Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 3
Your honesty...




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"Your honesty, like a back that hides a knife." Attack - 30STM

Quatro dias havia se passado desde seu encontro com Klaus. Ele não havia ligado nem nada. Samantha começava a pensar se não havia se precipitado contando quase tudo antes de ter suas informações, mas algo em sua mente dizia que ela não havia feito nada errado, que tudo daria certo.

Klaus era tão egoísta era estranho pensar que ele não tivesse rodado o mundo atrás daquela que o faria ter mais poder, que geraria seu filho.

Quatro dias desde que se alimentará de sangue também. Ela podia passar alguns dias apenas com alimentação humana, mas estava ansiosa e isso despertava seu lado vampiro de uma forma incontrolável.

Já era madrugada quando saiu às ruas em busca de alguém distraído. Não demorou muito para encontrar um garoto andando sozinho pelas ruas escuras. Ela podia ouvir seu coração, sentia a boca salivar só de imaginar o sangue dele descendo por sua garganta.

Estava a um passo dele quando sentiu mãos a agarrem e joga-la em uma escada onde foi caindo até chegar ao chão. As costas bateram violentamente contra o chão sujo e úmido. Samantha grunhiu de dor.

Abriu os olhos vendo Klaus, rapidamente um sorriso de escárnio se apossou de seus lábios.

– Tenha mais cuidado com a escolhida.

– Chega de causar estragos na minha cidade. – ele abaixou perto dela. – É trabalhoso compelir as pessoas a esquecerem de o que vem acontecendo há alguns dias. Eu não preciso de holofotes sobre mim.

Klaus se pôs de pé novamente esperando que Samantha fizesse o mesmo.

– Eu preciso de alguns segundos. – ela rolou ficando de lado no chão. – Eu ainda sou humana.

Klaus pode ver um corte que se estendia do quadril ao meio de suas costas. Sangrava muito, mas era perceptível que estava se regenerando.

– Há quanto tempo não se alimenta?

– Quatro dias. – respondeu a contragosto.

– Então é por isso que está demorando. – falou mais para si mesmo.

Klaus se agachou a seu lado tomando-a em seus braços. Cortou o próprio pulso estendendo–o para ela em seguida. Samantha parecia relutante em aceitar, então Klaus forçou o braço contra seu rosto.

– Não precisa de cerimônia.

Sammy enterrou os dentes contra a pele dele apreciando o sangue do vampiro.

Klaus observou a rapidez com que o ferimento sumia e a rapidez com que ela sugava seu sangue.

Sammy o soltou sentindo-se envergonhada e aborrecida. Havia se entregado aquela situação logo após ele tê-la jogado escada abaixou por motivo nenhum. Quem se importa com humanos? – pensou enraivecida.

– De onde eu venho partilhar sangue entre vampiros é algo mais... – Sammy procurou por uma palavra adequada.

– Íntimo? – Klaus sugeriu. – Mas acontece que eu não sou um vampiro comum e nem você é.

Samantha rolou os olhos perante a expressão de riso em seu rosto.

– Agora se não se importa... – ela levantou. – Eu preciso de um banho e de roupas novas.

– Vamos para minha casa. – decretou.

– Eu não vou para sua casa! – Samantha continuou parada vendo-o se afastar.

– Prefere que eu carregue você nos braços, amor? – parou olhando pra ela por sobre os ombros.

Sammy bufou e começou a andar com ele. Precisava de respostas.

– Por que eu tenho que ir até a sua casa?

Ele não respondeu.

– Resolveu acreditar em mim ou o que? – perguntou olhando pra ele.

– Você não pode parar de fazer perguntas por um minuto? – olhou pra ela de relance.

– Eu só quero entender. – murmurou.

Chegaram à casa que diferentemente do outro dia estava vazia.

– Resolveu se livrar dos seus híbridos? – Sammy olhava para os lados esperando que eles aparecessem de repente.

– Por que você implica tanto com eles, hein? – rolou os olhos subindo as escadas.

– Não está mais aqui quem falou. – deu de ombros subindo atrás dele.

– Você pode ficar aqui. – parou em frente a uma porta no segundo andar.

– Você não vai trancar a porta depois que eu entrar vai? – perguntou em dúvida.

Klaus riu.

– Por que eu faria isso?

– Eu não sei. Você é imprevisível.

– Tudo bem. – ele abriu a porta para que ela entrasse. – A chave do quarto está do lado de dentro. Eu estarei te esperando lá embaixo, amor.

Assim que ele saiu Sammy trancou a porta deslizando pela mesma até chegar ao chão.

Sentia-se nervosa com a situação. Klaus era um mistério. Ele parecia um cavalheiro em alguns momentos, mas em outras era impulsivo e violento. Seria difícil lidar com ele, ela já havia sido avisada disso. Ele só não havia sido avisado que lidar com Samantha Robertson também não seria uma tarefa fácil.

...

Samantha desceu as escadas e foi em direção à sala de jantar. Klaus a esperava com um casal. Humanos.

– Se você não quer que eu ataque pessoas da sua cidade não deveria me provocar assim. – falou parando á porta.

Ele a chamou com a mão.

– Esse é o meu presentinho por... – Pela primeira vez ele a olhou com o vestido que havia deixado no quarto. Vermelho combinava com ela. Passou tempo demais a observando. – Você sabe. – completou.

Não sabia se sua frase anterior havia feito sentido, mas não se importava agora.

Samantha riu baixo perante a sua confusão momentânea.

– Como estou? – provocou girando sobre os calcanhares.

– Muito. – foi o que ele disse.

Samantha riu de novo.

– Vou levar essa sua falta de palavras como um elogio, ok?

Klaus se xingou mentalmente por estar dizendo – ou seria não dizendo? – coisas sem coerência.

– Apenas faça logo. – indicou os dois.

– Eu não sou egoísta. – Sammy disse abaixando a gola da camisa do homem. – Eu divido com você. – empurrou a mulher em sua direção.

Klaus sorriu com isso.

Quem visse de fora nunca imaginaria que na sala daquela mansão dois vampiros se deliciavam com suas vitimas.

Após compelir ambos, Klaus voltou sua atenção a Samantha que estava deitada no sofá. Sua boca estava completamente vermelha com sangue escorrendo até seu pescoço, ele próprio deveria estar assim.

Klaus sentou-se no chão ao lado do sofá, Sammy virou para olha-lo fazendo assim ficarem com os rostos quase colados.

Klaus foi se aproximando sem encontrar qualquer tipo de resistência partir dela e enterrou o rosto na curva de seu pescoço. Samantha arfou.

O vampiro passou a língua pela extensão de seu pescoço por onde o sangue escorria. Podia sentir suas veias pulsando e seu coração acelerado.

Afastou-se vendo a confusão estampada em seu rosto.

– Nós deveríamos ter aquela conversa agora.

Samantha assentiu ainda atordoada.

Sentaram-se lado a lado, Klaus olhava um ponto inexistente na parede parecia perdido em pensamentos.

– Você já sabia não é? – Samantha perguntou analisando o rosto dele se comprimir.

– Há séculos. – olhou pra ela. – Cheguei a me importar no começo, mas eu nunca achava a escolhida, passei a deixar essa historia de lado e focar em outros fatos.

– Como a criação dos seus híbridos.

– Como isso. – ele concordou.

– Mas agora eu estou aqui. – Sammy olhava as próprias mãos. – O que você quer fazer?

Um sorriso ladino tomou seus lábios.

– Nós precisamos de uma bruxa.

Sammy riu.

– Não seja apressado Niklaus. Deve se lembrar de que temos que esperar o dia certo, fazer o ritual todo antes de... – ela pigarreou. – Antes de... Você sabe!

– Sei. E enquanto esperamos esse dia você vai ficar nessa casa. – ele levantou. – Tudo o que você precisar terá.

Klaus abriu a porta deixando três de seus híbridos entrarem.

Samantha olhou confusa para ele.

– Espera aí! Você quer que eles sejam minhas babás?

– Eu prefiro chama-los de comrades. – sorriu de lado. – Quando eu disse que você ficaria nessa casa era no sentido literal.

– Você não vai me manter trancada aqui! – Samantha foi a sua direção sendo impedida pelos três homens.

– Eu acho que eu vou sim, amor.

– Francamente Niklaus! – Sammy olhava incrédula pra ele. – Você acha que eu fugiria ou o que? Lembre-se de que fui eu que vim aqui por livre e espontânea vontade!

– E espero que continue assim, seria uma pena eles terem que te machucar. – fingiu uma expressão triste. – Eu realmente não quero que isso aconteça, mas só depende das suas atitudes.

Sammy sentia o corpo tremer devido à raiva que sentia.

– Nunca se deve confiar em estranhos, nunca te disseram isso?

Sammy semicerrou os olhos os olhos incapaz de formular uma frase boa o suficiente aquilo.

– Sabe o que eu fiz nesses últimos quatro dias? – se aproximou dela. – Visitei uma pequena cidade onde você costuma morar.

Samantha arregalou os olhos.

– Você o que...? – balbuciou.

– E descobri que você estava ocultando detalhes importantes. – Levou uma das mãos a seu rosto apertando seu maxilar. – Ninguém faria algo assim sem um propósito maior, não é mesmo? – o aperto aumentou gradualmente. – Você achou mesmo que você chegaria aqui diria meia dúzia de palavras e eu acataria sem maiores delongas? Você tem muito que aprender garota.

Klaus a soltou vendo a marca de seus dedos cravados na pele da jovem.

– Quem dá as cartas nesse jogo sou eu. – Klaus a puxou pelos cabelos fazendo-a encara-lo nos olhos. – Eu decido o que fazer, quando fazer e como fazer!

– Isso poderia ter sido prazerosa pra ambos, mas é claro que Klaus – o Poderoso Hibrido, tinha que se importar apenas com ele! – Samantha cuspiu as palavras. – Eu não sei mesmo onde eu estava com a cabeça quando achei que poderia por um pouco de senso nessa sua cabeça teimosa e egoísta!

– Você realmente não me conhece. – Klaus disse se afastando dela.

– Digo o mesmo. – Samantha replicou no mesmo tom.

Klaus sorriu misterioso, como se ele soubesse de algo realmente relevante.

– Se você soubesse... – ele murmurou dando-lhe as costas.

– Soubesse o que? – Sammy indagou.

– Você vai aprender que o mundo gira sim ao meu redor. – disse por fim, antes de se retirar da sala.

Samantha andava de um lado ao outro no quarto tentar assimilar tudo o que havia acontecido nas ultimas horas.

Imaginava o que Klaus estaria fazendo naquele momento, planejando sua morte talvez. Ou algo pior por ter ocultado informações dele. Agora que ele descobrira suas intenções finais, talvez ele se quer se desse ao trabalho de continuar com aquilo.

Samantha sempre soube dos riscos que correria se expondo a ele, qualquer pessoa sensata estaria indo pra longe dele e não vindo a seu encontro. Mas era como se uma força maior a tivesse mandado ali, como se seu subconsciente a puxasse pra ele sem ela perceber. Era insano, não fazia sentido. Mas o que fazia sentido no mundo em que vivia?

“Se você soubesse...”.

Essa frase continuava ecoando por sua mente de novo e novo repetidamente como um disco arranhado.

Sempre ouvira dizer que Niklaus sempre estava dois passos a frente de qualquer um, mas achou que poderia mudar isso. Pelo menos dessa vez.

Estava tão absorta em pensamentos que não percebeu quando a porta se abriu.

– Cuidado que você pode abrir um buraco no chão de tanto andar de um lado ao outro.

Klaus estava encostado à porta.

Samantha sentia algo estranho dentro de si quando olhava para ele, era como se algo se agitasse dentro de si. E ela não gostava nada daquilo.

– Vai me manter presa aqui até quando? – Havia certa melancolia em sua voz.

– Até reunir informações necessárias.

Samantha sentou na beirada da cama.

– Você é tão ingênua. – Klaus disse entrando no quarto. – Mas eu admiro a sua força de vontade.

– A minha vontade é de matar você. – Sammy murmurou sem olha-lo.

Klaus riu.

– A vontade de muitos, pode entrar na fila.

– Pergunto-me o porquê. – ironizou.

– Não medir esforços para se conseguir o que quer pode incomodar alguns.

Samantha pensou por um momento no que ele acabara de dizer, era quase uma descrição dela mesma.

– Eu entendo. – pensou alto.

– Eu sei que sim. – Klaus se aproximou dela. – Você faz me lembrar de mim mesmo, desde do primeiro momento. Claro, que sem toda a inteligência.

Sammy rolou os olhos.

– Mas você ainda é muito nova, comigo você vai aprender bastante.

– Com você? – Samantha olhou para ele. – Quanto tempo você acha que eu vou passar aqui?

– Quantos eu determinar.

Samantha sabia que não adiantava argumentar, o que ela precisava era de um plano de fuga, mas sua mente a traía o tempo todo. Samantha se sentia presa ali, e não só fisicamente, parte de si não queria sair dali e aquele era um mistério a ser resolvido.

Passou a mão levemente pelo pescoço se certificando de que seu colar de verbena ainda permanecia ali. Movimento que não passou despercebido pelo olhar atento de Klaus.

Ele se aproximou e Samantha subiu na cama se afastando. E assim foi até ela estar encostada a cabeceira da cama com ele a centímetros de si.

Klaus prendeu suas mãos apenas com uma sua e com a outra pegou o colar puxando-o.

– Verbena. – ele disse divertido, soltando-a.

– Você não tem o direito de pegar meu colar! – Samantha tentou pega-lo de volta.

Klaus impediu-a com um braço acabando por ser arranhado pelas longas unhas dela. Incomodado por sua insistência empurrou-a contra a cabeceira da cama novamente dessa vez prendendo seus braços acima de sua cabeça.

Os rostos muito próximos, o contato visual intenso. O de Klaus demonstrava superioridade e o de Samantha raiva. Ela não estava mais com a verbena ele podia usar a compulsão. Ele usaria? Era o que Sammy pensava.

– Não queremos nos machucar, certo? – Klaus falou entredentes.

– Fale por você. – retrucou.

– Você esta assim porque acha que eu vou te forçar a alguma coisa? – Klaus sorriu de lado. – Eu não vou.

– Não vai? – Sammy semicerrou os olhos.

– Eu não preciso. – Klaus se aproximou mais deixando seus lábios tão próximos que quando voltou a falar seus lábios roçaram nos dela. – Porque não há absolutamente nada que você recusaria vindo de mim. Eu não preciso te forçar a nada.

Klaus se afastou soltando-lhe as mãos e deixando o colar em cima da cama.

Samantha permaneceu na mesma posição sentindo-se perdida. Seu coração martelava no peito e a respiração saia descompassada.

“O que há de errado com você?” perguntou a si mesma.

Levantou e pegou-o colar que como o esperado estava com o fecho quebrado.

– Você me deve um novo colar, Niklaus! – gritou.

Ouviu a risada dele vinda do corredor.

Samantha parou a frente do espelho e arrumou seu cabelo em um rabo-de-cavalo alto.

Os pulsos ainda marcados pela força aplicada por ele.

Como ele conseguia ser tão prepotente?

Samantha socou o espelho a sua frente que se desfez em vários pedacinhos.

– E não só um colar. – murmurou pra si mesma. – Vai ter volta.


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Notas finais do capítulo

Eu simplesmente não resisto ao Klaus dizendo "comrades" no 3x02 ♥. AHAHA eu precisava por na fanfic. Enfim.
Continuem me dizendo o que vocês estão achando, please.
See you later ;*