“Tenho pecados, mas não sou o Diabo. Sou boa, mas não um anjo.”

- O Sting faz falta nessas horas – resmungou Minerva, ou melhor, Lucy no corpo da morena.

O grupo de cinco magos caminhava calmamente pelo corredor escuro. Já haviam descido diversas escadas e dobrado em vários corredores que aparentavam não ter fim.

- Tem certeza que esse é o caminho certo Miss Lucy? – indagou Rufus.

A morena parou quando viram-se diante de três estatuas de pedra. Todas eram gárgulas, mas apenas um delas mantinha as asas abertas.

- Tenho sim. – confirmou-a. – Yuuki e Orga destruam as gárgulas das pontas – pediu-a gentilmente.

E assim foi feito.

Logo a figura de pedra moveu-se. Suas asas esticaram-se brevemente e logo os olhos da criatura de mármore se abriram.

- Eu sou aquela que viaja pelas dimensões. Resisto a tempestades e temporais. Suporto fogo e gelo. Guardo dentro de mim o que se é mais sagrado. Mas com um toque posso virar cinzas. – a voz soou agonizante. – Quem eu sou?

- Uma charada... – murmurou o loiro.

- Me diga que sabe a resposta... – pediu à maga que até então se manteve calada.

O mago memory make limitou-se a negar. Jamais ouvira – ou mesmo lera - algo daquele tipo.

E então fora a vez de Lucy/Minerva sorrir.

- Eu sou a Orquídea do tempo? – indagou-a com um breve sorriso.

E assim os quatro magos voltaram-se para a gárgula esperando uma resposta deste. Mas não houve nada, exceto pelo fato de que a estatua virara pó.

- E então? – fora Yuuki que quebrara o silêncio.

- Calma... – murmurou à morena. Em questão de segundos viu-se um movimento na parede a frente. E rapidamente os tijolos velhos cheios de musgo começaram a desfazer-se revelando uma escada feita de troncos velhos. – não é um caminho de tijolos amarelos... mas da para o gasto. – riu-se.

E assim o grupo seguiu pelas escadas.

...

A loira estava impaciente em seu lugar. Mas não era Lucy ali, e sim Minerva no corpo da mesma.

Esta não suportava ficar sem emoção... mas era por um bem maior... certo?

Afinal a loira sabia o caminho... ou melhor, um atalho para seu time chegar em primeiro. E isso era mais importante.

Suspirou pesadamente logo jogando-se sobre a cama e fechando os olhos.

E foram-se segundos... minutos... talvez até horas... e nada.

Ela apenas permanecia ali parada observando o teto do quarto.

Virou-se sobre o leito macio e ficou a fitar a luz da lua que adentrava através da janela aberta. Suspirou, mas logo sentiu a cama afundar atrás de si e antes que pudesse fazer qualquer movimento um braço envolveu sua cintura puxando-a para mais próximo.

A loira sentiu o calor ao ir de encontro ao peito do moreno. E logo a voz rouca deste fez-se presente.

- Por que esta tão nervosa? – indagou-o.

E naquele misero segundo sua respiração faltou. Como pode ter sido idiota de esquecer que Rogue sentia tudo o que ela estava sentindo naquele momento?

- E-Estou bem... – gaguejou-a encolhendo-se.

O moreno sentiu o desconforto da jovem. Estava intrigado para saber o por que daquela mudança tão repentina nos sentimentos da mesma.

Enquanto no corpo da loira tudo pelo que Minerva desejava era que aquilo acabasse logo. Por que apesar de gostar de sentir o calor de um corpo masculino próximo a si, ela não podia dar-se ao luxo para tal naquele momento. Primeiro por que aquele era o namorado de sua melhor amiga. E segundo por que repudiava qualquer contato mais intimo com homens... não que não sentisse atração pelo sexo masculino, mas decepções passadas podem mudar os pensamentos de algumas pessoas.

Conteve um suspiro quando sentiu seu corpo ser puxado para mais perto de Rogue enquanto o mesmo apenas depositava-lhe um beijo sobre a testa.

Oh, Deus, ela – com certeza – estava pagando por todos os seus pecados naquele momento.