Pansy o fez comer mais quatro ou cinco garfadas de ovo, e dar mais uma bicada no suco de abóbora fresco que fora depositado em uma taça cravejada de esmeraldas.
Ele não estava com forças para recusa-las. Estava rouco, pálido e com profundas olheiras debaixo de seus olhos azuis.
–Não... - Sussurrou no ouvido de Pansy, recusando mais linguiça. E ela recuou - Obrigado.
Sua mente estava lenta. Ele saiu cambaleando pelo Salão Comunal e deu de cara com Hermione, que carregava dois livros pesados. O seu olhar repousou sobre Draco, e depois continuou seu caminho sem olhar para trás.
Se sentiu mais atordoado com isso. Hermione nunca iria querer ele. Por qual motivo ela poderia pensar em aceitar amor dele?
Mesmo não sabendo como, foi parar no banheiro da Murta-Que-Geme, e ela ficou flutuando pelo ar, reclamado sobre sua morte instável.
Vomitou, vomitou e vomitou.
Resolveu tomar uma segunda pílula de energia, que o deixou com os olhos arregalados e dirigiu-se para a aula dada por Snape. Mesmo estando num estado deplorável.
Sentou-se com Blásio, do lado contrario de Harry e Rony. Hermione se sentara com Parvati.
O cabelo oleoso e negro de Severo apareceu inesperadamente. E seus olhos negros fitaram cada movimento feito pelos alunos.
Ele começou a andar em volta da sala, falando baixo. Todos os alunos, inclusive Draco, tão relaxado por tê-lo como professor, esticaram o pescoço para escuta-lo melhor.
– As Artes das Trevas são muito variadas, inconstantes e eternas. Combatê-las é como combater um monstro de muitas cabeças, no qual, cada vez que cortamos a cabeça, surge outra ainda mais feroz e inteligente do que a interior. Vocês estão combatendo algo que é instável, mutável e indestrutível. - Ele alterou a voz - Sua defesas, portanto, têm que ser flexíveis e inventivas como as Artes que vocês querem neutralizar.- Ele andou mais pro fundo da classe - Creio que os senhores são absolutamente novatos no uso de feitiços mudos. Qual a vantagem de um feitiço desses?
A mão de Hermione se ergueu, e Snape olhou pela classe inteira procurando outras pessoas, dizendo num tom muito pesado:
– Sim, senhorita Granger?
– Seu adversário não tem nenhum aviso sobre qual tipo de feitiço você vai fazer, o que te da uma vantagem a mais.- Draco novamente se deixou levar pela beleza da garota. "Não baba, a Pansy nem é tão gata assim." Zabini lhe censurou, pois a Sonserina estava do lado de Hermione, para seu alívio.
– Resposta quase copiada, palavra por palavra do Livro de Feitiços, sexto ano. - Desdenhou Snape.
"Manda ver, professor" Goyle riu ao fundo, e Draco bufou "Cala a boca, você quer que ele tire pontos da nossa casa?" O amigo estranhou, e disse com sua voz grossa "Pô, Draco, relaxa ai. É o Snape."
– Agora vocês irão se dividir em duplas, um tentara atacar o outro sem fazer nenhum barulho, e assim sendo, o outro tentara se proteger igualmente.
Rony e Harry, aos risos, se dirigiram ao fundo da sala, um a frente do outro.
"Weasley, Potter!" Chamou Snape, severo "Eu que vou escolher as duplas." Os dois desdenharam "A gente já ta longe, professor. O senhor não pode nos dar uma chance?" Pediu Ronald "Façam direito então" Ignorou-os Severo.
"Zabini, Parkison" ele apontou para o outro lado da sala, e o queixo de Draco caiu ao chão. "Não vou fazer com Zabini?" Pensou, desesperado.
"Granger!" Ele chamou. "Longbottom!" O dentuço, distraído, se levantou tremulo "Sim, senhor?"
– Neville, se sua incompetência não se superar, faça o favor de.... - Snape olhou para o garoto que havia acabado de desmaiar - De... De... Longbottom? - Ele bufou. - Irei levar o senhor Longbottom para a enfermaria. Malfoy, faz aqui com Granger mesmo, se não for te pedir demais. Se não quiser, pega outra pessoa ai. O resto por favor, se virem!
Hermione olhou para ele "Você não precisa" sussurrou para que apenas ele ouvisse.
Ele se aproximou dela, e a levou para o outro canto, oposto ao de Ronald e Harry. "Tudo bem, Granger... Vamos treinar" Disse, sorrindo.
– Por favor, não me machuque... - Ela falou baixinho, quando chegaram no lugar destinado. O coração dele pulou de tristeza. Então... Era isso que ela achava dele? Que ele ia machuca-la todas as vezes que se encontrassem? Mas ele não fizera isso na última vez. - Você é uma caixinha de surpresas, Malfoy... - E, nesse momento, Draco percebeu que ela sabia do que ele havia feito com Potter.
– Nunca faria algo do tipo... com você - Uma confusão mental tomou conta de si. Ele sussurrou essa última palavra, e uma dor muito forte estava estampada em seu rosto. Ele disfarçou e uma mascara sem afeiçoes tomou posse de sua face.
– Você me azara e eu tento bloquear - pigarreou, serio. E ficou de frente para a parede, esperando que Hermione lhe lançasse o pior feitiço. Querendo que ele caísse e desmaiasse, para não se lembrar disso.
Quando Severo Snape passou, a menina piscou os olhos em direção a Draco, que na última fração de segundo entendeu que aquilo queria dizer-lhe que ia lançar um feitiço.
– Patético. Perdendo para uma garotinha - Blásio gritou do outro lado da sala, quando Draco caiu no chão, sem sucesso em seu feitiço de proteção. Rony o fuzilou com o olhar quando Hermione o ajudou a se levantar, corada.
– Não sou muito bom nisso - Draco fechou a cara, tentando não olhar para os dois melhores amigos que pareciam querer enforca-lo com os olhares.
–Protego!
Um banguê alto veio do outro lado da sala, e os olhares se voltaram para o professor Snape, que estava se levantando do chão.
– Potter, você entendeu que era para fazermos feitiços mudos? - Ele empinou o nariz torto, fuzilou o olhar para Harry e ironizou.
– Sim. - Harry respondeu com seriedade.
– Sim, SENHOR- Corrigiu Snape, puxando as mangas de suas vestimentas.
– Não precisa me chamar se senhor, professor! - Todos os queixos caíram quando Harry Potter disse, lentamente, essa frase.
– Detenção, Potter! - ele desdenhou - Aos sábados. Estão dispensados.
– Tchau, Malfoy... - Hermione se despediu de Draco com um aceno de cabeça.
Ron e Harry a puxaram "Você está bem?" Fuzilaram Draco com o olhar "O que você estava fazendo com ele?"
Draco sentiu uma mão toca-lo nas costas:
– Venha, quero fazer algo com você - Pansy sussurrou em seu ouvido. E Draco realmente se sentiu tentado. Precisava de um relaxamento. Mas não, não podia.
– Não, Pansy, não... - Retomou a consciência. - Mais tarde. - Viu a cara dela ir de choro a ansiedade. - Tenho aula de poções.
– Draco - Blásio gritou - Caramba, você vem ou vai ficar ai plantado?

"Horácio Slughorn" Hermione tentou livrar-se do assunto "Nosso professor de poções! Vamos, não quero chegar atrasada!"
Harry a bloqueou com um olhar censurado e Rony parecia confuso.
– Que você estava fazendo com ele? - Perguntou secamente Harry - Sabe o que eu acho dele, Mione! - Replicou.
– Não seja tão duro com ela, Harry... Com certeza foi ideia do professor - Rony argumentou, baixinho. Como se algo tivesse enroscado em sua garganta. E ele engoliu a seco, olhando para o chão - Não foi?
– É, meio que sim... - Ela deu um sorrisinho amarelo.
– Meio que sim? - Harry se assustou. - Hermione! Você sabe o que nós vimos! Você disse que também tinha visto!
– Já disse, Harry! Não sei direito o que eu vi! - Ficou irritada, e abaixou a voz.
– Mas de que diabos vocês estão falando? - Rony interpôs.
–Harry acha que Malfoy é um Comensal da Morte. - Explicou Hermione.
– Mas, é claro que não! - Riu baixinho- Você realmente acha que Você-Sabe-Quem iria querer algo com um moleque de dezesseis anos? Pra que?- desdenhou Rony.
– Oras, para penetrar em Hogwarts. Não é obvio? - Indignou-se o da cicatriz.
– Está bem, Harry. Está bem - Finalizou Hermione. - Estamos atrasados. Que droga.