Anjos De Cinzas escrita por L N Oliveira


Capítulo 3
Monstros.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, desculpem a demora, meus dias estão cheios, mas aqui está o capitulo e espero verdadeiramente que gostem. Não se esqueçam de comentar dizendo o que acharam.



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O último sinal tocou me liberando daquelas aulas maçantes. Eu deveria ter sido a primeira a me levantar e quase sair correndo. O acumulo de pensamentos estava me deixando paranóica, eu queria encontrar aquela garota que me ameaçou. Eu tinha que encontrá-la.

Desci as escadas pulando de dois em dois degraus. Ouvi o barulho de um trovão ecoar pela enorme entrada. O barulho fez eco por alguns segundos e então se calou por completo, em seguida ouvi o som das gostas pesadas da chuva caindo lá fora. Só podem estar de brincadeira não é? Pensei com ironia.

...O meu Deus e agora como fica a minha capinha?...

...Ótimo está chovendo!...

... Eba! Lama!...

... O que a esquisita está fazendo aqui?...

Balancei minha cabeça tentando livrar daqueles pensamentos, mas só estava piorando com o acumulo de pessoas. Já era difícil aguentar trinta e cinco pensamentos em sua cabeça, eu não suportaria aguentar 1.563 pensamentos ao mesmo tempo.

Encarei a porta novamente. Ou eu saia logo daquele lugar ou teria algum colapso mental, sem pensar duas vezes marchei em direção da chuva, ignorando os pensamentos ofensivos de Meredith minha inimiga declarada, mas ela nunca teve a coragem de dizer isso na minha cara.

Atravessei o estacionamento da escola. A chuva chicoteava meu rosto com voracidade, em poucos segundos minha roupa estava ensopada. O som de uma buzina me despertou de meus devaneios. Olhei para o meu lado sobressaltado, um carro preto como a noite estava a poucos centímetros de mim. Estreitei meus olhos para tentar enxergar o rosto do motorista, era o novato novamente. Concentrei-me tentando ler seus pensamentos, mas nada vinha dali. Silencio! Nunca pensei que fosse assim tão frustrante para mim. Ele buzinou uma vez, na intenção de me fazer sair da frente, mas levei um minuto inteiro para conseguir me mexer de alguma maneira me vi presa em seus olhos turquesa.

Balancei minha cabeça para tentar afastar esse pensamento tolo e segui meu caminho em direção da minha casa. Em quanto eu caminhava perto de uma floresta de pinheiros, ouvi um som estranho, como se fosse um pedido de ajuda.

Não pude conter o impulso de ver o que tinha acontecido. Corri pelo meio da floresta seguindo o som, foi quando eu vi a enorme criatura de asas. Reprimi um grito que se formava em minha garganta, meus olhos se esbugalharam e minha respiração parou. Escondi-me atrás de uma das arvores gigantes sentindo meu coração acelerar, minhas mãos tremiam freneticamente, torci para que a coisa não pudesse ouvir minhas mãos baterem contra a madeira da arvore.

Lentamente espiei o que estava acontecendo. Tomando muito cuidado para que ninguém me ouvisse. Eram duas criaturas incrivelmente belas, o rapaz tinha as asas enormes pretas, os olhos estavam pretos por completos, as mãos se transformaram em garras em volta da outra criatura. Era uma jovem mulher com lindos cabelos louros caídos em grandes cachos grossos em volta do rosto angelical, ela estava presa nos braços da outra criatura, suas asas tinham um tom diferente, eram totalmente brancas e seus olhos eram por completo brancos. O rapaz apertou ainda mais o braço que prendia seu pescoço – como se ela fosse feita de gesso, pude ver trincas aparecerem em volta do onde ele estava apertando. – e então um grito sufocado se seguiu junto com a cabeça da garota. Joguei minhas mãos em direção da minha boca para abafar o som do meu grito, mas não deu certo.

A criatura olhou na minha direção enquanto o corpo da garota se desfazia em areia. Ele olhou pela sua volta, como se não conseguisse me ver. Dei um passo para trás. Não foi uma boa ideia, acabei pisando em cima de um galho seco. O som dele sendo destroçado ecoou pelo local. Os olhos dele pararam na direção que eu estava, e um sorriso torto formou-se no canto de sua boca.

Comecei a correr. Obrigando minhas pernas a serem as mais rápidas possíveis, podia sentir o vento que conforme ele batia as asas fazia. Tropecei em um cipó solto e acabei rolando uma pequena ladeira a baixo. Um pequeno corte se abriu em minha testa pude sentir meu sangue escorrer pela minha testa molhada pela a chuva.

A chuva só piorava, as gotas gigantes me chicoteavam com total poder. O vento me fazia tremer ainda mais, minha respiração se tornou um arfar sufocado por conta da correria e das gostas gigantes. Finalmente encontrei o final da trilha e a rua, que para o meu azar estava sem nenhuma movimentação. Obriguei minhas pernas a irem mais rápidas, sentindo o protesto de minhas panturrilhas, virei na ultima esquina torcendo para que meu cheiro não tivesse assim tão forte.

Por precaução puxei meu capuz escondendo meu rosto nele, olhei para trás para me certificar se ele ainda estava ali. Senti o alivio repetindo percorrer por todas as minhas veias ao ver que a rua continuava deserta. Rapidamente voltei a andar sentindo a adrenalina tomar conta de mim. Meu coração martelava em meu peito com muita rapidez, cheguei a duvidar se alguém poderia ouvi-lo.

Meus pés começavam a doer quando um carro parou do meu lado, andei mais rápido e o carro me seguiu, estava prestes a correr quando uma voz estranhamente família soou.

– Ei quer uma carona? – disse o aluno novo abaixando o vidro do carro.

– Não eu estou bem... – eu disse minha voz falhando no final.

– Você está molhada... – ele começou a argumentar me avaliando de cima a baixo.

– Nossa não brinca! Nem reparei! – eu o interrompi com cinismo.

Ele riu baixinho e então olhou nos meus olhos.

– Só estou tentando ser gentil. – resmungou ele. – Seus livros iram molhar e você vai ficar gripada, quer mesmo dispensar a carona?

Parei de andar começando a ficar irritada.

– Afinal, o que você quer? – questionei com raiva encarando seus olhos da mesma maneira que ele me encarava.

– Pedir desculpas. – disse ele com sinceridade. – eu não fui muito gentil com você, não sou muito bom com adaptação. – ele abaixou o olhar por alguns segundos antes de me encarar novamente, senti um sorriso querer aparecer no canto de minha boca, mas o reprimi. – A porta está aberta.

O encarei cínica por alguns segundos e então entrei no carro dele, ainda que hesitante. Um sorriso largo se esboçou em seu rosto estranhamente angelical. Uma vaga lembrança percorreu minha mente, a imagem da criatura com asas, o anjo decapitando o outro me fez tremer novamente. O novato me olhou pelo canto do olho com uma sobrancelha erguida.

– Você está bem? – questionou ele de repente perceptivo de mais. Assenti em um “sim” rápido, desviando meus olhos para minhas mãos molhadas que tremiam. – Qual é o seu nome?

– Bonnie. – eu disse soltando um pigarro para limpar minha garganta rouca. – E o seu?

– Nathan. – ele disse virando o rosto para me encarar. Seus olhos azuis pareciam penetrar pela minha pele, meus ossos, ate chegar em minha alma, de alguma maneira não consegui desviar meus olhos dos dele.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?? Comentem por favor!!