Canon Malfoy escrita por Bella P


Capítulo 1
Sensível




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SENSÍVEL

O vaso de flores passou rente a sua orelha e se não fossem pelos seus reflexos adquiridos dos anos como apanhador, com certeza agora ele teria um enorme corte e um hematoma na testa para exibir. Um grito veio acompanhado de outro objeto inanimado vindo em sua direção e o loiro mais do que depressa se jogou contra o chão para poder evitar a colisão que com certeza teria sido dolorosa.

Com um relance sobre o ombro viu com pesar o orbe de vidro que servia como peso de papel espatifar-se contra a parede de pedra do corredor e rapidamente fixou suas íris acinzentadas na criatura que atirava peças atrás de peças de decoração sobre si enquanto gritava impropérios sobre a sua pessoa.

- Seu bastardo! - a voz feminina vociferou, jogando contra o homem um porta retrato cujas pessoas na foto protestaram diante de tratamento tão violento em relação a moldura. - Insensível! - nisto o tom de voz ficou rouco e um soluço brotou do fundo da garganta da mulher. O braço erguido e que agora segurava um relógio de mesa pareceu enfraquecer e aos poucos foi se abaixando.

Outro soluço brotou da jovem e ela pareceu desinflar, a raiva deixando o seu corpo enquanto o mesmo amoleceu e foi deslizando pela coluna da lareira até chegar ao chão. Ao ver que a mulher finalmente parecia ter perdido a ânsia de assassiná-lo, Draco soltou um longo e sofrido suspiro, saindo de seu esconderijo atrás do batente da porta do quarto e adentrando o aposento cautelosamente.

Astoria continuou imóvel, recostada a lareira e soluçando enquanto abraçava o relógio contra o peito, ignorando a aproximação do loiro que não sabia se ria da cena patética ou se consolava a mulher. Não era bom nessas coisas de apoio moral ou sentimental e sabia que se deixasse a gargalhada fluir, a diminuta criatura na sua frente seria capaz de jogar a cama do casal em cima da cabeça dele. Melhor não arriscar.

Aliás, nos últimos meses, o melhor nunca era arriscar quando o assunto era a jovem sra. Malfoy.

Ainda a passos hesitantes aproximou-se mais dela, seus olhos claros percorrendo a figura da esposa a procura de qualquer problema, visto que a crise que ela teve há pouco poderia prejudicar a sua saúde, o que não era aconselhável no momento. Seus orbes cinzentos percorreram do rosto arredondado e pálido, das bochechas vermelhas e pintadas por claras sardas até os grandes olhos verde oliva inchados por causa do choro. O longo cabelo castanho escuro e cacheado estava em desalinho, caindo sobre ombros finos e também pintados por sardas. Seu olhar desceu pelo corpo da mulher, passando pela cintura fina aos quadris largos e coxas grossas e que marcavam a grande camisola, até retornarem ao abdômen levemente saliente.

E foi este pequeno detalhe o estopim que levou a ex-Lufa a mostrar as garras como uma leoa da Grifinória.

E essa foi primeira lição que Draco Malfoy aprendeu durante os anos de casamento que se seguiram. A de nunca, nunca mesmo, dizer que a mulher grávida estava gorda.

 

 


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