Quando Olho em Seus Olhos escrita por Tati


Capítulo 2
Uma mentira para encobrir outra


Notas iniciais do capítulo

Vai haver uma cena de sexo.



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Duas semanas haviam se passado desde aquele dia e, apesar de Sebastien ser parte da convivência diária de Pierre, ele parecia realmente decidido a se tornar passado na vida de Lisa. E ela achava melhor assim. Após acertar seu relacionamento com Pierre, faltava apenas um último detalhe: introduzir a notícia da gravidez na vida dele.
Era véspera de natal. Ela estava deitada na cama descansando e rindo sozinha enquanto assistia uma comédia boba que passava na televisão e esperando até que os convidados começassem a chegar. Era a primeira vez que o casal comemorava o natal levando os amigos e parentes para casa, então aquela experiência era realmente nova e divertida para ela. Havia gastado o dia cozinhando.
Não demorou muito para que, do banheiro da suíte, ela visse Pierre saindo com os cabelos molhados e vestindo apenas a calça. Naquele momento, ela abandonou sua concentração no filme e começou a fitá-lo com um sorriso nos lábios.
“O que foi?” ele perguntou rindo e se sentando ao lado dela
“Você é gostoso.” Ela disse rindo. Logo, sentou-se e o beijou “Eu te amo, sabia?”
“Eu também te amo.” Ele replicou sorrindo “E então? Qual era a surpresa que você queria me contar?”
“Você não vai acreditar!” ela disse sorrindo
“O quê?”
“Bom, eu queria te dizer isso antes das nossas famílias chegarem porque eu quero que você saiba primeiro.” Ela respondeu “Eu tenho um excelente presente de natal para você!”
“Fala logo, Lisa!” ele pediu

“Pierre, eu… eu estou grávida!”

Ele não respondeu. Também não precisava. Ela logo viu um sorriso se formando nos lábios trêmulos de Pierre e lágrimas enchendo seus olhos. Ele permaneceu imóvel, como se estivesse tentando digerir a notícia, e ela sorria, percebendo nele a expressão e a aprovação que esperava ver. Ela se sentia extremamente destruída por dentro por saber que o filho não era biologicamente dele, mas isso era uma coisa que ele não precisava saber.Ela havia cometido um erro que a consumia dia após dia, mas ele não precisava ser consumido por aquela mesma dor. Ele poderia viver sem jamais saber que a criança era do amigo dele.
“Não vai dizer nada?” ela insistiu. Ele riu.
Imediatamente ele a derrubou na cama e a beijou até deixá-la completamente sem ar. Durante o beijo, ele subia suas mãos pelas pernas dela e começava a levantar o vestido que ela usava. Aquela notícia precisava de uma comemoração à altura. Ela se entregou por completo às carícias dele e a cada segundo, ela desejava mais o corpo dele. E continuou assim até escutarem a campainha.
“Droga!” ela disse ao escutar aquele barulho. Ele riu.
“A gente vai continuar depois. Eu não vou me esquecer disso.” Ele disse e, logo, voltou a beijar o pescoço dela.
“Eu quero agora. Esquece a porta.” Ela disse, entrelaçando os dedos entre os cabelos dele.
“Para quem passou dois meses me rejeitando…”
“Eu estou carente de você.” Ela disse sorrindo “E mais ainda, eu estou carente do seu corpo. Dá para mim o que eu quero.” Ela sussurrou no ouvido dele, logo mordendo sua orelha e provocando-o.
Pierre continuou acariciando as pernas dela logo abaixando as peças íntimas de Lisa e tirando a própria calça. Porém, antes de fazerem qualquer coisa, escutaram a campainha de novo.
“Lisa, a gente precisa atender.”
“Eles podem esperar.” Ela disse mordendo o pescoço dele. Ele não resistiu mais.
Ele logo introduziu o corpo dela e começou a beijá-la com carinho. Escutaram a campainha diversas vezes, mas, dessa vez, não davam a menor atenção. Continuaram o ato até alcançarem o auge daquela relação.
Com um sorriso nos lábios, Pierre deitou o corpo cansado ao lado dela e, respirando ofegante, abraçou-a. Logo após aquilo, escutaram a campainha tocando e, imediatamente, começaram a rir.
“Agora a gente realmente deveria atender a porta.” Disse Pierre rindo.
“Eu concordo.” Ela respondeu, também rindo.

Logo, ele se levantou da cama, subiu as calças e tomou em mãos uma blusa que encontrou no armário, logo vestindo-a. Ela subiu a calçinha e abaixou o vestido. Passou a mão algumas vezes pelo cabelo e estavam prontos para ir.
Com um sorriso nos lábios, ela saltou da cama sobre as costas dele e, rindo, ele a segurou pelas pernas e desceu as escadas com ela nas costas, ouvindo a campainha tocando inúmeras vezes seguidas.
“Eu não sei se eu consegui deixar isso claro com a minha forma de me expressar, mas…” ele disse, descendo as escadas com ela sobre as costas “Essa foi a melhor notícia que eu já tive na minha vida.”
“Eu percebi.” Ela disse rindo
Respirando fundo e tentando não rir, ele colocou a esposa no chão ao alcançar a porta e destrancou-a abraçando-a ao redor dos ombros. Ali estava a família dela, completamente cansada de tanto esperar.
“Finalmente! Pensamos que vocês não estivessem em casa!” gritou o pai de Lisa, entrando na casa e guiando sua família para dentro “Por que demoraram tanto?”
“Estávamos no quarto assistindo um filme e não escutamos a campainha.” Ele respondeu, pegando o casaco dos pais e da irmã de Lisa e pendurando-os próximos à porta “Desculpa, Sr. Stevens.”
“Que seja.” Ele replicou, passando direto por eles.
“Na minha opinião, você está com cara de quem acabou de transar.” Sussurrou uma garota de longos cabelos castanho claro e olhos verdes, a irmã de Lisa, em seu ouvido, fazendo com que as duas rissem enquanto caminhavam para o sofá “Estou errada?”
“Cala a boca, Nicole.” Ela replicou rindo
“Sabia que estava certa.” Ela respondeu, também rindo.
“Nicole, eu… queria muito conversar com você.”
“Pode falar.”
“Em particular.”
“Tudo bem. Vamos para onde você preferir.”
“Mas não agora. Eu quero falar com você depois do jantar.”
“É alguma coisa séria?”
“Eu não sei o quanto você vai achar isso sério, mas é uma coisa que está acabando comigo. Eu preciso falar para alguém antes que eu não consiga mais suportar a mim mesma.” Ela respondeu

“Tudo bem, então. Mais tarde a gente conversa.” Respondeu, conforme se sentava ao lado dos pais. Antes que Lisa pudesse se sentar também, escutou a campainha tocando novamente.
“Eu atendo.” Ela disse, caminhando até a porta.
Com um sorriso no rosto, ela abriu a porta, mas o sorriso não durou muito. Ao abrir a porta, encontrou a família de seu marido e também os amigos dele. Entre os amigos, Seb. A maior parte das pessoas que entrou, cumprimentou-a com um beijo no rosto, pendurou o casaco e juntou-se a família dela, que já se encontrava sentada no sofá. Seb, porém, permaneceu ao lado dela.
“Ele já sabe?”
“Que eu estou grávida? Já. E ele aceitou muito bem.” Ela respondeu “Eu não consigo acreditar que eu quase troquei a melhor coisa que já aconteceu na minha vida por um cretino como você. Eu não sei por que foi que eu fiz isso com ele…”
“Porque você tem hormônios e eu sei muito bem que, se eu tentasse de novo, você iria transar de novo comigo.”
“Não, não iria. E para de falar assim aqui comigo antes que alguém escute o que você está me dizendo.”
“Ah, então o Pierre não sabe que…”
“Não, ele não sabe sobre a besteira que eu fiz e nem que o filho não é dele, então eu peço para que se mantenha calado sobre isso.”
“Eu quero ver o que você vai fazer quando essa criança nascer e não for parecida com ele. Pior ainda vai ser se a criança nascer com olhos azuis. Pode até ser que o Pierre tente se enganar, mas o casamento de vocês nunca mais vai ser o mesmo.”
“O que você quer dizer com isso?”
“Pensa, Lisa. Se os olhos da criança forem azuis, todas as vezes em que o Pierre olhar para os olhos dessa criança, ele vai se sentir traído. Mesmo que ele nunca saiba, ele sempre vai ter essa dúvida e essa sombra vai fazer parte de cada um dos dias do casamento de vocês.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo e, por favor, deixem um review.



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