Era definitivo, sua vida estava uma porcaria, não podia mais sair na rua. Simplesmente não podia. Se saísse era capaz de um paparazzi a fotografar em uma hora constrangedora, ou senão, algum infeliz saía do bueiro para  taxá-la de mentirosa. 

Não haviam notícias de Cato, aparentemente ele se fechou para o mundo, e isso é o que mais faz as pessoas comentarem.

E sim, eu estava preocupada. E com raiva.

Madge ia a cada de Clove todo o dia, e dormia algumas vezes, hoje porém ela não pôde. Jantar em família, parece que seus pais querem conhecer seu novo namorado - nem tão novo assim, pelo menos não para Clove - Gale. Qual é, qualquer pateta saberia que eles iriam acabar namorando.

Primeiro: Eles se odiavam, não conseguiam passar mais de um minuto no mesmo lugar e parecia que estávamos sendo atacados por bombas. E quase nunca havia motivos, eles arrumavam briga por coisas como: Você está andando rápido demais, pare de respirar o mesmo ar que eu, você está perto demais de mim, por que você estuda aqui mesmo? 

Segundo: Eles tinham um ciumes inexplicável um do outro, Gale não podia dar ''Oi'' á Annie - uma amiga nossa, que por acaso tinha namorado - que Madge já vinha com mil especulações para mim sobre o que eles poderiam estar falando, o que poderiam estar marcando, porque Annie não sumia do mundo ou ficava 24 horas com seu namorado e deixava Gale em paz. Gale não era diferente, todos sabiam que Madge além de ser muito bonita têm vários amigos - tanto homens quanto mulheres - e Gale fazia questão de fechar a cara quando ela conversava com Thresh, Gloss ou qualquer outro. Ou ele fechava a cara ou jogava seu humor ácido para cima dela.

Terceiro: De uns tempos para cá eles tem sumido ao mesmo tempo, matado as mesmas aulas e não têm atendido os celulares, aliás toda vez que se encontrava com Madge ela estava estranhamente descabelada e ofegante.

De qualquer forma estava feliz pelos dois, sempre torcieupelo namoro deles, eles fazem um casal muito fofo. 

E pelo menos tiveram sorte. Mais sorte que ela. Não, não estava com inveja, isto é apenas uma observação. 

Acho que Katniss também está feliz, Gale é seu melhor amigo desde que estavam dentro das barrigas de cada mãe, nasceram exatamente no mesmo dia e na mesma hora, há quem diga que eles eram ''gêmeos'' de alguma forma, por terem nascido com o mesmo tom de pele e cor dos olhos.Mas Clove não sabia a opinião de Katniss á respeito, porque faz uma semana que ela nem sequer dirige o olhar á ela. Seus pais falam com ela normalmente, mas ela consigue ver que eles se irritam com os paparazzi e jornalistas.

''– A câmera.

– Você quer a minha câmera?

– É só para apagar as fotos. Não dá para correr o risco de alguém vê-las.

– Então há um minuto era ótimo estar comigo, mas agora você sente vergonha disso?

– Você não entende... ''

''Você não entende''. Será que era isso á que Cato se referia? Será que era isso que ela não entendia? Que se alguém visse aquelas fotos, sua vida se transformaria nesse completo inferno que se transformou agora? 

Talvez fosse, e era exatamente isso que ela temia. Ter sido uma idiota. Ter sido injusta com Cato.

Mas por outro lado ele não foi atrás dela, não fez nada á respeito, ele até havia dado uma entrevista um dia antes da sua que ela fazia questão de tentar esquecer.

''- Então, Cato, você realmente conhece essa...

- Não, não conheço. 

- Mas vocês foram vistos juntos. 

- Eu sei, mas... bem, sabe como são os fãs, não é? Sempre querem atenção, e eu tenho que dá-las, sem eles não seria nada, mas nossa relação não passou disso, se ela inventou coisas, eu não posso fazer nada.''

Não. Cato não gostava dela. Não como ela gostava dele. Na verdade ele não gostava dela de forma alguma, ou não teria dito aquilo.

...

Fazia uma semana que Cato não saía de casa, para nada. Na verdade não saía do seu quarto.

Sua vida estava m caos e ele estava revendo-a.

Vendo novamente todas as besteiras que fez.

E todas as coisas boas que lhe aconteceram.

''– Cara, esse é seu plano? Não tinha um pior?

- Ou é isso, ou você vai ter que escolher entre a incrivelmente irritante Glimmer Rambin ou um Contrato com um filme de cinema. 

- Ta, ta, vamos logo com isso.''

Se ele soubesse o que aquele plano faria.

''Rapidamente ele abriu a porta, e saiu do local, dando dois passos e esbarrando em alguém, fazendo a pessoa cair no chão.

- Vê se olha por onde anda!''

Ele sorriu ao se lembrar da vez que viu Clove pela primeira vez, mesmo que não tenha a visto no começo

''- Qual é seu nome?

- Clove..''

''- Calma estressadinha, eu tenho que trocar de carro, á essa hora os paparazzi estão atrás de mim, e se eu chegar na sua casa, com esse carro...

- Vai ser uma vergonha, por que eu não sou famosa, adivinhei?

- Não... é que, bem você não sabe como eles são...

- E nem quero saber.''

Agora ela sabia e a culpa era dele, talvez se eles nunca tivessem se visto ela não passaria por isso agora.

''- Parabéns, garoto. 

- Obrigado, senhor... 

- Gloss.  Parabéns, você conseguiu o papel no filme.''

O filme... ele não era nem metade do que poderia realizar Cato agora, na verdade o filme estava atrapalhando sua vida, tinha atrapalhado as coisas com Clove... o filme atrapalhou tudo e ele nem mesmo queria atuar.

Cato pela primeira vez saiu do quarto, passando por toda a sua casa até seus pais. 

Os dois estavam discutindo sobre sua turnê e como encaixariam o filme nela.

''Aqui nesse espaço entre Itália e França''

''E Argentina e Brasil também''

- Mãe? Pai?

- Oh, meu querido, finalmente saiu do quarto, e já era hora. Finnick virá aqui hoje conversar sobre o filme.

- Era exatamente sobre isso que eu queria falar...

- Está tão entusiasmado quanto nós?

- Não.

- Não? 

- Isso. Não. Eu não quero fazer esse filme, e na verdade eu não vou.

- Mas você não pode fazer isso...

- Posso sim, tando que estou fazendo. - Cato disse sem ser rude. - E aliás, vocês estão demitidos. - Cato respirou e completou. - Quero vocês apenas como meus pais, quero vocês como pais devem ser, tá?