The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 76
Just a Little More


Notas iniciais do capítulo

Alou pessoas. Aproveitei meu feriado na roça e decidi escrever um tiquinho :)



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As próximas semanas foram demoradas, mas nem um pouco monótonas. Após a coroação do rei dos anões, Eragon e Saphira voltaram para a terra dos elfos para concluir seu treinamento, enquanto nós finalmente avançávamos para o cerco à Feinster.

Deslocar um acampamento tão grande não era algo fácil de se fazer. A maioria de nós marchávamos sob o Sol escaldante, com nossas armaduras. O ritmo era contido por causa das inúmeras carroças com nossa carga. Apesar de não ter gostado muito no início, Elrohir aceitou voar com parte da carga, liberando espaço para os mais velhos e as grávidas em algumas carroças.

— Vamos descansar. – Nasuada deu a ordem quando o sol já se punha no horizonte. Avisei Elrohir que íamos parar e ele desceu do seu voo um pouco afastado de nós. – Organizem-se e montem guarda no acampamento. Partiremos ao nascer do sol.

Eu fui até Elrohir enquanto montavam acampamento. Ele estava deitado no chão, os olhos fechados. Acariciei seu focinho, fazendo-o me observar. Sorri.

“Obrigada, Grande. Cansado?”

“O peso me impede de voar como eu quero.”

“Eu sei, mas está sendo de grande ajuda.”

Ele me disse que tinha tomado água de um lago fora do caminho, mas não tinha caçado por causa do peso. Fiquei preocupada, mas ele garantiu que conseguia voar mais uns três dias sem problemas, com tanto que achasse mais água. Os olhos dele conseguiam achar nascentes que a gente nem sabia que existia, então não me alarmei com isso.

“Você está bem?”

“A armadura faz com que eu me canse mais rápido, mas as noites são suficientes para me recuperar.”

“E Delrio?”

“Eu não estou mais com tanta raiva. Ela teve ótimos pontos para agir como agiu, apesar de eu ainda não gostar de ter sido feita de boba.”

“Ela só quis te proteger.”

“Ela não confiou em mim, Grande. Ela achou que saber da minha história podia me fazer mudar, como se ela não me conhecesse.”

“Eu entendo sua mágoa, mas agora não há o que ser feito.”

“Eu sei disso, não pretendo ficar brava por toda minha vida. Não é hora para isso.”

Deixei-o tranquilo e voltei para o acampamento. Falar as coisas com meu dragão era como me dar um choque de realidade às vezes, e eu mesma tinha dito, não era hora para ficar com raiva de nenhum aliado. Olhei pelas tendas e encontrei os dois comendo perto da fogueira.

— Silbena. – Wayn me percebeu primeiro, fazendo menção de se levantar. Levantei uma mão, sentando-me ao seu lado.

— Alguma coisa aconteceu, minha filha? – Delrio perguntou, estudando minha postura.

— Eu vim me desculpar. Bem, não exatamente. Eu vim acabar com esse clima ruim. – Os dois esperaram eu continuar, como se tivessem medo de estragar tudo se falassem mais alguma coisa. – Eu não fiquei brava por achar errado ter sido tirada de dentro do palácio, eu entendo os motivos. Eu fiquei brava pela falta de confiança em quem eu sou. Você teve medo de que eu me deslumbraria com uma vida de luxo, coisa que nunca me interessou.

— Eu deixei meu medo me cegar, Silbena, e não me orgulho disso.

— Eu sei, também não me orgulho de ter explodido. Não é hora para ter desavenças com ninguém, muito menos com vocês. São minha família.

— Daríamos nossas vidas pela sua, Silbena. Foi assim quando sua mãe começou a cuidar de você e vai ser assim até o fim. – Wayn sorriu, arriscando pousar a mão sobre meu ombro. Sorri, cobrindo sua mão com a minha.

— Não quero que façam isso, quero que lutem comigo, e precisam estar bem vivos para isso.

— Vamos estar ao seu lado, sempre. – Delrio reafirmou, sorrindo. Sorri de volta, finalmente me levantando. Eu assumiria na última guarda da noite, então decidi aproveitar meu tempo de descanso ao máximo.

 

Foi uma longa noite, mas dormi o suficiente para repor alguma energia e seguir com a marcha no dia seguinte. Falar com Delrio e Wayn me tirou um peso que não era da armadura, e facilitou muito minha vida.

Depois de mais dois dias, chegamos à fronteira da cidade. Nasuada não se demorou e ordenou que preparássemos o cerco. Agora era uma questão de tempo. Precisávamos de Eragon para conseguir tomar de vez a cidade.

Assim que chegamos, Elrohir pediu para tirar a carga de si. Concordei, contando com a ajuda de Sano e Orun para remover todo o peso. Ele mexeu o corpo assim que sentiu que estava completamente livre.

“Bem melhor, hein?”

Ele concordou com um rugido que fez Sano se afastar. Senti sua satisfação e o reprimi. Ele deu uma daquelas risadas dele, mas parou. Levamos de volta para o acampamento a carga, com a ajuda de uma carroça levada por um burro. Acariciei suas orelhas quando chegamos, sentindo a satisfação dele com o afeto.

— Capitã, bom te ver. Estive te procurando. – Horst se aproximou com algo atrás de si. Sorri, cumprimentando o ferreiro. – Estive trabalhando em algo enquanto tinha tempo para ajudar na batalha. Bem, para seu dragão. Gostaria de testar.

— Venha, ele não parou longe. Quer ajuda?

— Não se preocupe, estou acostumado com o peso.

Ele me seguiu com sua carga até onde Elrohir estava. Bem, ele estava voando não muito longe dali, mas assim que o chamei ele voltou. Mesmo depois de tanto tempo eu ainda me encantava com suas escamas multicoloridas enquanto ele pousava.

“Grande, esse é o Horst. Ele fez algo para você. Parece pesado.”

“Eu não quero carregar mais peso.”

“Se é o que eu estou pensando, vai ser preciso. Vamos colocar em você para testar, tudo bem?”

“Tudo bem.”

Mesmo não muito satisfeito, ele deixou Horst se aproximar após um sinal meu. E para confirmar minhas suspeitas, o ferreiro abriu o enorme saco atrás de si e removeu as partes de metal da armadura.

Elrohir observava, estudando as partes. Horst parecia esperar que eu lhe desse confirmação mais uma vez antes de encostar no dragão. Elrohir percebeu e concedeu a permissão por conta própria.

— Achei que eles só se comunicassem com seus Cavaleiros. – Ele comentou enquanto prendia a primeira peça nas costas do dragão. Sorri, dando de ombros.

— Ele não parece se incomodar com contato direto, diferente de Saphira. Eu não faço ideia da razão.

Ele continuou colocando as partes em Elrohir, que parecia se acostumar com a sensação de estar vestido, por assim dizer. Ele não reclamou, pelo menos.

— Pronto, agora só falta a cabeça.

Ele segurava o adereço da armadura com as duas mãos, me dando a chance para admirar o trabalho feito. O adereço tinha a abertura para os chifres e os primeiros espinhos da dorsal, mas em compensação havia umas pontas metálicas que se erguiam na testa como pétalas de uma flor.

Ele abaixou a cabeça para deixar Horst prender o adereço, paciente. Ele estava gostando da experiência pelo visto. Por fim ele se mexeu com a armadura, sentindo-a contra si e como ela afetava seus movimentos.

“Como se sente?”

“Não é tão preso como eu imaginei, mas é pesado.”

“É um mal necessário. A armadura pesa, mas nos protege na batalha. E a sua é bem legal.”

“Obrigado.” Dessa vez ele compartilhou a fala com Horst, que deu um sorriso satisfeito.

— Ainda falta o último. Aqui, Silbena.

Ele tirou por último uma sela nova e me entregou. Era pesada, mas parecia melhor do que as que eu andara usando nos últimos tempos. Essa tinha estribos e um lugar apropriado para eu me segurar. E ela também acomodava os espinhos de Elrohir sob couro. Eu podia sentar ali sem medo de me machucar, mesmo que nunca tivera acontecido.

— Obrigada, Horst. Vai ser de grande ajuda. Ainda mais agora. – Exclamei, começando a prender a sela em Elrohir. O ferreiro sorriu, satisfeito.

— Sim, eu sei. Vocês vão ser essenciais para essa vitória, eu tenho certeza. Não podemos descuidar de vocês.

Acabei de prender a sela e olhei para Elrohir. Ele parecia não se incomodar com mais aquele peso. Sorri, pondo o pé no estribo e subindo na sela. Aquilo sim era uma sela ideal.

“Vamos fazer um teste?”

Ele não precisou de segunda ordem. Assim que eu acabei de dizer ele deu um impulso no chão e se lançou no ar, batendo as asas com vigor. Elas eram praticamente o único ponto dele descoberto, mas cobri-las com metal atrapalharia o voo.

Eu testei meus movimentos durante o voo, me segurando e aproveitando os estribos para me dar mais segurança, ampliando minhas possibilidades durante o combate. Eu sentia como a armadura o afetava, mas eu também sentia que ele parecia ainda mais orgulhoso usando-a.

Quando voltamos para o chão, Horst ainda observava, satisfeito com o próprio trabalho. Agradecemos mais uma vez, só então ele se afastou. Elrohir entendeu que pelos próximos dias, podíamos ir para a batalha a qualquer momento, então teria que ficar com a armadura. Ele concordou e me deixou voltar para meus afazeres.


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