Secret escrita por Rocker


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Gnt, mais um cap pra vcs!!
Naum esqueçam de comentar!!



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Capítulo 6

E então, caíram todos uns sobre os outros, em cima da neve recém caída.

Pedro, que caiu por cima, levantou-se e ajudou as irmãs e Hailee a se levantarem. Emma tomou impulso para cima, levantando-se sozinha mesmo.

Edmundo levantou-se e estendeu a mão para Lena, que aceitou. Mas sentiu sua respiração falhar e o coração acelerar, mas preferiu ignorar.

- Impossível! – exclamou Susana, olhando admirada ao redor.

Lena foi para o lado de Lúcia, sorrindo. Lúcia a olhou, com os olhinhos brilhando, e sorriu também. Lena abaixou-se rapidamente, formando uma bola de neve e entregou a Lúcia. Lúcia olhou-a confusa, mas a menina apenas sorriu, dando-lhe uma piscadela.

- Tudo bem. – disse Lúcia, olhando para os outros, com a bola de neve escondida atrás do corpo. – Só pode ser imaginação de vocês.

- Eu imagino que pedir desculpas... – disse Pedro. – Não é o bastante.

- Não, é pouco. – disse Lúcia. Logo em seguida, tacou a bola de neve em Pedro, acertando-o na cara. – Mas isso basta! – gritou, virando-se para pegar outra bola de neve.

E então a guerra começou. Pedro e as meninas estavam se divertindo. Lena tacou uma bola no peito de Susana, mas foi acertada por Emma e Hailee, consecutivamente.

Pedro tacou uma em Hailee, que revidou e levou outra bolada de Lúcia. Emma recebeu uma e foi acertada por Susana e Lena. Apenas quando Susana acabou acertando Edmundo, que reclamou um “ai”, que a brincadeira se encerrou.

- Seu mentiroso! – acusou Pedro, se irritando.

- Você também não acreditou. – disse Edmundo. – Nenhum de vocês.

- Na verdade... – começou Lena.

- Lena foi única que acreditou em mim. – disse Lúcia. – Ela disse que já entrou aqui.

- Como? – perguntou Emma.

- Pelo mesmo jeito que entramos aqui agora.

- Ela quis dizer quando. – disse Susana, rindo da amiga.

- No pique esconde. – respondeu Lena.

- E por que não disse? – perguntou Hailee.

- Vocês acreditariam mesmo que ela entrou? – perguntou Lúcia. – Podiam ter pensado que ela queria apenas me ajudar.

- Lúcia tem razão. – disse Pedro e logo se virou novamente para Edmundo. – Mas o que interessa é que Lena não mentiu. Diferente de você, Edmundo. Peça desculpas a Lúcia.

Mas Edmundo não fez nada. Apenas olhou para Lúcia e voltou o olhar a Pedro, mas nada disse. Isso irritou o loiro profundamente.

- Peça desculpas! – insistiu.

- Está bem! – e virou-se para Lúcia. – Me desculpa.

- Tudo bem... – disse Lúcia, fazendo todos se virarem para ela. – Algumas crianças não sabem a hora de parar de fingir.

- Engraçadinha. – zombou Edmundo.

- Melhor a gente voltar! – disse Susana, receosa.

- Mas não podemos ir agora! – disse Lena.

- Lena, sinto muito, mas eu concordo com Susana. – falou Emma.

- Mas, Emma, você não tem espírito de aventura? – perguntou Hailee.

- Posso não conhecer muito você, mas não acho que você também tenha, Hailee. – disse Pedro, rindo.

- Não tem menor graça, bobão! – disse, fingindo estar irritada, e dando leves socos no peitoral dele.

Isso o fez rir ainda mais, enquanto tentava segurar as mãos dela. Então, Hailee começou a rir e parou. Pedro a girou nos braços e a abraços por trás. Pareceram perceber que todos os olhavam e abaixaram a cabeça, envergonhados, mas não se separaram do abraço.

Lena se inclinou lentamente em direção à Lúcia, sem tirar os olhos de Hailee e Pedro.

- Está sabendo de algo que eu não sei, Lúcia? – sussurrou.

- Acho que sei o mesmo que você. – respondeu, no mesmo tom de voz.

- Nós devíamos pelo menos dar uma olhada... – disse Edmundo, indicando as árvores.

- O que faremos então? – perguntou Hailee, ainda abraçada a Pedro.

- Eu acho que a Lúcia deve decidir. – respondeu Pedro.

- Eu não sei... – disse Lúcia, indecisa. – O que acha, Lena?

- A escolha é sua, Lu. – respondeu Lena. – O que fez aqui nas duas vezes em que visitou Nárnia? – perguntou, arqueando a sobrancelha para Lúcia, que no fundo já sabia a resposta.

- Queria que conhecessem o Sr. Tumnus! – respondeu Lúcia, virando-se para os outros.

- Vamos conhecer o Sr. Tumnus! – disse Pedro alegremente.

- Mas não podemos andar pela neve com essas roupas! – exclamou Susana.

- Está frio demais para vestidos. – disse Emma, apontando para o vestido de Lena. Ela estava tremendo.

- Não. – disse Pedro, voltando de entre as árvores com vários casacos em mãos e entregando a todos. – Mas aposto que o professor não se importa que a gente use os casacos. Enfim, se pensarem logicamente... – entregou o de Susana com um sorriso vitorioso no rosto. – Não estamos nem tirando do guarda-roupa.

- Mas é casaco de menina! – reclamou Edmundo ao receber o seu.

- Eu sei. – Pedro fechou a cara e Lena revirou os olhos.

Quando Pedro foi entregar o de Emma e Hailee, Lena percebeu que o seu era um marrom escuro, que podia ser usado tanto por meninos quanto por meninas. Bufando, se aproximou de Edmundo e estendeu-lhe o casaco. Ele apenas olhou-a confuso.

- Este não é casaco de menina. – disse Lena, pegando o cinza que estava na mão dele e substituindo pelo marrom.

Virou-se para ir em direção a Lúcia, mas parou ao ouvir o agradecimento dele. Virou a cabeça para ele, sorrindo.

- Não há de que. – respondeu.

- Por onde fica a casa do Sr. Tumnus, Lúcia? – perguntou Emma.

- Por aqui. – disse ela, seguindo por entre as árvores, com os outros atrás.

De repente, viram-se no mesmo lampião que nunca se apagava. Hailee passou à frente, ajeitando seus cabelos longos envolta do rosto, para protegê-lo do frio. Rondou rapidamente o lampião, encantada.

- Lindo. – disse.

- Você passou por aqui, Lena? – perguntou Susana.

- Não. – disse Lena, também olhando para o lampião. – Apenas ouvi a voz de Lúcia vinda daqui.

- Não acham um pouco estranho ter um lampião no meio da floresta? – perguntou Emma.

- Realmente. – concordou Pedro.

Edmundo estava mais distante, apenas olhando para as colinas além do bosque, onde a Feiticeira esperava-o com os outros. Mas Edmundo não fazia ideia de como levá-los até lá.

- Edmundo! – chamou Lena.

- O que foi? – perguntou, virando-se novamente para eles. Constatou que todos o olhavam, esperando algum tipo de resposta.

- Pedro lhe perguntou se você passou por aqui. – disse Hailee.

- Não me lembro. – disse por fim.

- Sim, ele passou. – disse Lúcia. – Encontrei-o um pouco mais além.

- E o que fez aqui, Edmundo? – perguntou Susana.

- Estava procurando Lúcia. – disse Edmundo, um pouco alheio. Não deixava de ser mentira, pois no início ele realmente a procurava.

- Vamos! Quero visitar logo o Sr. Tumnus! – disse Lúcia, puxando o braço de Lena em direção às árvores novamente.

Andaram mais um pouco pela neve. Viram-se em frente a um desfiladeiro, onde tinha uma abertura na frente, como uma caverna.

- Aqui tem muita comida gostosa e nós vamos beber muito... – Lúcia dizia a eles, mas ao ver que a porta estava arrombada, rapidamente parou onde estava. – chá.

Todos pararam, vendo a porta de metal caída em direção ao abrigo, arrombada.

- Lu? – chamou Pedro.

Um segundo depois, Lúcia se reestabeleceu do choque e correu em direção a casa.

- Lúcia! – gritou Pedro e Lena juntos, seguindo com os outros atrás dela.

Passaram pelo batente da porta e viram que aquele lugar parecia ser agradável. Se não estivesse totalmente revirado. Mesas e cadeira tombadas no chão, livros em estantes revirados, papéis pelo chão, louças quebradas. O lugar estava com um ar melancólico e deprimente.

- Quem faria uma coisa dessas? – perguntou Lúcia, mais para si mesma que para os outros.

Ela andou por entre os entulhos, procurando por alguma pista do que realmente acontecera. Lena foi atrás dela, sabendo que o emocional da amiga não seria muito forte para o que ela imaginava que aconteceu.

Edmundo pisou em um vidro e olhou para baixo, vendo um porta-retratos de um fauno velho. A fotografia, que era uma tela a tinta, estava rasgada por garras.

Emma andou por entre os entulhos também, mas parou ao ver algo de seu interesse. Pregado em uma parede por um prego rústico, estava um pergaminho velho e desgastado. O papiro amarelo parecia rasgado nas laterais.

- Gente, olha isso. – disse para os outros, que rapidamente se aglomeraram ali.

Pedro arrancou o pergaminho e começou a ler em voz alta para todos.

- “O fauno Tumnus é acusado de alta traição contra Sua Majestade Imperial Jadis, Rainha de Nárnia, por abrigar inimigos e confraternizar com humanos. Assinado: Maugrim, Comandante da Polícia Secrete. Viva a Rainha!”. – terminou de ler, olhando assustado para todos ali, que refletiam a mesma expressão.

Lúcia começou a fungar e Lena rapidamente a abraçou.

- Dê-me isso. – pediu Hailee, que logo estava com o pergaminho em mãos.

Mas Susana tomou-o rapidamente, dando uma rápida conferida.

- Chega. – disse Susana. – Agora temos mesmo que ir embora.

- Mas e o Sr. Tumnus? – perguntou Lúcia.

- Se ele foi preso só por estar com um humano – respondeu –, acho que não temos muito a fazer.

- Você não entende, não é mesmo?! – disse Lúcia, tristemente. – Eu fui a humana. Ela deve ter descoberto que ele me ajudou.

- Melhor chamarmos a polícia. – disse Pedro.

- Eles são a polícia! – exclamou Susana.

- Mas tem que haver um jeito de ajudá-lo! – disse Lena.

- Eu não sei, Lena. – disse Emma.

- Ora, Emma. – reclamou. – Seja mais compreensiva.

- Compreensiva como, Lena? – intrometeu-se Hailee. – Tente imaginar o que fariam caso soubessem de nós aqui.

- Eles não fariam nada. – disse Lúcia, chamando a atenção de todos. – É só não descobrirem que estamos aqui.

- E como não? – perguntou Susana.

- Eu não sei... – disse Pedro.

- Deve haver um jeito! – disse Emma.

 - Só precisamos tomar cuidado. – disse Pedro.

- Sei apenas de uma coisa. Não saio de Nárnia sem ajudar o Sr. Tumnus! – exclamou Lúcia, cruzando os braços.

- Não se preocupe, Lu. – disse Lena, repousando a mão em seu ombro. – Estou com você.

- Não se preocupe, vamos dar um jeito. – disse Pedro.

- Por quê? – perguntou Edmundo. Todos olharam para ele, estupefatos. – Ora, ele é um criminoso.

- Ajudar sua irmã é um crime?! – gritou Lena, aproximando-se dele furiosa. – Salvar a vida de sua irmã é um crime?!

- Calma, Lena. – disse Lúcia, puxando o pulso dela. – Tudo bem, ele é assim mesmo.

- Mas não devia! – exclamaram Lena e Hailee, ambas furiosas com a atitude do menino.

Ouviram então alguém dizendo “psiu”, chamando-os, olharam em volta e Susana perguntou.

- Aquele pássaro fez “psiu” pra nós?

Saíram do local e se aproximaram. Ouviram barulhos de galhos se quebrando e passos pela neve. Susana e Hailee se aproximaram mais de Pedro. Lúcia abraçou Lena e Emma foi pro lado de Susana. Edmundo estava ao lado Lena, segurando seu ombro como se fosse protegê-la caso algo acontecesse.

E então detrás de uma pedra sai...

- É... É um castor! – exclamou Lúcia. 


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