Annabeth’s POV

  Eu estava deitada em minha cama, vestida com a minha camisola preferida e segurando a aliança pendurada no cordão de contas do acampamento, ela me fora dada por Percy, quando éramos mais novos.

  Podia ouvir o som do chuveiro ligado. O Cabeça de Alga estava se arrumando para o trabalho. Nós estávamos com 23 anos agora, recém-formados na faculdade. Percy engressara na marinha como biólogo e eu iniciara minha carreira de arquiteta.

  Eu ainda estava sem ar devido à conversa dessa manhã, refletia olhando para o anel.

  Meu namorado tinha essa mania de ser imprevisível e sempre me pegar de surpresa.

  Flasback on

  Quando acordei, permaneci com os olhos fechados. Podia sentir os braços fortes de Percy me rodeando, seus dedos brincando com a seda de minha camisola azul, presente que ele mesmo me tinha dado. Seu cheiro de mar era delicioso como sempre.

  - Annabeth? – Percy sussurrou – Está acordada?

  Aquele Cabeça de Alga me conhecia bem demais. Abri os olhos devagar e me virei para encará-lo. Mesmo depois de tantos anos aqueles olhos verdes e lindos ainda me deixavam tonta.

  - Bom dia... – Sussurrei e lhe dei um beijo.

  - Bom dia, Sabidinha. – Ele sorriu. Mas algo em seu sorriso me intrigou, ele parecia nervoso, ansioso com alguma coisa.

  - O que foi? Algo errado? – Perguntei tocando seu rosto. Percy balançou a cabeça em negativa.

  - É que... – Ele parou, de repente ficou muito interessado na aliança em meu colar. Segurou o objeto entre os dedos e o soltou logo depois. – Annie, lembra-se de quando eu te dei isso?

  - É claro, Cabeça de Alga, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Você me deu isso como uma promessa de que, um dia, nos casaríamos. – Eu sorri com a lembrança. (NA: mais detalhes leiam O Segredo – Percabeth).

  - Então... Agora que terminamos a faculdade, temos o nosso trabalho e tudo mais... Não acha que é o momento de oficializarmos isso? Digo, ficarmos noivos de verdade. Eu te amo, Sabidinha, e quero estar com você para sempre. – Ele falou segurando minha mão e olhando em meus olhos.

  Eu abri a boca para responder, mas, antes que eu conseguisse, Percy me calou com um beijo.

  - Não quero que me responda agora. Pense sobre isso, ok? Eu vou tomar um banho, não posso me atrasar para o trabalho, ainda estou no primeiro mês, lembra? – Ele riu, me deu outro beijo e saiu para o banheiro.

  Flasback off

  O chuveiro já não fazia mais barulho, Percy tinha acabado o banho. Ele saiu do banheiro vestido apenas com uma toalha, com outra ele enxugava os cabelos. A visão daquele Cabeça de Alga sempre me tirava o fôlego, era inevitável.

  Levantei-me para tomar banho também, tinha uma planta para fazer hoje.

  Nós estávamos em um hotel em Los Angeles, caso esteja se perguntando. Eu tinha sido contratada como uma dentre os cinco arquitetos que planejariam um novo museu de arte moderna. Percy não estava trabalhando efetivamente, como era seu primeiro mês, ele tinha aulas e treinamento. Mas logo começaria sua nova rotina, alguns dias no mar, outros na terra. Nossa vida ia ficar meio confusa, mas conseguiríamos lidar com isso.

  Ia passando por meu namorado, mas ele me segurou pela cintura e beijou meu pescoço. Sua pele úmida e quente por causa do banho. Fiquei arrepiada e me virei para beijá-lo. Um beijo bem demorado.

  - Não vou te ver até de noite – Ele disse, se afastando. – Bom trabalho, e me responda mais tarde, ok?

  - Percy... – Eu comecei, mas ele já tinha saído para trocar de roupa. Virei-me e fui para o banheiro.

  O Perseu achava que eu precisava de tempo para pensar? Eu estava meio indignada, como ele podia acreditar nisso?

  Liguei o chuveiro e deixei a água quente escorrer por meu corpo.

  Tudo bem, eu tinha ficado sem palavras no início, mas foi por causa do choque. Eu não esperava isso agora. Mas eu queria o Percy, eu amava aquele Cabeça de Alga. Meu futuro era dele e eu não precisava pensar sobre isso. O momento era esse... Foi isso que o meu namorado, noivo... não sei exatamente, falou. Ele tinha razão, agora estávamos formados, trabalhando, começando nossas vidas e nossas carreiras.

  Eu mal podia esperar para respondê-lo, essa noite nos tornaríamos noivos.

   Quando cheguei em nosso quarto, Percy já tinha pedido a comida. A mesa estava cheia de coisas gostosas para nós. Ele me deu um beijo de boas-vindas e me puxou pela mão. Sentamos-nos e comemos em silêncio, aquilo já estava me matando, eu precisava falar sobrea conversa daquela manhã, mas, antes que eu começasse, Percy beijou o meu pulso e disse:

  - Annabeth, você já pensou? Quero dizer, tudo bem se quiser esperar, é que eu achei a hora perfeita, nós não somos ricos, nem nada, mas vamos crescer juntos em nossas carreiras, e eu nem ligo para nada disso, você sabe..desde que esteja a meu lado. – O Cabeça de Alga tagarelava, ele parecia bem nervoso. Eu ri e o interrompi com um beijo. – Devo aceitar isso como um sim?

  - Percy, eu te amo. Quero que esteja comigo sempre, você nem precisava ter me dado tanto tempo para pensar.

   Ele sorriu aliviado. Por acaso pensou que minha resposta seria diferente? Levantou e levou as mãos a meu colar. Tirou de lá a simples aliança e ajoelhou-se.

  - Annabeth Chase, a senhorita me daria a honra de tê-la como esposa? – Ele imitou um sotaque inglês, e eu ri com a formalidade.

  - A honra será minha, jovem senhor. – Eu entrei na brincadeira. Nós rimos e Percy colocou o anel em meu dedo.

  Eu ainda estava rindo quando ele me pegou no colo e me atirou na cama. Veio logo depois e me deu um beijo deliciosamente lento. Nós íamos comemorar.

  Acordei com a voz do meu noivo – isso era tão novo. Percy falava com alguém no telefone, enquanto afagava meus cabelos.

  - Eu sei. Não, foi o que eu disse. Não é incrível? Obrigada, mãe. Mande lembranças ao Paul, ok? Um beijo. – ele desligou e olhou para mim com um sorriso – Estava falando com a minha mãe, espero que eles não cobrem uma fortuna em telefone aqui no hotel. Espera, que horas são? Não vamos nos atrasar para o trabalho?

   Ele já ia se levantando, mas eu o segurei pelos ombros e o puxei para perto de mim.

  - Relaxa, Cabeça de Alga, hoje é sábado. Nada de trabalho para nós.

  - Que ótimo. Então podemos ficar aqui no hotel, ou dar uma volta, sei lá...

  - Bem...

  - O que foi?

  - Eu estava pensando em ir a São Francisco. É perto e eu queria ver meu pai e contar a ele as novidades.

  - Está bem, vamos aprontar as coisas.