The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 31
Again With Elwë


Notas iniciais do capítulo

Então, desculpem de novo a demora...acho que vocês nem leem mais isso aqui, mas realmente isso é o mais rápido que eu to conseguindo postar .q



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330799/chapter/31

Sano e Orun tiveram que mostrar a montanha para Elwë e cuidar dele. Ajihad me mandou como mensageira até Surda. Tive que me levantar cedo e sair de imediato, montada em Elrohir.

“Sabe como funciona, Grande.Não vá muito longe, preciso te chamar quando terminar.”

“Não queria nem te deixar, quanto mais ir longe.”

Fui a pé o resto do caminho. Não demorei mais do que 2 horas na cidade. Quando voltei para Elrohir, ele parecia impaciente, no entanto.

“Que foi?”

“Você demorou. Vamos.”

Voamos de volta para os Varden, sem pressa. Elrohir voava me mostrando pontos da floresta, descampados, com alguns grupos de homens. Sorri, com a ideia de que mais pareciam formigas daquela altura.

“O que achou da chegada do elfo estranho?” Era assim que Elrohir chamava Elwë.

“Já o conhecia, Grande. Estava com ele quando te achei. Ou achei seu ovo.”

“E sabe por que ele é estranho?”

“Você diz o cabelo? Algo sobre não ser mais parte do seu clã de Osilon. Por que?”

“Não era isso. Ele não me parece muito élfico.”

“Ele também não se acha assim.Deixa pra lá.”

Elrohir se remexeu um pouco embaixo de mim, com as asas estendidas em toda sua plenitude. Suas escamas tinham tons diferenciados em vários pontos. Perto de sua cabeça elas tinham um tom alaranjado, que ia ficando mais escuro à medida que se aproximavam de mim.

Se eu me inclinasse um pouco, podia ver os tons amarronzados e esverdeados por baixo dele. Sorri, imaginando um arco-íris voador. Ele compartilhou minha alegria, com um toque de sua mente.

O sol começava a se pôr quando alcançamos a montanha. Desmontei do dragão, agora basicamente vermelho-sangue, escondi sua sela e voltei para a sala de Ajihad.

– Oh, olá, Nasuada. – Ela me deu um aceno com a cabeça. Dei um sorriso. – Seu pai...?

– Ele disse para se apresentar amanhã, que sabe que cumpriu suas ordens.

– Muito bem. Até mais, Nasuada. – Dei meia volta e sai da sala, indo pro meu quarto.

Me joguei na cama, tirando as botas de qualquer jeito. Percebi que a luzinha na minha cabeça parecia mais intensa, mas decidi ignorá-la, por agora. Queria dormir.

Alguém batia na minha porta. Me levantei, bocejando. Elwë me esperava do outro lado, com uma aparência muito melhor. Ele estava quase curado, com um ou outro arranhão.

– Ainda não contou direito como conseguiu isso. – Apontei os arranhões. – Entra ai.

Ele se jogou na minha cama, me fazendo revirar os olhos. Ficou em silêncio, me fazendo achar que ele tinha dormido. Bocejei mais uma vez, depois de tomar um copo d’água.

– Tasandur queria que eu dissesse onde você estava. E ele é um pouco rude. – Elwë finalmente abriu os olhos, bocejando também. – Doía muito na hora. Depois eu mal me lembrava.

– Te levaram de volta para Du Weldenvarden?

– Uhum. Osilon. – Ele franziu o nariz rapidamente. – Por isso demorei pra vir atrás de você.

– Achei que tinha morrido. – Dei de ombros. – Tentei me convencer de que não voltaria. Fico feliz de que não precisei me convencer, afinal.

– Sentiu muito minha falta? – Ele deu um sorriso travesso, me fazendo revirar os olhos. Há 4 anos, quando ele me conheceu, aquilo me deixaria vermelha.

– Tenho uma tropa pra comandar. Tenho mais o que fazer. – Dei um tapa no joelho dele. – Preciso dormir.

– A noite mal chegou. Temos tempo. – Ele se sentou, chegando pro lado, me dando espaço. Me sentei do lado. – O que andou fazendo nos últimos anos?

– Não muito. Me habituando a viver na montanha. – Dei de ombros, esfregando um olho. – Como fugiu de Osilon?

– Com um pouco de magia e uma colher de sopa.

– Uma colher? – Franzi o cenho pra ele, fazendo-o abrir um sorriso.

– É. É meio difícil explicar, mas pra facilitar, eu esquentei a colher com magia e queimei o olho do vigia. – Ele parecia pensar em algo. – Bem, pois é, depois disso não foi difícil correr.

– Estranho, mas se funcionou... – Ficamos em silêncio depois disso, encarando o teto de pedra do quarto.

– Então... – Ele coçou o nariz com a palma da mão e continuou falando. – Sano e Orun?

– O que têm eles? – Bocejei mais uma vez, me deitando ao lado dele. O catre era meu, afinal de contas.

– Qual sua relação com eles?

– Amigos? – Respondi como uma pergunta, sem saber exatamente o que responder.

– Ah. – Ele ficou calado por alguns segundos. – Aquele garoto era um belo imbecil.

– Por tentar se matar?

– Por querer provar alguma coisa. – Ele revirou os olhos. – Sinceramente, honra não deixa ninguém vivo.

– Alguns dizem que uma vida sem honra não vale nada.

– Não. – Ele se virou pra mim. – Sério, não.

– Tudo bem, entendi. – Respirei fundo. – Posso dormir?

– Agora? – Elwë parecia realmente surpreso.

– É, agora. – Fiquei esperando ele se levantar, mas ele simplesmente deitou de lado.

– Pode dormir. Quando te conheci você mal olhava pra mim sem ficar com as bochechas rosadas, e agora já anda deitando comigo. – Ele estalou a língua. – Você mudou.

– Sai.Do.Meu.Quarto. – Me deitei de lado também, encarando-o séria. – Agora.

– Ficou com vergonha agora? – Ele deu aquele sorriso torto característico.

– Quer dormir aqui? Tudo bem, mas você vai por chão. – Ele concordou, se levantando.

– Já vou, irritadinha. – Ele se ajoelhou ao lado do catre depois que se levantou. – Obrigado, Silbena.

– Pelo que? – Ele me cobriu, como se eu fosse uma criança. Como Wayn fazia comigo no The Sender.

– Tinha muito tempo que eu não tinha isso. – Ele sorriu. – Aquele dia, quando te conheci, senti que você seria importante, de algum jeito.

– Se apaixonou por mim, Elwë? – Perguntei, provocando-o. Ele deu aquele sorriso dele.

– Talvez seja esse o nome. Só sei que ando tendo sentimentos de novo. Há algum tempo isso não me acontecia.

Não consegui responder. Ele murmurou um “Boa noite” e saiu do quarto, encostando a porta devagar.

Talvez ele dissesse a verdade. Afinal, quando ele me ajudou, ele sequer sabia meu nome, quem eu era, de onde vim. E passou os últimos anos sendo torturado por mim. Talvez eu fosse o primeiro contato que ele fez depois de tanto tempo.

Dormi, ainda pensando naquilo.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Acordei e fui direto para a sala de Ajihad. Ainda tinha que me apresentar. Ele não me segurou na sala por muito tempo. Falei o que precisava e voltei pro meu quarto.

Encontrei Sano, Orun e Elwë esperando na porta do meu quarto. O clima entre os três parecia um pouco pesado, tenso. Orun coçou a barba, como se estivesse esperando que eu dissesse algo.

– Achei que tinha mandado vocês treinarem. – Cruzei os braços, encarando o anão e o ruivo.

– Na verdade, me mandou... – Ele olhou de soslaio para Elwë antes de continuar. – Bem, minha ordem foi outra.

– Acabei de acordar. Você não me deu nenhuma ordem, então tive que te esperar. – O elfo passou a mão pelo cabelo, casualmente.

– Sua ordem é esperar até esses cortes sararem por completo. – Apontei pras marcas no rosto dele. – E você, Sano, treinamento com Cedric, agora. Vá.

O ruivo hesitou um pouco, mas depois de olhar Elwë por um instante, deixou o corredor, me cumprimentando com a cabeça, de soldado para capitã.

– Capitã, já posso...? – Orun apoiou uma das mãos grandes no cinto.

– Vá logo. Me encontre mais tarde. – O dispensei com um movimento de cabeça. Ele seguiu o caminho que Sano tinha feito. – Volte pro quarto.

– O que vai fazer, Capitã?

– Tenho um encontro com o mestre de armas. – Dei de ombros. – E de estratégias.

– Posso ir?

– Não. – Apoiei uma mão no meu cinto. – Elwë, sou a capitã agora e estou mandando você descansar.

– Sim, senhora! – Ele bateu continência, como os soldados faziam para Ajihad, de um modo mecânico. – Só não quero ficar sozinho.

– Carente, sério? – Olhei com descrença pra ele. O elfo simplesmente deu de ombros.

– Já disse, me afeiçoei por você. Senti sua falta.

– Não demoro. – Me virei. – Te vejo mais tarde.

Deixei-o para trás, indo atrás do mestre de armas. Ele era um homem amigável, apesar da força e da especialidade. Discutimos por pouco tempo que tipo de melhorias poderíamos fazer, nas armas e nos exércitos.

Deixei o mestre de estratégias sozinho depois de quase duas horas convencendo-o de que ainda não estávamos prontos para um ataque direto.

Sano e Orun ainda não tinham voltado. Antes de ir até Elwë, decidi tomar um banho. O dia tinha sido cansativo. Peguei roupas limpas e confortáveis e fui até o salão.

Não tinha ninguém. Eu tinha um pouco de tempo, então decidi lavar o cabelo. Afundei várias vezes, tirando o sabão. Quando subi um outra vez, não deixei que mais que meus ombros ficassem acima da superfície. Tinha alguém lá.

Me virei, achando Elwë sentado perto da entrada, me observando. Arqueei uma sobrancelha, esperando alguma reação, mas ele simplesmente sorriu.

– Quando chegou aqui Elwë? – Dei um sorriso cínico.

– Há pouco tempo. – Ele deu de ombros. – Não se preocupe, não vi nada.

– Ótimo. – Ele ficou me encarando, como se esperasse que eu dissesse alguma coisa. – É pra você sair.

– Por que?

– Preciso sair daqui, Elwë. – Ergui uma mão. – E antes que você diga qualquer coisa, não vou ficar nua na sua frente.

– Achei que tivesse perdido toda aquela vergonha.

– Um pouco, talvez. – Dei de ombros. – Mas ainda tenho um pouco de respeito próprio.

– Tudo bem. – Ele se levantou. – Já vou.

Assim que ele sumiu pela entrada, me apressei em sair da água e me vestir. Eu ainda podia senti-lo ali perto, me esperando.

– Eu só quero dormir, Elwë.

– Tudo bem. – Fui para meu quarto. Ele me seguiu, em silêncio. Antes de abrir a porta do meu quarto, me virei para ele.

– Não vai entrar. Vou dormir. – Ele concordou, sorrindo.

– Você realmente cresceu. Não sei se gosto muito disso.

– Por que não?

– Quando te conheci eu te deixava um pouco receosa. Agora não.

– Se eu puder dormir depois disso, e se te deixa melhor, você ainda mexe comigo, mas de um jeito diferente.

– E isso é bom?

– Você não disse na noite passada que pode estar apaixonado por mim? – Ele não respondeu, ponderando a pergunta. Passei o dedo pelo nariz dele. – Interprete esse “diferente” como você quiser.

Fechei a porta na cara dele, sorrindo. Tirei as botas e me joguei na cama, sorrindo.

Com Sano, Orun e Elwë, eu me sentia completa. Bem, quase. Mas eu não sabia se podia exatamente considerar os outros dois. Afinal, era só um sonho.

Eu não achava possível que alguém pudesse ter me ajudado a fugir de Uru’bâen.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pros que shippam Elbena :v Pros que não, sei lá...depois eu deixo vocês felizes :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Secret Weapon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.