Entre O Sol E A Lua escrita por Lola


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom gente, neste cap. vocês vão conhecer trÊs novos personagens? Alguma ideia para eles?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333646/chapter/5

Minha primeira aula foi de história. Uma mulher pequena e gorda começou a fazer a listagem dos nomes bem na hora em que eu entrava na sala, segurando meu horário empresso em uma folha rosa claro. Ela olhou para mim, os olhos claros se assustando. Provavelmente aquela criatura deveria trabalhar naquele colégio desde seus quinze anos e nunca ter visto uma aluna nova. Eu era a novidade naquela cidade pequena. 

-Desculpe, quem é você? - ela perguntou.

Li o seu nome no crachá pendurado em sua blusa, mesmo eu tendo certeza de que todos naquela cidade a conheciam. Louise. Eu sorri para ela, levantando meus olhos lentamente. Todos na sala me olhavam, e eu tinha consciência disso, e adorava. Coloquei minha bolsa no ombro e respondi, ainda sorrindo:

-Savannah Ohanna.

A mulher deu um passo para trás, reconhecendo o nome. Ohanna. Era o sobrenome da minha tia. O usei porque nunca havia usado outro, e esta era minha família. Entrguei minha ficha de inscrição para ela e ajeitei minha mochila, fazendo questão que todos me percebessem ao andar até a uma carteira no meio da sala.

-Bom, Savannah... -Louise se recuperou. - É um prazer tê-la aqui conosco. Bem Vinda. 

Humanos. Tão patéticos. Me sentei na única cadeira livre, bem no meio do time de tocida. As garotas loiras ficaram tão incomodadas quando me sentei que pude sentir a tensão no ar. Ninguém era mais atraentes do que elas, além de mim. Uma menina de cabelos castanhos avermelhados olhava para mim, os olhos tão perigosos como os de uma cobra. Tirei meu caderno da bolsa e coloquei em cima da carteira, esboçando um sorrisinho irônico para ela.

A professora Louise falava sobre coisas que até eu já havia presenciado. Ela tinha a mania de parar para me olhar de tempos em tempos, diferentemente de quase todos na sala, que passaram a aula me encarando. Eu fui o mais encantadora o possível, e a inveja das meninas da torcida ao meu lado só aumentava a minha energia. 

Simplesmente, depois que a aula acabou eu me levantei e começei a andar para a saída. Senti uma mão no meu braço e me virei.

Um jogador de futebol estava olhando para mim. Seus olhos eram escuros, assim como seu cabelo. Ele soltou um sorriso encantador e sorriu para mim:

-Meu nome é Chad. Prazer. 

Ele era uma gracinha. Mas uma das virtudes dos demônios é saber o que as pessoas sentem. Em todos os momentos. Assim, podemos influenciar nos seus pensamentos, sentimentos e ações. Perfeito para um demônio. Respirei fundo e tentei detectar os sentimentos de Chad. Senti felicidade, luxúria e excitação. Era como me ver pelos seus olhos. Eu sorri:

-Olá. Savannah. 

Estendi a mão, gentil. Ele a apertou, parecendo hipnotizado. Seus olhos pretos cintilaram e de repente, ele pareceu ficar em transe. Sua boca se mexeu, e o ouvi balbuciar. Soube que estava exercendo meu poder no mínimo. Se fosse ao máximo, ele estaria ajoelhado aos meus pés, morto.

Uma menina loira chegou ao seu lado. Mulheres não são afetadas pelos meus poderes. Não os de encanto. Os outros elas não podem resistir. A menina jogou seus cabelos para um lado e falou, com raiva:

-Ele não está disponível, novata. 

-Eu nunca perguntei se ele estava. - respondi, sibilando.

A menina colocou as mãos nos ombros do rapaz e ele pareceu acordar de um transe longo e perigoso. 

-Cuidado com quem você brinca, novata. - a loira falou, me encarando.

-Sério? Achei que todos aqui faziam parte da brincadeira. - eu provoquei, saindo andando.

A próxima aula era de economia doméstica. Como se eu fosse muito cozinhar para alguém na minha vida. Eu sorri, enquanto passava pelo corredor cheio de pessoas. Fiz um armário cair em cima de uma garota, uma blusa rasgar, um cabelo cair. Todos estes pequenos desastres foram acontecendo enquanto eu passava, tornando aquele ambiente, no momento, o mais perigoso do mundo. Virei a esquina de um corredor, procurando a sala marcada em meu horário. Uma nova onda de desastres começou.

A sala de Economia Doméstica era no final do corredor. Basicamente uma cozinha enorme com várias estações com fogões e geladeiras. A professora era uma mulher morena e bonita. Os cabelos pretos enormes e os olhos grandes e negros. Ela usava um avental com uma frase idiota, e estava sentada na bancada de uma estação. Ela conversava com um grande grupo de alunos que já estavam prontos para a aula.

-Vamos cozinhar panquecas. Cada dupla em uma estação. A receita está colada na parede. - ela falou.

Logo, uns nove caras já estavam prontos para serem minha dupla, e eu olhava com satisfação as garotas do outro lado da sala que me encaravam. Eu iria escolher qualquer um. Nenhum deles chegavam aos meus pés, nenhum deles era bom o bastante. Não para mim, e não para minha espécie. Talvez daqui a dez anos eles estivessem casados com uma daquelas líderes de torcida, com três filhos e uma esposa gorda e reclamona. 

Mas antes de eu escolher qualquer um dos garotos, alguém agarrou minha cintura por trás, falando:

-Desculpem-me cavalheiros, esta é minha.  

Me viro e vejo Lucas. Seus olhos azuis estão brilhando e seus cabelos loiros, bagunçados. Para mim, ele está como qualquer anjo inconviniente. 

Eu o olho maliciosamente. Deixo meu demônio interior aflorar e chamas queimam suas mãos em minha cintura. Falo:

-Cuidado onde você pega, garotão.

Entramos em uma estação. Coloco meu avental, que cobre meu short, e mais rápida que Lucas, o ajudo a colocar o seu, o provocando. Me sento na bancada e começo a ler as instruções para fazer as panquecas. Olho para Lucas, que está tirando leite e outros ingredientes da geladeira. Ele, com muita habilidade a fecha com um pequeno estalo e se vira para mim, sorrindo.

-Vocês demônios são incrivelmente desprendados. Nem uma panqueca sabem fazer. - ele diz, sorrindo como uma criança.

Eu o ajudo, tirando um pirulito da bolsa e o chupando, fazendo barulho. Lucas me vê e balança a cabeça, desaprovando.

-Eu sou um anjo, sabia? É errado você fazer isto comigo. - ele sorri, colocando ovos em uma bacia.

Nós passamos algum tempo sem falarmos, quando ele finalmente diz:

-Qual seu nome?

Não sei porque, mas eu o respondo. Penso por um instante e decido que está tudo bem. Falo:

-Nahemah. Uma perdição, não é? - o provoco.

Ainda estou sentada na bancada quando a professora passa. Ela olha para Lucas e depois para mim. Seus olhos negros cintilam. Ela chega mais perto e olha para nós severamente. Nunca iria estar preparada para o que ela iria dizer:

-Demônios ou anjos, não importa. Vou vigiar vocês dois. Algo está por vir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre O Sol E A Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.