Era ele, sem dúvidas! Rogue Cheney era mais bonito pessoalmente. Seus olhos penetrantes faziam os meus cintilarem.

-Senhorita McGarden? – a voz de Rogue era cativante.

-Rogue-san! Seja bem vindo! – eu estava um pouco nervosa, mas dar a ele uma boa impressão era tudo o que eu queria.

Logo, ele segurou minha mão direita e a beijou carinhosamente.

-É um enorme prazer conhecê-la. – ele disse logo depois.

-O-o prazer é todo meu! – disse ainda mais exaltada.

-Desculpe-me. Agradeço por ter me esperado. Imagino que deve ter dado um pouco de trabalho. – ele riu.

-Imagine! Eu queria muito fazer isso... – eu tentei descontrair um pouco. Ambos estavam vergonhosos, eu não imaginava que ele seria uma pessoa assim, tão... Inocente.

Logo o assunto acabou e ficamos alguns segundos em silêncio, o que causou um breve constrangimento. Até que uma pequena multidão se alojou em volta de Rogue, afinal, ele era a “grande novidade”. Fiquei um pouco desnorteada ali, sem saber o que fazer. Então escuto ele dizer algumas palavras, respondendo perguntas dos fãs. Aquilo me fez sorrir, ele tinha grande afeto por eles...

Logo, ele pediu licença e me puxou carinhosamente pelo braço.

-Gostaria de me acompanhar até o hotel? – ele convidou.

Fiz sinal positivo com a cabeça. Assim, saímos nós dois do aeroporto e apanhamos um táxi. No caminho conversamos um pouco.

-Nunca imaginei que iria conhecer a autora do meu livro favorito! – ele afirmou.

-Amor Eterno?

-Sim, é um romance incrível. Precisava parabenizá-la pessoalmente!

Acanhada, respondi:

-Obrigada Rogue-san! Fico feliz que as pessoas tenham gostado, mas fico ainda mais contente sabendo que você gostou! – disse – Eu sou uma grande fã sua.

-Mesmo?

-Claro! Amo cada obra sua! Suas palavras são perfeitas, as expressões que usa faz o leitor querer mais e mais, sem falar das histórias em si, que são magníficas!

-Puxa, obrigado! Muito obrigado! – ele realmente ficou emocionado.

Assim que chegamos ao hotel, percebi que era bem próximo da minha casa.

-Rogue-san, irei para casa, já está ficando muito escuro. – disse

-Quer companhia? – ele perguntou atencioso

-Não é necessário. A rua está movimentada e não é muito longe.

-Hm, tudo bem. – ele se aproximou de mim e beijou minha bochecha corada. – durma bem Levy-san.

Um tanto chocada, respondi:

-Você também, boa noite. – acenei e fui andando para o meu destino.

Quando já estava bem próximo do meu portão, meu celular começa a vibrar no bolso. Um número desconhecido me ligava. Resolvi não atender, não era de atender qualquer telefonema, principalmente os não identificados. Porém, o indivíduo persistiu e meu celular vibrou novamente. Orgulhosa, não atendi. Mas, novamente o celular começa a vibrar. Se está insistindo tanto, deve ser importante.

-Alô – disse atendendo.

-Oi baixinha. – uma voz grossa falava através do telefone.

-G-Gajeel?!

-Por que demorou tanto pra atender?

-Desculpe... Não havia escutado o celular tocar... – menti.

-Hm. Como está?

-Bem... Como conseguiu meu número?

-Um anjo. Costumo chamar de Mirajane.

-Muito engraçado! Onde você está?

-Vim cuidar de um parente doente. Amanhã voltarei.

- Então, não perguntei se você está bem...

-Ah, estou ótimo. Sabe... Mira me contou de alguém que queria te conhecer.

-Fala de Rogue?

-Sim, o grande escritor! – ele riu sarcástico. – Você já o conheceu?

-Sim, acho que foi o melhor momento da minha vida!

-E ele é legal? – desta vez sua voz estava mais desanimada.

-Ele é incrível! É maravilhoso! Ele é um verdadeiro príncipe! – disse com um grande sorriso, lembrando do beijo que recebi na bochecha.

-Hm. Durma bem.  – ele disse mais desanimado ainda. Sinceramente, não entendi o motivo dele se despedir tão repentinamente.

-Gajeel? – não deu tempo, ele já havia desligado o telefone.

Fiquei pensando se tinha dito algo ofensivo, mas não me lembrei de nada. Talvez ele devesse estar ocupado. Não me importei, apenas cheguei em casa, deite na cama e dormi. Realmente estava exausta, e não queria perder tempo amanhã, queria acordar cedo para encontrar Rogue novamente.

Já de manhã acordei cedo de novo, mas agora tinha um motivo. Eu queria ligar pra ele,Rogue, mas fui boba em não pedir seu número na despedida. Apenas me ajeitei e saí. Por alguma razão, eu o encontro sentado em um banco, perto da minha casa.

-Rogue-san, não esperava encontrá-lo aqui. – afirmei.

-Ah, bom dia Levy-san! Eu só estava observando a paisagem, a cidade é bem nostálgica...

-Entendo... Estou indo à uma cafeteria, gostaria de ir junto?

-Claro! – rapidamente ele se levantou e fomos caminhando juntos.

Chegamos ao destino mais rápido que o normal. Acho que o rosto dele me distraiu por alguns instantes...

-Mira-san? – chamei a funcionária entrando com Rogue na cafeteria.

-Levy-san, estou aq... – sua frase foi interrompida quando saiu da porta da cozinha e se deparou com Rogue.

-Mira, esse é Rogue Cheney. – disse apresentando-o

Logo, ele se aproximou de Mira abraçando-a carinhosamente.

-Muito prazer! – ele disse

-Ah, o p-prazer é todo m-meu... – acho que ela gaguejou um pouco.

-Está tudo bem, Mira? – perguntei percebendo o nervosismo dela.

-Sim, sim. É que sou uma grande fã sua! Eu amo seus livros, devo ter a coleção inteira em casa. É inacreditável recebê-lo aqui! – ela disse com os olhos lacrimejando de tanta emoção.

-Fico honrado! – ele sorriu novamente, aliás, Rogue estava sempre sorridente.

-Mira, prepare um café da manhã caprichado pra gente? – pedi

-O que?! Irei preparar o melhor café do mundo!! – ela disse exagerada – só aguardem uns instantes. – ela foi pra dentro da cozinha com o objetivo de preparar a refeição para o convidado.

Sentamos em uma mesa perto da janela, e logo quis puxar assunto:

-Rogue-san, pretende começar uma nova obra?

-Preciso de inspiração antes... E você?

-Eu comecei um rascunho. Ainda não está satisfatório.

-Posso ver?

-Claro. – retirei da bolsa os rascunhos dos dois capítulos prontos e o entreguei. – aqui está.

Ele começou a ler atenciosamente. Em menos de dez minutos ele concluiu a leituras dos dois rascunhos, eles não estavam muito grandes, talvez duas ou três folhas ocupavam cada capítulo.

-Impressionando, sempre! – ele disse entregando-me de volta os papéis.

-Mesmo?

-Com certeza. – ele deu um sorriso, e logo começou um novo assunto – está comprometida Levy-san?

-Não, não. – disse tímida.

-Então ainda tenho uma oportunidade.

Assustei-me com as suas palavras e logo corei, ele percebeu minha expressão.

-Estou brincando, Levy-san. – ele riu – eu te respeito. Mas você é uma mulher linda e simpática. É estranho nenhum homem ter se aproximado ainda.

-Eu não procuro relacionamentos agora. – logo nossa conversa foi interrompida por Mira, que segurava uma bandeja repleta de coisas deliciosas.

-Aqui está! Por favor, avisem-me se algo não estiver bom, ou se precisarem de outra coisa. – ela disse deixando a bandeja em cima da nossa mesa.

-Obrigada, Mira-san. – Rogue agradeceu.

-Vou deixá-los comerem em paz, bom apetite. – ela saiu e foi para trás do balcão atender outros clientes que a aguardavam.

Durante a refeição, eu e Rogue tivemos um diálogo descontraído.

-Ei, Levy-san. Conhece algum restaurante bom por aqui? – ele perguntou.

-Alguns...

-Gostaria de jantar com você essa noite, se não se importar, claro.

-Seria ótimo. – eu concordei.

-Perfeito. Terei eu voltar para casa agora, há alguns compromissos me esperando. Poderia me encontrar aqui em frente às sete?

-Sim, como preferir...

Ele sorriu pra mim, levantou da cadeira e me deu um beijo na testa. Logo, foi ao balcão de Mira, provavelmente pagar a conta. Não o impedi porque de fato estava sem nada na carteira naquele instante, apenas com alguns centavos que não pagariam o tão aperfeiçoado café da manhã preparado por Mira. Assim que ele saiu pela porta principal, levantei também, me despedi de Mira e parti para casa.

Continua...