– Para onde estamos indo? - Perguntava loucamente a menina, segurando nas mãos gélidas de Draco. Enquanto andavam sorrateiramente pelos terrenos mais afastados de Hogwarts.
– Espere um pouco. - Eles foram mais longe. - Ah! Droga! - Fuzilou com o olhar um casal deitado no cascalho perto do lago, que olhavam encantados para o infinito. Roubaram o lugar de Draco. Teve que improvisar, era o jeito.
– O que foi? - Hermione perguntou, sentindo-se tensa.
– Nada - Disfarçou - Pisei em falso, tome cuidado. Aqui o chão já não é tão nivelado...
Draco teve que fazer planos reservas, uma vez que o lago já estava ocupado.
Eles penetraram num lugar mais longe, ele nunca tinha ido lá. Mas fingiu saber o caminho.
Uma cerejeira japonesa que florescia magnificamente parecia ter sido reservada para eles. O cêu estava sem nuvens, a lua brilhava intensamente.
Foi sorte. Ele envolveu-a em seus braços e pediu para que fechasse os olhos.
Estendeu uma toalha sobre a grama fina e, com pequenas velas, deu uma iluminada.
As belas flores desabrochavam, mas o chão ainda não havia abrigado nenhuma delas.
– Uau... - Ela suspirou ao ver aquilo. - É lindo, Draco...
Ele tirou de uma cesta variados salgados e chás. Morango e chocolate.
– Minha especialidade é queijo quente - Se gabou, como se fosse grande coisa, rindo.
Estava delicioso, embora um pouco molenga.

Depois de terem comido o suficiente, deitou no chão, abrigando Hermione entre seus braços. Ela apoiava a cabeça em seus ombros.

– Se sente bem aqui?

– Aham. – Ela respondeu, distraída.

– Gosta de quando ficamos assim?

– Aham. – Seus olhos se encontraram, e um sorriso tímido brotou em seus lábios.

– Que bom... Gosto de quando ficamos assim... – Ele suspirou e apertou um pouco mais.

O barulho da natureza os envolveu e eles ficaram juntos, como se nada mais no mundo importasse, como se fossem únicos.

Ele beijou de leve sua testa e ela subiu o rosto, roubando-lhe um selinho no canto da boca, com gosto de quero mais.

Eles ficaram em silêncio, por mais alguns momentos.

– Aconteceu alguma coisa hoje?

– Nada... - Ela respondeu.

– Tem certeza? – Ele implicou.

– Tenho...

–...

– Lilá me atacou de novo.

Draco agiu por impulso e levantou.

– Amor! – Falou alto, indignado. – O que ela fez?

– Nada, quer dizer, ela me ameaçou no banheiro, mas já ta tudo bem, eu passei um remédio onde ela me bateu... Eu, eu não posso fazer nada...

– Como não, Hermione! – Ficou irritado. – Você tem que se defender!

– Se eu me defender, ela conta pra todo mundo o tal segredo – Ela ficou enraivecida – E eu não tenho porra nenhuma de segredo, a não ser a gente! E eu não quero que de tudo errado por causa dela!

– Você pelo menos sabe como se defender?

– Acho que não.

– Por Merlin, vou ter que te ensinar?

Hermione ficou encabulada por ter Draco como um possível professor. Ela que normalmente ajudava a todos.

– Ah, a sabichona aqui não quer que eu ensine algo?- Ele sorriu, e Mione quase se derreteu.

– Ta, mas só o básico, Ok?

– Ok.

Ele havia aprendido com seu pai, nas férias. Era a única coisa que eles faziam juntos. Ajudava a liberar a raiva dos dois.

Depois de uma hora e várias gargalhadas, Hermione já conseguia fazer uma proteção básica e dar alguns socos.

– Ta vendo? – Ele abraçou-a, quando conseguiu fazer o último passo – Agora ninguém entra no seu caminho, pequena...

–-

Draco - primeira pessoa - presente.

As palavras simplesmente escapuliram da minha boca. Faziam alguns dias que eu tentava me controlar para não chama-la de pequena.

Mas foi difícil, porque na minha cabeça, quando me refiro e ela, já a chamo de pequena.

Ela me abraça mais forte, e meu coração bate mais rápido.

“Posso dormir com você hoje?” Ela pergunta, timidamente.

Já fizemos isso antes, umas duas ou três vezes, mas não de propósito.

– E eu consigo recusar? – Respondo, e ela sorri.

Voltamos para Hogwarts e sei que é bem tarde. Está tudo vazio, e entramos por uma entrada escondida.

Vamos direto para a Sala Precisa, e desejo um lugar onde podemos ficar.

Quando as portas se abrem, encontro um local não muito grande.

Uma grande cama posta em seu meio, e uma lareira no canto, aquecendo e iluminando brevemente o quarto.

Estamos extremamente cansados e, por mais que a decisão tenha sido realmente nossa, não creio que Hermione queira algo a mais –

– Draco – Ela me chama. Já está deitada na cama, tirou os casacos e só está com uma blusa de manga comprida amarela e fina, e uma calça leggin preta. – Seus cabelos encaracolados soltos por cima de seus ombros.

Acho que me distraí.

Vou ao seu encontro, não quero que ela pense que sou um tarado que só pensa nisso. Talvez ela não queria, e... e, não, não que eu queria também... não é?

Conversamos um pouco. Digo que não me importo se Lilá conte para todos que estamos juntos, que poderemos dar um jeito, que não quero que ela se machuque, é doloroso demais vê-la sofrendo.

Inconscientemente, vamos chegando mais e mais perto um do outro. E então, meus lábios se juntam aos de Hermione, num beijo caloroso e calmo que depois passa a ser urgente. Nossas línguas se provocam, e uma sensação prazerosa preenche meu corpo.

Mione beija bem. Ela apoia seus braços levemente sobre meu ombro e os passa em volta de meu pescoço, com uma mão acariciando minha nuca e com a outra enroscando seus dedos em meus cabelos loiros. E eu estou delirando com isso, uma coisa que poucas meninas sabem fazer bem. Ela fazia isso tão naturalmente quanto nossos lábios se mordiscavam e nossas bocas autorizavam a serem deliciosamente exploradas.

Ficamos mais próximos, senta em cima de mim e eu me concentro para não passar disso. Junto mais ainda nossos corpos e minhas mãos deslizam pela sua nunca. Não paramos de nos beijar, até que precisamos retomar o fôlego. Ela me olha e morde o lábio inferior exatamente como eu faço...

– Não precisamos. – Digo, antes de tudo.

– Mas, e se eu quiser? – Ela me olha marota e meu coração bate mais rápido.