“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita.”

As magas entreolharam-se por alguns segundos antes que o primeiro viesse a atacar.

Natsu investiu sobre a encapuzada, cujo salto gracioso fizera o soco do Dragon Slayer atingir o chão fazendo-o rachar-se. Ainda abaixado o rosado envolveu-se em suas chamas criando uma imensa labareda.

Minerva havia apenas limitado-se a envolver-se com a própria magia, evitando o fogo do mago próximo a si, assim como também os ataques vindo do restante dos participantes.

Ninguém havia saído ferido pelo ataque do rosado, mas as chamas haviam alcançado alguém... ou melhor, algo.

Quando a encapuzada pousou novamente no chão fora apenas para dar um gracioso giro e chutar o Dragneel, mandando-o para o outro lado da arena. Mas apesar de tudo a maga acabou tendo de que se desfazer de sua capa já que a mesma fora destruída pelas chamas.

E quando o capuz já não mais escondia sua aparência o publico mostrou-se surpreso diante daquela que – agora – se punha próxima a Minerva.

- A Princesa do Inferno é Mirajne Strauss...? – indagou Chapatiola em um grito.

A albina mantinha um sorriso zombeteiro nos lábios – claro que ignorando o que o locutor falara - enquanto ainda escondia sua magia, assim como a tigresa escondia seu total poder.

Quando suas costas se encontraram, pode-se ver apenas que as mãos das magas agora se mantinham unidas.

- Sempre juntas, certo? – a voz da morena indagou.

- Sem piedade, certo? – e então fora a voz de Mira.

Antes que qualquer outra coisa pudesse ser dita, uma grande movimentação de terra ocorrera. Logo estalagmites brotaram do chão em direção a dupla de magas. Junto as mesmas diversos outros ataques se seguiram.

Mas já era tarde para algo ser feito.

Nuvens negras haviam ganhado os céus enquanto um circulo mágico carmim aparecera sobre as magas.

- I Ralgus... – começou a Minerva. Sua voz ecoando por todo o estádio.

 - Eu convoco Híppos Leukós... – e assim se seguiu Mira, sua voz soando no mesmo tom da morena.

E então o primeiro circulo mágico fez-se presente a Oeste. O vendo tornou-se mais forte balançando os cabelos das magas, assim como os vestidos que as mesmas trajavam.

- Lo Houseto... – novamente fora à morena. Suas mãos unidas as da albina faziam com que os choques entre as magias fizesse com que um olho de furacão ganhasse os céus.

- Eu chamo Híppos Pyrrós... – e então Mira continuou. Assim que sua voz cantou parte do feitiço outro circulo mágico mostrou-se, desta vez a Leste da arena.

Fechando os olhos elas continuaram.

- Lo Housetia... – a voz da morena havia tornado-se calma, mais ainda sim estava alta.

O vendo havia se intensificado fazendo com que alguns dos magos no interior da arena tivesse de se segurar enquanto olhavam abismados a imensa quantidade de magia que exalava do corpo das magas... e que continuava a fluir mais e mais.

- Eu clamo por Híppos Melas...

Logo a magia que as cercava tomava tons enegrecidos enquanto o odor de sangue com cadáveres se apossava de todo o local provocando ânsia em alguns magos.

Novamente um circulo mágico mostrou-se, agora ao Sul da arena.

- I Ragdo...

Grandes rachaduras abriram-se na terra tendo como epicentro a linha mágica negra que circulava as magas. Tais rachaduras seguiram em direção aos círculos mágicos já presentes enquanto uma solitária ia para o Norte, parando subitamente.

- Eu evoco Híppos Khlõrós...

E então o ultimo circulo mágico mostrou-se ao Norte a ponta da grande fenda. Sem que nada precisasse ser dito um liquido negro viscoso escorreu pelo interior das rachaduras seguindo em direção aos círculos mágicos que as mesmas se conectavam.

- Eu convoco... – proclamaram juntas. – O Juízo Final.

E tudo ocorrera rápido demais para que qualquer um pudesse entender.

Um grande pilar negro subiu aos céus enquanto quatro criaturas mostraram-se, cada uma sob um circulo mágico.

- Sen, acorde para trazer a Guerra! – mandou Minerva, seus olhos ainda fechados.

Ao Leste uma figura tomou forma de uma mulher. Esta possuía cabelos vermelhos longos – até os joelhos – trançados. Seus olhos brilhavam em verde água. Esta trajava nada mais que um quimono verde palha frouxo nos ombros deixando uma abertura onde se podia ver um espartilho vermelho sangue, e sob a cintura uma faixa segurava seu quimono. Por fim calçava sandálias de madeira e usava um chapéu de palha na cabeça.

A garota denominada Sen carregava em suas costas um par de espadas longas, já presa a faixa em sua cintura podia-se ver uma katana embainhada.

- Seiha, desperte para nos dar a vitoria! – ordenou Mira.

E logo a figura masculina mostrou-se sob o circulo mágico ao Oeste. Este possuía cabelos negros longos – pouco abaixo dos ombros. Seus olhos scarlets assustavam qualquer um que os observasse por muito tempo.

O homem trajava nada mais que um quimono de mangas longas Chinês antigo, o mesmo era prateado e possuía detalhes em ouro puro. Usava meias prateadas e calçava chinelos de madeira. Em sua cabeça reside uma coroa feita inteiramente de ouro com pedras de rubis e esmeraldas enfeitando-a.

Em sua mão um Arco-Flecha dourado mostrava-se este possui flechas – estas sendo feitas inteiramente a base de magia – sensoriais capazes de paralisar o fluxo mágico e também partes do corpo do oponente.

- Ue, traga a Fome! – a voz de Minerva ecoou autoritária.

Ao Sul uma mulher mostrou-se. Seus cabelos caramelados mediados estavam soltos balançando ao vento forte. Sob sua cabeça uma coroa de pedras azuladas fazia-se presente. Os olhos azuis escuros da moça brilhavam quase como pedras de onyx.

Ue trajava nada mais que um top azul noite com detalhes dourados, este possuindo um decote em v, vestia também uma saia longa – também azul escuro com detalhes dourados e enfeite de algumas lantejoulas – a mesmas possuía dois cortes, um em cada lateral, seguindo ate o quadril deixando as pernas a mostra. Mantinha-se descalça alem de possuir um véu azul transparente cobrindo-lhe os lábios.

Em suas mãos duas escalas mostravam-se brilhando em ouro.

- Shi, erga-se para trazer a Morte! – ordenou a albina.

E assim foi feito. Ao norte o corpo de um homem tomou forma. Este possuía cabelos negros longos presos em um rabo de cavalo baixo. Trajava um quimono frouxo nos ombros deixando parte do peitoral a mostra. O mesmo era amarrado na cintura e destacava-se por ser inteiramente negro – tendo como único contraste a faixa vermelha. Calçava sandálias de madeira e mantinha sobre a cabeça um chapéu de palha.

Em suas costas podia ser visto uma foice longa junto a um alfanje, cujas correntes estavam envoltas da lâmina da arma.

- Que comece o julgamento! – disseram Mira e Minerva abrindo os olhos de súbito revelando-os revestido por uma película completamente negra.

- Guerra! – gritou Sen avançando sobre Kagura. O choque das laminas despertou a platéia e os magos dentro da arena do transe ao qual se encontravam diante de tamanho poder. – Pereça diante de tua sede de vingança! – e em um corte rápido a espada da morena se partira fazendo com que a Mikazuchi arregalasse os olhos, e antes que qualquer investida pudesse se iniciar por parte da sereia, esta fora jogada contra o muro da arena. Caindo desacordada poucos segundos depois.

- K-Kagura caiu diante de apenas um golpe... – espantou-se Chapatiola.

Sem pensar duas vezes Natsu investiu contra Sen, mas logo sua atenção voltou-se para o arqueiro cujas flechas mágicas quase acertaram o rosado por três vezes.

- Eu vejo sua confusão... suas perdas. – informou Seiha. – Perdeu algo precioso demais e acha que conseguirá reconquistar se ganhar esse torneio, mas está errado, pois você cairá agora!

- Não o ouça Natsu! – gritou Erza, mas já era tarde demais.

E assim a flecha fora disparada enquanto o rosado apenas viu-se petrificado.

Relembrou-se de Lucy, da sua melhor amiga... aquela que sempre esteve com ele. Relembrou-se do erro que cometeu ao traí-la, devia ter esperado... para explicar melhor a ela... para fazê-la compreender melhor.

Não moveu-se e assim a flecha fora cravada em seu ombro. Logo seus joelhos atingiram o chão. Aos poucos sua visão ficou turva.

Tentou pôr-se de pé, mas não conseguiu, e mesmo que conseguisse não adiantaria em nada. Ele não sentia magia nenhuma correr por seu corpo. Seus músculos estavam dormentes, sua mente e visão embaçada.

E logo apenas deixou-se cair na inconsciência.

- N-N-Natsu... tamb-bem p-perdeu... – gaguejou o Locutor.

Ouviu-se apenas um murmúrio curioso do comentarista enquanto algumas exclamações de espanto eram vistas na face do Hikaru.

- Nunca imaginei que elas pudessem fazer algo tão... belo. – murmurou o mestre, encantado.

- É mesmo impressionante que elas conseguiram evocar logo esses quatro seres – comentou Yazima.

Foi à vez de Jura.

A figura da odalisca – Ue – mexia os quadris de forma sedutora enquanto seus braços subiam e descia com as escalas.

- Eu ouço... – a mulher murmurou. – Seu coração esta acelerado... você esta com medo. Você sabe que vai perder. Mas teme também que nos descontrolemos... que destruamos o tudo.... – a voz da mulher ecoava doce pela mente do mago santo. – Hoje você cairá. E em breve será o mundo.

- Jura ataque-a! – gritou Obaba, a mestra da Lamia.

E assim o mago tentou fazer, mas estava paralisado. Cada músculo de seu corpo parecia doer. Sentia uma queimação rasgar sua garganta e – em um movimento simples de dança feito pela mulher – o Neekis caiu de joelhos com as mãos na garganta buscando ar.

Não demorou muito para que o mago de terra caísse inconsciente.

- E ag-gora J-Jura... – Chapatiola tremia de pavor diante daquele... massacre.

- Eu o reconheço... – informou Shi. Ainda mantendo as armas nas costas. – O reconheço de alguns anos atrás...

E então viu-se o rapaz recuar um passos.

- Oyamaneko Shiro... – murmurou-o.

- Shiro desista, agora! – mandou uma das garotas entre os Hunters.

O moreno arregalou os olhos. Ele sabia que se o tal Shi continuasse a falar... coisas nada boas aconteceriam.

- E-Eu desisto. – afirmou Shiro recuando mais um passo.

Aquele chamado de Morte apenas sorriu. Um sorriso cruel e sádico.

Logo os quatro voltaram-se para as duas magas ao centro da arena. O silencio no estádio era fúnebre, enquanto todos ainda digeriam o fato de que os magos mais poderosos ali foram derrotados com apenas um golpe, cada.

- Estamos partindo Princesa – murmurou Seiha pondo-se frente a Mira com o Sen, Ue e Shi ao seu lado. Ante uma breve reverencia, os quatro desapareceram.

Aos poucos as nuvens afastavam-se deixando o céu claro novamente.

Piscando algumas vezes os olhos da morena e da albina voltaram as suas colorações normais.

As garotas sorriam cúmplices, e logo a platéias gritou e assoviou diante da maior demonstração de poder que poderiam imaginar.

- A-Agora haverá o tempo de dez minutos pra se enfrentarem... – murmurou o Abobo se aproximando.

- Não precisa... – murmurou Mira.

- Afinal... – continuou Minerva.

- Eu jamais enfrentaria minha melhor amiga. – concluíram juntas apertando as mãos logo em seguida.