God Hates Us escrita por ravfletcher


Capítulo 2
Awaken


Notas iniciais do capítulo

Postando mais um capítulo hoje porque me empolguei com meu primeiro review! Obrigada!
Bem, Daryl não aparece neste capítulo, mas prometo que ele estará presente no próximo.
Vejo vocês nas reviews!



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Quando retomei a consciência, estranhei por repousar em algo macio. Talvez eu estivesse em casa, com minha mãe preparando o café da manhã de domingo. A qualquer instante Seth entraria gritando pelo quarto com sua arma de brinquedo fazendo aqueles barulhos insuportáveis que imitavam tiros de verdade. Finalmente abri os olhos e fiquei um pouco desapontada por notar que ali era um quarto, mas não o meu. A claridade entrava cuidadosa por entre a cortina fina da janela. Ja iria anoitecer. Dei conta que aquilo tudo que vivi não era um pesadelo quando dei de cara com aquele garoto asiático sentado em uma cadeira de madeira próximo à minha cama.

– Você acordou. - Ele afirmou, inclinando o tronco pouco mais em minha direção. Prendi a respiração quando notei que aquela arma que ele me apontava mais cedo ainda estava com ele. Repousava acusadoramente sobre suas pernas. Acredito que ele percebeu minha preocupação com o objeto pois me encarou algum segundos e, depois de levantar, prendeu a arma em suas costas, sob a calça. - Não se preocupe com isso, é só por precaução.

– Onde está Seth? - Meus olhos se arregalaram quando me dei conta de que meu irmão não estava por ali. Ameacei levantar rapidamente, mas a vertigem voltou a me golpear, fazendo-me cambalear de volta para cama. No mesmo seguinte que vacilei, os braços do garoto buscaram os meus para me ajudar a sentar na cama.

– O garoto? Não se preocupe com ele, está brincando na sala ao lado. Eu sou Glenn, você é Jessie, não é? - Ele se sentou ao meu lado, certificando de que eu havia voltado ao meu estado normal. Apenas assenti a cabeça confirmando. Ainda me sentia fraca para fazer qualquer coisa que fosse além disso, mas não me sentia bem confiando Seth a pessoas que haviam nos apontado armas.

– Quero vê-lo. - Pedi após respirar fundo. Virei o rosto e encontrei Glenn fitando-me com curiosidade. Qual era o problema dele? Não haviam garotas por aqui? Desviei o olhar do garoto quando comecei a ficar constrangida por aquele contato repentino. Senti Glenn levantar-se do meu lado e pigarrear uma vez.

– Está bem, vou chamá-lo e aproveito para buscar algo para você comer. - Ele sentenciou antes de olhar-me mais uma vez e sair para fora do quarto.

Passei os próximos minutos fitando cada detalhe do lugar. Eram móveis antigos, estilo colonial, eu sabia disso pois estudava História antes do mundo começar a desaparecer. Adorava as molduras e arabescos que faziam parte de toda mobília da época. A janela entreaberta indicava que estavamos distante da civilização. Talvez uma fazenda ou uma casa reclusa do restante do mundo. Era provável de que fosse algum lugar ao sul, no topo das colinas, aonde os walkers chegariam com maior dificuldade.

A porta for aberta e Seth correu em minha direção pulando sobre a cama. Seus braços circundaram meu pescoço e eu o apertei com a toda força que pude. Ele estava bem. Eu não havia falhado.

– Você está melhor Jessie? - Meu irmão me perguntou assim que desfizemos o abraço.

– Estou sim, obrigada naninco. - Respondi enquanto ele se sentava ao meu lado na cama, com os pés balançando para o lado de fora.

– Isso nós ainda vamos ver. - Outra voz soou no comodo e eu me atentei para saber de quem era. Glenn estava parado próximo ao batente da porta, com a bandeja de comida que havia me prometido. Ao seu lado surgiu um senhor de cabelos brancos e pele rosada, trazendo uma maleta preta consigo.

– Como? - fitei Glenn com a expressão confusa, sem entender do que se tratava.

– Este é Herschel, Jessie. Médico, e o dono aqui da fazenda aonde estamos. - O garoto respondeu minha pergunta, e assim que descobri que ele era o dono do lugar, me senti envergonhada de tê-lo subestimado daquela forma.

– Me desculpe. - Pedi a Herschel quando ele se sentou na cama, próximo de mim e Seth. Ele retirava um estetoscópio de dentro da maleta, pronto para me examinar.

– Não se preocupe com isso agora. Você passou por maus bocados garota, não sei como... - Ele colocou o aparelho sobre meu peito, mas eu o enterrompi.

– Seth, vá brincar um pouco lá fora, está bem? - Virei-me para meu irmão que observava com atenção cada detalhe da conversa. Ele apenas assentiu e me deu um beijo na bochecha antes de deixar o quarto. Glenn fechou a porta quando Seth saiu por ela. Nós três nos entreolhamos. Herschel ainda estava com o aparelho parado no ar, da mesma forma como eu o havia interrompido.

– Não quero que ele saiba dessas coisas. - Respondi a pergunta que ninguém havia feito sonoramente, mas eu podia sentir ela saltando pelos olhos dos dois. O senhor apenas assentiu concordando e voltando a repousar o metal gelado sobre meu peito. Respirei fundo conforme ele pediu.

– Como eu dizia, não sei como você conseguia ficar de pé garota. - Ele deixou o aparelho de lado e agora já media a minha pressão sanguínea. - Você estava anêmica, tive que lhe injetar soro nesses dois dias.

– Dois dias? - Aumentei meu som de voz, exarcerbada com a informação. Eu achava que estava ali a pouco mais de uma hora, não dois dias!

– Sim, Jessie. Quando você desmaiou no mercado nós não sabiamos ao certo o que fazer. Seth nos contou que vocês estavam sozinhos e vagavam de cidade a cidade. Achamos que o certo era lhe trazer para cá, Herschel saberia o que fazer. Quanto as armas, nos desculpe, mas não sabiamos o que esperar de você. - Desta vez foi Glenn que falou, colocando a bandeja de comida na minha frente. Herschel já havia terminado de me examinar e guardava seus aparelhos médicos de volta na maleta.

– Você está melhor, assim que se sentir pronta, pode sair da cama. - O senhor levantou-se e seguiu até a porta.

– Obrigada. - falei verdadeira quando os dois estavam prestes a sair do quarto para me deixarem comer. Herschel saiu, mas Glenn continuou alguns instantes mais me encarando da porta.

– Apenas... fique bem. - Foi o que ele disse antes de fechar a porta.


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