Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 42
Where to start


Notas iniciais do capítulo

"Apenas uma sonhadora" recomendou a fic. Já falei no particular, mas falo aqui também: Muito obrigada, querida!
Fiquei muito muito feliz!

Todos comemoram por esse não ser o Epílogo (É, decidi que a fic continuara por mais algum tempo). E todos comemoram porque hoje completa 1 ano de Presságio!
Já digo que esse foi o maior capítulo até agora *-*

Publicada: 14/02/2013 às 14:26 | Atualizada: 14/02/2014 às 14:26 Siiim, foi proposital hahha

Boa leitura ;* Espero vocês nos comentários.



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"I can't tell where the journey will end, But I know where to start" Avicii - Wake Me Up

#Samantha PDV



Havia se passado mil anos desde que eu partira.

É, muito tempo...

Tudo bem, estou exagerando, passaram apenas dois longos meses. E saiba que estou rolando os olhos nesse exato momento.

Uma imensidão de nada.

Mesmo que estivesse fazendo exatamente aquilo que sempre sonhei, nada parecia preencher o vazio dentro de mim.

Nas minhas fantasias adolescentes conhecer outros Países e cultura seria o ápice de minha vida.

Um lugar diferente a cada noite.

Uma paisagem bonita, uma praia deserta, uma floresta harmoniosa.

Nunca parar em um lugar por muito tempo, fazer coisas impensadas, sem preocupações com nada e nem ninguém.

Viver.

No entanto, fazendo isso eu apenas pensava em todos que deixei para trás.

Niklaus. Rebekah. Matt. Henrik...

Meu pequeno Henrik.

Quando eu voltasse – se eu voltasse – ele possivelmente não se lembraria de mim. Ele me odiaria por deixa-lo? Entenderia? Eu não poderia culpa-lo caso não entendesse.

Niklaus me perdoaria algum dia também?

Eram os tipos de perguntas que rodavam por minha cabeça todos os dias, perguntas que eu não saberia a resposta até ter a coragem de encara-los novamente.

Não achei que fosse tão difícil deixa-los, mas parecia ainda mais difícil voltar.

Parte mim ainda não estava disposta a abandonar esse sonho – agora sem sentido – abandonar essa breve liberdade.

Liberdade parcial.

Seria apenas uma liberdade completa se eu pudesse libertar meus pensamentos também. E isso eu já tentei, sem resultado algum.

Liberdade completa caso eu não estivesse aqui justamente tentando resolver o problema ---

– Samantha! – Leila chamou tirando-me de meus pensamentos.

Ergui o olhar para ela.

– Dois meses e nada. – ela disse. – Você sabe o que acontece agora.

– Você precisa resolver sua própria vida. – disse levantando. – Sabíamos que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria então... Eu continuo sozinha.

– Tem certeza? – ela fez aquela típica expressão de pena.

A se ela soubesse o quanto aquilo verdadeiramente me irritava...

– Eu continuarei até conseguir. – Disse firme. – Isso é tudo.

– Já passou pela sua cabeça que está rodando em torno de uma questão sem fundamento?

– Não me fale isso! – apontei o dedo para ela. – Juro que esqueço por um segundo quem você é!

Tinha plena consciência de que meus olhos estavam completamente negros.

– Não me ameace mocinha! – Me repreendeu.

– Então não me provoque! – bufei.

– Eu sei que é difícil, tá legal? – Ela se aproximou me abraçando. – Eu volto assim que possível e tenha certeza que mesmo lá estarei buscando respostas para você.

– Além do mais se não fosse o seu Presságio você não precisaria estar aqui pra começo de conversa, então culpe a si mesma e a mim no mais intimo de si. – Ironizei. - Agora vá embora antes que escureça.

Ela sorriu se afastando.

– E o seu problema com o sol?

– Darei um jeito de resolver isso também, deve ser apenas uma irritação passageira como você disse.

– Se cuide.

– Vai embora, bruxa! – Dei as costas á ela.

– Quem vê de longe pode até acreditar nesse tratamento. – ela riu. – Venha Samantha e me dê um abraço de adeus!

– Você já fez isso, chega de demonstração de afeto em público.

Claro que ela ignorou o que eu dizia e me abraçou fortemente.

– Vá logo. – murmurei.

– Eu não tenho medo do escuro caso esteja preocupada que eu vá ao anoitecer. – Foi a vez dela ironizar.

– Eu posso me defender de tudo, mas e você velha bruxa? – provoquei.

– Você pode ser a minha garota favorita no mundo, mas eu ainda queimo a sua língua se me chamar assim de novo! – disse piscando em seguida.

Sorri forçado.

– Tchau!

Observei enquanto ela se afastava até o fim da rua.

Ótimo. Aqui estou eu sozinha mais uma vez!



*



Eu sei que passei apenas alguns meses com Niklaus, mas foram meses rodeada de pessoas.

Ele. Rebekah. Os híbridos.

E agora estar sozinha de novo parecia ainda mais solitário. Acho que me acostumei com a preocupação que eles tinham comigo ou algo assim.

Juro que sinto falta até de discutir com Rebekah.

Deveria estar preparada, deveria saber que tudo acabaria no minuto que Henrik não estivesse mais em minha barriga.

Suspirei mais uma vez aquela noite.

Ainda precisava pensar em um lugar para passar a noite – ou o dia – Tendo em vista que Leila voltara para sua cidade seria compreensivo que sua amiga que nos abrigou não concordaria em apenas me manter lá.

E até entendo ela. Realmente entendo.

Eu provavelmente não aceitaria bem um vampiro que tivesse me atacado de madrugada por estar bêbado também.

Em minha defesa: Foi culpa da bebida. Eu não sou alcoólatra. Até porque sendo uma vampira eu não poderia ser.

Pelo menos espero que não possa... Sério.

Mas descontrolei-me um pouquinho e a veia dela pareceu bem apetitosa.

Fiz careta.

Realmente estava mal por atacar uma mulher. Quer dizer, já deixei claro minha preferência por homens. Digam o que quiser, mas o sabor do sangue deles é melhor.

– Hey, gostosa!

Esse grito veio de um beco que eu acabara de passar.

Ignorei como passei minha vida toda fazendo.

Ouvi o barulho de uma garrafa se quebrando e logo o odor metálico me atingiu.

Parei onde estava fechando os olhos para contemplar o doce aroma. Lembra o que eu disse sobre o gosto ser melhor? O cheiro também é.

Girei nos calcanhares olhando para o beco.

Escuro. Rua vazia. Homem embriagado.

– Bela combinação.

– Resolveu voltar delicia. – olhou para mim. – Sabia que voltaria.

– Sabia não é? – ri.

Ele era um rapaz bonito apesar de estar naquele estado. Vestia roupas caras, barba devidamente feita.

– Não teve um bom dia? – perguntei enquanto me aproximava.

– Minha namorada terminou comigo. – disse baixo. – Mas agora eu tenho você.

– Recompensa dos céus. – ironizei.

Ele levou as mãos aos bolsos e em seguida tentou acender um cigarro. As mãos trêmulas, no entanto não o ajudaram.

Trêmulas e banhadas em sangue...

– Deixe-me ajuda-lo.

Ele deixou o cigarro pairar sobre os lábios e estendeu o isqueiro.

Acendi sem problemas então ele sorriu para mim.

– Você é um anjo. – disse.

– Claro que sou. – sorri de volta.

Coloquei o isqueiro no seu bolso.

Ele levou a mão ao meu rosto, perto demais da minha boca, não controlei a vontade de passar a língua por entre seus dedos.

Ah, o sangue...

– Você gosta de coisas exóticas, gata? – perguntou admirando o que eu fazia.

– Você não imagina o quanto. – limpei o canto da boca.

– Eu posso te dar algo legal. – disse sacana. – Você pode passar sua língua lá também.

Sorri de uma forma suja, mas mentalmente já estava anotando que deveria quebrar seus dentes por essa sugestão depravada.

– Aqui e agora? – ele desceu a mão até o meu decote.

Segunda nota mental: Quebrar seus dedos.

– Aqui e agora. – concordei.

Vou pular os detalhes de como rasguei seu pescoço.

Foi bom. Foi proveitoso.

Ele gritou bastante o que me lembrou de que deveria ter o compelido antes.

– Ah, droga! – murmurei.

Em algum momento de breve distração ele acendeu o bendito isqueiro. O fogo diretamente na minha mão.

Apertei sua mão até que ele o derrubasse no chão, seria o suficiente, mas havia a nota mental.

Continuei apertando até ouvir o barulho dos ossos se partindo.

– Não toque no corpo de uma garota que você não conhece. – falei séria.

Ele gritou mais, chorou, xingou...

– E mais uma coisa. – soquei sua boca.

1, 2, 3 dentes prontinhos para cair.

Olhei em seus olhos. Estava entrando em sua mente, mais uma das coisas bacanas de ter o Poder completo.

Ele se esqueceria de tudo.

– Trabalho terminado.



*



Maldito Híbrido estúpido!

Não sabia manter uma mísera promessa!

Ele disse que viria atrás de mim e vejamos que ele não esta aqui agora.

O que havia acontecido? Ele havia percebido que era melhor ficar sem mim mesmo? Ou já estava curando a saudade com outra pessoa?

Esse pensamento me incomodou.

Aliás, todos os pensamentos que o envolvessem me incomodam. E muito.

– Droga, droga, droga!

O que eu estava pensando? Niklaus não tinha que vir, não antes que eu resolvesse o que vim fazer.

E aquela maldita bruxa que não atendia minhas ligações!

Respirei fundo, estava sendo uma pessoa incoerente.

Olhei ao redor.

Um bar.

– Era tudo o que precisava.

Uma bebida e tudo faria sentido de novo.



#Samantha PDV Off



*



Samantha bebia sua terceira dose de vodca, sentada na parte lateral da bancada do bar.

Para que uma mesa se havia apenas uma intenção ali? Além do mais era mais perto do bartender daquela forma.

No entanto sua próxima bebida não foi servida por ele e sim por um dos garçons.

– Cortesia de seu admirador. – O garçom colocou o drink a sua frente.

– Quem? – Sammy olhou para ele.

Entregou um cartão para ela e saiu. Estava compelido.

– E ainda mais essa. – Murmurou para si mesma.

No cartão estava escrito Carter R. Pábulos em uma letra bem feita juntamente com um endereço.

Nunca ouvira aquele nome antes.

Olhou pelo bar encontrando o suposto admirador. Só poderia ser ele, afinal era o único que olhava atentamente para ela erguendo o próprio copo.

Samantha sorriu forçadamente erguendo o drink recém-recebido também.

Deu um pequeno gole. Parecia sangue misturado a qualquer bebida alcoólica.

– Ok, agora isso foi estranho.

Voltou o olhar para o rapaz, mas ele já não estava ali.

Então ele sabia que ela era vampira. Havia entregado um cartão. Só poderia significar que ele queria que ela fosse até ele.

Sammy iria?

Mas é claro que iria, desde quando Samantha Robertson deixava que mistérios e curiosidade se apossassem de si?!



*



Samantha consultou a hora em seu celular: 01h01.

Continuou seguindo pela rua escura, uma rua sem saída, onde em seu final havia uma casa enorme.

De longe Samantha já sentia a presença de vampiros. 13 ou 14 deles.

Parou onde estava.

Aquilo poderia ser uma armadilha. E se fosse com que intenção alguém iria querê-la?

Olhou ao redor pensando seriamente em dar meia-volta e sair dali, mas claro que a parte extremamente curiosa de Samantha fazia questão de empurrar seus pés adiante.

E sem perceber Samantha estava na frente daquele enorme portão preto que cercava toda a propriedade juntamente com o muro.

– Agir normalmente. – disse a si mesma.

Aperto o botão da campainha. Tão sofisticado que havia uma câmera ali.

Seja lá quem estivesse abrindo o portão, sabia que era ela.

Sammy andou lentamente pela trilha no jardim de grama bem cuidada, ignorando os vampiros encostados ao portão e muro pelo lado interior.

Eles não pareciam intimidantes de qualquer forma, apenas observavam. Como telespectadores de um show.

Show esse que possivelmente era protagonizado por ela mesma, mesmo que não soubesse ainda.

A porta foi aberta assim que ela parou em frente á mesma.

Esperou ver alguém por trás da porta assim que essa foi aberta completamente, no entanto a única pessoa ali estava a dois metros de distância e não parecia ser do tipo que abre portas para alguém.

O cara do bar.

Perfeitamente alinhado em seu terno caro.

– Convido-a a entrar apenas por educação. – ele disse. – Já que você não necessariamente precisa de um convite para isso.

Samantha escondeu a surpresa. Ou aquela casa não era dele a basear-se na quantidade de vampiros na propriedade e sem um humano para ser o dono de lá, ou ele sabia que ela não era apenas vampira. Quais as probabilidades de ser a segunda opção?

Samantha sentiu o pescoço esquentar como receber uma lufada de ar quente, entrou na casa incomodada com aquela sensação.

“Se já não bastasse essa maldita mão que não se regenera” pensou.

Havia outro incomodo. Sammy não sentia a presença dele.

Não como vampiro. E nem de longe ele seria um simples humano... Seria?

Ele sorriu minimamente quando ela andou um passo para frente e a porta bateu.

– Tudo bem, isso está ficando realmente muito estranho! – Samantha disse. – Você deixou um recado, aqui estou. Pode ir direto ao ponto?

– Direto ao ponto. – ele repetiu. – Sempre soube que você era prática, mas não vamos apressar as coisas dessa vez. – virou indo em direção ás escadas. – Esperei muito por esse momento.



*



Samantha o seguiu pela escada e pelo corredor extenso no segundo andar.

A casa era muito bem decorada, tudo muito clássico.

“Alguém aqui parece viver no passado” Sammy pensou irônica.

Ele riu minimamente, Samantha havia dito em voz alta?

Ele parou em frente uma porta dupla e a abriu. Esperou Samantha entrar e então a fechou novamente.

Foi até uma cadeira – que mais parecia um trono – na parede oposta a porta.

Samantha estava inquieta, sentia que o conhecia. Mas de onde?

– Carter. – ela disse. – Seu nome ou estamos esperando por mais alguém?

– Sou eu. – respondeu cordialmente. – Estava apenas esperando você, não sabia que viria tão rápido, mas contava com isso.

– Por quê? – Sammy perguntou simplesmente.

– Por que não se senta? – Apontou uma cadeira e a puxou para ela.

Ele continuava sentado, no entanto a cadeira vez o trajeto que seus dedos faziam no ar.

– Tem truques. - Sammy sentou olhando cautelosa para ele. – Já fez seu exibicionismo, o que quer agora?

– Apenas conversar. – deu de ombros.

– Conversar? – Sammy não controlou a risada irônica. – Se queria conversar poderia ter feito isso no bar. Ao menos lá eu ainda teria bebidas e música.

– Não seja por isso. – Carter estalou os dedos.

O som reverberou pelo cômodo. Um rock pesado, se Sammy prestasse atenção na melodia.

– É do que você gosta, não é? – perguntou casualmente.

Samantha apenas o observou sem dizer nada.

– Indelicadeza a minha. – Carter disse, batendo levemente na própria testa. – A bebida.

Agitou a mão e no ar se aproximava uma garrafa e dois copos.

Vodca, porque ele a observava bebendo no bar.

– Ainda prefiro uísque. – Comentou ácida.

Apenas com o Poder da mente trouxe a garrafa até si e bebeu um longo gole diretamente do gargalo.

Carter olhava admirado, como se esperasse que ela fizesse isso a qualquer momento. Estava certo, afinal.

– Então. – Sammy pôs a garrafa de lado. – Agora o ambiente está – quase – perfeito.

– Você é habilidosa. – constatou. – Discreta. Eu prefiro um toque mais... Teatral.

Ele se referia ao estalar de dedos, aos movimentos com a mão.

– Isso não é o importante aqui.

– Faz parte, Samantha.

– Você sabe o meu nome. – Sammy sorriu de lado. – Por que não estou surpresa?

Carter sorriu da mesma forma que ela.

– Começou a ser discreta agora que seus Poderes não têm iminente restrição? – Levantou. – Não faz sentido quando já se passou a vida abusando deles.

– Você acha que conhece tudo sobre mim? – Sammy riu novamente. – Vamos lá Carter, diga o que quer comigo.

– Estou gostando dessa conversa. – disse colocando a garrafa e os copos de volta ao lugar original. – Gosto de sinceridade. Vamos ser francos e fazer essa conversa proveitosa?

– É o que quero. – Samantha concordou. – Então diga como sabe meu nome.

– Você é mãe do herdeiro de Niklaus, encontre alguém que não sabe. – Disse com obviedade. – Todos falam de você pelos quatro cantos do mundo.

– Minha ligação com Niklaus é sobre o que isso se trata? – Levantou também.

– Não. Eu não dou a mínima para ele. – Carter analisou-a rapidamente. – Não quando tenho alguém tão Poderoso em minha frente.

– Você sabe alguns truques também. – Sammy disse. – Devo saber de onde vem esse seu Poder?

– Quer saber se sou um bruxo ou algo assim?

– Um vampiro sei que não é. – Samantha ponderou. – Não sinto sua presença como um. Talvez seja um lobo, mas não estou certa disso. Quanto a ser um bruxo... Eles são tão raros, mulheres dominam muito bem essa parte sobrenatural. E não acho que logo você seria um.

Ele foi concordando levemente com ela, até a parte final quando se manifestou.

– Isso está longe de ser recebido como um elogio.

– E não foi. – Samantha disse séria. – Seria muita sorte – ou azar, dependendo do ponto de vista – um bruxo tão novo.

– Quantos anos acha que eu tenho? – Perguntou verdadeiramente interessado na resposta.

– Eu diria que a mesma idade que eu. – Samantha avaliou. – Mas homens escondem melhor a idade, ainda mais se tiverem Poder para isso. Possivelmente não passa dos 30.

– Você é boa nisso. – sorriu abertamente. – Exatamente cinco anos mais velho que você.

– Então sabe a minha idade também? – Samantha arqueou a sobrancelha. – Andam espalhando isso pelos quatro cantos do mundo também?

– Não exatamente. – disse evasivo.

Samantha olhou para a mão queimada. Parecia estar piorando. O que raios havia naquele isqueiro?!

– Isso está péssimo. – Carter foi até ela. – Um machucado assim não condiz com toda sua beleza.

Envolveu a mão machucada com suas duas e então quando as retirou o queimado não estava ali, e sim uma pele linda exatamente como sempre foi.

Samantha e Carter partilharam uma longa troca de olhares.

– Como arrumou isso? – Carter perguntou se afastando.

– Pequeno acidente com um isqueiro. – Samantha disse automaticamente.

– Não curou sozinho. – Carter estava pensativo. – Anda tendo problemas com isso?

– Não.

– Vejamos.

No segundo seguinte ele havia parado a sua frente, feito-a circundar um copo com a mão e então apertara por cima da sua até o copo se reduzir a cacos.

– Está enlouquecendo? – Samantha reclamou.

Olhou a própria mão ensanguentada pelo corte profundo. Segundos depois e já não havia rastros do que havia acontecido.

– Isso é bom. – ele disse. – Seu problema foi apenas com o fogo.

– Na verdade o sol anda me incomodando há um tempo. – Falou mais baixo. – Tem alguma ligação?

– Sempre tem. A natureza sempre buscando um equilíbrio. – ele sorriu triste.

– O que quer dizer?

– Você acha que é imortal e nada pode te atingir. Então percebe que algo que parece inofensivo pode te destruir. – olhou para ela. – Isso é o equilíbrio. Ás vezes tão óbvio que você mal percebe.

– Minha imortalidade estaria em risco pelo fogo? – Samantha perguntou incrédula. – Sem chance.

Samantha caminhou para perto da janela.

– Essa cidade é sua ou o que? – perguntou. – Trouxe-me aqui e inventou essa teoria para não falar de uma vez que sabe que matei um humano em uma dessas ruas? Sabe o que tinha naquele isqueiro?

– Sei de tudo que acontece na minha – por enquanto - cidade. – ele concordou. – Mas não inventei nada e nem me preocupo com o que acontece com os humanos daqui.

Samantha não se apegou ao fato dele dizer “minha por enquanto”.

– Fala como se não fosse um deles. – Sammy virou para olha-lo. – O que você é?

– Uma parte de você. – sussurrou. – Somos todos os mesmos... – riu.

Samantha rolou os olhos.

– Maluco.

– O que faz aqui? – Carter questionou sério.

– Busco por informações que claramente você não tem. E se não o envolvem não vejo necessidade em dizer.

– Você pode ter o que quiser, mas é melhor você não tirar de mim*¹. – Disse sério.

Ele estava mesmo falando em tom ameaçador?

– Não me ameace Pábulos.

– Marrenta. – Carter riu. – Perguntou-me se foi isso que te levou ao limite tantas vezes.

Samantha não entendeu o que ele quis dizer.

– E essas suas quase mortes. – ele balançou a cabeça em negativa. - Duas ou três vezes.

Samantha pensou sobre isso: A primeira foi quando voltei à vila e tive o reencontro com Philipe e então todo aquele blábláblá que todos já estão cansados de saber.

A segunda vez foi quando completei o ritual, ironia Philipe fazer parte disso também.

E a terceira no parto.

Meu coração não havia parado nessa primeira situação, mas segundo minhas contas ele deveria estar falando dessa.

A pergunta é: Como ele sabe disso?

E foi exatamente o que ela perguntou.

– Eu senti. – respondeu simplesmente voltando a sentar.

– Você sentiu? – Repetiu incrédula.

Carter assentiu.

– Ah, tudo bem. Ele sentiu... – Falou para si mesma. – É mais louco do que imaginei.

– Loucura faz parte de cada envolvido nisso. – disse sem se abalar.

– Olha Carter... – Samantha suspirou. – Você é um cara legal, tenho certeza que em outra situação teríamos nos dado muito bem, porém eu tenho muito que fazer e ficar aqui debatendo um assunto sem sentido não me ajudara em nada.

– Sem sentido? – ele riu. – Disseram que Samantha Robertson era esperta.

– Tenha certeza que eu sou. – Samantha se irritou. – E se sabe tanto de mim quanto acha que sabe, sabe também que eu não sou o tipo de pessoa que você arruma uma briga.

Seus olhos tornaram-se negros, as janelas abriram e o vento se espalhou pelo ambiente.

Carter arrumou o cabelo preto que caia sobre os olhos.

– Oh, droga! – Samantha soltou surpresa. – Eu sabia que te conhecia!



#Flashback On



– Você é Samantha Robertson? – ele rolou os olhos. – Não acredito nisso.

– Cala a boca e dá o fora daqui! – Samantha reclamou levando do chão que estava deitada. – Talvez eu esteja bêbada mais ainda posso te dar uma surra!

– Não tenho dúvidas disse. – ele arrumou o cabelo preto que caia sobre os olhos. – Se me der licença...



#Flashback Off



– Quem realmente é você? – Perguntou cautelosa.

– Quem sou eu? – ele sorriu abertamente, levantando de sua cadeira indo até ela e quase colando o rosto ao seu.

Os olhos completamente negros como os de Samantha.

– Eu sou Carter Robertson Pábulos.


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Notas finais do capítulo

*¹ Frase da música "Welcome to the Jungle" Guns N' Roses

Aquele momento “Wait... What”
E aí o que vocês acharam do Carter? *o*
No próximo capítulo vocês vão saber o porquê de Samantha ter saido da cidade.
Algum palpite? Quero o comentário de vocês hein. Muito leitor fantasma está me deixando insegura.


1 ano de Presságio e só tenho a agradecer. Sem vocês isso não seria possível!