(Im)perfect Love escrita por Bruna B


Capítulo 20
The Hospital


Notas iniciais do capítulo

Uhuuuul!!! Hoje eu não vou pra escola!!!
Tá o.k, parei de retardadice.
Eu sei que demorei para postar esse dias, mas eu tive que ter muuuuuita inspiração pra esse capítulo.
Mais uma coisa: 101 reviews!!!! OMG!!!! Que emoção meu Deus!!!
Parei.
Espero que gostem do capítulo...



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POV’ Kate

Acordei de manhã e a visão de Jake trazendo uma bandeja com ovos, bacon, suco de laranja e chocolates me surpreendeu.

- O que é tudo isso? – eu perguntei me sentando.

- Só queria fazer uma surpresa pra você – ele colocou a bandeja em meu colo. O que foi meio difícil, já que a minha barriga já estava grandinha.

- Como o meu noivo é cavalheiro! – eu exclamei comendo uma fatia de bacon.

- Você poderia usar aquele vestido branco que eu te dei?

- Por quê?

- Você fica linda com ele, e depois da gravidez não vi você usando.

- Então tudo bem – eu dei de ombros.

Ele foi até o banheiro, escovou os dentes e roçou de roupa. Estava com uma calça jeans preta e uma camiseta com o logo do Nirvana. Quando terminei de comer, me vesti e arrumei meu cabelo. Voltando para o quarto, Jake me beijou intensamente.

- Vamos dar um passeio? – ele disse segurando a minha mão.

- Claro! Quero respirar um pouco de ar fresco.

Fomos até uma parte da cidade onde eu não conhecia, uma campina com belas flores coloridas e a grama bem verde, sem falar no lago mais ao longe. Ele me levou até debaixo de uma árvore, onde montou um piquenique gigante. Sentei na toalha quadriculada e peguei um bolinho.

- Como conheceu esse lugar? – eu perguntei.

- Meu pai costumava me trazer aqui para pescar. Sempre gostei da energia desse lugar, e ele continua intocável – ele tirou uma flor do chão e me entregou.

- Aqui é realmente lindo. Sabe o que dá mais raiva de eu estar grávida?

- O quê?

- O pessoal me descrimina. Acham que eu fui uma irresponsável, e que agora estou grávida e sozinha por que o meu namorado sumiu. Isso todos pensam, e uma senhora até veio falar comigo para da próxima vez eu escolher alguém que me valorize. O mundo e as pessoas são uma merda.

- Mas você não precisa ligar pra tudo que as pessoas pensam. Nós queremos o bebê, e isso basta.

- Mas continuo achando que tudo é uma merda.

Quando terminei essa frase, senti uma pontada de dor na barriga, fiz uma careta e coloquei a mão onde estava doendo.

- O que foi? O que você tá sentindo? – disse Jake pegando minha mão.

- Não... não é nada. Só senti uma pontada, mas já passou – eu respirei profundamente.

- Tem certeza? Não quer ir no hospital? – ele parecia preocupado.

- Não. Obrigada mesmo – eu sorri fraco.

- Então tudo bem. Quer comer mais alguma coisa?

- Queria um suco.

- O.k. Uva ou manga?

- Manga.

Comemos toda a comida e fomos andar. Passamos no meio das flores e molhamos os pés no lago.

Quando estávamos voltando para onde estavam as nossas coisas, senti outra pontada, mas essa tinha sido mais forte e longa. Me apoiei em uma árvore e tentava respirar com dificuldade. Olhei para Jake, e ele tinha o desespero estampado no rosto. A minha única visão antes de apagar foi o céu e a flor vermelha na minha mão.

Quando voltei a mim, estava em um quarto de hospital. Do meu lado, Jake estava sentado em uma cadeira e batia o pé, visivelmente nervoso. Deitei minha cabeça novamente no travesseiro e coloquei a mão na barriga, mas me assustei quando percebi que ela estava menor que antes.

- Jake... aconteceu alguma coisa com o bebê?

- Ah, meu amor... – ele abaixou a cabeça.

- O que aconteceu com o meu bebê?

- Você... você teve um aborto espontâneo, pequenininha – entrei em choque com aquele comentário.

- É mentira! – as lágrimas rolavam no meu rosto. - O bebê não morreu! Ele tá bem!

- A culpa não foi sua. O médico disse que ele tinha câncer.

Eu chorava descontroladamente. Jake tentava ficar forte do meu lado, me encorajar, mas acabou chorando também. Depois de algumas horas, o médico veio falar comigo. Disse que as causas eram desconhecidas, mas pediu para eu passar na psicóloga regularmente.

Aquele foi o pior dia da minha vida.

Fiquei no hospital naquela noite, mas não consegui dormir, ficava me remexendo na cama e afagando a minha barriga. Jake ligou para o chefe e explicou as coisas, e recebeu uma autorização para ficar em casa até eu melhorar.

Eu acordei e não disse uma palavra, só fiquei olhando pela janela com a mão na barriga.

- Quer comer alguma coisa? – Jake disse se sentando ao meu lado na cama.

- Eu quero vê-lo.

- Hã?

- Quero ver o bebê. Antes de ir embora. Posso?

- Você tem certeza? Tipo, não sei se isso vai ajudar...

- Por favor. Eu preciso.

- Eu falo com o médico, certo?

- Obrigada – eu sussurrei.

Examinei a guitarra em miniatura que estava pendurada no meu pescoço enquanto Jake falava com o Dr. Simon. Comecei a lembrar do dia que Jake me deu esse pequeno presente. Foi o dia do nosso primeiro beijo. O mais avassalador beijo que eu já recebi.

Sorri ao perceber como meu noivo mexia os pés e coçava a cabeça quando conversava com mais velhos. Como ficava relaxado depois de um dia de trabalho, quando eu fazia seu prato preferido no jantar. Sorri ao ver e lembrar cada detalhe de sua boca, seu corpo estruturado, suas mão fortes, mas cuidadosas. Cada detalhe daquele garoto me fazia sentir mais viva, cada vez mais vidrada nele.

Dr. Simon esperava na porta e Jake veio falar comigo. Tinha dito que tudo estava certo, era só eu ir lá, ver e ir embora. Eu assenti e ele segurou minha mão fortemente enquanto andávamos pelos corredores azuis claro, chagando até uma sala pequena e refrigerada.

Um corpinho, bem pequeno e fraco, deitado em um tipo de incubadora, estava com as mãozinhas fechadas e os pezinhos com todos os dedos. Ela não parecia morta, mas sim em um sono profundo, parecendo que iria acordar a qualquer momento. Os olhinhos fechados, sem nenhuma vida.

Teríamos uma menina. Phoebe. Esse seria o nome que daríamos a ela.

Em uma plaquinha na frente dessa incubadora estava escrito: “Nº 302. Natimorto”. Aquilo doeu profundamente. Sem pensar muito, abri o vidro e encostei na pele fina e macia da minha filha. Era branquinha e macia, como o algodão. Dei um beijo em meu dedo indicador e encostei na bochecha dela. Uma lágrima rolou no meu rosto e Jake me abraçou por trás.

Quando estávamos indo para o final daquele corredor, uma porta de um quarto estava entreaberta e uma garotinha, com uns dez anos, que tinha os cabelos negros e olhos azuis estava sentada em uma cadeira. Ela usava tubos no nariz que eram ligados a um tipo de cilindro verde. Uma enfermeira cortava os cabelos compridos dela lentamente e ela parecia se encolher de frio. Abri a porta e fiquei olhando aquela cena estranha.

- Porque a senhora está cortando o cabelo dela? – eu perguntei.

- Ela não se cuida sozinha. Tem um câncer nos pulmões, mas parece que é nos braços. Não gosta de pentear o cabelo, aí eu cortei – a menininha secou uma lágrima.

- Desligue esse ar-condicionado. Ela tá com frio.

Eu me aproximei da menina e afaguei os cabelos, agora curtos, e dei um beijinho na sua pele pálida.

- Qual é seu nome querida?

- Samantha – ela disse baixinho.

- Olha Sam, posso te chamar assim, não posso? – ela assentiu. - Bem, Sam, vou te dar o meu livro preferido. Aí, toda vez que essa bruxa te fizer algum mal, você lê. Juro que você melhora.

Tirei o meu livro da bolsa e entreguei nas pequenas mãozinhas dela.

- “Alice no País das Maravilhas”?

- É. Toda vez que eu leio eu me sinto melhor. Acho que você também vai se sentir assim.

- Obrigada...

- Kate. Meu nome é Kate.

- Obriga Kate. Agora eu tenho que tomar a canja de galinha, senão eu fico sem vídeo-game hoje.

- Tudo bem – dei um abraço nela. - Aliás, Sam, até quando você fica aqui?

- Até a morte vir me fazer uma visitinha.

- Prometo que virei te visitar de novo, o.k?

- O.k.

Quando eu saí do quarto, me peguei com um sorriso nos lábios. Jake me abraçou e beijou meu pescoço.

- Vejo que tem jeito com crianças.

- É... tenho sim.

- Vamos embora? Quero comer no Mc Donalds.

- Vamos.


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Notas finais do capítulo

Eu não gostei realmente de fazer isso com a Phoebe, mas gente, entendam que para a história tomar o rumo que eu desejo, essas coisa têm que acontecer...
Beijos
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