Templar: The Rise Of The Fallen Knights escrita por Markonoha


Capítulo 4
Um dia de Sherlock Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Um dia bem diferente na cidade de Hilldown.



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Cassius me contou que Claus havia saído do negócio para viver afastado numa colina ao norte. Ele havia se casado e queria descansar. Cassius e os ciganos seguiram com o negócio usando os ensinamentos dele.

–Mas o que te traz a essa cidade meu amigo? – falei.

–Ora, você não ouviu os boatos? Pensei que fosse por isso que você estivesse aqui! – ele falou.

–Que boatos? Eu vim aqui por que me falaram que minha amada havia morrido, mas quando cheguei aqui descobri que não era ela. – falei sério.

–Oh não... Isso confirma os boatos... – ele falou ainda mais sério.

–Como assim? Explique-me, por favor.

Ele fez sinal positivo.

–Mas não aqui. Vamos. – ele falou.

Pagamos as bebidas e saímos.

–Vamos para a hospedaria onde estou. – falei.

–Não é seguro. Vou te levar ao local onde estou com os ciganos. – ele falou olhando ao redor.

Entramos num beco e ele bateu de forma estranha numa porta: Duas vezes em baixo e três vezes em cima.

–Para quê tudo isso? – perguntei.

–Entre senhor... – falou um jovem a porta antes que Cassius me respondesse.

–Vamos Cato. – falou Cassius.

Seguimos por uma série de túneis subterrâneos até chegar à uma cabana onde estavam os ciganos.

–Bem vindo ao nosso esconderijo Cato! Pelo menos o esconderijo provisório, até sairmos da cidade. – ele falou enquanto entrávamos na cabana.

–É bem grande... Agora me explique que boatos são esses... – falei enquanto o seguia subindo as escadas.

Ele abriu uma porta que dava a um quarto. Entramos e ele fechou a porta. Sentamo-nos numa mesa no centro da sala.

–Você se lembra de que dois anos atrás nós acabamos com os necromantes naquela caverna? – ele perguntou me olhando seriamente.

–Sim... – falei perturbado.

–Então... Há boatos de que eles têm uma nova geração. Alguns dizem tê-los visto nessa cidade. – ele falou me olhando.

–Oh não... Isso novamente. Então você acha que eles estão aqui? – perguntei.

–Vim conferir. Dizem que eles estão mais fortes... Alguns até dizem que eles estão aprendendo a criar uma cópia das pessoas... – ele falou.

–Entendi. Você acha que a Camille que eu vi morta era uma cópia feita por eles? – perguntei.

–Talvez... Eles não conseguem dar vida às cópias. Então poderia ser uma cópia dela. – ele falou.

–Isso é mau... Necromantes de novo... Passei dois anos tentando esquecer isso. E agora tudo volta à tona. – falei.

–Cato, só há uma pessoa que sabe como acabar com esses monstros de vez... Claus uma vez me falou dela, mas ele disse que só você poderia contatá-la... – ele disse como se não fizesse sentido.

–Virgine... Ela sabia onde e quando encontrar os monstros. Fazia parte do grupo de Claus. Deu a vida para que eu pudesse chegar a tempo para salvar meus amigos, e eu não consegui... – falei.

–Mas então como você poderia fazer contato com ela? – perguntou Cassius.

–Preciso de uma coisa... Está no meu cavalo nos estábulos. Uma pequena caixa de madeira com símbolos estranhos entalhados. – falei.

–Frank! Venha cá agora. –chamou Cassius.

Momentos depois um jovem de vinte e poucos anos abriu a porta.

–Sim senhor? – perguntou ele à Cassius.

–Leve Cato aos estábulos para ele pegar uma coisa em seu cavalo. – falou Cassius.

–Claro senhor. – respondeu o jovem.

Juntei-me a ele e fomos aos estábulos. O rapaz andava de um jeito estranho quase anormal. Ele olhava para o céu o tempo todo, percebi que ele olhava a lua. Parecia inquieto e resmungava algo consigo mesmo toda hora.

–Algum problema? Se você preferir eu posso ir sozinho... – perguntei educadamente.

–N-Não é nada senhor... Vamos ser rápidos apenas. Do contrário não dará tempo... – ele falou inquieto e ainda olhando a lua.

Nessa hora resolvi olhar para ver o que havia de estranho na lua que o atraía tanto. Logo entendi do que se tratava... Lupusmen do latim. Werewolf do inglês. Lobisomem do popular... Demônio para mim.

–Não há cura. Se quiser posso mata-lo aqui mesmo e o livrar desse tormento. – falei sério.

Ele começou a chorar e olhar para a lua e depois para mim. Ele estava se contorcendo, havia começado...

–Aaaaaaaahh... – ele gritava – Não consigooo! M-Mate! Me... Mateeeee... Antes que seja taaarde... – ele se contorcia no chão.

A pessoa que havia feito aquilo com ele selou o destino daquele pobre rapaz... Para o azar dela eu não seguiria a ordem dos seus atos. Saquei a espada.

–Realmente... É triste... – falei erguendo-a.

Desci a espada e dei um golpe em sua nuca... Com o cabo da espada. Deixei-o desacordado. O coloquei em minhas costas e segui para os estábulos.

–Pobre homem... – falei sozinho.

Segui pelas ruas da cidade até que a transformação havia se completado e eu não podia com o peso dele, além do mais não posso andar com um demônio pelas ruas da cidade, acho q chamaria um pouquinho de atenção... Deixei-o bem escondido num beco apressando-me antes que ele acordasse. Corri para os estábulos e tratei logo de achar meu cavalo, fui até a lateral dele e peguei logo a pequena caixa com símbolos entalhados.

–E ai amigão! Amanhã cedo nos vemos garoto. Espero que te tratem bem hein! – falei acariciando o focinho do meu cavalo.

Tratei de correr até o beco e pegar o rapaz transformado que já estava quase acordando... Estava muito pesado, eu não conseguiria carregar sem usar as duas mãos... Decidi levar a caixa e voltar para pegá-lo depois. Por precaução dei outro golpe na nuca para que tirasse mais um cochilo...

Chegando à cabana todos me olhavam desconfiados.

–Onde está ele? – perguntou Cassius do segundo andar.

–Precisamos falar sobre isso Cassius... – falei.

Os outros do grupo colocaram-se na frente da escada bloqueando minha passagem.

–O deixem subir. – falou Cassius.

–Obrigado. – falei quando saíram da frente da escada.

Enquanto eu subia Cassius me acompanhava com o olhar, preocupado. Quando cheguei lá em cima ele foi para sua sala e fez sinal para que eu o seguisse.

–Feche a porta. – ele falou sério.

Ele se sentou e fez sinal para que eu também. Sentei-me e olhei-o curioso. Ele olhou para o céu pela janela suja e em seguida sacudiu a cabeça em gesto negativo.

–Que descuido da minha parte... Por deus onde eu estava com a cabeça? Mandei-o ir com você logo hoje que é dia de lua cheia.

–Então você sabia? – perguntei surpreso.

–Sim, sim, é claro. Faz um tempo já... Descobrimos que a mordida de lobisomem transmite a maldição também... Só nos demos conta disso quando ele foi mordido. – ele falou decepcionado com sigo mesmo.

–Mas os caçadores não são treinados para isso? – perguntei.

–Frank não era um caçador... – ele falou.

–Não é. – corrigi.

–Como? – ele perguntou surpreso.

–Não é. Estou te corrigindo. Ele ainda está vivo. – falei deixando-o surpreso.

–Você não o matou? – ele perguntou levantando da cadeira.

–Eu não poderia... Ele não tem culpa de estar naquele estado. Eu pensei que fosse de família mas agora sei que foi transmitido... Pobre jovem... – falei levantando também.

–Onde ele está então? – perguntou Cassius levantando uma sobrancelha.

–Ai meu deus! Esqueci-me de voltar para pegá-lo num beco! – falei correndo para a porta.

–Espere! – gritou Cassius – Vamos pela janela.

Dois minutos depois estávamos nós pulando do segundo andar de uma cabana para ir atrás de um lobisomem.

–Eu já falei que você é doido? – perguntei ao tocar o chão.

–Não fui eu que escondi um lobisomem num beco. – ele disse e depois riu.

Frente a tal comentário eu não podia me defender.

–Vamos logo. – falei sério.

–Hahaha. Tudo bem. – ele falou orgulhoso do feito.

–Corremos entre os becos da cidade até chegar naquele onde deixei Frank... Ele não estava mais lá! Logo depois ouvimos gritos mais além dali. Cada vez mais gritos. Cassius e eu nos olhamos:

–Frank! – falamos em uníssono.

Corremos para o final do beco, que saía numa rua movimentada. Corremos até a praça que ficava uma rua à frente. E lá estava ele sobre a árvore: Frank...

–Frank! Desça já daí! – falou Cassius.

‘Você tá brincando’ Pensei. Ele falava como se fosse um cão desobediente.

–Ei! Frank sai daí cara! Vamos! – falei tentando animá-lo.

–Ei pessoal! Esse daí conhece o lobisomem! – falou um homem de meia idade apontando para mim.

Só então olhamos à volta... Havia uma multidão reunida ali, todos olhando para o lobisomem. O homem ria como se fosse prazeroso botar todos contra mim.

–Deixem ele! – falou uma voz conhecida justo quando a multidão ia se aproximando de mim.

–Camille? Meu amor! Ainda bem que você está aqui... Fiquei preocupado. – falei enquanto beijava-a.

–Ele precisa da sua ajuda... – ela apontou pro meio da praça e então percebi que Cassius não estava mais comigo.

Ele estava indo na direção de Frank... Pensei um pouco no que seria mais prudente fazer... Voltei para os becos e fui até a rua de trás. Entrei no primeiro prédio que eu achei e subi as escadas até o último andar. Corri até a ponta do prédio que já ficava na rua da praça, e sem pensar duas vezes tirei uma faca da bota e mirei o melhor possível na criatura lá em baixo... O ângulo não estava bom, havia galhos da árvore da praça na minha frente. Pulei para o prédio à esquerda. O ângulo era bem melhor. Não havia galhos na reta até a criatura. Mirei com calma e então apostando na sorte lancei a faca. O prédio não era muito alto, só o suficiente para estar acima da multidão. Se a faca não fosse rápida o bastante acertaria alguma pessoa lá em baixo... E foi isso que aconteceu. A faca desceu demais até chegar lá e acabou atingindo um senhor de idade que se espremia entre a multidão... Rapidamente surgiram gritos de espanto entre a multidão... Todos se voltaram primeiro ao homem e depois à mim...

–Foi aquele lá em cima! – falou uma senhora apontando para mim.

Corri para dentro do prédio, mas repensei da ideia... Eles me alcançariam na porta dele. Voltei lá para cima e pulei para o prédio da direita, e depois novamente e muitas vezes mais, até estar longe. Os prédios eram separados por becos estreitos então era fácil pular de um a outro. Depois de me certificar de que não havia ninguém atrás de mim, entrei correndo no prédio em que eu estava. Desci as escadas correndo e dei sorte de não haver ninguém ali. Tentei abrir a porta, mas estava trancada... Olhei para o lado oposto e vi uma janela que dava na rua da praça... Sem repensar corri para pegar impulso e pulei contra a janela que se partir com facilidade. Rolei pela rua de pedra e então corri até alcançar o lado oposto da praça. Dali pude ver Cassius saindo com Frank (a essa altura já humano) nas costas. Só então notei que já estava amanhecendo... Eu não podia aparecer para a multidão porque me reconheceriam então resolvi ir para a cabana de Cassius...

–Ei! Sou eu, Cato! Abram por favor! – pedi batendo na porta da cabana.

Um jovem da idade de Frank abriu a porta com cara de espanto.

–Sr. Cato? O mestre Cassius deu ordens para procura-lo, o senhor está bem? Vou leva-lo ao nosso médico. – ele falou.

–Estou bem. Não há necessidade. Onde está Cassius? – perguntei.

–Ele está... – alguém o cortou.

–Estou aqui Cato. Suba para conversarmos. – era a voz de Cassius.

–Entre senhor. – disse o jovem escancarando a porta.

–Obrigado. – falei.

Subi a escada. Cassius estava me esperando na sala dele lá em cima.

–Entre Cado. – ele falou.

–Que história é essa de “Cado”? Pirou Cassius? Meu nome é Cato. – falei surpreso com o erro dele.

–Ah sim me desculpe. Foi a luta com o lobisomem que me deixou meio tonto. – ele falou.

Entrei, fechei a porta e me sentei a frente de Cassius. Frank estava no canto da sala sentado.

–Você me deixou numa encrenca lá Cato se não fosse... – eu o interrompi.

Em um golpe rápido peguei uma arma que estava sobre a mesa dele e atirei em sua testa.

–Senhor! – falou Frank apavorado.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Se não tiver leitores em uma semana eu vou excluir essa fic e a primeira.



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