Neko no Noroi escrita por Nacchan


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

~Zombie~ Eu ressuscitei!



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Não sei se essas são minhas lembranças mesmo ou se de tanto meus pais falarem comecei a achar que fosse. Quando tinha três anos, meu único irmão nasceu. A primeira vez que eu tive contato com ele, o que fiz foi ir até o meu quarto e pegar o meu brinquedo preferido – um boneco azul de pano – e ir até ele, oferecendo e dizendo: “Vamos ser amigos?”. Claro que ele não entendeu nada, só pegou e babou no boneco.”


O lugar não era agradável, uma construção velha e mal cuidada, contudo parecia ser maior por dentro do que aparentava por fora. A única coisa que me parecia estranho era a falta de movimentação, nenhuma luz, nenhum som, nada. Só uma pequena presença. Isso não me deixou menos atento, fui até a porta da entrada e olhei para trás.

– Você não vem? – Hatsumi continuava parada há uns dez metros de distância.

– Pelo jeito o “Cão” está ai, então eu vou ficar por aqui mesmo...

– “Cão”? Outro do zodíaco?

– Sim, um sádico maníaco. Tome cuidado...

– Hm.

Não me preocupei em entrar silenciosamente, empurrei logo a porta principal fazendo um grunhido de coisa velha. Onde estava mesmo aquela pequena presença? Provavelmente seja esse “cão”... Não parece ser grande coisa.

O primeiro cômodo era uma sala, eu acho, algo como um lugar grande e escuro, semivazio, só com o que parecia um sofá e um lençol o cobrindo. Olhando melhor, a janela aberta à esquerda deixava um pouco da luz da lua entrar e ela insidia diretamente num objeto apoiado naquele sofá. O que era aquilo?

Aproximando-me tive certeza: era uma espada de duas mãos. Parecia muito bem talhada, tinha por volta de um metro e vinte, uma base larga e com algumas inscrições em sua borda, a lâmina parecia afiada nas duas pontas, mas a parte superior certamente era a mais cortante, e de lá saia um risco que a dividia inteira bem ao meio, e esse risco, ao longo da espada, alargava-se formando uma abertura no formato do contorno de um olho, voltando a afinar-se na base desta.

Aproximei-me. Por um segundo esquecia a situação, até que estendi a mão para alcançar a espada e, num impulso instintivo, pulei para trás fugindo de um golpe desta mesma. Olhando uma segunda vez, ela certamente não se mexeu sozinha, uma pessoa (talvez seja uma pessoa, tem forma de, mas não sinto sua presença) a balançava, atacando-me. Ah, então de baixo daquele lençol, alguém deitava no sofá...

– Você é o Neko-chan, né? – Sorria ceticamente.

“Neko-chan”...?

– Me falaram que ia demorar mais pra chegar! Que falta de educação a minha, se soubesse, faria uma recepção melhor! – Olhou um pouco para o lado e continuou. – Neko-chan, Neko-chan, vamos brincar?

Esqueça a espada, primeiro o capture, extraia o máximo de informação e depois se livre dele. Aí quem sabe posso apossar-me dela... Mais importante agora é ver seus movimentos, como ele manuseia, quais os golpes, suas peculiaridades, seu estilo; depois imitar e aperfeiçoar. Nunca quis tanto uma arma como aquela.

O garoto a minha frente, bem, falarei dele para não fazer pouco caso: parecia ser mais velho, talvez vinte anos, era moreno e com um cabelo meio bagunçado, olhos igualmente castanhos e pelo menos uns vinte centímetros mais alto do que eu. O que chamava a atenção não era sua roupa com cores gritantes nem seu olhar pedindo sangue, mas que eu sentia como ele não existisse.

– Ei, Neko-chan, seus pais morreram em vão, foi? Não te ensinaram nada? Devia responder quando alguém perguntar algo!

Tentava me tirar do sério? Ah, pode ser corajoso, mas não é muito inteligente, aliás, isso foi coragem ou confiança?

– Você deve ser o cão, certo? Bem, de qualquer forma isso não importa... Que tal adiantarmos a situação e falar logo o que eu quero saber?

– Ok, sem problemas. – Esse é um cachorro sem muita lealdade. – Só faça algo pra mim também, uma troca equivalente, certo? Me divirta, pirralho!

– Só isso? Claro, claro, posso lhe torturar até quanto? – Sorri ironicamente.

– O quanto conseguir, se conseguir!

Normalmente eu não abriria um diálogo com o oponente, só o eliminaria. Mas como o que quero agora não é matá-lo, formar um elo e deixá-lo tagarelar seria o melhor, assim ele deve falar mais fácil depois. Não tenho muito tempo pra perder com tortura, os Viginti vão acordar e eu tenho que chegar antes disso... Achá-los depois que conseguirem sair da dimensão de Kanro seria trabalhoso demais.

Comparado com outros manuseadores de espada com que já lutei, esse era o melhor, admito, porém ainda não conseguia me atingir. Era veloz, mas nada comparado ao Ryuu, ele tinha boas reações, prevendo os meus movimentos, mas nada comparado à Tisha, era forte, mas nada perto de Kanro e gritava escandalosamente, mas nem se compara ao escândalo de Mayumi. Lançava golpes transversais e normalmente baixos, numa sequencia rápida e precisa, como quem já havia treinado e executado isso muitas vezes, sempre mirando pontos não letais.

– Ei, Neko-chan, me ataque também, essa brincadeira está ficando sem graça!

– Claro, claro, vossa majestade. – Ironizei.

Peguei algumas agulhas. Ai se eu pudesse simplesmente bloquear suas cordas vocais...! Lancei-as em lugares mais adiposos, onde iria doer, mas não fariam nenhum efeito que o impossibilitasse de manusear a espada, afinal, queria aprender alguns golpes e sentia que ele não tinha mostrado absolutamente nada ainda. Em seguida, corri em sua direção, desviando de seus ataques e passando por seus bloqueios, acertei-lhe uma sequencia de golpes com a lateral da mão em vários pontos, rompendo alguns vasos sanguíneos, ainda sem nenhuma lesão séria.

Logo que me afastei, ele apoiou a pesada espada no chão e, passando o polegar direito sobre o sangue que escorria do canto da boca, banhou todo o dedo em vermelho, pegou a espada novamente e sorriu, dizendo:

– Agora sim isso começou a ficar bom!

Voltou a me atacar com aqueles golpes medíocres... Desse jeito não me levaria a nada.

– Você diz que começou a ficar bom, mas só faz isso... Mostre-me alguns golpes que valham a pena aprender! – Disse enquanto me desviava.

– Ah, então era isso! Você esteve de olho nela o tempo todo! – “Nela” quem? E ria escandalosamente, como já fazia antes.

– Desculpe atrapalhar a sua alegria, senhor, mas não faço ideia do que está falando... – Ironizei.

– Ai, ai! – Esfregava a palma da mão nos olhos, enxugando as lágrimas de tanto rir. – A Hakashiwa! – E exibiu a grande espada.

– Que nome inútil.

– Não é inútil, coitada! É uma das doze espadas amaldiçoadas!

– “Espadas amaldiçoadas”...?

– Não amaldiçoada, mas que lança uma maldição... Ah, sei lá se isso tem um nome! O que importa é que chama Hakashiwa e é muito importante!

– Isso não faz o mínimo sentido...

– Então vamos lhe mostrar!

Ele realmente falava muito... Se contar o que fará, eu facilmente bloquearei. Mesmo não contando, mas anunciando seu golpe, eu ficaria mais atento. Não vejo sentindo para tanta conversa...

Ele partiu reto em minha direção, aumentando a velocidade e atacando de frente. Simplesmente desviei dando um salto para trás e então, num instante mínimo, vi a pessoa a minha frente cair dura e a espada sumir, reaparecendo com o buraco em forma de olho em volta de meu pescoço.

“Ele vai arrancar minha cabeça!”

E, sem tempo de pensar em mais nada, meus instintos tomaram conta. Vi em câmera lenta alguém atrás de mim puxando a espada; chegou a fazer um pequeno corte na direita antes que eu conseguisse sair dali e, dando uma volta, afastar meus pés para dar sustentação e com o braço esquerdo atingir-lhe a cintura pela direita enquanto que o braço direito atingia o pescoço pela esquerda, assim fazendo-o girar no ar e, forçando mais o braço que atingira o pescoço, impulsioná-lo até o chão e fazê-lo bater a cabeça com considerada força.

Levando em conta que foi tudo por um instinto, não consegui me controlar no golpe.

Será que ele morreu...?


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Notas finais do capítulo

Vocês nem lembram quem é ela, né? >_
Bem, no próximo ela vai aparecer mais um pouco, e eu prometo não demorar muito pra postar. Já que estou de férias, pretendo dar dar uma acelerada aqui também~ Desculpem o incômodo!



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