The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 6
Carvahall


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, dedico esse para nossa queridíssima Giulia Ferreira, que recomendou a fic ;D
Boa leitura!



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Olhava para trás o tempo todo, procurando qualquer sinal dos Urgals. Thunderbolt mantinha a velocidade, seguindo entre as árvores. Cheguei ao ponto de onde tinha avistado o vilarejo, tensa.

Thunderbolt descia devagar, com uma certa dificuldade. Mas logo eu estava na entrada do vilarejo, um pouco mais tranquila.Desmontei e caminhei devagar, tentando evitar algum olhar desconfiado.

Eu não sabia que lugar era aquele, mas não era grande. Olhei ao redor, seguindo pelas ruas devagar. Parei em frente uma taverna. Amarrei Thunderbolt ali perto e entrei no lugar.

O homem no balcão me olhou um momento, mas logo voltou a conversar com um senhor. Me sentei em uma mesa mais ao fundo e respirei fundo.

– O que uma garota da sua idade estaria fazendo por aqui? – Olhei pro lado e vi um homem, de cabelos grisalhos e olhos claros, com um ar um tanto arrogante.

– Perdão? – Endireitei minha postura.

– Não é de Carvahall. De onde é?

– Por que não me diz seu nome antes de sair fazendo perguntas? – Ele deu um sorriso e acendeu o cachimbo, com uma longa baforada.

– Brom, um mero contador de histórias. Satisfeita?

– Talvez. E eu nasci em um navio. – Agora eu sabia que era mentira, mas eu acreditei naquilo por treze anos, pra mim era a verdade.

– Então o que faz aqui? – Ele tirou o cachimbo da boca e ficou me olhando, esperando a resposta.

– Nada, oportunidade.

– Qual sua idade?

– 14.

– Você não acha que é muito nova para viajar sozinha?

– Você não acha que é muito curioso, não?

Ele deu outro sorriso e colocou o cachimbo na boca de novo. Se levantou da mesa e foi até o balcão. Ele já estava saindo, mas voltou até minha mesa se agachou e disse:

– Me procure enquanto estiver por aqui. Talvez eu possa te ajudar com a magia. – Olhei pra ele surpresa e ele saiu, sem mostrar nenhuma emoção na expressão.

Eu não devia estar ali.Eu nem o conhecia direito, e estava prestes a lhe pedir ajuda. Entrei na tenda, sem pedir licença nem nada. Ele não estava lá.

Olhei ao redor, capturando cada detalhe possível. Vi alguns livros e pergaminhos interessantes, mas não toquei em nenhum. Me virei quando o ouvi chegando.

– Achei que viria. – Ele estava sério, como eu acho que ele sempre era.

– Por alguma razão você sabe o que eu quero e pode me ajudar, então...

– Sim, sim. Bom, não me parece muito difícil.

Ele conseguiu dois bancos entre os pergaminhos e livros. Pegou dois cálices e um jarro de vinho.

– Conheci sua mãe uma vez. – Olhei pra ele indiferente, escondendo minha curiosidade. – Não cheguei a ficar próximo dela, mas ela me parecia ser uma boa pessoa.

– Alguma reunião dos Varden? – Dessa vez ele me observou.

– Estamos desvendando segredos aqui?

– Não foi muito difícil, considerando os tipos de registros que tem aqui. – Tomei um gole do vinho enquanto indicava os pergaminhos ao redor. – Seu comentário só confirma minhas hipóteses.

– Sabe ler? – Concordei com a cabeça. – Facilita ainda mais a tarefa.

Depois de tomar mais um gole do vinho, ele colocou o cálice de lado e começou a me explicar o conceito de magia. Ele me explicou sobre o uso de energia e o uso da língua antiga. O que eu já sabia, mas com um ou outro detalhe a mais.

– Eu não conheço a língua antiga, essa é minha dificuldade. Eu só preciso aprender isso.

– Sempre precisamos aprender alguma coisa quando se trata de magia, garota. E sempre existe uma palavra que não sabemos. Posso te ensinar algumas, mas vai ter que se empenhar mais depois.

Concordei com a cabeça. Ele se levantou do banco e ficou me encarando.

– O que você quer saber?

– O que eu puder, o básico, o útil pra alguém que vai viajar sozinha por um longo tempo.

– Vou pensar em algo. Me encontre amanhã, na floresta, tudo bem? – Ele me indicou o lugar na floresta e eu concordei, um tanto insatisfeita. Não queria entrar em uma floresta tão cedo.

Me levantei e sai da tenda, parando em frente a ela. Me virei e chamei Brom.

– Como você sabe quem é minha mãe?

– Vocês tem um jeito parecido, até demais. Sua afirmativa sobre o navio confirmou minha hipótese.

Continuei caminhando, indo ao encontro de Thunderbolt, que ainda estava amarrado, tentando alcançar uma moitinha de grama ali perto. Desamarrei-o e montei. Fui para o lugar na floresta que Brom tinha me dito, acamparia ali.

– É assim que quer aprender? – Alguém atirou terra em mim. Me levantei e encarei Brom por um segundo.

– Já pensou em algo? – Ele assentiu. – Tudo bem, podemos começar, então.

– É um exercício simples, erguer uma pedrinha. – Ele me deu uma pedrinha redonda, pequena. Fiquei segurando a pedrinha sobre a mão aberta. – Stenr reisa. Repita.

Pronunciei as palavras novamente. Ele pareceu satisfeito. Respirei fundo e me concentrei. Procurei no fundo da minha mente a energia que precisava.

Me concentrei ainda mais quando encontrei um área diferente no escuro, uma área brilhante, como o céu iluminado pelas estrelas. Percebi que fechei os olhos, mas não me importei em abri-los.

Desbloqueei aquela energia pulsante e sussurrei as palavras, esperando o cansaço que me dominaria de acordo Brom. Mas não senti nada. Não me desconcentrei.

– Muito bom, mas pare o encanto, ou não vai suportar mais nada. – Abri os olhos e encontrei a pedrinha flutuando numa altura acima da minha cabeça.

– Eu não estou cansada, Brom. – Ele ergueu uma sobrancelha. Encerrei o encanto antes de falar. – Isso não é comum, é?

– Não. Realmente, não. Mas vamos tentar outra coisa, com cuidado.

Passamos as próximas horas treinando a pronúncia e a execução de magias. Como controlar fogo, abrir portas e quebrar ossos. Detestei o último deles, tive que treinar em um pássaro ali perto, e pude ouvir cada estalo.

– Acho que está bom. Não pude pensar em mais nada, e não acho que pretenda ficar por muito mais tempo, estou certo?

– Creio que sim.

– Pode se empenhar mais depois, e talvez descobrir de onde vem toda essa energia infinita. – Concordei com a cabeça. Ele foi embora, sem nenhuma formalidade.

Segui-o até o limite da floresta. De lá, fui até a taverna novamente, para repor meus suprimentos.

Antes do cair da tarde já estava com tudo pronto para partir. Peguei o mapa novamente e refiz minha rota. Voltar para Dras Leona agora seria muito difícil e demorado, então teria que ir para Gil’ead. Guardei o mapa e montei. Parti, ainda pensando em Brom. Ele tinha se provado ser um bom homem.


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Notas finais do capítulo

Continuem comentando, favoritem, recomendem, enfim...
Bj



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