(Im)perfect Love escrita por Bruna B


Capítulo 5
O poeta misterioso


Notas iniciais do capítulo

Eaeee!!!
Eu postei outro hoje mesmo, porquê???
Eu não sei porque.
Só vou fazer um pedido: por pedido de Laura Dal Cin, eu coloquei a minha tosca poesia a fic, com algumas adaptações, só não riam que eu ficarei feliz.



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POV’ Jake


Quando eu disse que ela tinha se trancado no quarto, eu não estava brincando. Ela ficou trancada até a hora do jantar. Minha mãe e o pai dela tinham saído para se divertirem (não me pergunte com o que) e eu resolvi levar um pouco do chili que minha mãe tinha deixado pronto para ela. Eu subi e bati na porta várias vezes, mãe ela não abriu. Não, ela também não estava dormindo, por que eu ouvi o som de passos no assoalho.

– Kate, por favor, abre a porta.

– Eu não quero! – ela estava com voz de choro.

– Tudo bem.

Eu abri a porta com uma chave reserva que eu tinha e entrei. Ela estava no banheiro, com uma lâmina ensanguentada na mão e o pulso com um largo corte. O chão tinha gotas de sangue por todo o lado. Com o susto, eu derrubei a tigela, fazendo ela se quebrar em vários pedaços. Kate chorava e se contorcia de dor, e eu ajudei a fazer um curativo.

– O que você queria com tudo isso? – eu perguntei quando já estávamos sentados na cama.

– Eu... eu quero morrer, Jake.

– Por quê? Como assim?

– Amanhã é o meu aniversário.

– Mas isso é bom. Não estou entendendo.

– Jake, agora eu vou te contar um negócio que eu nunca contei para ninguém, o.k? Acho que você já percebeu que o meu pai tem um tipo de... antipatia por mim. Ele me odeia desde o dia que eu nasci, literalmente. Eu... eu matei a minha mãe. Ela teve umas complicações no parto e o líquido amniótico... bem, ele penetrou em um vaso sanguíneo e matou a minha mãe – as lágrimas rolavam do rosto dela. - Ela era o amor da vida do meu pai, e eu estraguei tudo. Eu a matei.

– Não foi culpa sua, Kate. Nem os médicos sabiam que isso iria acontecer. Você não pode se culpar por uma coisa...

– Jake! Vê se entende! A única pessoa que podia ser minha amiga nesse mundo morreu. Meu pai me odeia, e eu vivo solitária. E você não sabe o que é viver sozinho e triste por quinze anos. É horrível e eu não aguento mais viver assim! O dia da morte da minha mãe não pode ser comemorado, e sim esquecido. Mas eu sou a razão de meu pai se lembrar disso todos os dias quando acorda. Ele nem queria ter um filho, mas minha mãe insistiu! Eu sou a razão dela ter virado uma estrela! Eu quero me matar!

– Olha aqui, se você tá aqui, foi porque você tinha alguma missão na Terra. Eu não quero ficar longe de você, muito menos ter que ir ao seu velório sabendo que esse peso todo que você carrega não é seu! E se eu soubesse que você se sentia assim, eu teria me aproximado muito antes – eu a deitei e beijei o topo da cabeça dela.

– Não quero sofrer mais – ela sussurrou.

– Eu não vou deixar.

Acabamos dormindo abraçados. Ela não teve pesadelos dessa vez, mas algumas vezes durante a madrugada, ela me apertava um pouco mais forte. Podia sentir a respiração dela e o cabelo macio roçando a minha pele.



POV’ Kate


Tudo bem que o Jake conseguia ser fofo de vez em quando, mas eu tinha namorado! Aquela história devia ser esquecida o mais rápido possível. Acordei com o despertador e não tive o mínimo de cuidado para ele não acordar. Quando estava saindo da cama, ele me puxou para perto dele de novo.

– Aqui tá bom... Fica... – a voz dele estava rouca de sono.

– Jake, a gente precisa conversar. É sério – eu tirei os braços dele de minha volta e sentei na cama.

– O que foi? – ele sentou ao meu lado.

– Sabe... isso é muito fofo, muito legal, mas eu e você somos comprometidos. Isso não vai ser bom pra nenhum dos dois.

– Eu não estou... é, você tem razão. Bem, vai tomar um banho pra gente ir pra escola.

– Obrigada – ele tirou a franja do meu rosto e me deu um beijo na testa.

Eu tomei um banho rápido e quando saí, ele estava sentado na cama tocando um super música com aquela guitarra de machado que eu tinha visto outro dia. Ele tocava muito bem para um garoto do time de futebol da escola – que tem inteligência limitada – e não pude deixar de me aproximar um pouco.

– Você gosta dessa guitarra, né? – ele perguntou sem tirar os olhos das cordas.

– Sim... ela é bonita. Nem sabia que você tocava.

– Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim – ele deu um leve sorriso de canto.

Isso foi um desafio?, eu pensei, Tipo, se ele acha que vai me fazer perguntar essas coisas que eu não sei, ele está muito enganado.

Eu resolvi esperar o ônibus, só para dar explicações para Rose. Ela me deu uma bronca de mentira, e me disse que era só ligar se eu não precisasse dela.

Quando cheguei na escola, lá estava Jeremy, lendo um livro no banco como sempre. Cheguei por trás e o abracei. Ele levantou a cabeça e eu o beijei delicadamente.

– Sabe que eu gosto de você, garota?

– A é? Bom saber.

Eu me sentei ao seu lado e ficamos conversando até bater o sinal. Aquela Lindsay me dava nojo. Qualquer pessoa decente NÃO sentaria no colo do namorado em plena sala de aula, mas como ela não é uma garota decente, ela sentou no colo do Jake. Depois de dez minutos a professora chegou e pôs ordem na bagaça.

– Crianças, hoje a missão de vocês será fazer um poema sobre o amor.

Todos se entreolharam, e eu não consegui escrever nada. Não sou boa para poesias. Jake entregou a folha de caderno, e depois de um tempo, a professora escolheu alguns para ler na frente de todos. Ela não iria dizer o nome dos autores e começou:


Te conheço há tantos anos,

sei tudo que pode gostar,

te amo tanto, garota!

Mesmo assim, não consegue enxergar?



Seu novo namorado,

ele não gosta de mim.

Acho que percebeu

que de você estou a fim.



Meu amor é diferente,

Diferente daquele de romances e ficção.

Amor que não pode ser compreendido,

Aquilo que vem do coração.



Afinal,

o que significa “eu te amo”?



Um buquê de rosas?

Caixas de chocolates?

Cartas melosas?

Anéis com muitos quilates?



Como te amo

sem saber o que é amor?



Não sei dizer,

só sinto.


Ela terminou de ler e sorriu de orelha a orelha para mim. Depois da aula, antes da professora ir embora, eu pedi para ler o poema de novo. Caligrafia e folha de caderno inconfundíveis. Jake tinha escrito aquele poema. Mas não foi para Lindsay. Ele mal a conhecia.

Aquele poema tinha sido feito para mim.

É, eu tinha umas continhas a acertar com um poeta misterioso.


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Notas finais do capítulo

Querem me matar???
Me xinguem no twitter: Burbs!!!
Me mandem MPs com ameaças!!!
Quero saber se vocês estão vivos.
Beijos
:P