Trouble escrita por BubblegumBitch


Capítulo 7
Capítulo #7: Novembro de 2009


Notas iniciais do capítulo

As falas e parágrafos se misturaram quando apertei pra enviar o capitulo, tentei consertar, mas estava ficando só pior. Deixarei deste jeito pra não ter que dividir em dois capítulos diferentes. Caso alguém tenha dificuldade, me avise para eu separar em dois posts diferentes este capítulo :)



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O feriado de vinte de novembro ia ser numa sexta-feira, eu poderia começar o que eu tinha que fazer. Cada dia que passava eu pensava que me aproximar de Annabelle tornava tudo o que eu estava prestes a fazer mais difícil.

– Claro! - Annabelle exclamou quando propus que viajássemos durante o feriado. - Vai ser incrivel! Vamos para a casa da minha família.

- Não! - Fora quase um grito. Ela se encolheu no sofá. - Desculpe... É que eu... havia pensando em irmos para a casa da minha família...

- Oh... Tudo bem, então. - Ela sorriu. O combinado com Maria foi levar Annabelle para a casa onde ela havia me levado, caso contrario eu sofreria consequências. Eu não queria saber quais eram, mas era algo com relação a minha mãe, e apesar dela ter me abandonado por culpa de todo preconceito que ela sentia, eu não queria nem um mal a ela. Iriamos viajar na quinta-feira, depois da faculdade.

A casa havia mudado totalmente de ambiente. Antes ela era velha, com moveis velhos e paredes mal pintadas. Agora ela estava bem decorada, com moveis limpos e novos. A fachada antes velha agora estava luxuosa. Confesso que me surpreendi com aquele lugar. Não parecia nem de longe a casa em que eu fiquei.

– É linda! - Disse Annabelle quando entramos na casa.

- É sim... - Eu mal acreditava no que saia de meus lábios

Fomos até a cozinha e fizemos um pequeno lanche. A viajem fora cansativa e queríamos apenas dormir. Descansar.


No outro dia era o feriado. Eu não fazia ideia do que tinha por ali, e ficar em casa presa com Annabelle seria melhor termos ficado em casa. Antes dela acordar sai pela manhã para comprar algo para comermos. Na padaria havia alguns homens mais velhos do que eu, alguns da minha idade, e umas meninas.



Andei até o atendente e pedi algumas gramas de queijo, outras gramas de presunto e pão. Ele estava, claramente, me passando algumas cantadas. Aproveitei para tentar conseguir algumas informações de onde teria um lugar bom para levar Annabelle hoje, durante a noite.


– Terá alguma festa por aqui hoje? - Perguntei quanto ele finalmente me deixou falar.

- Tem sempre festa numa casa de shows aqui perto. - Ele me entregou as gramas de queijo. - Eles não respeitam nem o feirado da consciência negra. - Resmungou. - E ainda ditam temas. Ir vestido de preto, veja só? É um grande absurdo!

- Pare de amolar a jovem! - Uma senhora de no máximo quarenta anos disse saindo de uma pequena porta. - Ela fez apenas uma pergunta. - Me observou. - Não é daqui, ou é?

- Na verdade, não. - Sorri. - Estou viajando... Queira alguma distração durante a noite...

- Vem se divertir comigo, mocinha. - O homem disse, e em seguida recebeu um grade tapa da senhora. Ri em graça, depositei o dinheiro sobre o balcão sem esperar pelo troco e saí do estabelecimento. Eu estava a pé, mas o caminho não era longe. Isto é, não seria longe se e não me perdesse.

- Melissa! - Uma voz gritou meu nome enquanto eu virava na rua da casa onde estava com Annabelle. E eu sabia perfeitamente de quem era aquela voz. Maria.

- Maria. - Disse fria. - Não sabia que morava por aqui...

- Eu estou onde você está. - Disse sorridente. - Como tá indo a nossa brincadeira?

- Bem...

- Não pensa em tentar me fazer de boba, certo? - Neguei lentamente com a cabeça. - Otimo! Agora você deve ir... - Ela desviou seu olhar do meu e olhou atrás de mim. Me virei e Annabelle estava vindo em nossa direção. Sua expressão era de pura preocupação, e talvez um pouco de raiva por me ver ali na rua falando com alguém.

- O que está fazendo aqui? - Perguntei indo em sua direção. Annabelle seguiu Maria com o olhar, e quando ela sumiu de vista me olhou. Ciumes.

- Quem era, Melissa? - Quase sorri de seus notáveis ciumes, mas sua expressão fria fez minha vontade de sorrir sumir num segundo.

- Era Maria... - Ia continuar, mas Annabelle me interrompeu virando as costas e voltando para a casa enfurecida.

Segui Annabelle. Estava um pouco distante, mas ainda assim, eu estava seguindo-a. Ela voltou para a casa e bateu a porta logo depois que entrou. Sorri. Alguns segundos depois entrei em casa e lá estava ela: de braços cruzados, sentada no sofá e emburrada.

Passei direto por ela, como se não percebesse sua furia. Ela odiava ser ignorada. Deixei os pães sobre a mesa e o restante coloquei dentro da geladeira. Quando me virei Annabelle estava parada na porta com a mesma expressão de alguns segundos atrás. Peguei um copo de água e antes de tomá-lo fiz um gesto oferecendo-o para Annabelle, ela negou com a cabeça sem mudar sua expressão. Me virei e depositei o copo sobre a pia.

– Belle. - Chamei-a ainda sem olhá-la.

- O que você quer? - Fingir ignorar seu ciume estava deixando-a cara vez mais enfurecida, isso era notável em suas palavras.

Andei até ela envolvendo-a com meus braços. Ela tentou se soltar. Em vão, ela era claramente mais fraca do que eu. Alguns segundos depois ela desistiu de se soltar e apenas desviava seu olhar do meu. Aproximei meu rosto do seu e mordisquei-lhe a bochecha. Notei que ela queria sorrir, apenas não o fazia. Continuei mordiscando-a e rapidamente troquei que estava fazendo por beijos. Distribuía beijo por todo seu rosto e desci até seu pescoço. Annabelle era extremamente sensível a beijos naquela região. Os músculos de seu corpo haviam relaxado, então não havia motivos para continuar prendendo-a. Afrouxei meus braços em volta de seu corpo e levei minhas mãos para o laço do hobby que estava escondendo sua fina camisola. Desfiz o laço, e de repente ele estava no chão. Estava prestes a retirar a camisola de Annabelle quando ouvimos batidas na porta. Suspirei irritada, o que fez Annabelle rir.

– Vá atender. Vou trocar de roupa. - Ela pegou seu hobby do chão e se dirigiu para o quarto onde dormimos. Andei lentamente até a porta e a abri. Era a senhora da padaria. Ela me olhava com olhos curiosos.

- Posso ajudar? - Perguntei quando não aguentava mais aquele silencio mortal.

- Você me parece familiar... - Ela analisou meu rosto durante alguns segundos e logo depois sorriu. A única coisa que eu queria saber era como ela havia descoberto onde eu estava. - Você lembra Carmem Thompson!

- Você... - Pensei em algumas palavras para dizer. Ela havia pego-me de surpresa. - já leu algum livro de minha mãe?

- Livro? - Ela gargalhou. - Eu estudei com sua mãe, menina! - Ouvi a porta do quarto se abrir.

- Pode esperar um segundo? - Antes dela responder qualquer coisa eu fechei a porta e fui até a porta por onde Annabelle estava saindo. Eu não podia deixar ninguém vê-la, afinal, quando as fotos dela se espalhassem por todos os noticiários aquela mulher seria a primeira a ligar para a policia. E Maria jamais iria me perdoar por qualquer falha no nosso plano. Annabelle tinha de ficar comigo durante, pelo menos, um mês . Empurrei Annabelle para dentro do quarto novamente. Ela ficou assustada.

- O que houve? - Perguntou-me.

- Pode ficar aqui no quarto por algum tempo?

- Por que? Eu quero tomar café! Estou com fome, Mel.

- Não vai demorar, Belle. Por favor. - Suspirou afirmando com sua cabeça em seguida. Selei nossos labios e fechei a porta em seguida. Me dirigi até a porta onde aquela senhora ainda esperava por mim.

- Ai está você! - Sorriu. Retribui aquele sorriso e continuei a olhar. - Como está sua mãe? Fazem anos que não nos vemos.

- Posso dizer o mesmo... - Ela me olhou confusa, mas acho que preferiu não perguntar.

- Quando a ver, pode dizer que Margaret Müller mandou um 'olá'? - Afirmei com a cabeça sorrindo. Ela virou o corpo e foi em direção da rua. Fechei a porta e fui até o quarto. Quando abri a porta, Annabelle estava sentada observado o lado de fora da janela. Ela acompanhou Margaret com o olhar. Seu olhar era confuso.

- Quem era? - Disse sem me olhar.

- Conhecida de minha mãe. - Me virei deixando a porta aberta e seguindo para a cozinha.

Naquela noite fui para a festa com Annabelle. Divertimos-nos bastante. Naquela festa descobri que estava começando a nutrir algo por Annabelle. Na mesma festa encontrei com Maria, uma vez que fui até o banheiro. Ela disse que os quartos da casa foram revestidos com materiais a prova de som para que Annabelle pudesse permanecer em qualquer um deles sem incomodar os vizinhos, e sem dar qualquer tipo de pista. Aquilo me matou por dentro. E tudo aquilo para chamar a atenção de minha mãe, e querer o meu maldito dinheiro. No que eu havia me metido? Mas já era tarde demais para voltar atrás.

Na noite de domingo Annabelle e eu tínhamos de voltar para a cidade. Quero dizer, voltar para o interior de onde habitávamos. Contudo, nós não voltaríamos. Eu estava sequestrando Annabelle.

Sábado a noite fizemos sexo. Sexo, pois não houve sentimento de minha parte. E senão tem sentimento, é apenas sexo.


Na manhã de domingo, acordei mais cedo que Annabelle. Desvencilhei-me de seus braços lentamente. Ela se moveu, mas não acordou. Eu tinha que ser firme e ir até o final, já que eu estava me encrencando, então, que o fizesse direito. Vesti minha roupa, levei minha mala para fora do quarto. Voltei e olhei a janela. Suas trancas eram do lado de fora. Era como se Maria já tivesse prendido alguém dentro deste quarto antes, como se ela tivesse pensado em todos os detalhes para não deixe nenhum prisioneiro escapar. Fechei a janela. Peguei seu celular ao lado da cômoda e fui em direção a porta, ali parei e olhei Annabelle. Eu implorava mentalmente milhões de vezes pelo perdão divino. Aquilo era completamente errado, mas Maria havia me feito acreditar que aquilo era certo, que aquilo ia fazer com que eu recebesse um pouco de atenção da minha mãe. Ela havia feito um ótimo jogo de persuasão. E naquele momento eu vi o quanto estava encrencada. Eu tinha que fingir ter enganado Annabelle, eu não podia demonstrar qualquer sentimento por ela.





Na próxima semana faria duas semanas que Annabelle estava presa dentro daquele quarto. Sua sorte era que Maria havia feito uma suíte ali, caso contrario não sei como Annabelle faria suas necessidades.






Sempre que eu entrava lá para deixar suas refeições ela mal me olhava. Algumas vezes, quando ia levar o jantar ela mal havia tocado no almoço. Depois da primeira semana aquilo já não me incomodava mais.



Durante a semana Maria ou Marcos vinham ver se eu ainda cumpria com minhas palavras. Nos jornais, durante os programas, todo o tempo apareciam fotos de Annabelle. Suas amigas da faculdade davam depoimentos desesperados querendo alguma informação de seu paradeiro. O Senador Michael aparecia e inúmeros telejornais, usava uma blusa com o rosto de Annabelle. Um jornal local todos os dias publicava uma pagina com a foto dela para que qualquer um pudesse vê-la.

Margaret aparecia aqui quase todos os dias no mesmo horário. Ela se lamentava pelo desaparecimento de Annabelle mesmo sem a conhecer. Parecia ser uma boa mulher. Me disse que jurou ligar para a policia se soubesse quem havia sequestrado Annabelle.

Liguei para Margot durante todos esses dias. Disse para inventar qualquer desculpa, para qualquer pessoa que aparecesse lá em casa, afinal, qualquer um na faculdade, ou até mesmo Marcos – ou Maria – poderiam dizer que haviam me visto com Annabelle. Eles eram capazes de tudo, e eu havia aprendido aquilo da pior forma.



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