O toque em sua pele o fez sorrir, e o perfume que emanava daquele corpo era o melhor que já sentira em toda sua vida, saindo de seus devaneios Edward lhe sorriu, vendo como Bella o acariciava no peito nu, subindo os dedos por seu pescoço até tocar o emaranhado de seus cabelos, que o deixava ainda mais sexy.

- Hora de levantar – murmurou ela sorrindo.

- Vamos ficar aqui, nós dois o dia todo!

- E nossa filha como fica? – perguntou ela sorrindo.

- Rose e Alice vão adorar cuidar dela – disse ele sorrindo maroto às mãos a tocando por baixo do lençol.

                Por mais que tivessem a eternidade pela frente e não precisassem dormir, algumas vezes Bella gostava de ter momentos de humana, como ficar deitada debaixo das cobertas num dia de chuva, ainda que um cobertor não mudasse em nada o toque frio de suas peles, mas que agora não possuíam diferença nenhuma.

- E não se esqueça de que temos uma festa para planejar – disse ela sorridente, depois dos dias de convívio com Alice, o ânimo de Bella para festas havia mudado um pouco, ainda mais depois de ver o quanto Edward se divertia dançando com a filha, por que ela continuava a evitar danças. Ainda que a vida eterna tenha lhe dado uma versão melhorada do que fora um dia, tem certos hábitos que nunca mudam.

- Cadê a garotinha que não suportava festas nem arrumações exageradas, ainda mais quando falamos sobre a Alice – considerando a diferença de idade entre os dois, há poucos dias Edward havia começado com a mania de chamá-la de garotinha, por dizer que ela era novinha enquanto ele já alcançava 103 anos de idade.

- Ah querido – ela riu, ele não gostava de ser chamado assim – Não é todo dia que se faz 103 anos.

- Sem mais crises por causa das nossas idades? – ele sorriu desde que ela virara vampira havia acabado esses surtos.

- Mas tecnicamente eu ainda sou mais velha que você...

- Tecnicamente não – ele riu a abraçando, ficou de pé tendo-a em seu colo e sorriu – Qual será a mania humana hoje?

- Eu só gosto de fazer as coisas que eu já estava acostumada! – ele maneou a cabeça, ela sempre dizia a mesma coisa.

- Então o que vocês estão aprontando para mim?

- Bom, tecnicamente já está pronto – ele sorriu – E sua filha vai vir te chamar!

                Não demorou mais do que um minuto para que Renesmee entrasse como um pequeno furacãozinho no quarto dos pais e fosse direto para cama, ultimamente sua atividade preferida era ficar pulando sobre aquele colchão de molas, provavelmente por achá-lo diferente, já que na casa dos Cullen, onde passam a maior parte do tempo, não há nada assim.

                Agora ela já aparentava ter quase seis anos, quando na verdade mal completara um, e isso deixava Bella cada vez mais assustada com o crescimento da pequena, mas agora já não era problema, já que o que Renesmee cresce por dia está diminuindo, e isso a faz ficar mais aliviada. Depois de perder a fase bebê da própria filha, quando poderia lhe trocar as fraldas e ninar toda noite, Bella queria curtir um pouco da fase criança da filha.

- Eu acho que ta na hora – disse Bella mais animada, deu uma mão para a filha e passou rapidamente por seu closet, trocando de roupa mais rápido do que poderia imaginar e Edward também se trocara e Bella sorriu ao ver o charme que emanava daquele corpo masculino.

- Depois eu sou todinho seu – ele murmurou a beijando no rosto, Bella preferia não demonstrar muito fogo perto da filha, apesar de que em pouco tempo isso vai ser inevitável, já que a pequena dorme cada vez menos e logo não irá mais dormir.

                Sem mais delongas, Renesmee foi andando na frente, os “guiando” para a casa dos Cullen onde tudo havia sido organizado. Alice empolgara-se ao começar arrumar a festa, e essa empolgação resultou numa sala cheia de balões coloridos como se Edward fosse uma criancinha, isso fez Edward rir principalmente ao ver o bolo com carrinhos e a uma vela de interrogação em cima.

- Faça um pedido – disse Alice na mesma animação.

                Alice não precisou falar duas vezes para que Edward se concentrasse, e de olhos fechados apagasse a vela enquanto fazia seu pedido. E depois de fazê-lo, Edward simplesmente ignorou a irmãzinha, não queria ver em seus pensamentos se o pedido que ele fizera se realizaria ou não.

                O bolo logo foi deixado de lado, era meramente simbólico, um pedaço foi cortado para Renesmee, o resto ainda não tinha um destino certo, talvez os lobisomens em La Push o aprovassem, depois pensaria nisso.

- E eu posso saber qual foi o seu pedido – questionou Bella quando já haviam se afastado um pouco mais, cada um com uma taça em mãos com sangue dentro.

- Eu acho que a Nessie pode te mostrar – disse ele sorrindo, aquele sorriso torto que quando humana fazia seu coração disparar.

                Renesmee se aproximou e sorridente pôs a mão sobre o rosto da mãe, a fazendo ver o que o pai desejara, porque Edward pedira aquilo pela filha, não por ele, e sim porque não era justo com a pequena.

- Você pediu isso? – Bella lhe perguntou depois de a filha mostrar a ela o que Edward havia pedido, Bella lhe sorriu e por um instante passou a se perguntar se em qualquer outro lugar poderia existir outro homem como aquele. E era em momentos como esse que Bella agradecia por ele não poder ler seus pensamentos, podia parecer besteira, mas gostava de ter seus pensamentos para si.

                Em seu próprio canto Alice os via, e não podia evitar sorrir. É o que Edward queria iria se realizar. Talvez nem todas as criaturas místicas acreditassem que ele não possuía alma e outras coisas assim, afinal, alguma dessas criaturas lhe concederia um desejo inesquecível.

                E por mais que durante o resto do dia tivessem de ouvir as piadas de Jacob sobre loiras acompanhadas do mau humor de Rosálie ao ouvi-las, sim, de um tempo pra cá, principalmente depois da impressão que ele teve com Nessie, Jacob vivia pela casa dos Cullen. Por mais que não rissem, porque metade delas não havia graça, Bella e Nessie estavam sorridentes e mais ansiosas do que Edward para que o desejo se realizasse. E mesmo que depois das piadas de Jacob acabarem tenha começado Emmett e suas graçinhas, nada importava para elas, só o que estava por vir.

                Foi naquela noite que Bella agradeceu por ser vampira e não ter de dormir, a expectativa a incomodava e deixava ansiosa e só fazia Edward rir junto de tentativas inúteis de distraí-la.

- Da próxima vez eu não conto – disse ele a abraçando, após mais uma tentativa inútil de distraí-la para que esquecesse esse desejo.

- Conta sim – ela sorriu – Você sempre conta!

- Posso passar a não contar – ele virou o rosto a vendo sorrir, pelo menos estava distraindo um pouco.

- Nessie me conta!

- Não se ela não souber – e ele riu ao ver a cara de derrotada de Bella, é ele era bom em certos argumentos.

                Edward continuou rindo até se aproximar mais dela, Bella apenas maneou a cabeça dando passos para trás, ele era sempre assim, ficava de gracinhas e depois vinha pra cima com carinhos. Não. Não dessa vez.

                Ou talvez sim, como todas as outras vezes.

                Ele a abraçou, apenas carinhos, nada demais, queria apenas distraí-la, fazê-la esquecer por um tempinho, e Edward melhor do que ninguém sabia que aquele era o melhor jeito.

                Renesmee dormia no quarto ao lado, na caminha que lhe fora comprada em tons de branco para combinar com o quarto, e era desses momentos que Edward gostava, quando podia ter Bella em seus braços na cama. Mesmo que não precisasse de uma ou não a usasse, por que era em momentos assim, como agora, que ele podia ver os sonhos de Renesmee e os velar. Era como se estivesse sempre ao lado da filha, e ao mesmo tempo podia desfrutar daquela que roubara seu coração, para sempre.

                Durante a noite algo diferente aconteceu, e sem que os dois percebessem, uma sonolência os pegou, e mesmo que por pouco tempo, eles ficaram adormecidos.

                Ao despertar, Edward sentia-se estranho, estranho de um modo que a muito tempo não sentia, tocou o rosto de Bella, quem o encarava, e pode senti-la mais macia, maneou a cabeça, para ele era sempre fora macia. Mais ao levantar foi que se sentiu mais diferente, não conseguia ouvir os pensamentos de Renesmee e seu pé formigava de um jeito que ele nem mais sabia que era capaz.

                A janela semi-aberta deixava ver uma brecha do céu azul, agora que começava a clarear, e ele já não sabia mais como era sentir a sensação de um novo dia chegando, e mais pelo fim, sentir como era senti-lo ir embora, como vampiro isso não lhe fazia a menor diferença, não havia por que em esperar por outro dia, seria sempre a mesma coisa, uma emoção ou outra a mais, mas só isso. Iriam passar o dia acordados, à noite acordados, e enquanto todos estavam cansados, acabados e sonolentos, eles não sentiam nada diferente, nada mudava.