Mel

Não consigo deixar de me achar tola por pensar que nada daria certo pra mim. Nada nunca foi tão bom assim. As coisas iam bem, e eu me sentia confortável por tudo estar no rumo certo.

Gabe me contou sobre seus pais, e sobre o novo projeto de sua mãe, que ia de vento em polpa. Ele me levou para conhecê-la, e ela nos levou para seu Café, onde nós comemos o primeiro lanche feito por ela ali [ que estava muito bom, só pra constar.] .

Sorri sem jeito quando ela segurou minha mão sobre a mesa, quando Gabe foi na cozinha do Café.

– Obrigada, Mel. – ela falou com uma voz doce.

– Por quê?

– Por tudo. Por você e Gabriel estarem juntos. – ela começou e fez uma pausa antes de continuar. - Gabe nunca me deu trabalho, sempre foi estudioso e suas farras nos fins de semana nunca ultrapassaram limites, mas eu sempre me vi preocupada com o fato de que ele um dia iria se apaixonar e ia acabar fazendo bobagens. – ela disse sorrindo. – Fico feliz por ele ter se apaixonado por você. – ela disse e eu sorri ao saber que ela estava sendo sincera.

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O fim de semana chegou e minha mãe estava radiante de tão feliz. Ela não queria esconder isso e vez ou outra chegava perto de mim e sorria, dizendo “Estou muito feliz.” Eu sorria e a abraçava.

Jamie não estava completamente satisfeita, por isso me fez convidar todo mundo para um almoço na nossa casa. [As Millers sempre expressam sua felicidade com comida e festa.]. Eu o fiz e quando dei por mim estava parada encostada ao coreto no meio do quintal. O dia estava fresco e uma brisa gostosa corria pelo ambiente. Passei os dedos entre meus cabelos antes de encarar aquela cena. Como tudo podia estar tão bem? Eu sorri.

Meus tios estavam conversando perto da churrasqueira e meu pai sorria segurando uma lata de cerveja nas mãos, enquanto conversava com eles. Minhas tias estavam transitando entre a casa e o quintal, trazendo refratários de comida o tempo todo. Minha mãe estava sentada a mesa com as mães de Gabe e Sale, no que parecia ser uma conversa no mínimo interessantíssima porque elas gargalhavam o tempo todo. Meus priminhos corriam ao redor de Zoey, Ellie e John que estavam sentados na grama ao lado de Gabe que tocava violão com um sorriso contagiante. Sorri ao vê-los e suspirei.

– Você está feliz. – a voz me fez sorrir ainda mais, porque eu sabia que ele estava ali atrás de mim.

– Nunca estive tão feliz em toda minha vida. – eu disse e ele sorriu ao meu lado.

– Quando paro pra pensar nas coisas desde o início... É como se parecesse óbvio que acabaria assim. – ele disse depois de um tempo e balançou a cabeça antes de sorrir.

– É justamente o que eu sinto, Sale. Me sinto boba por ter pensado que nada daria certo.

– Talvez se tivéssemos pensado, as coisas poderiam ter sido diferentes.

– Ou não. – eu disse e ele sorriu. – Se quer saber, eu não mudaria nada. Gosto de como as coisas aconteceram e não correria o risco de mudá-las sem tem certeza de que no final tudo estaria assim. – eu disse encarando meu quintal. Ele sorriu e me abraçou ao redor dos ombros.

– Eu amo você, Little. – ele disse e eu sorri encarando seus olhos verdes.

– Eu também, Sale. Obrigada por estar sempre comigo. – eu disse e ele sorriu me puxando para a roda que havia se formado ao redor de Gabe. Sorri ao receber o abraço de Zoey e Ellie que começaram a dançar comigo no ritmo da música que John agora tocava. Ele piscou pra mim e eu sorri pra ele.

Senti alguém me segurar pela cintura e sorri sabendo, mesmo sem olhar, que era ele. Gabe me girou e segurou-me fazendo-me dançar. Eu entrelacei meus braços em seu pescoço e sorri.

– Eu te amo. – sussurrei e ele abriu um sorriso grande.

– Eu te amo mais. – ele disse em tom de desafio. Eu ri e balancei a cabeça.

– De jeito nenhum eu vou ter essa discussão ridícula com você. – eu falei e ele gargalhou. – Até porque está óbvio que eu te amo mais. – eu dei de ombros.

– O que? Eu te amo muito ma... – antes que ele pudesse terminar a frase eu o beijei, e sorri entre o beijo.

– Não vale. – ele sussurrou ainda com os lábios colados aos meus. Colei nossas testas encarando seus olhos. Eu sorri ao observar seus olhos ocres, [que tantas vezes já me deixaram perdida], sentindo que agora o sentimento era outro. Gabe sorriu e suspirou. – Eu te amo. – seu sussurro fez uma alegria descomunal me preencher e eu sorri tendo certeza de que enfim, eu estava bem e feliz.

Estar ali, e viver aquilo não estava nos meus planos. Mas acabei aprendendo que fazer planos se tornou algo impossível, quando se tem tantos imprevistos. Surpresas, vídeos, lágrimas, amigos novos, parques, estrelas... Apostas. Quem prever isso?

O jeito é viver. Apenas viver.

Ninguém é perfeito. Nada é perfeito, e hoje acredito que é isso que torna tudo tão especial e... Incrível.

Quer saber? Viva com os defeitos. Melhor...

Um viva aos defeitos!