Um vento frio fez com que meus cabelos voassem e fizessem cócegas  no meu nariz. Eu já estava acordada a um tempo, perplexa por ter sobrevivido ao primeiro dia, pensei que seria muito seguro se eu ficasse naquela forquilha pelo resto dos jogos, mas um raio de luz passou pelas folhagens fazendo meu saco de dormir brilhar, realmente essa não seria uma boa ideia. Depois de me desamarrar da arvore e guardar meus pertences comecei a caminhar pela direção que havia tomado pra chegar ali, decidi que eu encontraria outros tributos e os mataria, ou algum deles me mataria, assim seria bem mais fácil, pra mim quanto mais rápidos os jogos acabassem melhor seria. Mesmo que eles acabassem apenas pra mim.

Andei por um tempo, sem encontrar nada de diferente, nenhum tributo, nenhum animal nada. Comecei a achar essa quietude como estranha um desconforto surgiu no meu peito e aquela determinação que eu tinha a algumas horas atrás tinha sumido completamente, comecei a pensar que procurar por tributos seria uma péssima ideia com certeza eu iria morrer para o primeiro que aparecesse na minha frente e com a imagem de mim mesma morrendo veia a minha cabeça minha mãe e Bryan em casa me assistindo, tinha de demonstrar  força nesse momento, tinha que dar esperanças a mamãe e a Bryan, então levantei meu queixo e continuei andando mais alerta do que nunca. Depois de mais algumas horas andando minhas pernas começaram a protestar decidi me sentar pra uma pausa rápida pra comer mais um pedaço que sobrou do esquilo de ontem e desse mais um gole de água. Com mais alguns minutos de caminhada cheguei a cerca e logo depois da cerca consegui ver a  cornucópia, o céu estava se tornando negro novamente, meu estoque de água estava perigosamente baixo e minha comida também, o convite que a cornucópia me oferecia era realmente muito tentador mas seria perigoso já que durante todos esses anos assistindo os jogos pela telivisão percebi que os carreiristas sempre tomavam conta da cornucópia , já que elas eram péssimos em alguma habilidade que se relacionaria a sobrevivência, eles tinham que ficar com toda aquela água e comida estocados na cornucópia. Escalei uma arvore alta para tentar detectar algum movimento, e nada definitivamente a cornucópia estava vazia, decidi ir ate ela, mas achei que seria mais seguro seu eu andasse pela floresta, contornado a cerca, ate chegar em sua parte traseira que me oferecia mais proteção caso alguém decidisse aparecer. Encostei minhas mãos no metal frio do chifre e escutei vozes, me espremi contra o metal desejando que eu pudesse entrar nele e ficar completamente invisível.

Fiquei imóvel ate meus músculos começarem a protestar implorando por movimento, eu já havia conseguido distinguir que as vozes eram de Kendall e de uma garota que não fazia a mínima idéia de quem seria, eles estavam a muito tempo vasculhando o chifre, eu precisava sair dali mas eles com certeza  me veriam eu teria que velos primeiro, teria que enfrentar eles. Arrastei minhas costas ate chegar na beirada e puder ver os cabelos ruivos da garota que representava o 2, ela estava exatamente de cortas para mim então andei silenciosamente por suas costas, com minha faca já em mãos, e quando ela ameaçou se virar perfurei o espaço entre suas costelas fazendo com que eu perfurasse seus pulmões e ela ficasse incapaz de gritar, dei uma leve espiada e vi que Kendall revirava caixas dentro do chifre, deixei a garota no chão e voltei para onde estava, já que ela não demoraria a morrer já que não conseguia respirar, o canhão soou e consegui ouvir Kendall dizer um nome – Maggie – contornei o outro lado da cornucópia enquanto ouvia atentamente os passos do garoto pela grama, ele andava lentamente procurando quem havia matado Maggie. Corri para tentar pega-lo de costas mas a grama sobre meus pés não ajudou muito, fazendo bastante barulho e fazendo também o garoto se virar e jogar uma lança na minha direção, consegui desviar mas a lança pegou de raspão um pouco acima da minha cintura, com a dor repentina deixei minha faca cair, Kendall sacou uma faca e se aproximou vagarosamente de mim retirei meu machado do cinto e tentei acertá-lo mas uma dor forte percorreu pelo meu corpo, graças ao meu grande esforço, me fazendo errar ele desviou e tentou outro golpe mas com um reflexo, que na realidade não sei de onde tirei, me abaixei o garoto acertou o ar com toda sua força  ele se desequilibrou e eu aproveitei para acertá-lo no estomago, Kendall soltou um gemido de dor e caiu no chão me recompus recuperei minha faca e meu machado e tentei correr de voltar para a floresta antes que o garoto morresse e o canhão chamasse a atenção de seus amigos “carreiristas”. Andei por poucos minutos e a dor começara a ficar insuportável cai no chão entre as arvores sem conseguir me levantar, se não recebesse uma dádiva imediatamente, meu rosto apareceria no céu esta noite.