Amíria conduzia Amy para o quarto de Aséfone,era tão belo,suas paredes brancas tinham imagens de flores de cerejeiras (sakura) e na parede onde havia encostada sua cama havia um grande leque vermelho com detalhes dourados.

–Lembra-se desse quarto ? –Falou Amíria.

–Já disse,não me recordo de nada.

–Entendendo... Bem,ali está o seu armário,estão lá as suas roupas,quando terminar,avise-me,vou escovar seus cabelos minha deusa. –Disse Amíria se reverenciando.

–Tudo bem,logo estarei pronta.

Amíria deu licença à Amy e encostou a porta. Amy olhava o quarto com atenção “Isso tudo é meu ?” se perguntava,logo isso abriu o armário e logo viu yukatas e kimonos,vestidos estilo ao da era Vitoriana,e em uma das prateleiras muitos acessórios,como fitas,faixas de cabelo,chapéus pequenos e hashis. Era como o armário de Rey,só que com muitas mais coisas. “Ela era uma deusa,podia criar o que quiser.” Então Amy decidiu usar a yukata preta com desenhos de sakuras e detalhes prateados. Dali mesmo Amíria observava a rosada se trocando e a espera chamá-la.

–Amíria,pode entrar !

–Claro minha deusa.

Amíria sentava Amy na cadeira da penteadeira e começava à escovar os cabelos da deusa,com tanto cuidado e com tanta leveza,ela era realmente perfeita pra isso.

–Como aprendeu a escovar tão bem assim ? Parece que está escovando meu cabelo com algodão. –Comentou Amy.

–Oras,com muita disciplina eu aprendi à fazer ao seu gosto minha deusa. –Falou Amíria dando um sorriso que Amy podia ver pelo reflexo do espelho.

–Ao meu gosto ? –Indagou Amy.

–Sim,quando fazia do jeito errado,você me batia,mas mesmo assim me sentia bem,eu melhorava aos poucos,lembro-me quando você fez leões arrancarem um pedaço da pele da minha perna,ou quando chicoteou meu tórax quando sem querer puxei seus cabelos,ainda sim sentia-me grata por ter melhorado e conseguido agradar minha querida deusa Aséfone. –Falou Amíria abraçando-a pelas costas.

–E-eu fiz... Tudo isso ? –Perguntou Amy assustada.

–Sim minha deusa,e muito mais ! Por que acha que foi banida do reino das deusas ?

–N-não sei...

–Então,um dia explicarei tudo,mas agora,já que você não se importa,agora eu posso abraçá-la,não é ? –Falou Amíria Terminando o coque de Amy e colocando os hashis.

–Sim Amíria,não há problema em me abraçar,desde que não abuse muito disso. –Levantando-se.

–Obrigada minha deusa,sou grata por servi-la. –Terminou Amíria à reverciando de novo.

Amy estava perplexa com a submissão de Amíria,não acreditava que fizera tudo aquilo com a jovem,e mesmo assim ela ainda continuava a servi-la,como aguentava ? Era tão estranho para Amy,ela nunca que faria isso com alguém,nem ao menos se fosse obrigada.

–Minha deusa,vou mostrar-lhe seu trabalho. –Amíria falou e guiou Amy até uma sala.

–Tudo bem.

Elas entraram em uma sala escura,tinha alguns objetos flutuantes e uma grande tela que mostrava Vermécia e Terra de Prata.

–O que é isso ? –Perguntou Amy.

–Ora,seu mundo ! –Respondeu Amíria sorrindo.

–Meu... Mundo ?

–Sim ! O seu trabalho é simples e direto,mate de alguma forma alguma pessoa que deve morrer,você só tem que matá-las !

–M-matar ? Perguntou Amy engolindo a seco.

–Sim ! Algumas pessoas podem morrer atropeladas,outras com doenças entre outros.

–Eu preciso realmente fazer isso ?

–Se você quer manter o equilibro da vida e não quer que uma catástrofe gigantesca aconteça sobre Ernas,sim,precisa !

–O-okay...

–Está vendo aquele idoso ? Você precisa matá-lo ! Ele já está no fim de sua vida mesmo. –Falou Amíria apontando para o senhor de idade que andava em direção ao hospital.

–Aonde ele está indo ?

–Parece que ele está indo visitar sua esposa no hospital,ela também vai morrer,mate os dois logo de uma vez !

–Nem pensar ! Vou fazer ele aguentar mais um pouco até chegar no quarto da sua esposa,ele a verá e ela verá ele,não pode ser assim,algo sofrido.

–Tch ! Como quiser... Minha deusa.

O idoso mesmo com passos lentos não via a hora de encontrar com sua esposa,cada passo já era algo muito grande que fez por ela,e imaginava que a veria depois de tanto tempo,seus filhos não podiam levá-lo já que uns trabalhavam e outros recusavam à ajudar esquecendo o pobre velho,isso não é algo que um filho deve fazer com seus pais que lhe deram carinho,conforto e mesmo que não tivesse condições,lutariam para ver seus filhos felizes,é uma pena saber que muitos os abandonam na velhice,pois é nesse momento em que pais viram filhos e filhos se tornam pais.

–Vamos ! Só mais um pouco. –Falava Amy tentando encorajar o velhinho.

Chegando no hospital,ele foi ver sua esposa,lá estava ela,deitada e quando o viu estampou um sorriso enorme no rosto.

–Então... Você veio. –Dizia a idosa derramando algumas lágrimas.

–Eu amo minha esposa,e tenho que fazer de tudo para vê-la e fazê-la feliz. –Falou o velhinho abraçando-a.

Amy fez um comando para que o velhinho deita-se com sua esposa,assim os dois permaneciam na cama e se abraçaram,com os seus sorrisos em seus rostos o dois conseguiram partir tranquilamente.