Influxos E Afetos escrita por thifany q


Capítulo 1
Meu café frio


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas consegui escrever o/viva eu !
Espero que gostem ! Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333067/chapter/1

“Amor Eterno” é o nome tão vistoso do meu primeiro romance publicado há uns dois anos atrás. Ainda me pergunto o motivo das pessoas se encantarem por devaneios, ilusões. Uma história bonita, confesso. Mas não menos considerável que um jornal, uma leitura sobre os grandes enigmas dos mares ou até mesmo sobre robôs... Tudo começou pelo meu passatempo de infância. Amava passar horas e horas compondo histórias melosas de amor, do típico, princesa indefesa e príncipe valente. Cresci com esses contos na cabeça e me imaginei uma grande escritora.

-Sonho realizado... – pensei desanimada

Mas agora o público crê em minha expressão e imaginação fértil para um novo romance. E lá vamos nós. Eu, máquina de escrever, chocolate quente e cérebro!

Sentei-me em minha escrivaninha e comecei a rabiscar alguns papéis que se encontravam na mesma. Aquilo era uma espécie de terapia para mim. Através dos riscos da caneta conseguia criar diversas imagens na mente, trazendo junto, inspiração. Porém, aquilo não estava sendo o suficiente. Apesar de detestar a minha aptidão por textos e histórias, prezava ver as pessoas com Amor Eterno nas mãos, lendo com arbítrio cada página. Aquilo me motivava por inteiro. Por isso, agora eu ansiava em escrever algo que ultrapassasse os limites, deixando a sociedade mais do que satisfeita. Vontade não me faltava, mas o necessário: Idéias.

Larguei a caneta por um instante e segurei minha caneca com o tão aprazível chocolate quente preparado por mim. Tomei um gole e fechei os olhos. Deixei aqueles pensamentos invadirem cada parte da minha cabeça, deixando-me até mesmo um pouco tonta. Ao abrir os olhos, senti uma grande frustração.

Levantei-me da cadeira, vesti um casaco e decidi passear um pouco pela minha tão movimentada rua. Era inverno, por conta disso, as pessoas andavam com muitas roupas no corpo, e já era possível ver um pouco de neve no chão, árvores e telhados. Decidi passar na melhor cafeteria do bairro. Estive lá poucas vezes, mas já sabia o quão bom era.

Ao abrir a porta da cafeteria e entrar, senti um aconchego causado pelo ar quente, provocando-me tirar o casaco e pendurar no cabideiro que se encontrava ao lado da porta principal. Sentei-me no balcão, e em poucos minutos uma funcionária, que nunca tinha conhecido por lá, veio me atender.

-Seja bem-vinda! – ela tinha um sorriso tão bonito quanto o rosto. Seu crachá, preso nas vestimentas marcava o intrigante nome de Mirajane. Combinava perfeitamente com a bela jovem branquela.

-Obrigada! – eu sorri de volta, tentando mostrar a mesma simpatia.

-Perdão, mas você não é Levy McGarden, aquela que fez Amor Eterno? – ela me perguntou arqueando uma sobrancelha.

-Sim, eu mesma. – eu não queria entrar em mais detalhes sobre aquilo

-Que honra recebê-la aqui! Eu li sua obra e apeguei-me facilmente nela.

-Isso é ótimo! Fico contente que tenha gostado.

-Então, o que vai querer?

Pensei um pouco.

-Um café por enquanto, por favor.

No mesmo instante ela saiu para preparar o meu pedido. Nisso, ouço o barulho do abrir da porta, me virei intrometida para saber de quem se tratava, e de fato, assustei-me.

Era o homem mais excêntrico que já tinha visto. Cabelos negros e compridos, piercings espalhados pelo rosto todo. Usava agasalhos, mas isso não mudava o ato de ser extravagante. Fiquei um pouco amedrontada quando percebi que aquele “ser” se aproximava de mim. Até que ele virou e se sentou a um assento de distância do meu aposento. Ele chamava tanta atenção que me virei e comecei a observá-lo sem nenhum acanhamento. O que era aquilo? Que coisa mais estranha acaba de entrar naquela cafeteria?

 Ele percebeu que meus olhos estavam todos voltados a ele. Incomodado, virou-se para mim e levantou a voz:

-O que você tanto olha?!

Assustei-me e rapidamente virei o rosto.

-P-perdão! – foram as únicas palavras que consegui dizer naquela situação. Estava morrendo de vergonha. Até que a atendente Mirajane colocou o meu café, que havia pedido anteriormente, acima do balcão. Sem pensar duas vezes, corri para o banheiro, com intenção de disfarçar, ou pelo menos tentar, a vergonha.

Entrei no banheiro feminino, e tentei fazer qualquer coisa para tentar esquecer aquela situação vergonhosa. Lavei as mãos, olhei-me no espelho e disse para mim mesma:

-Tudo bem, nada aconteceu! Acalme-se!

Por ser tão tímida e quieta, dificilmente passava por aquelas circunstâncias, por essa razão, tinha o dobro de vergonha do que uma pessoa normal. Lembrei-me do meu aniversário de cinco anos, escorreguei e levei uma queda feia aquele dia. Todos riram da minha cara, e pra tentar cobrir aquilo tudo, ri também. Mas por dentro, queria chorar. Essa era uma das minhas fraquezas.

Respirei fundo e saí do banheiro. Olhei em volta e percebi que o “ser estranho” não se encontrava mais no mesmo lugar, mas em uma mesa mais distante do local que estava sentada, o que me causou um grande alívio. Sentei novamente no balcão e apreciei o apetitoso café. Até que ouvi uma voz atrás de mim:

-Abaixe a cabeça! Assim não consigo assistir a programação!

Era ele! E sim, eu estava sentada um pouco a frente da televisão, o que dificultava a visão de quem se sentasse nas mesas.

Irritada, não obedeci e continuei tomando meu café sossegada.

-Gajeel, não assuste os clientes e venha trabalhar! – Mirajane soltou a voz.

Mas como assim? Quer dizer que ele trabalhava lá?

-Desculpe Mira, só queria me divertir um pouco. – ele riu. Logo, se levantou e foi para trás do balcão.

Eu, muito curiosa, consegui escutar um pouco da conversa entre Mirajane e o “ser estranho” que se chamava Gajeel, pelo que a funcionária albina disse anteriormente.

-Vou para a cozinha hoje. Fique aqui e amanhã trocamos.

-Tudo bem, tudo bem.

Depois de alguns minutos, ainda bebendo o café lentamente, um assunto intrigante na tv começa. Algo sobre psicologia infantil, nunca me interessei muito nesse argumento, mas talvez pudesse ser útil com futuros sobrinhos, primos mais novos ou quem sabe filhos um dia. É um pensamento precoce, mas isso não impedia de ocorrer. Pois eu era nova, e nunca me relacionei seriamente com algum menino e também nunca tive vontade. Eu preferia ler, estudar ou até mesmo imaginar cenas na minha cabeça.

Estava atenciosamente acompanhando a programação, prestando atenção em cada palavra dita pelos psicólogos, dizendo o que era bom e o que não era para as crianças. Quando de repente, Gajeel aparece em minha frente, impedindo-me de observar a televisão.

-Por que você não bebe logo esse café? – ele perguntou a fim de me perturbar.

-Com licença, estou pagando por ele. Achei que poderia beber da forma que quisesse! – falei rude

-Você quem sabe, mas ele irá esfriar em breve.

-Eu não ligo.

Ele saiu da minha frente e ficou sentado em um banco lendo uma revista. O movimento estava fraco, ainda era oito da manhã.

Quando a programação acabou e eu finalmente terminei de tomar meu café, abri a carteira para pagar o meu pedido.

-Quanto é? – perguntei à Gajeel

Ele não respondeu.

-Estou falando com você! –desta vez eu levantei o tom.

Ele deu uma olhada pra mim e deu uma gargalhada me deixando irritada.

-Ah, você é muito engraçada brava! – ele sacaneou.

Bufei e respondi:

-Eu só quero ir pra casa, diga-me quanto tenho que pagar!

-U$ 2,00

Retirei da carteira o valor, coloquei em cima do balcão e deixei o local.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pela paciência rs TuT
Cadê as reviews ??