A Usurpadora escrita por Misaki Mei
Meus olhos ardiam,eu não conseguia abri-los direito!Será que era isso mesmo que eu deveria fazer?Será que era a coisa certa a fazer?Porque essa mulher veio atrás de mim?Porque eu?
-Deus o que vai ser da minha vida daqui pra frente?-pergunto em lagrimas-O que eu vou fazer da minha vida?
Tomei um banho e coloquei a primeira roupa que peguei,uma estranha figura apareceu na porta,era a madre chefe,a irmã Katia.
-Vamos menina!-diz ela com a sua voz rouca e grossa-acha que você mora aqui de graça!Tem que trabalhar!
-Sim,irmã Katia,imediatamente!-digo saindo do quarto em direção a mesa do café.
Assim que cheguei a sala,me surpreendi com a presença do Christiano,talvez ele resolveu que viria tomar café com a gente todos os dias!
-Poderia falar com você?-pergunta ele para mim.
-Claro!-respondo de cabeça baixa.
-No jardim?
-Sim.
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Depois de alguns minutos sentada em um banco qualquer no jardim,senti uma mão encostar em meu ombro.
-Eu sei que você não quer se casar comigo!Mas pelo menos não quer ser minha namorada?-pergunta ele pegando em minhas mãos.
-Christiano,depois de muito pensar e de você insistir tanto,eu quero lhe dizer que pensei muito e aceito a sua proposta!-digo de cabeça baixa.
-Você aceita?-pergunta ele com cara de confuso.
-Sim,eu aceito!Quero ser sua namorada!-respondo com muita vontade de chorar.
-Você não irá se arrepender!-diz ele com um enorme sorriso.
Tentei sorrir mas a imagem daquela mulher vinha a minha cabeça e me deixava com vontade de chorar.Ele me da um beijo em minha bochecha.
-Me de uma semana e depois marcamos um encontro!-digo.
-Dou todo o tempo que você quiser!-diz ele com um sorriso maior ainda.
Me retiro do ambiente e vou até meu quarto arrumar as malas,enquanto arrumava sentia-me fraca e as lagrimas rolavam inevitavelmente.
-Vejo que está cumprindo a sua parte do trato-diz uma voz que me assustou.
-Sim,estou!-respondi a ela.
-Afinal-diz ela se sentando novamente no pequeno sofá vermelho do meu quarto-qual é o seu nome?
-Marye!Meu nome é Marye!-respondo olhando em seus olhos.
-Por incrivel que pareça,acho que não é você!O nome dela é diferente!-diz ela voltando a me confudir.
-Nome de quem?-pergunto tentando entender.
-De ninguem!Agora vamos ao que interessa!-diz ela pegando um cigarro em sua bolsa.
-Você esqueceu isso aqui ontem-disse lhe entregando o esqueiro de prata.
-Obrigada!-diz ela pegando de minha mão e indo em direção a janela.
-Você conversou com o milionário Lutero?-pergunta ela me fitando seria.
-Sim!Está tudo acertado!-disse fechando a ultima mala-ele vira falar com você em uma semana!
-Ok-diz ela com um enorme sorriso-meu plano esta dando melhor do que eu imaginava.
Um carro do ano nos esperava do lado de fora do orfanato, coloquei minhas malas dentro do porta-malas e entrei no luxuoso carro. Ela se sentou ao meu lado e pediu ao motorista que nos levasse a um hotel que não consegui ouvir muito bem o nome.
Enquanto seguíamos, ela pegou mais um cigarro em sua bolsa e eu fiquei a encará-la, percebendo o meu ato, ela se vira e diz:
-O que foi?-diz ela grosseiramente-nunca viu ninguém fumando?
-Fumar faz mal a saúde!-digo inocentemente.
-Quem liga-diz ela se virando para o vidro do carro.
Fiquei em silencio por alguns minutos.Até que o silencio é quebrado por ela.
-Chegamos!-anuncia com um sorriso.
O lugar era muito bonito.Um enorme edificio em verde-limão chamava a atenção por sua beleza e por ser maior que os outros ao seu redor.
-Esse é o edificio Ferber´s,o edificio da minha familia-diz ela mostrando seu cartão ao porteiro-construido a mais de 30 anos atrás!É o mais luxuoso da cidade e o mais visitado!-ela abre um sorriso enquanto entramos no elevador.
-Onde foram parar as minhas malas?-pergunto enquanto procuro por elas.
-Sua burra!-diz ela com um cara de ofendida-as malas vão ser entregues no nosso quarto!Ou você achou mesmo que teríamos que carregar elas até lá?
Me calei.Esperei que chegassemos no quarto para dizer algo.
Não demorou muito e lá estava nós no quarto daquela mulher,um numero estava na porta,era a numeração do quarto que marcava 23.
-Você ainda não me disse seu nome!-disse a ela enquanto olhava o lindo quarto.
-Meu nome é Maite!Guadalupe Maite!-diz ela se sentando na rodanda cama.
O quarto era realmente maravilhoso.Um arcondicionado deixava o ambiente um pouco frio mas não tirava a beleza e o luxo daquele lugar.Uma cama rodanda com um lençol amarelo estavam no meio do quarto.No canto direito havia uma pequena mesa e uma mini-geladeitra.Já no canto esquerdo havia duas portas,minha curiosidade era grande para saber o que havia do outro lado das portas.
-Para que essas duas portas?-perguntei me aproximando delas.
-Uma é o banheiro,sua tola!E a outra é o seu closet!-me olha com cara de nojo-abra-o!-ordenou ela.
Abri a porta e vi as roupas mais belas de todas,desde a vestidos a belas sandalias de salto.Casacos e calças,todas roupas que somente mulheres poderosas podem usar.
-Pedi que comprassem roupas pra você!-diz ela se levantando e vindo em minha direção-ou você acha mesmo que usaria aqueles trapos?
-E o que você fez com as minhas roupas?-pergunto um pouco triste.
-Mandei que jogassem sua mala fora-diz ela pegando algo em sua bolsa.
-Mi-mi-minha ma-la?-pergunto tremendo nas palavras.
-Sim-diz ela irritada enquanto continuava sua procura por algo em sua bolsa.
-Porque você fez isso?-pergunto em quase lagrimas-tinha coisas importantes lá!
-Não se preocupe!-me previne ela-aqui está o seu colar,aliás,ele é de ouro com um pequeno diamante no centro,se você vendesse daria um bom dinheiro.
-Eu nunca faria isso!-digo irritada-eu ganhei de alguém especial.
-Do namorado?-pergunta ela ironica.
-Não-respondo me sentando na enorme e confortavel cama-eu ganhei da minha mãe.
-Bom,seu treinamento começa amanhã!-diz se levantando e indo em direção a porta.
-Treinamento?-pergunto.
-Sim,você vai aprender a se comportar como uma madame-diz ela saindo do quarto-até amanhã usurpadora!
-Até!-porque ela me chamou de usurpadora?Ela também será uma usurpadora nessa história!
Tomei um banho,vesti um roupão e deitei naquela confortavel cama,diferente da cama dura que eu estava acostumada a dormir todos os dias.
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