Naquela  noite Karla teve um sonho, mais um pesadelo, com o Ygur falando que ela era traidora do sangue, que Leandro era um mestiço sujo, que Leticia era uma sangue-ruim imunda, que Matheus era uma idiota que não sabia fazer nada e que todos da Grivite era sujos e nojentos e que não prestava nada. Ai do nada o sonho mudou ela estava com o Ygur, Grod e Clabed, os três garotos encarando ela com as varinhas apontadas para ela então Ygur disse “Lembra-se da vingança que te falei? Então ela vai começar agora”, então os três jogaram um feitiço que a desacordou, quando ela acordou de novo, Leticia e Leandro estavam lá, amarrados numa corda enquanto Ygur, Clabed e Grod jogavam feitiços e o torturavam, Karla tentou falar para eles pararem, só que a voz dela não saiu, então Karla acordou, suando, no seu dormitório.

Era quase 06h30min da manhã, todos estavam dormindo, então Karla se levantou e foi tomar um banho. Depois do banho ela se trocou, pegou seu material do dia, que ela tinha arrumado a noite, e desceu para sala comunal. Ela ficou refletindo o seu sonho, que era mais um pesadelo, por um bom tempo, ate que começou a descer gente dos dormitórios.

Karla ainda ficou lá ate Leticia e Leandro aparecerem, quando eles apareceram, ela se juntou aos dois, que desceram para o café da manhã. Todos comeram e logo foram para aula de encantamento, que foi muito legal; depois aula de historia da magia, que é muito chato ouvir o profº falar; depois foi Defesa Contra as Artes das Trevas, que foi super legal, só o que atrapalhou foi o Ygur e seus amiguinhos ficarem olhando para ela; e por ultimo Herbologia, que também foi super divertida. Depois de almoçar, ver as aulas e fazer a lição de Herbologia, foram para a cabana de Antonio conversar.

Chegando lá eles conversaram mais sobre animais mágicos, ate que Antonio disse:

- Quando você passa a vida inteira no lado de uma floresta, você tem que saber os animais e as comidas que eles comem.

- Como assim passar a vida inteira no lado de uma floresta?

- Ora desde que eu fui expulso, eu vivo aqui.

- Você foi expulso Antonio? Por quê?

- Sabe quando eu era pequeno meus pais morreram, minha mãe morreu alguns dias depois do parto, e então meu pai cuidou de mim. Quando eu estava no 4º ano aqui meu pai morreu e então no ano seguinte eu fui expulso. Mais o profº Evenci me deixou morar aqui, mas é claro que eu tinha que trabalhar e como eu era muito bom com animais eu fiquei como o guarda-caça.

- Por que você foi expulso Antonio?

- Porque tramaram pra mim.- Explicou- Na época de escola, eu tinha uma doninha, ela era meio grande, e como não podia esse tipo de animal aqui tive que esconde-lo, até que um aluno foi “atacado”. E a única pessoa que sabia que eu tinha o Bicholio era um monitor da Serpis. Então ele me entregou para não fecharem a escola.

- Quem era esse monitor, Antonio?- Perguntou Karla.

- Era o Marsoloti Dolovote.

- Marsoloti Dolovote!- Falou Karla.- Eu já ouvi esse nome em algum lugar.

- Me prometam uma coisa?

- O que?- Exclamaram os três.

- Que não vão ficar procurando esse cara e nem ficar pesquisando?

- Claro- Responderam. E nesse exato momento, alguém bateu na porta, eles se viraram para ver quem era e viram que já tinha escurecido, eles tinham que voltar para o castelo imediatamente. Eles saíram pela porta dos fundos e se  esconderam atrás das aboboras gigantes de Antonio. Enquanto eles esperavam viram que era o diretor e se ele o visem estariam encrencado. Quando o diretor entrou na cabana, eles saíram correndo e entraram na escola, subiram a escada do salão principal e as escadas que se movem. Chegaram e entraram no sala comunal.

Quando eles chegaram na sala comunal tinha pouca gente lá, então eles sentaram numa mesa. Eles se entreolharam, ficaram em silencio e do nada os três começaram a rir, lembrando de um do outro, com cara de medo, quando viram que era o diretor na porta de Antonio.

-Eu não vou deixar essa História assim.

- Karla, você ta loca? Nós prometemos que não iríamos procurar esse sujeito.- Disse Leandro.

- Vocês prometeram, eu não.

- Como assim?- Perguntou Leticia.

- Eu estava de dedos cruzados.

- Você sabe que Antonio não vai gostar nada disso e vai ficar super bravo e chateado com a gente quando descobrir o que você está fazendo, não sabe?

- Claro que eu sei.- Respondeu Karla seria.- Só que eu tenho a impressão que esse cara não é uma boa pessoa.

- Claro que ele não é uma boa pessoa.- Exclamou Leticia.- Ele entregou o nosso amigo.

- Não, é com outra historia que eu acho que ele está dentro também.

- Bom só que isso pode ficar para outra hora, não é?

- Quanto mais rápido nós descobrimos melhor.

- Tá, só que você não vai sair andando pela escola a essa hora da noite.

- É verdade. - Falou Leticia.

- Bem que eu queria só que eu acho muito perigoso ir hoje, ainda mais sabendo que o diretor não está no seu escritório.

- Ainda bem. Alguma coisa iluminou sua mente.- Falou Leticia encostando a mão na cabaça dela e balançando. Quando parou disse: - Bom vamos dormir que essa foi uma tarde longa e amanhã tem mais aulas. Boa noite Leo.

- Boa noite Le. Boa noite Ka.

- Boa noite.

Nessa noite Karla teve um pesadelo, com um cara que ela não conhecia e não conseguia ver o rosto dele, com seus amigos de refém dele e um livro que ele queria, que estava com Karla, só que ela não conhecia e não o tinha, por enquanto; mas Karla tinha certeza de uma coisa, que aquele livro não era coisa boa.