Elevate escrita por Black Angel


Capítulo 3
Capítulo 3 - November Rain


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEEM-ME! >



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Libni POV

“– Os batimentos cardíacos estão parando... – Ouvi o médico dizer enquanto olhava para máquina com vários fios conectados a minha mãe – Ela não irá resistir... – O médico virou-se para mim e não aguentei. Já estava amargurada com as lagrimas limpando a minha alma da perda.”

O resto do domingo foi proveitoso. Acho que foi mais um tempo para colocar minha cabeça em dia e lembrar-me que as coisas acontecem com um propósito, porém muitos colocam a culpa no destino. Até gostei de fazer minha última visita aos meus locais preferidos de Leeds. Arrumar as malas com Day. Sim eu levaria Day, pois não vou abandonar a última lembrança que terei daqui.

À tarde levei-a para passear, demos uma volta pelo parque. Eu olhava tudo com total atenção agora, tanto que vi coisas que nunca havia percebido. O parque era magnífico no final da tarde. Todas aquelas luzes brilhantes, perfeitamente davam vida ao local.

A neve. As luzes. O som.

Como sempre havia música no parque... Ela estava em baixo som, porém era contagiante. Seu ritmo encantou-me só pelo começo. Disse que não havia percebido como o parque era tão lindo assim. Estava boquiaberta, quando uma velinha veio falar comigo.

– É uma turista? – Ela cutucou-me e quando virei vi o seu sorriso desdentado.

– Não sou. – Suspirei – Estou apenas indo embora e decidi dar uma última passada pelo meu lugar preferido.

– Vem sempre aqui? – Ela sentou-se no bando próximo a nós.

– Sim... Eu sempre vinha com minha mãe. – Nesse momento uma lagrima teimosa rolou pelo meu rosto. Apenas ignorei a mesma e sequei no mesmo instante – Mas agora que ela se foi não tenho mais o que fazer... Tenho que me mudar.

– Meus pêsames. – Ela disse enquanto senta-me ao seu lado. Tirei a coleira de Day e deixei-a ir com seus amigos pela última vez. Ela também tinha esse direito – O que houve com ela?

– Sinceramente eu não sei direito... – Menti – Mas que música é essa que está tocando, você sabe? É de alguma banda recente daqui? – Mudei rapidamente de assunto, pois aquilo não estava me fazendo bem.

– Sei conheço essa música... – Ela dizia lentamente, mas para que iria querer abusar de uma idosa e pedir para acelerar? Isso seria errado, então a deixei em seu ritmo – Eles são americanos.

Eca. Americanos. Uma sociedade de folgados.

– Sério? Que legal... – Disse com total desinteresse. E ela percebeu.

– Não gosta dos americanos, certo?

– Não muito... Eu acho que eles se consideram superiores por poucas coisas que fizeram. Agradeço por não ser americana.

– Mas seu sotaque é um pouco diferente. – Ela disse rindo.

– Sou canadense. – Dei um sorriso de lado – Mas me mudei para cá com minha mãe quando tinha cinco anos, depois que meu pai morreu.

– Sinto muito sobre a sua família... – Ela estava começando a tocar em um assunto que não me agradava muito, então dei uma disparada e mudei-o o mais rápido possível.

– Mas, diga-me... Que banda é esta? – Por mais que odeie americanos, mas em minha suposição eles cantavam bem...

– Percebi sua animação, pequena jovem. – Dei o meu sorriso mais falso para ela – Eles são apenas um programa de TV, com alguns playbacks.

– iTunes? – Perguntei confusa. Eram o que a maioria fazia, eles não tinham o tal talento, pelo menos não todos.

– Creio que sim... – Levantou-se com um pouco de dificuldade, depois saiu andando com sua bengala. Voltei a pensar sobre o caso de como seria a Los Angeles, talvez pudesse me adaptar, talvez não. Do jeito que conheço a minha própria socialidade, seria difícil aproveitar algo de lá – Talvez não queira saber quem são, certo? – Ela perguntou tirando-me de meus vagos pensamentos.

– Quero sim... Se puder, conte-me até a música. – Acho que fui meio grossa, mas estava animada.

– O nome deles é Big Time Rush. – Ela quase cuspiu as palavras em mim, tentei prestar atenção e não rir, mas estava claramente na minha face que queria rir de suas babas – O nome da música é Worldwide.

– Obrigada. – Sorri.

Aquela música chamou-me realmente atenção. Por mais que parecesse que a velha - não gosto de usar esses termos, então seria uma idosa - tivesse dito que eram apenas playbacks, mas senti algo diferente neles. Vejo covers de famosos e são poucas as vezes que as músicas me tocam... Como essa.

“Yes, I may have meet a million pretty girls that know my name

But don’t, you worry...

‘Cause you have my heart”

Está bem, a música era linda e eles cantavam muito bem. Eu precisava admitir isso. Chamei Day novamente para voltarmos para casa. Já estava tarde... Tinha muitas outras coisas para fazer e o vôo seria em breve.

*

*

*

Cheguei em casa e recebi mensagens de todos que sabiam da minha ida, ou seja, só meus amigos mais próximos, tais como os que estavam em minha casa de manhã e mais alguns que considerava relativamente próximos. Sorri e chorei com várias mensagens, eles só aumentavam a minha vontade de ficar em Leeds, mas isso não tinha mais volta. Já estava de malas prontas. Olhei para os lados e lembrei-me de quando chegamos a Leeds. A casa estava igual à antiga. O quarto com a pintura fraca e desbotando. Os móveis empoeirados e a música de fundo...

Espera ai... Música de Fundo?

Dirigi-me até o quarto de minha mãe, lá havia um piano, muito bem conservado por sinal. Queria leva-lo comigo, como memória de minha mãe, mas não tinha como. Sorri ao entrar no quarto e ver quem estava lá. Henry estava tocando a música de quando nos conhecemos.

– Lembra-se dessa? – Ele perguntou sorrindo.

– Claro que lembro. – Sentei-me ao lado dele e apoiei minha cabeça em seu ombro. Olhei atentamente seus dedos tocarem de forma perfeita aquele magnifico piano – Saiba que tocas muito bem. – Disse quase que em um sussurro.

– Não sou eu, apenas a música faz qualquer pianista iniciante tocar bem. – Ele deu um riso nervoso, era tanta vergonha que eu não entendia – Mas não quer saber como entrei aqui?

– Sei desde o ano passado que sabes subir pela árvore e entrar pela janela. – Olhei fixo em seus olhos que estavam brilhantes, eu faria de tudo para permanecer ao lado dele – Sentirei muito tua falta.

– Por favor, não chores. – Já era tarde, minhas lagrimas rolavam dos meus olhos, com destino as bochechas que sempre estavam rosadas e paravam em sua camisa – Não gosto de ver-te assim. – Ele parou de tocar.

– Não quero abandonar vocês. – Balbuciei, mas percebi que ele entendeu. Depois deu aquele seu sorriso perfeito seguido de suas covinhas.

– Não vai. Estaremos sempre em seu coração. Pelo menos eu espero. – Ri e ele retribui – Só quero que fique bem.

Ficamos lá de frente ao piano, ele tocando e eu apenas apreciando seu dote, por um bom tempo. Ele era ótimo nisso e suas músicas eram calmas e leves. Voltou a primeira quando começou a chover. Isso para deixar a música mais que perfeita.

– Já está tarde. – Ele disse, mas eu já estava no estado de sono profundo. Só ouvia sua voz, mas não conseguia abrir meus olhos – Já que é assim, levar-te-ei até sua cama.

Senti-me ser carregada para o quarto. Ele colocou-me com cuidado na cama e depois pegou a coberta, Leeds era um local frio e não tínhamos como dormir sem elas. Deu-me um beijo na bochecha e sussurrou “Boa Noite”. Depois apagou a luz do quarto.

– Boa noite! – Agradeço por minha voz ter saído.

*

*

*

Acordei mais tarde que o normal. O vôo seria de tarde, mas queria tempo o suficiente para me arrumar. Levantei-me da cama, olhei para o espelho... Parecia uma panda. Dormir com a maquiagem do dia anterior não é a melhor coisa do mundo. Desci para cozinha, tinha que tomar um café reforçado antes de tudo.

– O que estas fazendo aqui? – Perguntei surpresa com Henry na cozinha.

– Não posso mais fazer torradas?

– Na casa de outras pessoas? – Abri a geladeira e peguei meu suco de laranja – Acho que não.

– Quer uma? – Ele colocou o prato sobre a mesa e sorri.

– Já que você fez... Porque eu recusaria. – Coloquei um pouco de calda e comecei a comer – Mas... Desde quando está aqui?

– Ontem. Quando foi dormir eu permaneci em seu quarto tendo certeza de que estaria segura.

– Isso se chama falta de privacidade. – Disse e ele apenas riu – Sei que é porque está preocupado comigo, mas não pode agir assim.

– Desculpe-me. – Ele terminou as coisas na bancada, virou-se para mim e mordeu seu lábio inferior – Acho que tem coisas para lavar.

– Você suja, você lava. – Respondi seca.

– Grossa. – Ele respondeu e eu apenas ri. Voltei a comer as torradas, ainda pensando em como seria a nova vida que levaria a partir do final desse dia.

A tarde chegou mais rápido do que eu esperava. Quando notei que já estava de saída, o taxi, que me levaria até o aeroporto de Leeds, estava parado na porta da minha ‘antiga’ casa. Já buzinando. Porque os taxistas são tão estressados?

– Anda logo moça! – Ele disse e apenas bufei – Temos um horário a cumprir.

– Desculpe-me. – Coloquei todas as bagagens no porta-malas, respirei fundo e entrei no taxi.

Chegamos ao aeroporto com tempo de sobra. Dei a última respirada no ar de Leeds e fui até a área de espera para o avião. Aquilo poderia ser bom, para a carreira, mas também seria ruim, por ter que começar uma vida nova toda de novo.

Todas as coisas boas que tinha na cabeça foram para o espaço quando recebi uma notícia um tanto que péssima e desesperadora. Não queria acreditar que tudo aquilo era verdade. Já estava descontente e sofrendo com o que havia acontecido nesses dias e ainda para piorar, a maldita mensagem do meu celular.

“Eles dizem ser seus amigos, mas não sabes que estão traindo você. Henry só foi te bajular para dar um falso, ele nunca gostou de você. Henry e Dianna estão namorando desde que descobriram que você ia embora. Desculpa não ter te contado isso antes, mas demorei para achar seu número. Espero que não fiquei brava comigo.”

Debulhei-me em lagrimas depois de saber isso, claro que também tinha necessidade de saber quem seria esse cara misterioso. Eu percebi que não o tinha na minha lista de contatos. Ele podia estar mentindo, mas a foto dos dois se beijando denunciava tudo. Era ridículo a forma que sentia o mundo inteiro cair sobre meus pés.

Atenção, passageiros para o vôo 1983, com destino a Los Angeles, já podem embarcar.

Com pouca vontade e fôlego, levantei minha cabeça e dirigi-me até o avião, ainda com os olhos extremamente vermelhos. Tudo que Henry havia dito era mentira? Dianna sabia muito bem o quanto eu gostava dele. Não tinha como ficar pior.

Realmente dessa vez não tinha.

Embarquei e sentei-me na minha poltrona, apenas com a esperança de tudo aquilo ser um simples e terrível pesadelo e de que eu acordaria na minha quente cama, com minha mãe ao meu lado, fazendo torradas e com nosso CD preferido tocando.

EU. ESQUECI. O CD.

Agora sim estava tudo acabado. Voltei a chorar por um pouco de tempo, mas saberia que aquela era a realidade e que não tinha como voltar. Coloquei meus fones ao som de Linkin Park. Depois disso adormeci.

Essa é a chance de mudar minha vida para sempre.


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Notas finais do capítulo

O BTR teve uma participação bem 'implícita' no capítulo :) Enfim... Viram que as tragédias são constantes, né?? Então, ainda haverá mais! :3 Esse cara ai que mandou uma mensagem pra ela é importante para o decorrer da Fic. Comentem pliss! Desculpem-me mesmo pela demora gente! T-T
Beijames :*