Os Vingadores: Blackout escrita por Tenebris


Capítulo 26
Saudade


Notas iniciais do capítulo

Oi galera :)
Tenho muitos recadinhos hoje, então se preparem. Primeiramente, gostaria de avisar vocês (de novo!) que em um ou dois capítulos o Loki volta pra fic o/ Não se preocupem, o deus da trapaça ainda tem muito que aprontar kkk. Esse capítulo mostra um pouco do que aconteceu com o Gambit e direciona a história para outros novos acontecimentos. Preciso dizer, estou MEGA ANSIOSA pro próximo capítulo, o 27, porque vai acontecer uma coisa muuuito legal que pode nos levar a outra temporada, se vocês quiserem. O passado da Anne pode voltar com tudo, rs.

Outra coisa, gostaria de pedir a opinião pra vocês sobre qual fic vocês querem que eu escreva depois dessa. Acho que mais cinco ou seis capítulos, e essa fic termina. Isso dá mais ou menos um mês :/ Vou atender o pedido da maioria. Então, qual vocês querem que seja minha próxima fic?
a) Continuação de Wolverine: Uma história
b) Continuação de Loki: O Resgate
c) Continuação dessa, Vingadores: Blackout
d) Homem Aranha: Fúria
Não sei se todo aqui curte Marvel, ou se conhece todos os personagens, mas essas fics falarão basicamente sobre esse universo. Preciso da opinião de vocês. Boa leitura!



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Anne desabou no chão da sala de reunião na SHIELD.

Olhou ao redor e viu os outros agentes e Vingadores caindo e se recompondo da mesma maneira.

Em seguida, quando tudo se normalizou, Anne caminhou até uma janela. Nova York brilhava em meio ao fim de tarde. A cidade que nunca dormia parecia quase intacta, como se estivesse exatamente como Anne a deixou.

- Saudades de casa? – Perguntou Tony, retirando o capacete da armadura.

- Você não? – Replicou Anne.

- Mais ou menos. Vou falar com Pepper, matar as saudades e... – Tony interrompeu-se.

- Teremos apenas um dia de folga. Vejam só o que chegou. – Disse Clint, entregando um envelope pardo para Tony.

Ele o leu por alguns segundos e falou, olhando para todos os presentes, inclusive Fury.

- Não acredito. Vocês suspeitam que a IMA, Idéias Mecânicas Avançadas, possa estar ligada a mafiosos intergalácticos? Francamente... Lá se vai meu dia de folga... – Perguntou Tony, incrédulo.

E saiu da sala despedindo-se rapidamente de todos.

- Senhorita Stein, creio que queira ir logo para casa. Gambit levará você até lá. E estão de parabéns, Vingadores. Orgulho-me de fazer parte dessa equipe. Estão liberados. – Parabenizou Fury, pegando relatórios das mãos da agente Maria Hill e saindo também.

Não deu vinte minutos, e Anne estava parada em frente à porta de seu prédio. Gambit a levara de carro. A viagem foi silenciosa, mas Anne sabia que devia algumas palavras para o colega.

- Acho que... Precisamos conversar. – Ela disse receosa.

Gambit apenas assentiu, como quem via mais um pesadelo se tornar realidade.

- Sei que não tenho sido a melhor companheira de equipe do mundo... – Começou Anne, sem saber direito como se expressar.

A única coisa que os iluminava era a fraca luz do painel do carro e algumas luzes coloridas dos letreiros de neon lá fora. Gambit tinha as mãos firmemente agarradas ao volante. Os olhos faiscavam rubros.

- Não posso exigir nada de você, Anne... – Disse Gambit, finalmente olhando para ela. – Foram quase oito meses nessa loucura de treinamento e Asgard... Entendo como tudo foi bastante novo e difícil pra você.

- Não estava me referindo a isso. – Completou Anne, olhando significativamente para Gambit. Ele pareceu entender o que ela queria dizer. Porém, Anne não queria colocar em palavras. Sentia ligeira vergonha de si mesma.

Ela beijara Gambit. Porém, para ambos, aquilo tinha sido apenas algo físico. Não havia sentimentos mais profundos além de uma afinidade de idéias e simpatia. Desde então, eles mal haviam se falado direito. Nada havia acontecido entre eles outra vez. Aí, aparecera Loki.

Anne tinha a impressão de que Gambit não se importava tanto com o fato de ela tê-lo deixado, porque ele compreendia o que houvera entre os dois. Ele importava-se mais com o fato de Anne estar junto de Loki.

- Você não me deve desculpas. – Acrescentou Gambit, com um sorriso travesso.

- Mesmo assim. Quero saber se está tudo bem entre nós. Quero ter certeza de que não guarda rancor de mim. Que podemos ser colegas de equipe. – Disse Anne, quase desesperada. Gambit a reconfortou com um tapinha nas costas, e Anne tentou voltar a si.

- Anne. Não sou idiota. Sei que o que houve entre a gente foi... Um tanto físico. Eu entendo isso, assim como você. Sei que não temos nos falado tanto, mas acho que foi mais por causa das missões. Não guardo nenhum rancor de você. Tivemos algo bacana, mas ficou lá atrás. Não cabe a nós insistir nisso. Somos colegas de equipe, não somos? – Discursou Gambit pausadamente, como se quisesse que Anne decorasse cada palavra com perfeição.

- Você é o cara... – Ela disse, tranqüilizando-se levemente.

- Mas tem mais uma coisa. – Disse Gambit, cujo brilho dos olhos rubros se intensificou.

- O que? – Perguntou Anne, sentindo o que viria a seguir.

- Loki. – Completou Gambit. A expressão dele era preocupada.

Anne revirou os olhos e cruzou os braços. Não queria falar sobre isso com Gambit. Pressentia o que ele diria... Porém, pensou no quanto ela poderia tê-lo feito sofrer algumas vezes. Acabou concordando em falar no assunto do deus.

- Que quer saber? – Murmurou ela, mal humorada.

Gambit suspirou, pigarreou e falou, tomando cuidado para não parecer rude demais:

- É um aviso de amigo. Tanto amigo pessoal, como amigo Vingador. Não vou te impedir de fazer nada, mesmo porque não tenho esse direito. Afinal... A vida é sua. Mas esse cara é perigoso. Ele é traiçoeiro e manipulador. Não o conheço direito, além de conhecer essas coisas que todos dizem sobre ele... Não sei se ele é capaz de se regenerar ou não... Mas não importa. Apenas tome cuidado com ele. Muito cuidado. O Thor também está preocupado. Todos temem por você.

Anne irritou-se momentaneamente. Sabia que a intenção dos Vingadores era boa, era protegê-la. Mas não conseguiu não se irritar. Era a vida pessoal dela, e isso nada tinha a ver com a equipe. Por fim, depois de bufar por alguns instantes, ela resolveu atender ao pedido de Gambit. A intenção era boa, apesar de inconveniente...

- Está bem. Vou me cuidar... Pode deixar. Já estou feliz por saber que você me perdoou... – Comentou ela.

- Por que tanta insistência nisso? – Indagou Gambit, a voz alteando-se.

Anne fez menção de falar. Depois, hesitou. Gambit a olhou com seu olhar astuto de quem entende de jogos de azar e blefes. Anne não teve alternativa se não continuar o que tinha iniciado:

- Porque preciso de um favor. Um favor que só você pode fazer.

- Que favor? – Perguntou Gambit, alarmado. Ele virou-se quase completamente, disposto a interagir com Anne o máximo possível.

- Primeiro, preciso que prometa me entender. Não me interprete mal, e por favor, que essa conversa não saia daqui. É um favor de amigo. Sei que posso contar com você. com você... – Contou Anne, mordendo o lábio.

Era a primeira vez que ela falava sobre isso com alguém. Só acontecera uma vez, mas mesmo assim, aquilo não saía da cabeça dela. Tomar uma atitude a deixaria mais confortável.

- Fala, Anne. Estou ficando preocupado... – Disse Gambit, ansioso.

Anne respirou fundo e desviou os olhos dos de Gambit. Precisava fingir que estava sozinha.

- Bom... Eu tenho poder Jotun dentro de mim, certo? Isso me mantém viva... Esses dias, eu notei diferenças. Lapsos de memória... Agilidade... Força... Reflexo. Por um microssegundo, pensei estar fora de mim. Acho que isso foi efeito do poder que recebi. Não é nada permanente, foi só uma reação do meu corpo. Nada preocupante... Deduzo que, por ter recebido essa energia de repente, meu corpo se manifestou contra ela.

- Aonde quer chegar, Anne? – Perguntou Gambit. Seus olhos sequer piscavam e sua expressão estava mortificada, tal era a tensão do momento.

Anne arquejou e continuou seriamente. Sua voz parecia mais firme e decidida do que ela de fato estava.

- Quero que me vigie. Estou pedindo para que observe meu comportamento, se eu estou estranha, diferente... E, caso eu estiver fora de mim por algum motivo em algum momento, quero que me impeça, se for o caso...

Gambit assentiu gravemente. Então, ele a ajudaria e faria o que ela pedia. Além disso, ele entendeu o que Anne contava. Sua expressão ficou austera por algum momento. Anne pensou que ele a repreenderia e que pediria para ela contar a verdade aos Vingadores. No entanto, ele só perguntou:

- Lapsos de memória e mudanças físicas?

- Sim. – Ela respondeu, sentindo estar em uma visita médica.

- Mais alguém sabe? – Ele replicou.

- Só você. – Anne respondeu.

- Quantas vezes isso aconteceu? – Gambit finalizou.

- Uma. – Ela contou.

Então eles se despediram, e o olhar que trocaram não deixou dúvidas. Quando Anne bateu a porta do carro, Gambit a observou e entendeu o que tinha acontecido com ela. Talvez, fosse realmente algo para se preocupar.

E a saudade se dissipou, quase como se nunca tivesse existido.

Anne subiu e conversou com os irmãos, depois de um abraço de dez minutos. Andrew e Alex contaram que Nick tinha ligado, em pessoa, para avisar da chegada de Anne e de seu bom desempenho na batalha. Anne não teve certeza, mas devia ter conversado com os irmãos durante aquela noite e madrugada inteira.

Ela contou sobre tudo, omitindo cuidadosamente as partes sangrentas das Batalhas, os ferimentos, e principalmente Loki. Tudo chegou a um nível mais crítico quando ela precisou contar do envenenamento, mas ao que parecia, Andrew e Alex tinham sido informados sobre isso previamente. Anne não sabia o quanto Fury tinha contado a eles, mas nada foi falado sobre Loki, o que a tranqüilizou bastante. Sentiu que não era a hora de mencionar o deus... Mesmo porque ela e Loki não tinham muito que dizer aos outros sobre o que vivenciavam. Ainda assim, Loki só foi mencionado quando Anne contou que ele lhe salvara. Ela acrescentou um detalhe inexistente, mas que minimizou o constrangimento. Ela disse aos irmãos que Loki lhe salvara porque teria sua pena diminuída. Dessa forma, eles pararam de perguntar o porquê do deus ter feito aquilo, quando sua natureza era tão má.

- Você parece bem, apesar de tudo. – Disse Andrew, no final da noite.

- Estou me sentindo ótima. Melhor agora, com vocês... – Anne finalizou, e outro abraço em grupo teve início.

E a vida seguiu.

Anne trabalhava oficialmente como agente da SHIELD e Vingadora, e passou a receber um salário tão bom quanto seu anterior, trabalhando como engenheira elétrica. Agora, ela passava oito horas por dia na SHIELD, treinando e se aperfeiçoando com os Vingadores. O trabalho no escritório ficou com seus irmãos. Andrew estagiava e Alexander ficava com o trabalho mais pesado, mas ambos conseguiam dar conta.

Na SHIELD, além dos treinos com os Vingadores, quase todos trabalhavam em alguma pesquisa especial. Fazia um tempo que não havia ataques de grande escala em Nova York, de modo que eles ficavam mais tranqüilos. Tony Stark trabalhava em um projeto para descobrir detalhes de planos da IMA. Steve Rogers treinava alguns agentes novatos. Natasha e Clint faziam espionagem especializada. Banner desenvolvia uma pesquisa com raios gama e Thor ia e vinha de Asgard frequentemente. Gambit dividia-se entre freqüentar a SHIELD e cuidar de uma casa de jogos, um tanto quanto questionável.

E Anne, como agora só trabalhava lá, desenvolvia alguns projetos também. Com a ajuda de Banner e Tony, eles estavam aprendendo a lidar melhor com o Tesseract, agora que eles conseguiram recuperá-lo e que Anne lhe restituíra a energia. Estavam quase identificando um padrão energético capaz de potencializar o poder do cubo e aumentar sua extensão e área de atuação. Um grande avanço científico e um projeto altamente secreto.

Anne convivia com os irmãos, abraçando-os sempre que podia e aproveitando cada momento junto deles. Para variar, os pais deles só haviam conversado com os irmãos umas três vezes, na ausência de Anne. Nada mais relevante que isso.

E assim, tão rápido quanto os abraços fraternos, dois meses logo vieram e passaram. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? a Anne deve mesmo se preocupar? :D