The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 78
Next Steps


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas. Era pra eu estar trabalhando no meu TCC, mas todo mundo merece uma pausinha de vez em quando, né? Só pra dar continuidade no enredo. Um abraço!



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Depois de deixar Eragon fazer suas refeições e dormir por um tempo, eu fui ao seu encontro. O baú no canto da tenda era enorme, trancado ali. Ele me recebeu parecendo sem graça. Eu nunca entenderia porque ele parecia ter vergonha de mim. Ele era o grande Cavaleiro, treinado e pronto para acabar com Galbatorix, eu era só uma menina com um dragão enorme e zero preparo.

— Posso ajudar?

— Elrohir queria ver Glaedr. Bom, o eldunari no caso. Ele me disse que sentia alguma coisa, mas ele não sabia, só aceitava.

— Ah, sim. Ele me disse que seria bom ajudar vocês também. – Ele puxou o pano da entrada da tenda e conferiu os arredores antes de ir até o baú e finalmente soltar as amarras e o cadeado.

Era uma pedra preciosa, de um dourado que eu imaginava ser a cor das escamas de Glaedr, tão grande que implicava o tamanho de seu dono. Só de olhar para o coração dos corações, eu conseguia ver exatamente como era seu dono e o poder que dele emanava.

“Finalmente tivemos nosso encontro, Slibena.”

“É um prazer, Glaedr. Já disse isso, mas continuo encantada.”

“Imagino que tenho algumas respostas para você, mas talvez sejam insuficientes.”

“Qualquer ajuda é válida, mas acredito que Elrohir queira saber mais coisas do que eu.”

Foi um encontro breve. Elrohir finalmente falou diretamente com o outro dragão, e apesar de estar lá, ouvindo, eu deixei Eragon guardar novamente o baú no canto da tenda e me retirei. Aproveitei o momento para verificar minha tropa e conferir o que faltava para avançarmos. Com a cidade tomada, o próximo passo era Belatona. E não demoraria.

Elwë estava ajudando os feridos na recuperação, Sano continuava os treinos com os homens e Orun estava organizando os mantimentos e a divisão das carroças. Com o peso da armadura, avisei que Elrohir carregaria menos peso dessa vez. Ele não se preocupou com isso.

Glaedr me observava a maior parte do tempo, calado. E de início eu fiquei bastante incomodada. Eu estava acostumada com um único contato constante, Elrohir, e ele não me passava essa sensação de vigília.

“Silbena, você tem uma habilidade admirável para alguém tão jovem.”

“Obrigada. Glaedr, aproveitando a situação, você reconhece minhas espadas? Minha mãe as encontrou, só sabia que eram especiais pelo material.”

“Sim, as espadas dos Cavaleiros são feitas de forma excepcional. Pode me mostrar as suas? É só sacá-las.”
Segurei as duas na minha frente, imaginando que ele podia vê-las da mesma forma que eu. Após alguns breves instantes, ele soltou um grunhido.

“Confesso não me parecerem estranhas, mas não me lembro. Os dragões costumam se preocupar mais com as garras do que as espadas”

“É compreensível. Bom, obrigada mesmo assim.”

“Nem todas fazem o que a de Eragon faz, mas ainda são suas melhores amigas num combate. Honre-as e não terá com o que se preocupar.”

Concordei, lembrando que com a constante vigília, ele deve ter notado o motivo da pergunta. E deveras, eu sobrevivera até aqui sem nenhum truque mágico nas minhas armas, podia chegar até o final sem também.

Não demorou muito para estar tudo pronto. Com o passar dos dias, Glaedr tentava sempre ajudar. Ele pareceu dar muitas dicas sobre voo para Elrohir e um pouco sobre magia para mim. Eu treinava alguma das coisas que ele me ensinava com a ajuda de Aidan.

Em poucos dias estávamos marchando para Belatona. Sabíamos que nesse tempo, Galbatorix já estava se preparando para nos receber a altura.

Nossas marchas eram longas e cansativas, mas a maioria conversava entre si, aliviando a tensão. Era bom para a moral do grupo, mas eu simplesmente não me encaixava ali. Sano reparou em como eu andava calada atualmente.

— Algo errado? – Ele perguntou em uma das noites de guarda. Neguei com a cabeça, mas ele ainda esperou uma resposta.

— Sinto muito que esteja distante, mas não é o melhor dos momentos, sim? – Expliquei, mas ele deu de ombros.

— Sei que anda ocupada demais para mim, mas não é isso. Você não parece bem com nosso destino.

Fiquei em silêncio por alguns momentos, digerindo aquela informação, tentando negar tudo que eu sabia bem no meu âmago. Cruzei os braços, cutucando a terra sob meus pés com a ponta da minha bota.

— É como se eu sentisse cada vez mais o controle dele com nossa aproximação.

— Eleanor. – Ele falou, ainda tranquilo. Concordei, ainda incomodada. Eu já estava tão acostumada com a sensação na minha nuca, semelhante a um puxão constante em um fio de cabelo do lugar, mas agora eu voltava a sentir com a mesma intensidade do primeiro dia.

— E essa ligação. Não sabemos se o ritual deu certo, então é difícil ignorar essa sensação chata na minha nuca.

— Seria mentira se eu te dissesse que entendo pelo que passa, mas pode saber que eu tenho medo também. – Ele falou depois de alguns instantes, olhando o céu. Quase não tinha estrelas naquela noite. – É normal ter medo, estamos em guerra.

Ouvir aquilo da boca de outra pessoa era como tomar um belo soco no nariz. Atordoava e amargava, doía. E uma dor bem real. Concordei com ele, sentindo aquela sombra sobre nós. A incerteza.

— É estranho saber que tudo pode acabar em questão de dias, sem saber qual lado vai sair vitorioso. Dá mesmo medo. — Completei o raciocínio, finalmente aceitando o silêncio entre nós. Não era desagradável. A presença de Sano sempre acabava me reconfortando.

— Tem planos pro futuro? — Ele perguntou quando o céu começava a ganhar um tom acinzentado. O sol não tardaria a nascer.

— Por agora, só quero sair viva. Posso decidir o que fazer com isso depois. — Dei de ombros, finalmente vendo os primeiros raios de sol despontarem.

— É um bom plano. — Ele concordou com a cabeça e um sorriso fraco, também assistindo o nascer do sol. Naquele momento, por mais que tudo parecesse confuso e que eu estivesse morrendo de medo, eu tive esperança de que tudo ficaria bem.

Elrohir também olhava o nascer do sol, compartilhando comigo aquele momento breve de conforto que tinha chegado com Sano e o sol.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!



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