontrado uma solução prática para resolver esta situação. Começara ao casar a sua irmã com um rico empresário bruxo russo que era ao menos uns quinze anos mais velho que Daphne. Agora, ao que parecia, seria a sua vez. Ainda animada, a mulher a tirara da cama, a obrigara a vestir as suas melhores vestes bruxas e com o sorriso intacto no rosto a arrastou para a Mansão Malfoy.

Parecia que seria uma troca justa, pois os Malfoys continuavam ricos, mas haviam perdido prestígio e influência com as suas associações durante a guerra. Os Greengrass estavam pobres, mas ainda tinham um nome respeitado dentro da comunidade bruxa. Então o casamento era um equilíbrio perfeito, o dinheiro dos Malfoy estava comprando o prestígio dos Greengrass.

Astoria ficara tão enfurecida ao saber que estava praticamente sendo vendida para manter o estilo de vida fútil da mãe que ela não hesitou em amarrar a cara todo o caminho até a casa dos Malfoy e quando ouviu a primeira frase da sua mãe organizando os preparativos com Narcissa, a adolescente explodiu para quem quisesse ouvir.

- Eu me recuso a casar com um moleque mimado e arrogante somente para satisfazer as suas vontades frívolas mamãe! - a garota tinha gritado para o choque da sra. Greengrass e divertimento de Narcissa e Draco.

- Ela é perfeita. - Draco dissera com um sorriso de escárnio no rosto e Astoria piscou intensamente sem entender, desinflando a sua raiva e caindo sentada na cadeira estupefata. Depois disso, desse elogio do jovem Malfoy, ela não registrou mais nada e parece que somente retornou a si quando em uma tarde de primavera, quatro anos depois, ao assinar o seu nome em um documento oficial percebeu que no lugar de Greengrass havia escrito Malfoy.


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