Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 31
You turned your back


Notas iniciais do capítulo

Demorei porque a inspiração resolveu fugir e demorou bastante para voltar. E assim como a série esta voltando, espero que minha inspiração permanece e não me abandone mais.Todos ansiosos e surtando pela volta de TVD e a estreia de The Originals amanhã como eu?!Poderia postar amanhã já para entrarmos no clima da série novamente, mas não garanto que sobreviverei após rever o Klaus hahaha ♥



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"You turned your back and now you lost me. You went to hide while she saves me." – She Saves Me - Adam Gontier

Samantha e Leila andavam lado á lado pelas ruas escuras da cidade.

– Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você ligaria.

– Sabia? – Sammy arqueou a sobrancelha. – Além de bruxa é vidente também?

Leila riu junto á ela brevemente.

– Eu já sei de tudo. – Leila disse. – Desde sua gravidez até o confronto com Philipe.

– Isso é bom, vai me poupar saliva. – Samantha olhou vagamente para o céu. – Há quanto tempo nos conhecemos mesmo?

– Desde que você era apenas uma criança. – respondeu.

– E você já era uma adolescente. – Samantha olhou para ela.

– Ser bruxa tem as suas vantagens. – deu de ombros. – Achou que seria a única em forma aqui?

#Flashback on

– Eu deveria arrancar seu coração pela boca. – a garota disse a outra que já chorava.

– Hey, acalme esses nervos mocinha! – Leila disse divertida pondo-se no meio das duas. – Corações permaneceram em seus respectivos peitos hoje.

A garota de cabelos negros permanecia encarando furiosamente á outra ignorando completamente a jovem que tentava acalmar as coisas.

– Por que não me conta o motivo de tanta raiva?! – Leila abaixou na frente de Sammy. – Qual seu problema com ela?

– Apenas não gostei dela e ela estava no meu caminho. – Samantha disse olhando-a nos olhos.

– É como eu costumo dizer... Destrua o que te atrasa. - Leila sorriu de lado.

#Flashback off

– Você sempre foi um problema. – Leila disse lembrando-se vividamente da cena.

– E você desde então sempre aparecendo vez ou outra tentando colocar-me de volta aos trilhos. - Samantha deu de ombros.

– Fiz o que pude. – Leila concordou.

Andaram mais alguns passos em silêncio.

– De qualquer forma, vá direto ao ponto. – Leila disse de repente.

Samantha tirou do bolso o papel que encontrara no escritório de Niklaus. Leila leu atentamente cada linha.

– O que acha disso? – Sammy perguntou. – Você sabia que a criança tinha esse propósito?

Leila negou.

– Essas bruxas malditas sempre interferem na minha vida de uma forma ou de outra. – falou amargurada.

– Hey! – Leila fez-se de ofendida. – Também sou uma bruxa.

– E é tão vadia quanto às outras. – Sammy sorriu para ela. – A diferença é que você é parecida comigo... Você quer, você consegue.

– Odeia as bruxas desde que Sylizia te afastou de Philipe?

Samantha suspirou.

– Sabia que estive com ele? – Leila chamou sua atenção. – Um tempo depois de ele ter sumido da vila.

Samantha pareceu verdadeiramente interessada.

– Disse que Sylizia havia o expulsado, que você não queria mais vê-lo. E ele estava sozinho. Tão jovem...

– Pode parar. – Samantha interrompeu. – Eu não preciso saber do passado de Philipe.

– Não é apenas “dele” é de “vocês”.

– Não importa o que seja. – Samantha disse. – Passado fica no passado.

– Como sempre foi não é? – Leila ironizou. – Percebe que seu passado sempre da um jeito de chegar á você?

Samantha nada disse.

– E continuara assim até que você resolva cada questão que deixou em aberto.

– Eu sei, ok? – Samantha começou a andar novamente. – O problema é que são muitas questões e no momento estou me preocupando com as mais importantes.

Novamente se puseram a andar lado a lado.

– Ele dizia algo como “Mesmo que ela não queira mais me ver, farei isso por ela”. – Leila tentou sua melhor imitação da voz de Philipe. – “Pelo que ela significou um dia para mim”.

– Fazer o quê? – Sammy arqueou a sobrancelha.

– Matar Niklaus. – Leila disse com obviedade. – Apenas um garoto e já pesquisava e viajava o mundo em busca de informações.

– E não foi o suficiente, já que quando esteve frente a frente com Niklaus nada fez.

– Ele seria um bom caçador, se não fosse tão... Philipe. – Leila riu levemente. – Sabemos que ele não é um rapaz ruim, apenas estava confuso com tudo.

– Eu sei que ele é. – Samantha concordou.

Chegaram à frente de uma loja. Roupas de gala. Bonitas, caras, exuberantes.

– Por que estamos aqui? – Leila perguntou a ela.

– Porque hoje teremos um banquete. - Sammy sorriu genuinamente. – Eu sou a anfitriã e você a convida de honra.

*

– Eu não sei quem ela é. – Klaus dizia a Rebekah. – Só sei que é uma bruxa amiga de Samantha.

– Bruxa, amiga e Samantha não ficam bem na mesma frase. – Rebekah suspirou.

– Acha que não sei disso?! – Klaus parecia nervoso. – Sabe se lá, o que ela planeja dessa vez.

– Apesar de pesado o clima entre vocês, as coisas pareciam mais... Claras.

– De certa forma. – Klaus ponderou. – Mas a objetividade está em falta.

Ouviram um barulho na entrada principal e o barulho de passos.

– O que é isso? – Klaus perguntou ao ver Leila, Samantha e mais um jovem que carregava uma caixa subindo as escadas.

– Não é nada. – Samantha disse sem se virar. – Ainda. – completou do alto da escada.

*

– Recebi sua mensagem. – Elijah disse entrando na casa.

– Não mandei nenhuma. – Klaus disse desinteressado.

– Pediu para que eu estivesse aqui. – Elijah insistiu.

– Na verdade fui eu. – Samantha apareceu no topo da escada.

Rebekah, Niklaus e Elijah pararam para vê-la descer lentamente cada degrau sendo guiada pelo rapaz de mais cedo.

Apesar do comportamento estranho e da duvida do que viria a seguir, era inevitável que por um momento a única coisa que seus cérebros fossem capazes de processar era o quanto Samantha estava linda. O quanto o vermelho que caia bem.

Era esplêndido. Ela andava a margem da perfeição.

– Vamos todos para a sala de jantar. – ela disse.

– Não importa o que esteja planejando, não participarei. – Elijah deu as costas.

Abriu à porta, Sammy levantou a mão usando seu Poder para fecha-la violentamente.

– Não foi um convite. – Samantha disse sem emoção. – É uma ordem.

– Não pode me obrigar a fazer nada. – Elijah disse irritado sem se virar.

– Talvez não sozinha, não quero me desgastar pelo bebê. – sorriu de lado para Niklaus.

Leila desceu as escadas pondo-se ao lado dela.

– Mas é para isso que eu tenho você. – Sammy disse lançando um olhar a Leila.

Os três vampiros sentiram ao mesmo tempo a pontada de dor dilacerante na cabeça, pondo-se a gritar pela dor.

Sammy pediu para que ela parasse.

– Agora... – Samantha passou por eles. – Queiram me acompanhar por livre e espontânea pressão.

*

– Adorável cena. – Samantha disse. – Os três irmãos sentados lado a lado.

– Será que pode dizer o que quer de uma vez? - Rebekah rolou os olhos. – Sua presença me enoja.

– Não seja rude. – Samantha disse a ela. – Até mesmo porque sabemos que não é verdade. Não precisa dizer isso para socializar com os irmãos na busca incessante de motivos para me odiar.

– Não é preciso buscar muito para achar coisas detestáveis sobre você. – Elijah disse.

– Engraçado como você me tirou daquela “prisão” para que eu fosse até aquele lugar e mesmo assim tenha saído como o cara bom. - Samantha sorriu irônica para ele.

– Você quis sair. Você quis ir até lá. Você escolheu defender o Philipe. – Klaus disse pausadamente. – Já sabemos disso. Próximo assunto. – bateu a mão firmemente na mesa.

– Tudo bem. – Samantha deu de ombros.

O rapaz que até agora não saíra da cozinha, dessa vez apareceu trazendo taças repletas de sangue pondo a frente de cada um deles. Exceto de Samantha e Leila.

– Parece realmente apetitoso. – Sammy comentou. – Mas eu prefiro direto da fonte.

O rapaz abaixou próximo a ela tendo sua jugular perfurada dolorosamente.

– Por que esta aqui? – Klaus perguntou a Leila.

– Samantha me chamou. – respondeu com obviedade.

– E por quê? – Klaus insistiu. – O que deve á ela?

– Não devo nada. – Leila riu brevemente. – E nem estou fazendo nenhum favor.

– Leila gosta da minha companhia. – Samantha disse deixando o rapaz ir.

Limpou a boca calmante com um guardanapo.

– Se gosta mesmo dela deveria tentar por um pouco de juízo aí e não compactuar com suas loucuras. – Elijah disse.

– Eu tentei, acredite. – Leila disse. – Mas respeitos às opiniões e decisões dela.

– Mesmo que sejam erradas? – Rebekah disse.

– O que é errado para um pode não ser para o outro. – Leila respondeu. – É tudo tão... Relativo.

– Claramente o que estava havendo aqui é errado. – Rebekah disse irritada.

– Por que o certo é trancar uma garota num quarto e esperar que de repente ela fique bem?! – Leila retrucou. – O certo é tentar manipula-la a agir da melhor forma para você? – seu olhar foi para Niklaus e então voltou para Rebekah. – Realmente parece certo para você?

Rebekah abaixou o olhar ficando em silencio.

– Como pensei. – Leila finalizou.

– Obrigada por isso. – Sammy disse a ela, levantando. – Acho que assim encerramos a primeira parte da nossa noite.

– Primeira parte? – Klaus perguntou.

– Sigam-me se quiserem ou sigam-me guiados pela Leila, tenho certeza que doera só um pouquinho.

*

Sentados no mesmo sofá, observavam Samantha ir e vir de um lado ao outro da sala com seu longo vestido arrastando ao chão.

– O que quer? – Niklaus perguntou mais uma vez.

Samantha o ignorou mais uma vez.

Klaus levantou rapidamente puxando Sammy pelo cabelo. Em um momento estavam no meio da sala, no outro as costas dela batiam violentamente na parede oposta.

Sammy viu perifericamente Leila assumir uma posição ofensiva - fez gesto para que ela não interferisse - sem desviar o olhar de Niklaus.

– O que você quer? – Klaus gritou rente á seu rosto. – O que você realmente pretende com tudo isso?

– Não quero mais mentiras. Não quero mais, de forma alguma, ser dependente de você. – respondeu entredentes.

– Você não muda com atos agressivos e meias palavras, uma forma de vida que vem levando há tanto tempo. – Klaus disse mais baixo.

– Quem está tendo atos agressivos aqui? – Sammy ironizou.

Klaus a soltou.

Samantha arrumou a roupa voltando à atenção para os outros sem perder a pose.

– Deveríamos colocar no papel as regras da nossa nova relação? – Sammy ironizou.

– Porque agora você resolveu mudar também?! – Rebekah perguntou levantando. – Não faça só reivindicações, se a sua intenção não é modificar seus atos também.

– As pessoas mudam. – Leila comentou ao canto.

– Ou... – Sammy dirigiu o olhar para ela. – Pessoas mudam seus interesses.

– Isso tudo esta sendo muito confuso. – Elijah disse. – Se não gostar de como é tratada por Niklaus por que não se afasta dele?

– Sem chance. – Klaus e Sammy disseram ao mesmo tempo.

Olharam se rapidamente desviando o olhar na mesma velocidade.

– Vocês gostam de autodestruição, tudo bem. – Rebekah se levantou. – Mas não nos envolva nisso. Vamos Elijah.

Samantha não fez nenhuma objeção ao vê-los saindo da casa.

– E parece que aqui termina a segunda parte da noite. – Sammy suspirou.

Saiu da sala sem olhar para trás. Leila ia segui-la quando Klaus bloqueou sua passagem.

– Quero apenas conversar. – ele disse rapidamente. – Sobre Samantha.

Leila esperou que ele continuasse.

– Você parece saber bastante dela, entender o que mais ninguém é capaz. – Klaus começou incerto.

– Vou ser direta. – Leila disse. – Você conhece a Samantha desde... Sempre. Desde que ela estava na barriga da mãe dela, ela tem um vinculo com você. E se até hoje você não foi capaz de entendê-la eu não sei se seria agora com uma dúzia de palavras que eu disser a seu respeito que conseguiria.

Klaus sabia que ela estava certa, afinal.

– Ela teve uma infância difícil sem os pais, esse foi provavelmente o seu pior erro Niklaus, matá-los. Sempre teve o gênio forte, nunca teve limites e sempre conseguia o que ela queria. Ela cresceu com essa ideia. – Leila suspirou. – De fato, é difícil por novas ideias na cabeça de alguém assim. Você tem que entender as vontades delas e conseguir entrar em um acordo.

– E você acha que já não tentei isso antes?!

– Tentar, insistir e nunca desistir. – Leila disse á ele. – Ainda estou em um processo de ajuda-la.

– Você quer que ela seja alguém melhor. – Klaus disse absorto.

– No fundo ela quer ser alguém melhor, só precisa de alguém que acredite nisso.

Klaus ponderou isso também.

– Somos completos opostos. – Leila disse. – Eu sou calma, ela agitada. Eu sou o pensamento, ela o impulso. Ela vê em mim uma consciência à parte. Mas vocês dois... Vocês dois são iguais. Não sabem lidar com as emoções e sentimentos um do outro. Sempre nessa busca por Poder.

– Queria poder mudar isso.

– Deveria ter tentado estar na vida dela e guiado seus passos através desse mundo vampírico. – Leila disse seriamente. - Não queira agora fazer exigências e tentar mandar em Sammy, ela não funciona assim. Não é com palavras ofensivas e agressões que você tira certos pensamentos da cabeça de alguém. Agressão gera agressão. Raiva e ódio.

– Sei que deveria ter estado mais presente, mas queria que ela tivesse suas próprias escolhas. Não queria manipula-la.

– Você manipulou a vida dela a partir do momento que mordeu a mãe dela e a condenou a esse destino.

– Ela era destinada a isso, apenas fiz o necessário. – Klaus rebateu.

– Eu sei que sim. – Leila deu de ombros. – E desde que ela esta aqui não tentou conversar com ela e impor regras. Você a deixou trancada nessa casa com híbridos e esperava realmente que ela apenas acatasse ordens de alguém que ela só ouvira historias antes?! – Leila riu debochada. - Você apenas deixou que ela fizesse o que quisesse e caso você não gostasse havia retaliação depois.

Klaus perguntou-se mentalmente como ela sabia daquilo. Mas pelo visto ela e Samantha tinham tido muito tempo para conversar.

– Eu sei que errei. – Klaus disse pensativo. – Fiz muitas coisas erradas, mas Samantha não é um completo anjo. É tão difícil lidar com ela que... – ele suspirou. – Acho que desisti por um tempo.

– Como você gostaria que ela fosse? – Leila perguntou calmamente.

Klaus pensou em uma resposta.

– Menos impulsiva. – disse. – Mais coerente. Sem tantos jogos e segredos.

– Mesmas características que você contém. – Leila disse. – Se quer alguém assim, seja alguém assim. Mas se você não consegue ser alguém melhor para a Samantha, seja alguém melhor para o filho de vocês.

Klaus sentou-se na poltrona completamente absorto em seus pensamentos.

Leila parou a sua frente.

– Presta atenção. – Leila olhou em seus olhos. – Samantha é apenas o monstro que você criou.

*

Samantha estava na varanda olhando para a imensidão que era o céu. Tão escuro e tão bonito.

As palavras de Klaus vinham a sua cabeça “O que você realmente pretende com tudo isso?”.

O que ela realmente queria? O que ela realmente pretendia?

Nada parecia ter coerência. Nada parecia ter significado.

Talvez no fundo Samantha apenas quisesse que as coisas fossem simples. Simples como eram com Philipe. Sem mais brigas, dramas desnecessários e planos infindáveis.

Mas como teria isso tendo um Original á seu lado? Como teria isso sendo tão Samantha Robertson?

Lembrou-se da infância sem os pais e de como sempre pensava que nunca deixaria que nada e nem ninguém a impedisse de seus planos. Que sempre faria o que quisesse deixando para pensar em consequência depois.

Quando veio até Niklaus o que mais queria eram informações de seus pais e soubera que Klaus os matara. E de repente tudo ficou vazio e sem sentido de novo, como se ela não tivesse propósitos na vida.

Mas então havia o propósito maior, havia a criança. Criança que cresciam rapidamente em si agora. E esse veio a ser seu maior propósito na vida. Mas como seria quando ela nascesse? Novamente voltaria a não ter propósito nenhum caso sobrevivesse?

Era isso o que ela queria? De forma alguma a adolescente inconsequente queria que sua vida terminasse assim, sem fazer metade das loucuras que sonhava. Sem viajar por todo o mundo e ser uma jovem selvagem. Riu desses pensamentos. Talvez de um jeito torto, ela tivesse amadurecido de verdade.

Leila chegou sentando a seu lado.

– Não queria que nada fosse assim. Tudo parece difícil demais de lidar agora. – Samantha disse virando-se para ela. – Eu não sei como fazer isso.

– Você não precisa disso. – Leila disse. – Dessa maldade, dessa busca por Poder.

– Eu preciso sim. – Samantha discordou rapidamente. – Estou lidando com Niklaus. Aqui ou você caça ou é caçado. Sempre é preciso um plano alternativo.

– Porque vocês determinaram assim. – Leila falou seriamente. – E isso só vai mudar quando ambos resolverem mudar.

– Eu não posso mudar. – disse.

– Achei que não pudesse quando matou Sylizia e fez daquela vila um inferno. – Leila disse. – Aquela foi possivelmente a parte mais obscura da sua vida. Tantas mortes, tanto sangue de pessoas inocentes derramado, tanto ódio e amargura... E você tão jovem. Aquilo parecia algo impossível de ser revertido. E eu ajudei você a voltar á si.

Samantha bloqueou as memórias, não queria lembrar.

– Fui seu ombro amigo. – Leila continuou. – Quem te ouviu sem julgar, quem verdadeiramente tentou te ajudar. E mesmo que tenha continuado a ser uma desordeira... – Leila riu brevemente. – Não era como antes.

Samantha concordou sem dizer nada.

– Você mudou uma vez, pode fazer isso de novo. – Leila acrescentou.

Leila levantou beijando levemente a testa de Sammy.

– Você mudou uma vez por você, mude de novo pelo seu bebê. – disse por fim.

*

Parte de Samantha achava que Leila estava completamente certa. Mas havia a parte egoísta. Essa que por tanto tempo veio comandando sua vida.

Samantha não sabia agir de outra forma. Philipe fora o único que conhecera seu lado – quase – bom, e isso fora há muito tempo. Tinha ficado para trás e ela jurou nunca resgata-lo novamente.

Sentimentos podem destruir alguém. Se importar de verdade era perigoso. Gostar tanto de alguém só servia para que outros tivessem como te atingir mesmo que indiretamente. E Sammy não permitiria isso.

Viu quando Klaus apareceu na porta. E ignorou quando ele sentou-se a seu lado.

– O que seria de nós sem todas essas brigas? – ele perguntou.

Parecia verdadeiramente interessado na resposta.

– Nada. - Sammy respondeu. – Se não fosse essa criança se quer existiria um “nós”.

Klaus assentiu levemente sem olha-la.

– Tem razão. – disse segundos depois.

– Acha que deveríamos tentar mudar isso?

– Já tentamos. Mesmo que da nossa maneira errada. – Klaus disse. – E a briga seguinte era sempre pior.

– Vivemos tanto tempo longe das coisas boas que as afastamos consecutivamente. – Sammy concordou.

– Se você fizesse as coisas da forma que eu planejei tudo seria diferente. – Klaus pensou alto.

– Não sou seu fantoche! – Samantha se irritou. – Não sou manipulável!

– Não, não é. – Klaus olhou para ela. – Você é completamente descontrolada e irritante!

– Digo o mesmo de você.

– Leila disse que somos parecidos demais por isso temos tantos conflitos. – Klaus disse.

Samantha permaneceu encarando-o.

– Eu nunca fui capaz de lidar comigo mesmo. – Klaus disse mais baixo. – Talvez realmente não seja capaz de lidar com você também. Não da maneira que você quer.

Samantha concordou, mas permaneceu em silencio.

– Achei que te deixando na vila, deixando que fizesse o que quisesse por todos esses anos te tornariam uma pessoa feliz...

– Feliz?! – Samantha interrompeu. – Acho que eu viveria um conto de fadas lá?!

– Achei que gostaria de viver a sua maneira. – ele disse. – Não entendo como pode ter mudado tanto, imagino o que de tão grave possa ter acontecido para te mudar assim.

– A perda dos meus pais assim que nasci, a perda de Philipe, a vida controlada por uma bruxa. - Samantha contou nos dedos. – Calma, eu posso estar esquecendo alguma coisa.

– Você tem toda razão. – Klaus suspirou. – São coisas terríveis e é tudo minha culpa.

– Enquanto você me deixou sozinha lá aprendendo a sobreviver, você tinha a vida que queria aqui. – Samantha respirou fundo. – Aparecendo lá 1 vez por ano, não te fazia ver a realidade do que eu vivia.

– Leila já me disse isso. – Klaus disse. – Sei que não deveria ter te deixado tão sozinha.

– Saber, entender... Não muda o passado.

– Sei que não, apenas acho que deveria dizer mais uma vez que... Foi um erro.

– Não preciso das suas palavras de consolo. - Samantha sorriu irônica. – Enquanto você vivia sua vida perfeita, eu estava lá. E Leila me ajudou muitas vezes, mesmo que nada ela tivesse a ver com aquilo. Então se quer dizer uma dúzia de palavras bonitas e de arrependimento talvez devesse dizer a ela, não a mim. Por que a Leila é boa, talvez entendesse você. Mas para mim... Suas palavras não valem nada. E eu estava na escuridão. – Samantha disse levantando. - Então, eu me tornei a escuridão.


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Notas finais do capítulo

*¹ Frase da música "Cosmic Love" Florence and The Machine.Pessoal, eu realmente preciso saber o que vocês esperam de Presságio, se vocês estão gostando e afins.Preciso de ideias, porque parece cada vez mais difícil continuar :Então não se escondam!See you later ;*



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