Capítulo 8

– Um G-R-A-N-D-E plano está vindo

Os murmúrios continuavam na Robert E. Lee. Todos olhavam Elena, e todos estavam falando de sua entrada com Damon Salvatore.

Suas seguidoras já estavam reunidas com ela e suas amigas, já perguntando para a garota sobre o que havia acontecido, fazendo perguntas como: “Vocês estão namorando?”, “É verdade que vocês se beijaram ontem?”, “Ele beija bem?”, e coisas do tipo.

Elena apenas respondia a algumas perguntas, já com uma certa impaciência. Era incrível o quanto era fértil a mente dessas suas seguidoras. Ela revirou os olhos após uma pergunta idiota de uma seguidora loirinha caloura que ela havia selecionado no primeiro dia desse ano. Será que ela não poderia fazer nada sem um questionário de uma multidão?

Samara vendo a impaciência da prima, riu, atraindo uma sobrancelha arqueada de Elena.

– Noblesse oblige. – disse Samara em seu francês perfeito.

– Como é? – disse Elena ainda com certa impaciência na voz.

– Se quer ser a rainha da escola, priminha, tem que aguentar as consequências.

O sino tocou, anunciando o início das aulas, e por fim a multidão de seguidoras se dispersou.

– Isso ainda não acabou, Elena. – disse Bonnie.

– Não mesmo! Você não respondeu metade das nossas perguntas! – protestou Caroline, enquanto elas começavam a andar para dentro do prédio da escola.

– Tive uma ideia! – disse Rebekah. – Hoje, nós cinco, minha casa, depois da escola. Aí Elena fala porque está com esse olhar no rosto.

– Que olhar? – perguntou Elena.

– O olhar de tigresa. – disseram Rebekah, Caroline, Bonnie e Samara em uníssono.

– Eu não tenho um olhar de tigresa! – contestou Elena.

– Ah, tem sim. Esse olhar é o que você sempre dá quando está tramando algo. – disse Samara.

– Ou de olho em algum garoto. – completou Rebekah, seu sotaque ficando um pouco mais forte com sua expressão pensativa.

– Vocês não tem que ir para a aula? – perguntou Elena já sem uma certa paciência, fazendo as garotas rirem.

– Eu tenho. Latim, sala 15. – piscou Rebekah para Elena. – Vejo vocês no almoço. – e com isso se distanciou do grupo.

– Tenho aula com você agora, Elena. – disse Caroline, pegando a garota pelo braço. – Vamos. É história, sala 27.

– Até o almoço, garotas. – despediu-se Elena e deixou-se ser guiada por Caroline até a sala.

– Você vai ter que falar tudo que está planejando! – sussurrou Caroline para Elena antes do professor Tanner começar a dar sua aula. A loira apenas recebeu um revirar de olhos da morena em resposta.

Katherine Gilbert não estava muito satisfeita consigo mesma naquele dia. Já fora o segundo dia que voltara para a vida de Elena e ainda não possuía um plano convincente para acabar com a irmã. Então por isso estava de mau humor.

Já era a hora do almoço, e ela fitava de longe Elena e suas amigas cachorrinhas adulando-a, junto, com todos os outros garotos da mesa – os que não tivessem namorada, pelo menos – suspirando a cada risada dela que dava com aquela baixinha Bonnie.

– Você está encarando. – disse Meredith, que apenas comia sua salada enquanto Katherine fuzilava sua irmã com seus olhos castanhos frios.

– Estou apenas observando. – respondeu Katherine.

– Não, você está encarando. – disse Hayley, que mexia em algo no celular, sua comida intocável.

Katherine olhou para ela com uma elegante sobrancelha arqueada. Hayley era uma daquelas garotas que parecem desprezar o dinheiro que tem, mas que ninguém imagina que no fundo, não viveria sem isso.

– Tenho que pensar em um plano para derrota-la. – disse Katherine, parando de olhar a irmã e voltando-se para as duas garotas que estavam em sua mesa.

– Que tal mandar uma fofoca para a Garota do Blog? – perguntou Hayley, tirando seus olhos do telefone por um momento para olhar para Katherine.

– Mas qual? Elena está irritantemente popular após ela chegar de carona com o Salvatore! – resmungou Katherine.

– Não os culpo. O Salvatore é um puto de um gostoso. – murmurou Meredith, levando Katherine fuzila-la com seus olhos. Até que ela teve uma ideia...

– Ah não. Ela está com o sorriso. – disse Meredith assim que viu o sorrisinho diabólico nos lábios da garota.

– O que você está tramando, Katherine? – perguntou Hayley, até um pouco entediada. Já vira muitos desses sorrisos no internato, quando dividia o quarto com Katherine.

– Eu tenho um plano.

Quando o último sino tocou anunciando o final das aulas, Elena saiu do prédio e não acreditou no que viu.

Um pequeno bolinho de meninas calouras estavam cochichando e rindo nervosas ao lado de uma Ferrari preta bem conhecida, onde estava um homem bem conhecido também.

– Damon. – ela murmurou, chamando a atenção de suas amigas que estavam ao seu lado. Damon olhava diretamente para Elena.

– O que ele está fazendo aqui? – perguntou Samara, com um certo tom de maliciosidade em sua voz.

– Ele está olhando para você, Elena! – falou Caroline.

– Vai falar com ele, garota! – disse Bonnie, animada. Elena revirou os olhos e começou a andar na direção do Salvatore

– Pede para ele te levar lá para casa! – gritou Rebekah, fazendo as outras rirem.

Elena se aproximou de Damon, que abriu um sorriso torto convencido ao ver a garota.

– O que faz aqui, Damon?

– Olá para você também, princesa. Como foi a aula? – Elena suspirou e sorriu malicioso ao ouvir os cochichos das calouras que ouviam a conversa deles. “Ele chamou ela de princesa?”, elas sussurravam afobadas. Damon surpreendeu-se ao ver o sorriso no rosto da garota, mas após isso abriu seu próprio sorriso malicioso.

– Pode me levar a casa de Rebekah? – perguntou ela, com uma sobrancelha erguida.

– Rebekah Mikaelson? Mas é claro, princesa. – disse ele, abrindo a porta do carona para ela, causando mais cochichos. Elena riu maravilhada por dentro.

Quando já estavam na estrada para a casa dos Mikaelson foi que o silêncio foi quebrado dentro do carro.

– Tudo bem. Qual foi da mudança de humor comigo? – perguntou Damon, levantando uma sobrancelha para Elena, desviando o olhar para ela em um instante, depois voltando a olhar a estrada.

– Own! Prefere que eu te de tapas ao invés de te tratar com imensa educação? – falou Elena em uma voz zombadora.

– Nem pense nisso. Meu rosto nunca ardeu tanto desde os dias que eu levava tapas na escola, e eram vários por dia! Você tem uma mão pesada, heim? – reclamou Damon, passando a mão onde Elena o estapeara na noite anterior. Elena apenas deu de ombros.

– Fiz artes marciais quando pequena. – disse Elena, olhando pela janela enquanto já se dava para avistar a mansão Mikaelson. O M3 de Rebekah já estava lá.

Damon estacionou em frente à mansão.

– Bom... Aproveitando nossa temporária paz... – começou Damon, fazendo Elena o olhar com uma sobrancelha arqueada.

– Eu nunca disse que estávamos em paz, Salvatore. – ele rolou seus olhos azuis.

– O que acha de eu te levar para comer algo hoje? – ele perguntou, dando uma piscadinha para ela.

– Uau. Damon Salvatore está me chamando para sair. Isso consideraria um encontro? – perguntou Elena em voz debochada.

– Talvez sim... Talvez não... O que você quiser. – disse Damon, dando um de seus sorrisinhos tortos marcantes.

– Não comece! – disse ela, tirando o cinto e saindo do carro. Damon debruçou-se no banco do carona, olhando a garota pela janela.

– Isso seria um sim ou um não? – gritou Damon.

– Seria um talvez. Eu te ligo, Salvatore. – disse ela, dando uma piscadinha e entrando na mansão de sua amiga.