Just Give Me A Reason escrita por Henrique Albuquerque


Capítulo 5
Apenas Mais Uma História de Amor


Notas iniciais do capítulo

Pessoal desculpem a demora, é que tive uns meses bem corridos e não me sobrava tempo nem inspiração para escrever, mas estou de volta e pretendo fazer pelo menos um capitulo por dia. (Lembrando que PRETENDO).
As musicas para esses capítulos são...
Goodbye - Miley Cyrus
She Will Be Loved - Maroon 5
Espero que gostem...



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- Eu sempre o amei, mas sabe àquela hora em que não dá mais? Foi assim, ele já não correspondia meus sentimentos e nem eu os dele, eu já sabia disso muito antes de tudo aquilo acontecer. Mas ninguém pode dizer que eu não tentei, Deus sabe o quanto sofri para fazer aquele casamento dar certo. –

- Você ainda o ama? –

- Sabe? Eu nunca deixei de ama-lo. Na verdade acho que aquilo tudo foi só para mostra-lo que eu ainda estava ali, que eu também era capaz de amar outras pessoas. –

- E deu certo? –

- Não, meu casamento acabou, minha filha não fala mais comigo e eu nunca mais o vi. – Ela dizia aquilo e lagrimas escorriam por seu rosto. –

- Diga-me mais uma coisa, você foi feliz com ele? –

- Como nunca havia sido. –

- Então me conte como foi que tudo isso aconteceu. –

Minhas férias haviam acabado, e eu e Brad estávamos voltando para casa, novamente chateados e desentendidos, aquilo já virara rotina, sempre que viajávamos juntos nós nos desentendíamos. Ao chegar a casa recebia a noticia de que minha filha estaria voltando da Inglaterra e trazendo consigo o seu noivo para nos apresenta-lo.

Passaram se alguns dias até a sua chegada, e nesses dias a minha relação com Brad estava cada vez pior, mas fizemos as pazes pela nossa filha. Enfim chegou o dia, e lá estava eu de mãos dadas com ele, até o momento que ela passou pela porta. Senti que ele estava aliviado por ter soltado minha mão. Minha filha estava mais linda do que quando havia partido há três anos para morar em Londres. Fui em sua direção para abraça-la, aquele abraço era extremamente reconfortante, eu me sentia novamente feliz, em minha cabeça passavam cenas de  toda a sua vida comigo, e era tão estranho perceber que a minha garotinha já era mulher e ainda mais que iria se casar.

Foi então que me lembrei de que havia um noivo, foi quando olhei por cima do ombro de Lucy e o vi conversando com Brad. Ele era extremamente bonito, não era musculoso, mas ainda assim era forte, seu olhos hipnotizante combinavam com suas feições. Qualidades que os ingleses dominam bem, charmoso e elegante e se me permite dizer, muito sexy. Minha filha estava fazendo bem em tira-lo do mercado, pois não é fácil namorar homens bonitos hoje em dia, inclusive um daquele porte. Soltei-a e fui cumprimentá-lo.

- Então você é a Senhora Goldberg? Já se ver de onde Lucy puxou tanta beleza. – Disse-me ele.

- Não sou tão bela assim, já você... Adam não é? – Falei um pouco sedutora e desafiadora.

Ele sorriu, o que o tornava ainda mais belo, depois de algumas conversas durante o jantar fomos todos para a sala, de onde Lucy e Adam subiram em direção ao seu quarto. Já eu fui em direção ao mini bar que Brad havia construído a mais ou menos um ano atrás. Era um balcão grande de madeira, com alguns bancos à sua frente, por trás de si algumas prateleiras com varias garrafas. Sentei-me no ultimo banco peguei um copo e coloquei um pouco de Uísque e uns dois cubos de gelo. Havia poucos lustres acesos, a luz estava escassa, já tinha algumas horas que eu estava ali, pensando nos bons momentos que já vivi com Brad, pensando em como ele era para mim exatamente o que Adam é para Lucy, tentando lembrar o exato momento em que ele se transformou no que é hoje e qual foi o motivo para isso. Depois de quase secar uma garrafa de Uísque me dei conta da besteira que estava fazendo, tentei me levantar, mas quase cai se não fosse por aquelas mão que me seguraram.

Olhei para a pessoa que me segurou e era ele, Adam Keep, um Londrino de 1,82 m de altura, pele branca, cabelos negros e olhos castanhos esverdeados, naquele momento pensei que estava nos braços de um anjo, ele me segurou em seus braços e me levou escada acima, suas pisadas eram tão macias que eu quase não sentia que estávamos em movimento. No corredor escuro uma luz surgiu, Adam havia aberto a porta de um dos quartos de hospedes e agora estava ele me pondo na cama, suas mãos suaves tiravam meus saltos, e logo após afagaram meu rosto. Seu olhar sereno invadiu o meu e eu me senti mais calma, ele sorriu com o canto da boca para mim e disse em meu ouvido “Boa noite Alice”.

Devagar foi se afastando de mim em direção à porta e se foi na escuridão ao apagar a luz e fechar a porta atrás de si. Não demorou muito para que eu pegasse no sono, se é que isso tudo não foi um sonho. Só me lembro de que acordei com Brad abrindo as cortinas na minha cara, e dizendo em um tom baixo, mas ameaçador “Você não tem mesmo vergonha, não é?”, “Passou a noite enchendo a cara, isso lá é posição para uma dama?”, “Sabia tanto que isso era errado que não foi para o seu quarto”.

Levantei-me acabada, me sentindo um lixo, as palavras que saiam da boca de Brad me chicoteavam, não pelas ofensas, mas pelo que eu havia feito, fui para o chuveiro e enquanto as gotas de água caiam elas iam se misturando as minhas lagrimas. Ao sair do banho me vesti rapidamente e desci para a sala de jantar onde todos se encontravam.

Mesmo não olhando diretamente para o Adam eu percebia que ele me fuzilava com seu olhar, sentei-me ao lado direito de Brad que estava na cabeceira da mesa, sentada de frente para Lucy e ao lado da mesma estava ele. O café da manhã foi silencioso, a não ser é claro nas horas em que Brad insistia em contar suas histórias de guerra para Adam, eu e Lucy revirávamos os olhos a cada nova historia.

Após a refeição Brad convidou Adam para conhecer toda a nossa propriedade, enquanto eu e Lucy botávamos os assuntos em dia. Durante a conversa perguntei como ela o conheceu. “O Adam é cantor, e ele se apresentava em um famoso Pub lá de Londres, e exatamente no dia em que eu fui lá com a Marilia, aquela amiga de quem eu falei, ele estava cantando, daí eu gostei dele de cara, e diz ele que também gostou muito de mim, ele me pagou um drink e conversamos muito naquela noite, então quando eu disse que já ia embora ele me beijou e acabou que nós estamos juntos até hoje”, “Eu sou péssima contando essa história, depois a senhora pergunta ao Adam que ele sabe contar direitinho e com todos os detalhes”. Todas as vezes que eu perguntava algo sobre ele, Lucy fazia de tudo para mudar de assunto, e confesso que estranhei.

Passaram-se alguns dias, eu e Lucy estávamos preparando tudo para a festa de noivado, já havíamos convidado todos da família, alguns colegas de faculdade da Lucy, e os pais de Adam que chegariam em breve. Com todos esses afazeres não tive outros momentos com ele, mas todas às vezes que ele passava por mim ou falava comigo eu me sentia estranha diria até que eu estava gostando dele, confesso que sabia no que isso ia dar, mas eu me afundava cada vez mais alimentando o desejo que tinha por ele, até o momento eu não sabia se aquilo era carência ou um puro desejo sexual, ou até quem sabe amor. Só sei que eu precisava dele, mesmo sabendo das consequências.

Meu relacionamento com Brad continuava igual, nós dormíamos na mesma cama só por aparências, mas nosso casamento nunca mais tinha sido o mesmo, me lembro da ultima vez em que nos beijamos de verdade, digo de verdade porque a partir desta as outras foram somente por aparência. Foi na saída do teatro, era uma noite chuvosa e estava muito frio, ele me deu seu casaco me abraçou e beijou-me como nunca mais fez. Ainda nos amávamos, e a vida ainda era maravilhosa, ele sempre foi um cavalheiro daqueles que abre a porta do carro ou então puxa a cadeira para você sentar, sinceramente não sei o que fiz para que ele tornasse o mostro frio e calculista que é hoje.

Enfim chegou o dia, tudo estava perfeito, a festa ia indo como o planejado, mas meu coração estava triste, um vazio crescia dentro de mim e ia me consumindo, estar ali fingindo novamente que sou feliz era estar mentindo para mim mesma, em meu rosto estava um sorriso, mas havia um rio de lagrimas em meu coração. Sabe nunca fui boa em esconder sentimentos, mas eu estava me surpreendendo com tudo o que eu estava guardando dentro de mim, eu sabia que mais cedo ou mais tarde essa barragem iria romper e as águas que saíssem dela não seriam amigáveis para ninguém. Eu estava receosa, não queria magoar ninguém, mas isso estava magoando a mim, fui até a mesa de drinks e pedir uma bebida, às vezes o álcool fazia esquecer-me dos problemas, e algumas vezes ele piorava, mas eu precisava tentar.

O álcool me deu o que eu queria e um pouco mais, me despreocupei e tentei curti a festa, no inicio todos acharam normal, mas comecei a exagerar, dancei de biquíni na beira da piscina e fiz algo vergonhoso, dei encima dos amigos de Brad na frente dele, eu estava sem as estribeiras, e estava estragando tudo. Ainda me lembro da cena, Brad sorrindo para os amigos enquanto me puxava pelo braço. “Amor acho que você exagerou um pouco na bebida”, “Não, me larga eu quero dançar”, “Vamos!”. Sua expressão havia mudado, mas seu tom de voz continuava o mesmo. Ele me levou para dentro da casa e quando não havia mais ninguém ele começou a me puxar em direção ao quarto e me jogou ao chão, em seus olhos havia ódio e eu agora podia ver por dentro de todo aquele ódio, que o problema era realmente eu. Ele simplesmente não me amava mais.

- Você é ridícula! Patética! Não tem vergonha mesmo, nem no noivado da própria filha você se dar o respeito. Eu tenho nojo de você, faça um favor a todos e não volte mais para lá, vagabunda! – Ele falava isso enquanto segurava meu queixo com tanta foça que já estava me machucando.

Ele saiu, e eu fiquei ali no chão chorando, percebendo a verdadeira vergonha que causei a mim e a minha família, ele tinha razão, eu nunca mais seria bem vista por aquelas pessoas. Pior do que qualquer dor física é a dor emocional, que era o que eu estava sentindo naquela hora. Maquiagem borrada cabelos bagunçados e meu roupão de seda rasgado, eu não conseguia me imaginar pior do que aquilo.

Então eu vi aquela silhueta perfeita, e senti seu perfume amadeirado, seu rosto era sereno como o de um anjo, seus lábios perfeitos estavam cerrados, ele olhava para mim como que olha para uma bebe. Por um segundo me senti reconfortada só com seu olhar, mas a dor era muita para esquecer assim. Senti suas mãos afagarem meu rosto, abri os olhos e quando voltei a mim seus lábios já tocavam os meus, seus braços agora me envolviam em um abraço aconchegante e gentil, ali me sentia segura e protegida de todas aquelas coisas que até então me afligiam, seus braços novamente me ergueram e ele me colocou em seu colo e me levou escada acima, em direção aquele mesmo quarto. Me pois na cama e já estava indo em direção da porta.

- Por favor, não vá, não me deixe só... –

Ele fechou a porta e venho em direção a mim e em meu ouvido disse:

- Nunca tive a intenção de ir. –

Lá estávamos naquela cama, seu corpo agora aquecia o meu, seus lábios macios que acariciavam meu pescoço me fizeram esquecer o quão perigoso era o que estávamos fazendo ali. Suas mãos percorriam meu corpo levantando meu vestido, despindo-me por completo. O desejo me consumia e a vontade de tê-lo dentro de mim só crescia, como se o único jeito de sanar toda a dor fosse por meio do sexo, eu não apenas o queria, mas meu corpo pelo dele.

Puxei sua camiseta, ouvia sua respiração mudando, aquilo tudo era surreal, nada poderia explicar a sensação de estar ali com ele, já sentia sua excitação, abri o botão de sua bermuda e com um movimento ele já havia se despido também. Adam era um homem viril, seu desejo intensificado me fazia delirar, seu corpo nu era praticamente perfeito, sentia me novamente no auge de minha adolescência, quando Frederick Pool, um garoto da minha escola, alguns anos mais velho que eu, seduziu me com seu carisma e corpo atlético e levou me para sua cama, desde este dia não tinha tido outra relação movida pelo desejo.

Consumamos nossa relação ali, tê-lo ali comigo era algo extremamente prazeroso, me deliciei ao máximo com nosso momento intimo, momento esse que não tinha há anos com Brad. Quando terminamos, Adam deitou ao meu lado e me beijou, seu olhar já dizia tudo, por mais que quiséssemos ficar juntos jamais poderíamos, sabíamos o que estava em jogo quando nos deitamos juntos. Fiquei ali admirando seu corpo nu enquanto ele se vestia, imaginando com minha vida poderia ter sido diferente se o tivesse tido na época em que tinha a idade de minha filha. Ele olhou novamente para mim e se foi por entre as portas daquele corredor escuro, sim, já estava anoitecendo, e eu e Adam timos ficado uma tarde inteira juntos, com certeza alguém deve ter sentido a nossa falta e agora estariam eles se perguntado se estaríamos juntos, mas nunca pensariam eles o quão juntos estávamos.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Bem vindos ao mundo de Alice, vcs acham que o que ela fez foi digno de uma mãe, se isso acontecesse com vcs qual seria a sua reação?

Bjs galerinha...



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