Flawz escrita por ChocolateQuente


Capítulo 41
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap amooooores. *-* Acho que vão querer me matar com esse cap, maaaaaas... Leiiam. *-* hihi'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/332152/chapter/41

Gabriel

Abri os olhos com dificuldade por causa da luz que ultrapassava os vidros da janela. Depois que meus olhos se acostumaram, encarei o quarto e sorri por perceber que não tinha sido um sonho. Mel estava o meu lado, abraçada a mim, dormindo profundamente. Aquilo era bom, era como se eu pudesse cuidar e não deixar que nada de mal acontecesse a ela. Sua respiração estava calma e vez ou outra ela suspirava. Peguei-me tentando adivinhar o que ela estava sonhando. Será que eu estava ali? Nos seus sonhos. Suspirei e me levantei devagar, cuidando para não acordá-la. Mel se remexeu e se encolheu na cama, como se sentisse minha falta. Sorri, calcei meus sapatos e sentei ao seu lado novamente.

Como alguém podia ser tão linda? As ondas de seus longos cabelos castanhos estavam espalhadas sobre o travesseiro branco. Seu rosto sereno e os meios sorrisos de vez em quando mostravam que ela estava tendo um sonho bom. Cheguei mais perto e inclinei-me sobre ela, aproximando meu rosto do seu só para dar-lhe um beijo na sua bochecha. Ela se remexeu, mas permaneceu de olhos fechados. Então me aproximei de novo, e beijei a outra bochecha. Ela abriu um olho e suspirou fechando-o novamente antes de resmungar alguma coisa.

- Resmungona. – eu sussurrei e depositei um beijo na ponta de seu nariz. Ela sorriu e abriu os olhos devagar.

Demorou alguns minutos olhando-me nos olhos antes de falar. Encarei seu rosto por uns segundos. Os olhos grandes e os cabelos escuros. Tudo a deixava tão linda, tão simples, mas tão sexy. 

- O que foi? - ela perguntou e eu sorri.

- O que foi o que?

- Porque está me olhando?

- Por nada. - eu dei de ombros e me deitei ao seu lado. Ela sorriu. Ficamos nos encarando por alguns minutos até que ela irrompeu o silencio. 

- Você ainda está aqui. – ela sussurrou e eu sorri.

- Estou sim, minha dorminhoca. – eu disse e dei um selinho em seus lábios.Olhei para seu pescoço e encarei um colar com um pingente de uma estrela, até então não notado por mim. Segurei a pequena estrela entre os dedos e li o nome desenhado atrás dela. Sirius. Sorri abertamente e involuntariamente. Mel puxou o colar, sorriu e sentou na cama.

- Já é de manhã. – ela disse depois de uma breve pausa, como se quisesse nos lembrar.

- É. Já é de manhã. Infelizmente. – eu disse e a encarei. Ela olhou para a janela como se hesitasse em falar alguma coisa. – O que foi? – perguntei e ela se virou para me olhar.

- Ontem... Ontem antes que eu dormisse... Você falou uma coisa... Pode repetir? – ela pediu e eu parei um momento.

- E-Eu disse que estaria aqui quando amanhecesse. – eu respondi e ela encarou as mãos.

- Não. Você disse outra coisa. – ela sussurrou e me olhou. – Você disse? – Eu sabia do que ela estava falando. Eu tinha dito. Tinha dito as tais três palavrinhas mágicas. Mas, agora... Dize-las parecia tão comprometedor. Eu sabia que gostava dela, mas talvez tivesse me precipitado. Eu nem sabia o que era amor, como poderia saber se amava alguém? Eu adorava a Mel, e a achava linda e inteligente. E ficar com ela... Meu Deus, era incrível, mas... Eu a amava? Mesmo? De verdade? Era o que eu queria? Prender-me? Pra sempre? Eu queria consertar as coisas entre a gente, mas agora... Agora as coisas pareciam tão... Sérias. Eu estava pronto pra isso?

- A gente devia tentar sair daqui. – eu disse e vi Mel calar-se. Os olhos quase se unindo e a boca aberta, como se ela esperasse que aquilo não fosse verdade. Mas então ela suspirou e apertou os olhos antes de se levantar da cama. Calçou os tênis e andou a passos firmes para fora do quarto. Levantei-me e a segui. Encontrei-a na porta, puxando freneticamente a maçaneta.

- Socorro! Alguém me tira daqui! – ela gritou e eu parei ao seu lado.

- Calma, a gente vai dar um jeito. – eu falei, mas ela fingiu não ouvir.

- ALGUÉM!  - ela gritou e então eu soube que ela estava brava. Ela estava furiosa comigo.

Mas foi ela quem quis assim não foi? Foi ela quem quis que durasse apenas uma noite. Agora ela fica brava?

- Porque está brava? – perguntei e ela virou-se para me olhar. As mãos na cintura e os lábios semicerrados.

- Não estou brava. Só quero sair daqui e acabar com seu sofrimento. – ela berrou.

- Meu sofrimento? SEU SOFRIMENTO! FOI VOCÊ QUE DISSE QUE SERIA SÓ UMA NOITE.

- VOCÊ PROPOS ISSO, EU SÓ ACEITEI.

- CLARO, E COMO SEMPRE A CULPA É MINHA.

- É, É SUA SIM. A CULPA SEMPRE É SUA. VOCÊ SEMPRE FAZ TUDO ERRADO E É POR ISSO QUE EU TE ODEIO. PORQUE VOCÊ NÃO SABE O QUE QUER.

- EU NÃO SEI O QUE QUERO? QUEM FOI QUE PASSOU A NOITE INTEIRA DIZENDO QUE ÉRAMOS APENAS AMIGOS E NADA MAIS DO QUE ISSO? V-O-C-E. EU SÓ QUERIA ARRANJAR UM JEITO DE FICAR COM VOCÊ. VOCÊ NÃO SABE O QUE QUER AMÉLIA. VOCÊ. VOCÊ NÃO SABE SE ME ODEIA OU SE ME AMA.

- EU TE AMO CARAMBA. EU TE AMO DEMAIS. – ela berrou e só então eu me calei. Só então me dei conta de que estávamos gritando um com o outro. Só então percebi que ela chorava. Seus olhos estavam inundados de lágrimas e a testa franzida como se ela sentisse dor. Ela passou os dedos nervosamente entre os cabelos. – Eu nunca amei alguém, como eu amo você. – ela falou baixo dessa vez. Sua voz estava trêmula e eu senti meu coração se partir por vê-la chorar daquele jeito. – Nem o Nick, meu ex, eu amei desse jeito. Eu gostava dele, mas quando acabou, acabou. Não senti falta e fique bem. Mas você... Eu sinto sua falta e fico mal só de pensar que não podemos ficar juntos. Dói.

- Porque não podemos ficar juntos? – perguntei e ela me encarou como se aquela fosse a pergunta mais estúpida do universo.

- Porque você não me ama. – ela disse com toda a certeza do mundo. E eu senti meu estomago embrulhar. – Você não me ama e... Dói falar isso em voz alta. Por que... Porque eu não posso te culpar. Não sou a pessoa mais amável. – ela disse e me olhou por um momento, depois balançou a cabeça. – E você... Nem tenta.

- O que? – perguntei em um sussurro.

- Nem tenta mudar o que eu digo. Eu ainda tinha uma mísera esperança de que você me desmentisse, me chamasse de idiota e me beijasse dizendo que me ama. Não sabe o quanto me sinto idiota por falar isso em voz alta, mas eu realmente queria que você fizesse isso. – ela disse e eu só consegui ficar calado. Eu... Não conseguia dizer nada. E antes que eu pudesse tomar coragem e falar qualquer coisa que a fizesse parar de chorar, Samuel e John entraram na cabana.

- Vocês estão bem? Estávamos andando por perto e ouvimos vocês gritarem. – John berrou e Samuel apertou os olhos.

- Como sabiam que nós estávamos aqui? – Mel perguntou e Sale deu um soco no braço de John. – Me diga que você não fez isso. Diga-me que não me prendeu aqui com ele.

- Foi para o bem do casal. – John falou e Mel o encarou irritada.

- Que casal? Não estou falando com você, John. RESPONDE SALE.

- Desculpa. Achei que uma noite juntos faria vocês se entenderem. – Sale se explicou e Mel balançou a cabeça.

- Nunca mais faça isso. – ela disse.

- Vocês podiam sair a hora que quisessem. A porta dos fundos estava destrancada e as janelas também. – John disse e eu olhei pra Mel que me encarou de cara feia.

- Eu não sabia. – me defendi.

- Vocês não queriam saber. Ah, qual é? Vocês queriam ficar juntos. – John disse sorrindo e Mel bufou.

- É, vocês tem razão. Foi ótimo passar essa noite aqui. Só assim eu tive resposta para as perguntas que eu andava me fazendo. – Mel disse antes de sair correndo da cabana. Encarei-a ir.

- Mel! – Sale chamou e ela olhou pra trás só pra gritar.

- Não fala comigo, Samuel! – e então ela continuou a correr até que tropeçou na raiz de uma árvore e caiu.

- Mel! – Samuel e eu gritamos ao mesmo tempo. Mas eu não consegui me mover. Sale correu até ela, mas antes que a pegasse ela levantou. O joelho estava sangrando. – Você está bem? – Sale perguntou segurando seu braço, ela o ignorou e deu as costas.

- Me deixa, Samuel.

- Ela me chamou de Samuel, cara. Eu to ferrado. – Samuel disse passando a mão na cabeça enquanto voltava pra a cabana. – Ferrado.

Apertei os olhos tentando entender e digerir tudo que tinha ouvido. Eu me sentia um covarde. Um grande covarde. Mas eu não sabia se podia mudar isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Querem me matar não é? kkk' O que acharam, comentem por favor? *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Flawz" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.