"Vou levantá-la quando você estiver para baixo." - Ed Sheeran - Lego House

– Então me ensina alguma coisa legal?! - Sammy pediu.

Carter estava sentado no chão ao lado dela.

Ele tocou sua testa.

Samantha sentiu como se seu corpo fosse puxado para longe, ou sua consciência puxada para longe de seu corpo.

E, de repente, ela estava revivendo aquela cena.

#Flashback On

Sammy começou a rir assim que viu Philipe entrar em sua casa.

– O que você está fazendo aqui? Assim? – Perguntou.

– Não tem graça, Robertson. – Falou sério.

Sammy foi até ele.

– Desculpe.

– Qual o problema com minha roupa?

– Nenhum. – Samantha sorriu de lado. – Gostei. Só não entendo o motivo de tanta formalidade.

Philipe sorriu abraçando-a pela cintura, fazendo-a circundar seus ombros.

– Tenho uma surpresa para você. – Disse.

– Algo que envolve a minha pessoa em uma roupa cara assim? – Samantha fez careta.

– Não seja tão negativa, você vai ficar linda em um vestido.

– Ah não... – Sammy se afastou dele. – Eu gosto de estar livre, sem frescura.

Apontou as próprias roupas que constituía em coturno, short e regata.

– Será que não pode deixar de ser uma garotinha por uma noite?

Samantha suspirou.

– Por favor. Por mim. – Piscou vezes seguidas para ela.

– Tudo bem. – Samantha deu-se por vencida. – Acho que posso encontrar algo no meu guarda-roupa.

– Quanto a isso... – Philipe beijou-a rapidamente e puxou-a pela mão para o quarto.

Abriu seu guarda-roupa e lá estava um vestido perfeitamente disposto em um cabide.

– É... Perfeito.

#Flashback Off

Samantha arfou.

– Você não tem o direito de fazer isso! - Reclamou, levantando. - Isso é particular demais!

– Você queria aprender algo legal... - Carter disse sem entender a reação dela. - Isso é legal. Trazer alguma lembrança significativa a alguém.

Samantha negou com a cabeça.

– Por que uma lembrança do Philipe? Por quê? - Sammy perguntou irritada.

– Eu queria algo significativo, mas eu não sabia qual lembrança sua viria a tona. Isso não foi uma manipulação. - Carter explicou. - O que aconteceu com ele?

– Não sabe desvendar isso também? - Samantha murmurou irônica.

Carter se concentrou por um momento nos pensamentos dela e então levantou.

– Desculpa por isso, eu não fazia ideia.

Samantha fez sinal para que ele não disse nada.

Passaram-se alguns minutos sem que nada fosse dito de ambas as partes.

– Você o ama? - Carter perguntou cauteloso.

Samantha olhou para ele sem dizer nada.

– É óbvio que sim. - Carter sorriu de lado. - Não é tão forte quanto o que sente por Niklaus agora, mas definitivamente tem algo aí.

– Culpa. - Sammy disse. - Eu o matei.

– Ele foi enterrado?

Aquela pergunta pegou Samantha de surpresa.

Ela não sabia. Depois do que havia feito, Niklaus tinha lidado com o corpo.

– Por que pergunta isso?

– Senti-me culpado por você ter ficado triste agora. - Carter olhou em seus olhos. - Quero consertar isso e te ensinar algo legal.

– E o que isso tem a ver com Philipe?

– Tudo.

*

– Isso é possível? Realmente possível?

– Eu já fiz antes, posso fazer de novo. - Carter garantiu.

– Eu não acredito nisso.

– Nos conhecemos a dois dias não deveria estar tão desconfiada de mim. - Carter fez voz afetada que fez Samantha rir.

Ele não era tão misterioso quanto quando veio a casa pela primeira vez. Talvez a ideia dele ser seu primo a fazia sentir-se dessa maneira.

– Você vai precisar de Klaus. - Carter disse chamando sua atenção.

– Droga. - Samantha suspirou. - Quanto a isso...

– Não vejo a hora de encontrá-lo. - Carter disse absorto em pensamentos.

– Para que?

– O vampiro mais perigoso do mundo. - Carter disse com admiração. - Quem não gostaria de conhecê-lo?!

– Muitos outros vampiros. - Samantha respondeu com obviedade. - Ele faz jus ao titulo de perigoso.

– É exatamente o que me encanta.

Samantha franziu o cenho.

– O único no universo cujo o sangue cura a mordida de um lobo, cujo o sangue transforma simples vampiros em híbridos. - Carter continuava com o tom de admiração. - Eu não poderia viver com a ideia de não aproveitar a chance de conhecê-lo.

Samantha preferiu não entrar em detalhes aquela questão.

– Eu quero saber quando podemos fazer isso.

– Assim que souber e estiver disposta a fazer as coisas que eu disse. - Respondeu calmamente. - No seu tempo. Ou no tempo do corpo, já faz tempo... Quanto mais antigo pior, sabe o tipo de coisas que acontecem a um corpo?

– Já entendi! - Sammy o interrompeu.

– Sinto que seremos uma ótima dupla! - Carter sorriu abertamente.

Samantha sorriu da mesma forma, só não tão certa daquilo.

*

Samantha andava pelas ruas da cidade pensando em tudo o que Carter havia dito.

Por que sua lembrança mais significativa era relacionada a Philipe?

Ela sabia que todo o amor que sentia por ele na adolescência não existia mais.

Não depois do que Sylizia fez para separá-los, não depois de achar que ele estava morto.

Mas Philipe era tão jovem e fora sua culpa a morte dele.

A foto de seus pais juntos a Carter firmemente apertada entre seus dedos.

Como ela poderia sentir tanta falta de pessoas que ela nem havia conhecido?

Fechou os olhos por um momento, sentindo que lágrimas se formavam ali.

Pensou em Henrik.

Sentia tanta falta dele que era quase uma dor física, palpável.

E Niklaus...

Inevitavelmente seus pensamentos sempre corriam de volta a ele.

– Não é certo o que você faz comigo mesmo estando longe. - murmurou.

Abriu os olhos voltando a sua caminhada sem rumo.

Ele deveria estar bravo por ela ter partido. Sua parte que pensava dessa forma, tinha medo do reencontro.

Poderia ser adiado até quando?

#Samantha PDV

– Foi uma longa jornada, mas enfim te encontrei.

Oh, droga.

Eu ouvia a voz dele tão claramente.

Por que Niklaus não poderia sair por minutos inteiros da minha mente?

– Samantha, não é educado ignorar alguém que veio de tão longe por você.

Então eu percebi.

Eu entendi.

Eu não estava imaginando aquilo.

Estava acontecendo!

Niklaus estava aqui.

Virei para ver seu semblante possivelmente sério, raivoso, possesso... Mas tudo que encontrei foram um meio sorriso e um ar de alivio.

Nossos olhares ficaram conectados.

Eu já não entendia o que sentia ao vê-lo depois de tanto tempo, mas então abrangi algo.

Niklaus estava aqui depois de eu ter fugido dele.

Oh, droga.

Ele estava aqui.

#Samantha PDV Off

Niklaus olhava concentrado para Samantha, como se a visse pela primeira vez.

Era a primeira vez em muito tempo para quem estava acostumado a sua presença todos os dias.

Ela parecia nervosa, ansiosa talvez.

Frente a frente era impossível dizer todas as coisas que vinha planejando.

Andou um passo em sua direção.

E outro.

Então estava perto o suficiente para fazer o que mais almejava.

Seus lábios colidiram num beijo intenso e necessitado.

Era tão bom sentir o toque dos seus lábios após os dois meses mais longos de suas vidas.

Eram como um quebra cabeça se encaixando.

Klaus separou os lábios dos dela apenas para olhar em volta.

Samantha não entendeu até ele puxá-la pela mão até uma pequena pensão do outro lado da rua.

Samantha sorriu enquanto o acompanhava.

A porta foi fechada com o peso do corpo de Samantha batendo contra ela.

Klaus desceu os beijos para seu pescoço, fazendo-a se arrepiar a cada toque gentil de sua língua no local.

Samantha desabotoou a blusa dele rapidamente, Klaus se afastou o suficiente para Sammy terminar de retira-la.

Ela parou por um momento apreciando a bela visão que estava tendo.

Ah como havia sentido falta dele...

Klaus a fez levantar os braços para tira-lhe a blusa e então seu sutiã.

Sammy prendeu as pernas contra sua cintura, encostando-se a porta atrás de si.

Klaus tocou seus seios com as mãos e com os lábios.

Sua grande recompensa era ouvi-la suspirar e arranhar suas costas e nuca.

Samantha ficou de pé, desabotoou a própria calça e a retirou.

Guiou Klaus até a cama empurrando-o ali, rapidamente se livrou das roupas dele que restavam.

Sentou em seu colo sentindo a excitação tomar conta de seu corpo e sua mente.

Klaus estava sendo gentil, cuidadoso. Como se qualquer movimento em falso pudesse colocar tudo a perder.

Claro que era besteira pensar assim quando Sammy sentia que não poderia desgrudar os lábios dos dele por mais de 2 segundos.

Klaus segurou em sua cintura puxando-a para baixo lentamente.

Sammy fechou os olhos jogando a cabeça para trás ao sentir-se ser invadida daquela forma.

Suas mãos se apertaram no ombro dele conforme seus movimentos aumentavam.

Klaus mantinha os olhos bem abertos observando e gravando cada movimento dela.

A respiração acelerada que fazia seu peito subir e descer rapidamente. A forma como seu longo cabelo grudava em sua testa e suas costas. Até a forma como prendia o lábio inferior com os dentes evitando possíveis sons altos.

Sammy abriu os olhos minimamente, fitando-o e sorriu.

Klaus inverteu as posições deixando-a abaixo de seu corpo.

Seus dedos se entrelaçaram sobre o lençol branco da cama.

E juntos mais uma vez, com os olhares conectados e as testas grudadas deixaram se chegar ao prazer final e ardente.

Sammy estava com a cabeça encostada em seu peito enquanto Klaus passava a mão por suas costas nuas.

Samantha levantou aproximando o rosto do dele.

– Você é a única razão pela qual eu não quero morrer.*¹– ela sussurrou em seu ouvido.

– E você é a única razão que me mantém vivo.*²– Ele respondeu.

*

Samantha terminava de colocar as roupas e com os dedos tentava pentear os cabelos, Klaus estava sentado na beirada da cama a observando.

– Você não precisa mais ficar aqui. – ele disse. – Trina está morta.

– Morta? – Sammy olhou para ele, surpresa. - Como?

– Eu a matei, não haverá mais chantagem. – Explicou.

– Você a matou? - Samantha não escondeu o horror. – Está louco, Niklaus?!

Klaus não entendeu aquela reação.

Trina estar morta era uma coisa boa, não era?

Samantha ficou de costas para ele, murmurando algo que ele não podia entender.

– Não entendo essa reação.

– Foi uma má escolha. – Sammy murmurou. – Má escolha! - disse mais alto.

Klaus percebeu o leve tremor nas mãos dela.

– Qual o problema? – Se aproximou.

– Qual o problema?! – Sammy repetiu, virando de repente para ele. – Você estragou tudo que eu lutei meses pra ter!

Os olhos de Samantha estavam completamente negros e Klaus imaginou o que ela poderia fazer a qualquer momento.

– Tudo! – Samantha falou mais alto.

O vento se agitou do lado de fora fazendo as janelas e a porta baterem ruidosamente.

– Do que você está falando?

– Você estragou tudo para Henrik. – Sammy limpou uma lágrima no canto dos olhos.

Klaus apenas observou-a sair da casa.

Pela primeira vez ele estava completamente surpreso com a reação negativa dela.

Como ele havia estragado tudo? Pra ela e pra Henrik?

Respirou fundo antes de ir atrás dela, se Samantha queria acusá-lo teria que explicar tudo primeiro.

*

Samantha estava sentada na calçada quando ele a alcançou.

O olhar desolado e bastante pensativo.

– Eu descobri o que ela estava fazendo. - disse sentando ao lado dela.

– E o que supostamente ela estava fazendo? - Sammy perguntou virando para ele.

– Te chantageando para deixar a cidade. - Klaus disse com obviedade.

– E por que ela estaria fazendo isso?

– Eu não sei ao certo. - Klaus franziu o cenho. - Algo sobre seus Poderes sem limitações interferirem aos dela.

– Parcialmente certo.

– Não entendo porque você não me contou isso, acho que você mesma poderia resolver. Trina não era tão forte quanto aparentava ser.

Samantha sorriu tristemente.

– Ela estava me ajudando.

– Ajudando? - Klaus perguntou surpreso. - Com o quê?

– Henrik.

– No que exatamente?

– Você lembra que ele é parte humano também?

Klaus assentiu.

– Mas isso não é importante.

– O que todos esquecem é que Henrik também é parte humano. Parece algo tão fácil de esquecer... – Sammy riu amargurada. – Ninguém pode ser tão Poderoso assim e é por isso que a natureza busca equilíbrio.

Klaus estava ainda mais atento agora.

– O que a parte humana faz? – perguntou.

– Henrik deve viver apenas o tempo humano. – Olhou em seus olhos. - É o que a parte humana faz.

Klaus parecia esperar que ela falasse que aquilo não era verdade.

O que não aconteceu.

– Eu fugi porque precisava achar uma forma de reverter isso. - Sammy continuou. - Ela me ajudaria nisso. E agora a única chance do Henrik está morta graças a você.

– Não me culpe! - Klaus falou mais alto. - Eu não fazia ideia. Você poderia ter me contado, Samantha!

– Desculpa por isso. - Sammy suspirou. - Não é sua culpa, essa culpa também é minha.

– E o que você procurava aqui?

– Eu não sei, esperava encontrar alguma coisa. Qualquer coisa. Eu só não podia ficar em casa esperando os anos passarem e ver Henrik nunca chegar a imortalidade. - Sammy respirou fundo. - Eu precisava fazer alguma coisa.

– Nós vamos resolver isso. - Klaus segurou sua mão. - Sem Trina.

– Eu já não sei. - Sammy desviou o olhar. - Dois meses depois e eu não faço ideia de como reverter isso.

– Trina não parece do tipo que faz favores sem querer algo em troca, ela disse que queria algo em troca, mas morreu antes. - Klaus falou pensativo. - O que ela queria?

– Parte do meu Poder.

– O que significa você voltar a ter limitações? - Klaus franziu o cenho.

Samantha concordou com a cabeça.

– Eu não posso acreditar que você faria isso depois de tudo que passou para tê-los por completo.

– Eu faria qualquer coisa pelo Henrik.

Klaus a abraçou.

– Podemos falar sobre isso mais tarde? Tem alguém que precisa muito te ver agora.

*

Sammy entrou no quarto e sorriu para Rebekah ao canto.

Sentia-se nervosa como se fosse a primeira vez que pegava um bebê no colo.

Henrik agitava os braços em sua direção, deitado sobre a cama.

Samantha abaixou sem tocá-lo.

Parecia tão frágil apesar de estar bem maior do que ela se lembrava.

Segurou uma das mãozinhas dele, sentindo o coração bater acelerado.

– Desculpa por ter te deixado por tanto tempo, mas estou aqui agora. - sussurrou.

Henrik sorriu.

Samantha tinha certeza que ele entendia o que ela falava.

Rebekah saiu do quarto deixando a família mais a vontade.

Klaus abaixou ao lado de Sammy.

– Sinto muito. - ele disse.

Sammy olhou para ele.

– Quem trocou as fraldas?

Klaus riu ao responder que ele mesmo vinha fazendo isso nos últimos meses.

– Quem diria. - Sammy riu junto á ele. - Você está mudando Niklaus Mikaelson.

– Por ele, por você.

– Eu preciso de uma segunda prova disso. - Sammy olhou em seus olhos.

– O que quiser. - Klaus disse prontamente.

– Conte-me onde está o corpo de Philipe.