Amor Nas Entrelinhas escrita por Miss Nowhere, Alice Collyns


Capítulo 1
Nos Fundos da Boate


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro capítulo o/ êêêê! Espero que gostem!



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–Anda Alice! Levanta dessa cama, larga essas, essas coisas aí!

–São livros Nanda, livros.

Era uma noite muito quente de Fevereiro em Porto Alegre, mas mesmo assim eu estava de pijama e pantufas, cercada por livros e com uma xícara fumegante de chá de maça na mão.

–Fala sério Alice! A João Pessoa deve estar lotada! Você tem que sair um pouco de casa.  tem que tirar esse óculos, que a gente sabe que você só usa pra ler, vestir uma coisa legal e ir atrás do garotos!

–Por favor Ana! Como você disse, a João Pessoa de estar lo-ta-da, e eu odeio lugares cheios!

–A Ana tem razão Alice! Você tem quase 17 anos, não pode estar em casa, lendo, num sábado de noite!

–Marina! Eu pensei que você fosse ficar do meu lado!

Depois de muito esforço aquelas três vacas me tiraram da cama e, após torcer a cara pro meu vestido(http://3.bp.blogspot.com/-ecN_Bo4bYAo/T3nqdM7hTdI/AAAAAAAAAgM/pYI7n4d7Rq8/s1600/H&M-2.jpg) me arrastaram, literalmente, para a boate cheia de gente no centro da capital.

Quando cheguei eu jurei que estava num lugar cheio de clones! Tenho quase certeza que todo tecido do meu vestido dava pra fazer vários do tipo que aquelas meninas-clones umas das outras estavam usando(todos nesse estilo: http://2.bp.blogspot.com/-rFLPTEJmLQg/UC5uPy0OfYI/AAAAAAAABYA/dSCmntvHeug/s1600/vestidos+curtos+colados.jpg). Me senti deslocada, e as pessoas me olhando como se eu fosse um E.T não ajudavam nada pra melhorar meu astral.

Depois de rodar a boate inteira(sozinha, já que Ana, Nanda e Nina já estavam fundindo seus corpos com alguém por aí) me encostei no balcão do bar, pedi um suco e fiquei pensando nos tantos livros e filmes que eu poderia estar lendo/vendo nesse momento.

No meio do meu devaneio comecei a andar de um lado para o outro com a cabeça baixa, pensando se talvez eu não esbarrasse em uma das meninas e conseguisse implorar pra me levarem pra casa, já que não sei dirigir e nem tenho carteira.

Andei por nem sei quantos minutos e acabei esbarrando em alguém e derrubando meu suco no chão. Levantei a cabeça rezando pra ser Nanda. Não era nenhuma das meninas, na verdade era um menino. Lindo. Muito lindo. Não sei por quanto tempo fiquei perdida naqueles olhos azuis, ou mesmo a cara que fiz, só sei que fui despertada do meu transe por um estalo de dedos.

–Hei, menina! Você tá bem?

–Ahn?

Ele continuou me olhando com um resquício de sorriso no canto dos lábios.

–Ah sim. To bem. Desculpe. Te machuquei?

–Não, magina. Quer sentar?

Como eu aceitei, o menino sem nome me conduziu até uma mesa vazia.

–E então menina, qual seu nome?

–Meu nome é Alice, e o seu?

–Eu sou Pietro. Você vem sempre aqui?

Acho que ele nem percebeu o que falou, então completou.

–No sentido pergunta, não cantada.

Então eu ri pela primeira vez na noite.

–Não, nunca venho. Fui arrastada pelas minhas amigas.

Ele não me ouviu, a música estava muito alta.

–Sabe, eu tenho um primo que trabalha aqui, tem um lugar legal e silencioso lá nos fundos... Me acompanha senhorita Alice?

Concordei com a cabeça. Me perdia tanto nos olhos azuis que, no estado que eu estava, ia até o fim do mundo com eles.

Quando Pietro se levantou eu percebi que ele também estava vestido diferente. Usava uma camiseta xadrez em branco e azul, uma calça jeans e um all star azul igual ao meu roxo. Sorri ao ver a roupa que ele usava, me sentia menos deslocada agora.

Pietro pegou minha mão e foi me conduzindo rapidamente, ignorando os olhares dos outros para o aparente estranhíssimo casal.

Ele parou na porta da cozinha, falou alguma coisa prum rapaz bonito com os mesmos olhos azuis que ele e pegou uma chave na parede ao lado da porta.

–Melhor?- falou enquanto abria uma porta de madeira escura revelando um lugar ao ar livre, com grama verde e macia no chão e alguns bancos encostados nas paredes de concreto. A música da boate era quase inaudível de lá.

– É lindo. E o melhor está vazio.

Percebi o que isso poderia parecer e completei, corada:

–Eu não gosto de lugarem muito cheios.

–Ah, nem eu.- Pietro sorriu, era um sorriso muito bonito, com os dentes brancos a alinhados que pareciam convidar você a sorrir junto. E foi isso que eu fiz.

–Então Alice, me fala de você!

Não sei o que me deu naquele momento, só sei que comecei a falar tudo de mim pra um completo estranho. Quando acabei Pietro sorria como se estivesse ouvindo que as férias escolares seriam prolongadas.

–Quer dizer, que você ama literatura e cinema, gosta de frio, de ficar em casa, de pessoas sinceras, de séries de televisão, chocolate quente, chá, Mario Quintana, J.K Rowling, teatro e etc?

–Exato. E você Pietro?

Ele falou com a mesma intensidade sobre as coisas que gostava e não gostava. Eram, em grande parte, as mesmas que eu. Livros, cinema, teatro,música e por aí vai. Descobri também, que Pietro estava na mesma situação que eu, arrastado pelos amigos.

Então, depois de rir muito dos nossos gostos esquisitos começamos um jogo, daqueles que um diz uma coisa e o outro diz se gosta ou não.

–Os Simpsons?

–Claro!

–CSI?

–Não...

–Nem eu.

Num certo ponto Pietro olhou bem nos meus olhos e disse:

–Gostei muito do seu vestido!

–Não precisa me zoar!

–Não, é sério! Gostei mesmo!

–Ah, que bom. Eu gostei da sua camisa.

–Pois é, não curto essas meninas que usam vestido colado e curtinho pra mostrar a bunda pros outros, o seu é muito mais bonito.

–Obrigada.

–Então... Gosta de Legião Urbana?

Com a minha concordância ele tirou um IPod do bolso, meu um fone, ficou com o outro e pos para tocar Antes das Seis. Ele tirou uma mecha dos meus cabelos castanhos claro dos meus olhos verdes e sem que eu esperasse,levantou, pegou minha mão e começamos a dançar.

POV Nanda

–Ana, você viu a Alice?

–Vi sim. Ela tava indo sei lá onde com uma menino careta de camiseta xadrez!

–Ah, droga. Eu fiz propaganda dela prum gatinho e nem se ela me matar eu faço eles ficarem! Vamos procurar?

Eu e Ana caminhamos pala boate até achar uma porta meio escondida. Abri de leve a vi Alice dançando com um fone de ouvido branco na orelha com o menino mais sem sal da festa.

–A gente tem que salvar ela!

Dizendo isso a gente entrou naquele mini jardim iluminado só pelas estrelas e puxou Alice pelo braço.

–Dá tchau Alice!

–Ahn? Tchau Pietro! Desculpa...

–Tchau Alice. Me liga, é 9969...

O número do celular do menino ficou interrompido, porque puxei Alice pra fora do jardim com tamanha força que machuquei seu braço.

–Droga Nanda, o que vocês tão fazendo?

–A gente vai pra casa!

–Okay, só me deixa pegar o celular do Pietro e...

–Não! Vamos pra casa. Esquece esse Pietro que amanhã vou te apresentar o Lucas. Um gato! E o pai dele é super rico viu?

Arrastei ela pro carro e consegui salvar minha amiga de beijar aquele menino sem-sal.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Posto o próximo em breve, se quiserem. deixem um review dizendo se devo continuar.



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