Neko no Noroi escrita por Nacchan


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei, né? Sentiram falta do Garu? (Claro que não...) Se algum louco aí achar que sim, por favor assine um baixo-assinado contra provas, u_u.



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 Política sempre me desagradou, é uma das coisas que, por mais que você tente entender racionalmente, não tem sentido nenhum. É só um jogo de interesses. E interesses dos que já estão no poder, claro. Seja qual Terra for, qual país for, qual mundo ou qual galáxia, todo tipo de governo é corrupto, em um sentido ou outro.

 Aqui muito menos diferente. Yoshifumi-san faz seu melhor para manter o equilíbrio, mas também não é um santo. Mantém sua fachada de controle e estabilidade, enquanto há várias lutas internas e rivalidades entre as Terras, além de que, o poder, de fato, não está em suas mãos. Não nego que ele seja influente e que tenha muito controle, mas poucos sabem que, não só a política, mas a economia e a ideologia de todas as Terras são controladas por aquele “grupo”. Aquele que tem a maior força militar possível, aquele que guarda o rancor dos monstros do zodíaco.

 A lenda sendo verdadeira ou não, o fato é que os espíritos dos animais ainda vagam na terra, e, cada um deles, tem um poder enorme. O mais poderoso é o Gato, devido a sua raiva descomunal, depois segue a ordem do zodíaco: o Rato, o Boi, o Tigre, o Coelho, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, o Carneiro, o Galo, o Macaco, o Cão e o Javali, o mais fraco. Mesmo este assim o sendo, seu poder ainda é maior do que o que qualquer humano conseguiria obter.

 Para mim era claro que Yoshifumi-san só deixava alguém como eu – um monstro que pode se descontrolar e perturbar a “paz” – ficar nas Terras Centrais porque isso também lhe apresentava vantagens. Além de uma arma em potencial, era um objeto que lhe dava considerável influência, já que, em último caso, ele podia simplesmente me negociar como uma mercadoria. Então, era inadmissível que outra Terra “me possua”, provavelmente por isso que ele seja tão rígido sobre as condições para que fique nas Terras Centrais.

 Bem, tendo isso em vista, não aceitaria de uma hora para a outra que decidisse ir às Terras Altas ao Leste. Também não seria sábio da minha parte simplesmente ir sem dar satisfações, aliás, Yoshifumi-san era um importante contato, com quem era necessário ter uma boa relação.

 ... Queria poder fazer clones...

 Antes de tomar qualquer decisão precipitada devido à euforia dessa nova informação e ao que ela poderia me levar, pensei racionalmente no que deveria fazer e o primeiro lugar ao que fui foi o grande e luxuoso quartel central.

 - Sim, claro, pode ir. – Disse ele, arrumando algumas folhas atrás da majestosa mesa.

 Sério? Só isso? Fácil assim...?

 - Mas tem uma condição. – “Bom de mais pra ser verdade”? – Leve os Viginti com você.

 - Tem certeza? Dessa vez eu não vou me conter, muito menos dar uma de babá.

 - Não quero que você cuide deles, mas sim que eles cuidem de você.

 - Isso não faz sentido... – Suspirei. – Mas deixando isso de lado, a ameaça não vem só pelos inimigos. Eu não vou deixar que ninguém fique no meu caminho.

 - Você não deveria subestimar os Viginti.

 Ficamos em silêncio durante um minuto, achei que não deveria responder, nem mencionar o fracasso deles na primeira vez em um campo de batalha.

 Levantei-me para sair, se era só leva-los comigo, provavelmente não teria problemas.

 - Mais uma coisa. – Yoshifumi-san disse, logo que abri a porta para sair. – Voltem vivos. Todos. É uma ordem.

 Sai e fechei a porta.

 Ele não queria que eu cuidasse deles, mas ainda sim obrigava que todos voltassem vivos. Isso é contraditório... Tenho certeza de que vai acabar sobrando pra mim. Bem, de qualquer jeito, vou e ainda tenho alguns truques na manga.

 Sempre acompanhado de Hatsumi, que sorria ao meu lado, preparei minhas coisas para sair e falei com os Viginti para que fizessem o mesmo. Disse ser uma ordem de Yoshifumi-san e que sairíamos ao amanhecer. Por mim, íamos agora mesmo, porém sei que pessoas normais são diurnas, diferente de mim, que enxergo muito melhor à noite. No começo ficaram surpresos e indecisos, pensando se seria verdade o que dizia e porque aquilo agora, mas concordaram, acho que tinham bom coração de mais pra negar esse tipo de coisa – provavelmente viram como se eu estivesse em perigo e pedisse ajuda, o que sabemos que não é verdade.

 Na manhã seguinte, Satore-san apareceu gritando “Bon Voyage” e dizendo que não iria nos acompanhar e soltando frases como: “Não quero!” e “Ninguém me chamou!”. Ótimo, fique. Uma dor de cabeça a menos, quem tenho obrigação de levar são os Viginti, não o professor idiota.

 - O que vamos fazer lá, Garu-kun? – Perguntou Ryuu, pela milésima vez, enquanto andávamos por uma pequena estrada no meio de uma densa floresta.

 - Já disse que não é nada de mais, vocês só tem que ficar parados onde eu mandar...

 - Ei! Isso é jeito de falar?! Claro que não vamos ficar parados! – Mayumi se intromete.

 - Quanto mais longe vocês ficarem, melhor seria... – Suspirei.

 - Haha, mas isso não vai acontecer! – Ryuu passou seu braço sobre meu pescoço, evidenciando ainda mais nossa diferença de altura que, bem, era considerável. – Então, o que vai acontecer lá? – Insistia.

 - Não acha melhor contar? – Hatsumi sorria, provocando.

 - Eh? Hatsumi-chan também sabe? – Ryuu mudara o alvo do interrogatório. – Vamos, conte-me!

 - Hm, veremos~ Será que eu conto~?

 - Hatsumi, fique quieta.

 - Sim, sim, como quiser, Garu-sama. – E sorria sarcasticamente.

 A ida toda foi desse jeito, ninguém me deixava em paz. Foi um tanto quanto cansativo... Não só pelos comentários do Ryuu, mas também porque as Terras Altas ao Leste eram bem longe. Quando chegamos onde queria, já estava escurecendo. Era uma área plana coberta com uma vegetação rasteira, sem nada ou ninguém por perto, era o lugar perfeito para acampar.

 A vantagem de trazê-los comigo era Kanro, o carregador de malas perfeito. Nesse momento, guardou todo nosso equipamento e bagagem em uma de suas dimensões, pequena, escura e de fácil acesso. Não demorou nem meia hora para montarmos todas as barracas e acendermos uma fogueira. Nesse meio tempo, já havia escurecido. Tisha fazia um ensopado enquanto esperávamos com frio e fome em volta da fogueira. Pareceu demorar mais do que realmente havia quando Tisha veio com a grande panela.

 Era agora que meu plano entrava em ação. Me ofereci para ajudá-la a trazer aquela grande panela, fui até lá e peguei, claramente com mais facilidade do que ela, e, mais rápido do que os olhos de qualquer um ali conseguiriam acompanhar, tirei um pó do meu bolso e despejei na sopa. Enquanto carregava, certifiquei-me de balançar um pouco para que ele misturasse bem.

 Sentamos ao redor daquela fogueira, que pareceu pequena pelo tanto de gente que a rodeava. Todos comeram de gosto, inclusive eu. O pó era insípido, então pude elogiar a comida com sinceridade.

 Passados exatos vinte minutos do momento em que cada um engoliu a comida, eles começaram a se sentir tonto, nem vinte segundos depois disso, eles desmaiaram. Por que eu era o único acordado? Bem, fui eu que fiz o anestésico, era óbvio que era resistente a ele. Só espero não ter exagerado na dose e algum deles tenha uma parada cardíaca...

 Enfim, já alimentado, não me apressei em sair dali, guardei os pratos, cobri o ensopado e, com o maior cuidado, segurei as mãos de Kanro na mesma posição que ele normalmente fazia para abrir aquela porta onde treinávamos, imitando sua voz, falei as mesmas coisas que ele – mesmo que não tenha ideia do que ele dizia – e o formato de uma porta começou a se formar. Não acreditei que daria certo mesmo, mas foi impressionante como funcionou. Peguei um por um, Mayumi, Ryuu e Tisha, colocando-os dentro daquela imensidão deserta, depois disso desfiz a porta como Kanro sempre faz, deixando-o fora de lá e aplicando mais uma dose de anestésico nele, amarrando-o fortemente dentro de uma das cabanas.

 O veneno era suficiente, em uma dose, para apagar qualquer valentão por mais de três dias. Eu só precisava de uma noite, mas era melhor prevenir. Mesmo que os outros acordem, sem Kanro por perto, não conseguiriam abrir uma porta para voltar. Quanto a Kanro, coitado, tive até medo que ele entrasse em estado de coma, mas com seu corpo grande e forte provavelmente ele resistirá. Provavelmente.

 - Por que você não me amarrou também?! Fiquei chateada!

 - Se nem ao menos ingeriu o veneno, porque me daria ao trabalho, Hatsumi-san?

 - Ah, você viu através da minha farsa?

 - Foi boa, mas não tem como enganar meus olhos a noite...

 - Haha, verdade~ – Disse, levantando e arrumando suas roupas. – Então, vamos?

 - Fique a vontade para guiar-me. – E fiz um gesto com a mão, para que ela fosse na frente.


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Notas finais do capítulo

Esse é o Kanro! (Não me diga?!) Bem, como os avatars são todos do mesmo tamanho, usem um pouco sua imaginação pra vê-lo quinze vezes mais alto e forte e ombros largos~



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