Flawz escrita por ChocolateQuente


Capítulo 38
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Me perdooooooooem pela demora. A internet na casa da minha avó pifou, e qnd voltei pra casa a net daq também estava horrível. ¬¬ Maaaas, estou de volta. Me perdooem. kk'
Mais um cap, flores. *-* Espero que não tenham me abandonado ainda. *-*



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Mel

Eu sabia no que estava me metendo, mas não era algo que eu conseguisse resistir. Não mais. Quando ele me tocou, nossa. Quem sente esse tipo de coisa? A droga da corrente elétrica que todas as garotas agora falam. Eu senti. Como se Gabe me desse um choque, um choque bom. Mas eu sabia que mais tarde eu teria problemas por causa dos choques. Não podia arriscar ter um problema de coração, mas... Era só por uma noite. Como um tipo de despedida. Porque não?

- O que está fazendo? – perguntei e o vi aparecer novamente na sala com um cobertor.

- Achei lá dentro. – ele disse me mostrando. Eu sorri. – Vi que você estava se encolhendo e como não trouxe meu casaco pra te oferecer e você com certeza não vai querer minha camisa...

- Não, eu prefiro que você permaneça vestido. – eu disse encarando a camiseta preta que ele usava, tentando não imaginar seu corpo embaixo dela. Sacudi a cabeça e sorri.

- Estava pensando em que? – ele perguntou voltando a se sentar ao meu lado no tapete felpudo.

- Nada.

- Ah qual é? Você tem que falar.

- Não tenho não. – eu disse e ele riu. – Se eu falar vou ficar muito vulnerável.

- Hum. Isso seria bom. – ele disse e eu ri.

- Idiota. – eu disse rindo. Ele abriu o cobertor e passou por minhas costas envolvendo-me nele. Eu senti meu rosto esquentar, mas ignorei isso. Depois ele se encolheu ao meu lado. – Está com frio? – perguntei e ele balançou a cabeça negativamente. Assenti com a cabeça. – E fome? Está com fome? – pergunte e ele encarou a cesta de comidas e depois sorriu.

- Quem deve ter feito isso? – ele perguntou e eu sorri.

- Não sei. – eu disse pegando um bolinho e passando pra ele. Ele pegou e mordeu.

- Seja quem for, vou me lembrar de agradecer. - ele disse mordendo novamente o bolinho. Eu sorri e o vi me encarar.

- Que foi? – eu perguntei e ele balançou a cabeça, pegando uma garrafinha de vidro com suco de maracujá, dentro da cesta.

- Nada. – ele sorriu. – Nada. – ele repetiu bebendo o suco. Eu suspirei antes de me encolher e apertar o cobertor sobre mim.

- Você pegou seus prêmios? – perguntei e depois balancei a cabeça. Ele riu.

- Não, eu não fiquei com Lucie. Mas ainda vou querer a Coca-cola e os ingressos. – ele disse e eu o encarei de cara feia. – Combinamos de não falar sobre apostas, mas vou dizer uma coisa antes de encerrar esse assunto. – ele disse e balançou a cabeça com um sorriso. – Essa aposta foi idiota, mas... De certo modo estou feliz por tê-la feito. – ele disse e eu arquei uma sobrancelha. – Se não fosse a aposta eu não teria te conhecido. – ele disse e eu balancei a cabeça, esticando a mão para pegar um chocolate dentro da cesta.

- Se fosse pra acontecer nos conheceríamos de qualquer jeito. – eu disse e ele riu.

- Ah qual é? Acha mesmo isso? – ele perguntou como se esperasse que eu mudasse a resposta.

- Sim, eu acho. Acredito que todos têm um destino, e se for pra acontecer, acontece de qualquer jeito. – eu disse e ele balançou a cabeça negativamente. – Não acredita em destino?

- Sim, eu acredito. Mas acredito também que temos que nos mexer se quisermos que as coisas aconteçam.

- Ah, então temos que sair por aí fazendo apostas para que as coisas aconteçam. – eu disse irritada e ele riu.

- A aposta pode ter sido parte do destino. - Ele disse mordiscando o bolinho.

- Desnecessária. Você podia ter me conhecido de outro jeito.

- Claro eu podia ter te chamado pra sair, como da outra vez.

- Não seja irônico comigo, Gabriel. – eu quase berrei e ele riu.

- Não estou sendo irônico, só estou tentando te dizer que eu era um idiota egocêntrico e quando te conheci as coisas mudaram. Eu não poda ter feito isso sozinho. Não podia ter tomado a decisão de mudar e te convidar pra sair de repente. Eu precisei deixar você entrar na minha vida com outra intenção, pra depois perceber que você me mudou. Imperceptivelmente. – ele disse e eu encolhi os ombros. – O destino não nos segue se não fizermos nada pra isso. Ninguém vai bater na sua porta de repente dizendo, “Olá, sou o amor da sua vida e quero te conhecer.”. – ele disse e riu.

- O que quer dizer com isso, Gabriel? – perguntei e ele sorriu me encarando.

- Você fica linda quando está brava e me chama pelo nome inteiro. – ele disse e eu ri.

- Não estou brava.

- Claro que não. – ele disse e eu mordi o chocolate.

Um silêncio se iniciou e eu me senti confortável. Gabe e eu, estávamos novamente conversando sobre nossas crenças e opiniões. Isso, de certa forma, era bom.

A chuva parecia aumentar cada vez mais, e o frio já estava me fazendo bater os dentes. Encarei Gabe. Seu rosto estava pálido e ele encolhia os ombros de vez em quando. Sorri sem que ele visse e tirei o cobertor que eu usava. Abri-o mais e cheguei mais perto de Gabe, ele me encarou confuso, mas depois sorriu quando eu passei o cobertor ao redor do seu corpo.

- É um grande passo. Estamos dividindo um cobertor. – ele disse e eu ri.

- Não seja idiota, senão eu deixo você penar no frio. – eu dei de ombros e ele riu.

Mesmo dividindo o cobertor, estávamos distantes. Nossos braços nem se tocavam e eu me senti desconfortável. Que se dane, eu pensei antes de me achegar mais a Gabe e acomodar minha cabeça na curva de seu ombro. Ouvi ele prender a respiração e depois sorrir baixinho. Ficamos assim por um tempo. Estávamos encostados no sofá, dividindo um cobertor, sentados no tapete, comendo bolinhos. Nossa respiração soava quase como se estivéssemos dormindo, as palavras eram desnecessárias naquele instante, mas eu irrompi o silêncio.

- Quando começou a gostar de mim? – perguntei levantando a cabeça para encará-lo. Gabe gemeu baixinho, mas sorriu.

- Quando você falou sobre Deus. – ele disse e eu sorri esperando que ele falasse mais. – O jeito como falava, como se tivesse certeza. E a forma que expressava o seu jeito de pensar, eu sabia que nada que eu falasse mudaria seu pensamento, mas sabia que estava aberta a escutar.

- Mas você não falou nada. – eu disse e ele riu.

- Não consegui. Eu só conseguia olhar pra seus cabelos, e seu rosto, e seguir seu olhar encantado para o parque desativado. – ele disse e suspirou. Senti meu coração começar a dar saltos e eu respirei fundo pra tentar contê-lo. – Eu não sabia que gostava de você, mas sabia o quanto você podia ser encantadora, e de algum jeito eu soube que não conseguiria me desfazer de você depois da aposta. – ele disse e eu fiquei indecisa entre sorrir com suas palavras ou ficar magoada ao lembrar da aposta. Sorri. Involuntariamente.

Eu sabia que aquilo poderia não dar certo, mas era só uma noite, não era? Depois passaria, e nós seríamos só amigos.

- Em que está pensando? – ele perguntou e eu o encarei. Os olhos amarelos. Aqueles olhos amarelos. Eram minha perdição. Sacudi a cabeça e levantei rápido, passei os dedos entre os cabelos e encarei a cozinha. – O que foi? Falei algo errado? – Gabe perguntou e eu balancei a cabeça me virando para encará-lo, mas quando o fiz encontrei seu rosto bem em frente ao meu. Gabe havia se levantado e agora estava parado em minha frente.

Eu sabia que não seria assim. Não seria tão fácil na prática quanto na teoria. E agora eu não... Eu não... Não conseguia. Não podia mais respirar vendo-o assim tão perto.

- Porque tá ofegante? – ele perguntou chegando mais perto. Dei um passo pra trás batendo-me contra a parede. Encarei-o, tentando não olhar para seus olhos. Sua boca fina não estava mais pálida, havia adquirido um rosa fraco e estava entreaberta.

- Você também está ofegando. Deve ser a temperatura. – eu disse e passei novamente os dedos entre os cabelos, que soltaram do rabo de cavalo e caíram sobre meus ombros, costas e peito. Gabe me encarou e eu balancei a cabeça.

- Você é linda. Linda. – ele arfou e eu continuei a olhar pra baixo. Não podia olhá-lo. Não podia olhar nos seus olhos. Não podia. – Olha pra mim, Mel. – ele pediu. – Olha pra mim e diz que não quer mais.

- Não quero mais o que? – eu perguntei espalmando as mãos na parede atrás de mim. Agora minha respiração estava tão ofegante que parecia que eu tinha corrido uma maratona. Eu ainda olhava pra baixo, quando Gabe segurou meu queixo e levantou minha cabeça me obrigando a olhá-lo.

- Diz que não quer me beijar agora. – ele pediu e eu senti meu rosto queimar. Fechei os olhos.  Se eu fosse um desenho animado estaria derretendo, quase virando lama. – Diz. – ele pediu novamente. Eu suspirei e abri os olhos devagar, encontrando os dele.

- Não quero te beijar. – eu disse em um suspiro.

- Tem certeza? – ele perguntou chegando mais perto.

- Uhum. Eu... Não... Quero. – eu disse entre arfadas. Gabe chegou mais perto e pousou uma mão em meu pescoço, fazendo-me arrepiar por completo. Então, qualquer resquício de força que eu tinha se esvaiu e eu só não consegui mais resistir.

- Ainda tem certeza? – Gabe perguntou colando nossas testas.

- Droga Gabriel, me beija logo. – eu mandei dando um tapa em seu braço. Gabe riu e segurou meu rosto entre as mãos selando nossos lábios.

Ele afundou os dedos em meus cabelos puxando-os para baixo delicadamente, fazendo-me ficar com o rosto para cima. Seus lábios estavam gélidos e tinham o gosto que eu me lembrava. Ele desceu a mão do meu pescoço até minha cintura e apertou-a tão forte que se eu não tivesse envolvida pelo momento poderia até sentir dor. Deslizei as mãos até seu pescoço envolvendo-o. Gabe me apertou mais contra seu corpo e eu comecei a sentir o ar me faltar, mas eu não queria... Eu não podia me afastar. Gabe subiu novamente a mão até meu pescoço e afastou nossos lábios delicadamente. Nós dois quase não podíamos respirar.

- Senti saudade. – Gabe arfou.

- Eu... Eu... Não. – dei de ombros e ele riu. – Talvez... Só um pouquinho. – eu disse e ele encarou-me.

- Mel... Minha Mel. – ele sussurrou e eu sorri. – Eu já consigo respirar. – ele disse e eu ri.

- Eu também, Gabriel.

- Sabe, eu adorava quando você me chamava de Gabe, mas agora quando você me chama de Gabriel, soa tão... Sexy. – ele disse e eu ri puxando-o pra mim. Beijei-o com vontade e ele retribuiu do mesmo jeito. Virei-o contra a parede e ele desceu as mãos rapidamente pela lateral do meu corpo e pousou-a nas minhas coxas, então impulsionou-me para cima fazendo-me entrelaçar minhas pernas ao redor de seu corpo.

Cravei meus dedos entre seus cabelos e continuei a beijá-lo. Gabe me empurrou contra a parede apertando minha cintura e sorrimos entre o beijo.

- Sua mão. Sua mão Gabe. – eu disse interrompendo nosso beijo. Ele voltou a me beijar ignorando o que eu tinha dito. Eu sorri.

- Acha mesmo que... Vou me importar com meu pulso imobilizado... Bem agora? – ele disse e eu ri.

- Idiota. Idiota. Idiota. – eu disse entre selinhos. Ele estava me deixando maluca com aqueles beijos no pescoço e ombro. – Me põe no chão, vai. – eu pedi e ele sorriu me colocando no chão devagar. – O que vai acontecer depois? – perguntei sussurrando quando senti a mão de Gabe tocar meu pescoço.

- Esquece o depois. Somos só nós dois agora, o depois a gente decide... Depois. – ele sussurrou e eu sorri.

Eu podia discordar, espernear e berrar dizendo que nada mudaria, mas eu estava ocupada demais sentindo seus lábios agora quentes sobre os meus novamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharaaaaaam??? Comentem, comentem *-*



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