“Eu te amo, sabia?” ela disse a ele com um sorriso em seus lábios. Imediatamente, ele deu as costas a ela e se sentou na cama com um suspiro.

“O que foi que a gente combinou, Lisa?” ele perguntou, fitando-a com raiva.

“Eu sei, mas… mas é tão difícil fingir que eu não sinto nada quando você está tão perto… Eu não consigo acreditar de verdade que você não sente nada.”

“Mas eu não sinto.” Ele disse, levantando-se da cama e começando a se vestir “Sabe, Lisa, o Pierre ficaria furioso se ele te escutasse dizendo isso para mim…”

“Ele ficaria furioso se te encontrasse na cama dele junto com a esposa dele, também.”

“Então eu acho melhor eu não voltar mais.” Disse, saindo do quarto completamente vestido e caminhando para as escadas. Ela rapidamente vestiu um hobbie cor-de-rosa e seguiu-o.

“Seb!” ela gritou, correndo atrás dele até a porta da casa “Eu amo você…”

“Quanto tempo vai demorar para você perceber que eu não sinto nada?!”

“Talvez eu nunca perceba…” ela disse chateada “Eu estava pensando em terminar com o meu marido…”

“E deveria mesmo. Ele não merece ser tão traído por você e ainda te escutar dizendo com a cara mais deslavada do mundo que você o ama.”

“Faz muito tempo que ele não escuta isso de mim. Eu sei que ele está muito chateado e que ele sabe que isso não está dando certo. Mas… mas eu não queria ficar sozinha. Eu queria ficar com você…”

“Sonhe com esse dia.”

“Seb, eu… eu estou grávida.”

Ele passou certo tempo imóvel, boquiaberto, e não sabia exatamente o que responder. Queria poder dizer que era impossível já que eles sempre se protegeram, mas não poderia dizer aquilo pois sabia que era mentira. Ficou um tempo sem dizer nada, parado imóvel na frente dela, e ela respeitou o tempo de reação dele. Finalmente, após certo tempo, ele conseguiu expressar algo…

“O filho… pode muito bem ser do Pierre…”

“Não, não pode. Faz um bom tempo que eu não tenho permitido que ele se aproxime de mim. Eu tenho sido fria com ele, eu nem ao menos tenho conversado com ele… Imagina transar com ele…”

“Bom, então agora é um bom momento para reatar com o seu marido e, daqui a umas duas semanas, dar parabéns ao papai.” Disse, abrindo a porta e deixando a casa “Eu não vou voltar, Lisa, então, para o seu próprio bem, é melhor se acertar com o Pierre caso não queira sair daqui grávida e sem lugar nenhum para onde correr.” Disse e, logo, bateu a porta.

Imediatamente, ela se sentou no sofá e começou a chorar com seus longos cabelos castanhos encaracolados caindo sobre seu rosto. Ela havia cometido o maior erro de toda a sua vida. Ela era casada com Pierre havia um ano e meio e ela sabia que sempre havia vivido em um conto de fadas com ele. Após certo tempo, porém, um amigo dele, Seb, percebeu o quanto aquela recém-casada era linda. Não demorou muito para que ele insistisse com ela e ela acabasse não resistindo. Haviam dois meses desde que passou a trair o marido e agir como se ele fosse um completo estranho na própria casa e foi então que sentiu uma certa paixão crescendo por Sebastien. Ele, porém, nunca demonstrou sentir o mesmo. Ela não sabia mais o que sentia por nenhum dos dois. Não sabia o que fazer, para onde correr… Ficou sentada naquele sofá, chorando, até o momento em que ouviu a porta sendo aberta novamente e tentou enxugar suas lágrimas às pressas, mas, certamente, não obteve muito sucesso…

“Lisa…” ela escutou Pierre chamando preocupado e logo o sentiu sentando ao seu lado e a abraçando “Lisa, o que houve?”

“Eu fui tão idiota…” ela disse, tentando controlar suas lágrimas enquanto sentia o calor dos braços dele a envolvendo “Eu tenho te machucado tanto…”

“Eu sei que… que nesses últimos dois meses você tem agido de uma maneira muito estranha comigo, e que a greve de sexo sem eu ter feito nada para merecer isso foi realmente um inferno de suportar…” ele comentou rindo “Mas eu amo você, Lisa, e eu sei que você deve estar passando por um período complicado de adaptação com a vida de casada. Realmente é muito diferente de estar solteira… Mas eu nunca realmente fiquei bravo com você por qualquer uma dessas coisas, Lisa. Você… você é simplesmente a pessoa mais especial desse mundo para mim.”

“Eu não mereço isso. Eu mereço que você me odeie…”

“Você não é tão má assim. Além do mais, é muito difícil odiar uma pessoa tão linda quanto você.”

Ela sentiu tanta dor pelo que estava fazendo com ele naquele momento que decidiu que aquela seria a hora de dizer a verdade para ele. Ela levantou o rosto, olhou fundo nos olhos dele e tentou dizer exatamente o motivo do choro…

“Pierre, eu te…” mas a última palavra não saía. Ela não conseguia dizer ‘eu te traí’. Ela sentiu um turbilhão de lágrimas se formando nos olhos dela quando tentou dizer aquilo. Ali, olhando no fundo dos olhos dele, ela conseguiu reencontrar o motivo que a levou a dizer ‘sim’ no altar e ela não queria que aquele momento se perdesse.

“Você me…?”

“Eu te amo.” Ela disse, desmoronando em lágrimas após tanto tempo sem conseguir realmente sentir o que ela sentiu naquele momento.

“Você nem imagina o quanto eu senti falta de escutar você me dizendo isso.” Ele disse sorrindo e enxugando as lágrimas dela “Eu também te amo, Lisa.”

“Eu não mereço que você me diga isso…”

“Deixa que eu decido quem eu quero amar, tudo bem?” ele perguntou sorrindo e olhando no fundo dos olhos dela.

“Pierre… Pierre, me beija…”

Imediatamente, ele se dirigiu aos lábios dela e a beijou com tanto desejo quanto havia contido nos últimos dois meses. Não demorou muito para que o beijo entre eles começasse a esquentar e ele a deitasse naquele sofá enquanto colocava as mãos dentro do hobbie que ela usava, procurando por seus seios. Era uma surpresa para ele o fato dela não apresentar mais nenhum tipo de resistência, mas ele não questionou. Imediatamente, ele desamarrou o hobbie dela e o lançou longe, surpreso por já encontrá-la sem nem ao menos roupas íntimas. Contudo, aquela visão o agradava. Não demorou para que ele retirasse as próprias roupas e, entre beijos e toques, terminasse efetivamente transando com ela.

Após terminarem, ele se deitou no sofá ao lado dela e, sorrindo, a abraçou junto ao corpo.

“Desculpa.” Ela pediu, olhando fundo nos olhos dele

“Lisa, como é que eu poderia ficar tão bravo assim com você pelos últimos dois meses se você acabou de concertar o que tinha provocado?”

“Diz que me desculpa.”

“É claro que eu te desculpo. Eu te amo demais.”

“Cada vez que você me diz isso… Parece uma facada no meu peito.”

“E por que isso?” ele perguntou preocupado “Você… não sente mais o mesmo?”

“Eu nunca… nunca tive mais certeza de que eu amo você, Pierre, mas… eu não merecia que você sentisse o mesmo.”

“Deixa que eu decido isso.” Ele disse, voltando a beijá-la. Ela se sentia tão envolvida pelos beijos que ele lhe dava que começava a se perguntar por que ela o havia traído. Ele realmente não merecia ser traído. Ele era uma pessoa especial para ela. Ela queria poder aceitar a penalidade por tê-lo machucado e se afastar dele, mas… mas além de saber que ele também sofreria se ela fosse embora, ela o amava demais para fazer isso. Não conseguia acreditar que havia pensado em deixá-lo.

“Mas chega de drama agora.” Ele disse, sentando-se no sofá e ajudando-a a se levantar “Faz muito tempo que a gente não faz nada junto. Quer sair comigo?”

“Sair? Mas… para onde? Fazer o quê?”

“Não sei, não importa. Vamos no cinema, na sorveteria, andar na praça… Onde você quiser. Eu só sei que eu senti muita falta da sua companhia e eu quero aproveitar ao máximo antes que você decida me ignorar de novo.”

“Eu não vou fazer isso. Nunca mais. Ninguém nunca vai entender o quanto eu senti sua falta.”