As Long As You Love Me escrita por Madness


Capítulo 16
Capítulo 15




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As primeiras aulas passaram tão lentamente que pareciam durar séculos. Depois do que fizemos com o Chad, digamos que a escola estava tranquila, Anna mesmo assim tinha medo de se sentar com a gente durante o intervalo, então ficamos com ela na sala. Ela e o Dylan ficaram comentando o tal livro do Sherlock Holmes e eu muito atencioso no que eles falavam quase dormi, mas no final acabei jogando Angry Birds no celular.

As últimas aulas foram legais até, o professor de inglês passou um filme pra gente assistir, era legal, mas não lembro o nome... Sou muito atencioso, sabe? Enfim. Acho que depois ele vai pedir o resumo...

Eu e Dylan temos que ir pra biblioteca assim que bater o sino, triste.

- Então eu vejo vocês mais tarde – Disse Anna assim que o sino bateu.

- O.k.

- Tchau – Ela disse acenando para a gente enquanto saia da sala.

- Pronto pra enfrentar a Dona Robertha? – Eu perguntei a Dylan numa voz de desgosto.

- Fazer o que... - Ele resmungou baixinho e nós saímos da sala.

-x-

A biblioteca era meio longe da nossa sala, então demoramos uns 10 minutos pra chegar... Não que seja tão longe assim, mas o Dylan precisou usar o banheiro.

Chegamos à biblioteca e ela estava totalmente silenciosa, tinha uns dois alunos ali pesquisando algo. Olhamos em volta e nada da Dona Robertha.

- Já que ela não está, vamos embora... – Comentou Dylan. Seria esse nosso dia de sorte? Tive certeza que não quando algo tocou meus ombros.

Sabe aquele momento que a gente congela e não sabe o que dizer? Muito menos o que fazer? Aquele momento que bate uma vontade de fugir... Era isso o que eu sentia, um queimação no estômago (não era indigestão, ok? Apenas... medo?).

Eu me virei, mas eu não me virei assustado, o que era estranho. Quem estava na minha frente? Se chutaram a senhora Robertha, erraram. Não era ela. Pensei que fosse o diretor, mas também não era...

- Olha só, se não é o James... – Chad disse num tom de deboche, eu odiava esse cara desde que ele roubou meu pirulito na segunda série. – Nós não éramos amigos Jay? – Ele diz erguendo uma sobrancelha. Toda aquele medo que talvez eu sentira a uns minutos a trás se esvaiu. Tudo que eu sentia vontade era de bater até Chad ter o que merecia. Ele era um filhote de babuíno albino que roubava pirulitos! Isso não é legal.

- Olha se não é a garotinha fã de Titanic... – Dylan diz no mesmo tom de deboche que ele. Seus amigos soltaram uma risada abafada e com o olhar Chad apenas os repreendeu e voltou seu olhar assassino para mim, aposto que vários pensamentos (se é que esse cara pensava) sobre como matar Dylan e eu passavam por sua cabeça. – Sai daqui projeto de cantora, está na hora das suas aulas!

Foi quando Dylan levou um soco no rosto. Chad o olhava triunfante, como se bater fosse a solução para essa situação. Dylan caído no chão começou a rir... Essa cara era doido e agora eu tinha certeza.

- Você é tão pateticamente troglodita – Disse se levantando. – Que quando é humilhado verbalmente parte pra agressão. – Ele limpou o fio de sangue que escorria do canto de sua boca e cruzou os braços esperando alguma reação de Chad que resultasse em briga.

- Você vai me pagar, sua marica! – Ele veio pra cima do Dylan, mas eu entrei na frente.

- Não faça isso Chad, vocês podem ser três, mas não são tão espertos quanto a gente – Eu sorri debochando.

- Craig e John segurem o marica dois, porque eu vou dar uma surra no marica um. – Ele disse estralando os dedos e rindo de nossa cara. Craig era o mais alto do time de basquete, um pouco mais de dois metros, era meio magro, tinha o cabelo raspado estilo militar, uma cicatriz no queixo e era branquelo, apesar de ser magricelo ele era forte. John era quase o oposto de Craig, ele era uns dois centímetros mais baixo que eu e era meio “gordinho” e tinha uma cara de mal, ele era careca (sua cabeça lembrava um desodorante roll on), ele era moreno e era bem forte.

Eu já estava cercado pelos dois e Chad já segurava Dylan pela gola da camiseta, foi quando uma voz feminina me salvou.

- Senhor Murray, largue o Senhor Morgans agora e me acompanhe até a diretoria. – Era a dona Robertha, nunca fiquei tão feliz em vê-la. Craig e John já se afastavam de mim. – VOCÊS DOIS! – Ela disse gritando para eles. – Pensam que eu não vi? – Ela ergueu suas sobrancelhas e os olhou por cima do óculos meia lua. – Não gostam de andar com o senhor Murray? Então, agora andem com ele até a diretoria também. – Eles abaixaram as cabeças e apenas assentiram. – Eles foram seguindo até a diretoria sobre o olhar severo da dona Robertha.

- Dona Robertha, eu e Dylan temos que fazer o que? – Eu a perguntei assim que eles saíram.

- Meu Deus Dylan, o que é isso no seu rosto? – Foi quando eu percebi, tinha um roxo logo abaixo do olho dele. Ela se aproximou dele e tomou o machucado o fazendo gemer baixinho de dor. – Bom, com isso eu declaro: Por hoje estão dispensados, mas amanhã a gente se vê. Tchau. – Ela disse saindo pela porta e se dirigindo até a diretoria. A dona Robertha era meio louquinha, porém era bem legal. Ela usava aquelas roupas antiquadas que bibliotecárias sempre usavam, seus cabelos sempre estavam presos em um coque e seus óculos ficavam pendurados no pescoço, ela apenas os levantava quando precisa ler ou ver bem quem estava em sua frente.

- É cara, nos livramos hoje, estamos com sorte. – Dylan disse sorrindo e eu apenas o encarei. – Que foi?

- Sorte? A gente quase foi espancado, você levou um belo de um soco e diz que estamos com sorte? – Foi aí que ele riu mais.

- Meu jovem amigo, estava tudo planejado, esse era meu plano desde, hãn, desde que eu percebi o que fiz. – Eu o olhei confuso e ele rolou os olhos. – Depois eu que sou o lerdo... – Ele disse fazendo uma cara de tédio. – Jay, meu amigão, com tudo isso que aconteceu a gente se livrou de umas duas horas de tédio e como brinde o Chad será suspenso! – Ele disse animado, fazia sentido, mas não coloquei muita fé nisso. Qualquer pessoa podia comprar o diretor, só oferecer pra ele um duende e pronto.

- É pode ser, mas agora vamos pra casa? Vou dar um jeito nesse seu, hãn, presente? – Eu franzi o cenho. – Isso está horrível.

- Awn amor, você vai mesmo cuidar de mim? – Ele disse fazendo uma cara fofa. – Não é atoa que você me chama de sua princesa. – Ele disse vindo pra cima de mim para me abraçar.

- Dylan. Para. – Eu disse pausadamente. – Não expresse seus desejos homossexuais em público. – Eu disse rindo e Dylan gargalhou.

- Ok, agora vamos logo pra sua cara porque eu preciso comer. – Ele disse batendo em sua barriga. E então nós fomos para casa.

Nota mental: lembrar de comprar os remédios do Dylan, acho que os dele acabaram.


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